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26/07/2024

Um leitor pergunta e blog responde

O leitor João Mezzomo pergunta num comentário ao post Ateus: "como se provaria a existência de Deus?". Eis a resposta abaixo:


10/05/2024

Bate-papo com um leitor amigo.

 Maurício da Silva comenta no post Ler e entender o seguinte:

Faz já um tempo que não visitava blog nenhum. Desde a morte do Google Reader, fui-me afastando dos blogs (abandonei os meus e a maior parte dos outros blogueiros também foram deixando os seus). Disso, vem-me a pergunta ao senhor: o que o faz continuar escrevendo neste blog? Vi que o senhor tem um twitter (acabo de segui-lo), mas não creio que tenha facebook (ao menos não o achei por lá). Assim, parece-me mesmo que o senhor escreve para este blog, isto é, ele não é apenas um repositório de textos de outros lugares.

Pergunto por curiosidade e para meio que puxar papo.

Um grande abraço. Maurício da Silva

Usei o blog, desde sua criação como: 1) Uma espécie de diário da minha volta à Igreja Católica e de minha perplexidade com a situação que encontrei nela; 2) Para fazer traduções de textos que achava interessante, de autores pouco difundidos então; 3) Para responder às objeções que apareciam às minhas ideias. Assusto-me que já tenha feito mais de 1200 postagens! Publiquei também um livro, com um recorte temático de coisas que escrevi por aqui: Lições das Missas de Paulo VI. Se tiver tempo e ânimo talvez faça outros recortes do que já escrevi por aqui e os tranforme em livros.

Criei um canal no Youtube e ele me fez distanciar um pouco do blog. Nunca me envolvi com Facebook e Instagram. Criei recentemente, como você disse, um perfil no X.

Voltei para o blog, não só para postar algumas coisas que posto no X, mas para atender a uma certa nostalgia de minha parte e da insistência de alguns leitores antigos do blog. O blog voltou a ser para mim um diário de efemérides, de pensamentos esparsos. E, claro, um lugar onde responder a objeções às minhas opiniões.

 Agradeço seu interesse, meu caro. Adoro bater papo com amigos.


06/05/2024

José João pergunta e blog responde

 José João coloca um comentário no post O Paradoxo de Fermi. O comentário vai abaixo, em itálico.

Mas será que precisamos recorrer a ETs para refletir profundamente sobre o homem e a vida? O que dizer da vida que existiu em nosso planeta antes do aparecimento do ser humano? Foram centenas de milhões de anos em que a Terra foi habitada por seres muito diferentes de nós… E o planeta, ao menos segundo evidências científicas, conheceu a vida humana há não mais que trezentos mil anos; será que devemos ignorar tais evidências? Faziam parte dos desígnios divinos essas formas de vida tão diferentes da nossa e que perduraram por tanto tempo? O Gênesis nos oferece algum sentido para essas existências? Que explicação o catolicismo pode nos dar a respeito?

Então o leitor quer "refletir profundamente sobre o homem e a vida"? E de onde ele parte, da teologia, da metafísica? Não, da ciência. Ele faz várias afirmações descabidas: primeiro os vários milhões de anos, da vida surgindo antes do homem. Afirma até que o homem está por aqui há 300 mil anos. Depois nos lembra os desígnios divinos e o Gênesis num claro tom de deboche. 

De tudo isso se pode afirmar, com certa probabilidade, que ele é evolucionista (acredita em Darwin) e bigbanguista (acredita no Big-Bang).

No final, ele quer saber o que o catolicismo pensa sobre tudo isso.

Ora, a Igreja Católica exige que os três primeiros capítulos do Gênesis sejam compreendidos literalmente. Com isso, adeus Darwin, adeus Big-Bang!

Depois, vem toda a Patrística Latina e Grega, com todos os fundamentos da criação das "coisas visíveis e invisíveis". Depois vem a Tradição e os Papas, com todos os seus documentos sobre tudo isso. 

Mas para o José João basta uma continha simples: se o homem vivesse na terra há 300.000 anos, e assumindo uma taxa de crescimento média aceitável (população dobra a cada 150 anos), a terra hoje teria trilhões de indivíduos. Se se fizer a mesma conta, partindo de oito pessoas na Arca de Noé (2529 a.C.), chegaríamos exatamente à população atual da terra.

Mas tem muito mais coisa, caro leitor. Se esse comentário seu vier acompanhado de uma sinceridade genuína, te sugiro a leitura da trilogia de Robert Sungenis: Galileo Was Wrong: The Church Was Rigth. Também de Robert Sungenis, leia Scientific Heresies and Their Effect on the Church.

Se você for católico, caro leitor, procure se instruir. Se não for, converta-se!


26/01/2022

Barbeitas, meu corretor gramatical, strikes again!

Prof. Barbeitas volta a comentar no post anterior. Foram três comentários, muito elucidativos.

No primeiro, ele diz que foi apenas coincidência que ele tenha me respondido o post de outubro do ano passado justo no dia do falecimento do Prof. Olavo. Devemos acreditar nele? Hum... Não acredito! Aquele que usa as palavras genocida, fascista e anti-vacina num mesmo parágrafo se revela por completo. Aprendi com o prof. Olavo que esquerdismo e mau caratismo e desfaçatez são inseparáveis. Não acredito em você Barbeitas.

Ainda no primeiro comentário, ele reclama de minha grosseria. Essa é boa! O cara vem aqui no meu blog e me chama de fascista, genocida e anti-vacina e quer que eu lhe responda amavelmente. Não espere isso de mim! Mas grosseiro eu não fui, embora firme e direto, coisa que esquerdista não gosta. 

Ele termina seu primeiro comentário assim: "Mas deixo você pra lá: curta aí o seu ódio e a sua doença." Depois de genocida, fascista e anti-vacina, sou eu que derramo ódio? Mas confesso que Barbeitas me deixando para lá me consolou. 

Mas eis que surge um segundo comentário, curto e direto, finalmente. "Ah, sim: mencionei Olavo a propósito dos seus erros de português (a meu ver incompatíveis com a figura que você ostenta), justamente porque reconhecia nele um excelente escritor. Dominava o idioma como poucos."

Concordamos a respeito do Olavo, finalmente. Mas pergunto: que figura ostento, cara pálida? Eu não ostento figura nenhuma e não me tenho em alta conta. Sou especialista em meus defeitos, que são muitos, e não poderia admirar um cara como eu. A propósito, não fique achando que você seja meu único corretor gramatical por aqui. Em minhas quase 1200 postagens por aqui, muitos já me corrigiram, não para me difamar, mas para colaborar comigo, ao contrário de você. A tal figura que ostento está em sua cabeça.

Pensei comigo que Barbeitas tinha, depois do segundo comentário, me deixado realmente para lá. Mas eis que surge um terceiro comentário. Ele diz que menti no primeiro post (o de outubro), que ele disse apenas que eu apoiava genocida e fascista, não que era genocida e fascista. Desafia-me a provar que ele me chamou de genocida e fascista. Diz ainda que muitos que apoiaram regimes fascistas e genocidas não o eram, eram apenas ingênuos ou desinformados, que pensava que eu era um desses. Ele concede, nas entrelinhas, que alguns apoiadores eram realmente fascistas e genocidas. Mas em qual grupo será que ele me colocou; no dos ingênuos e desinformados ou no dos fascistas e genocidas? Vejamos.

Ele concede, em seu comentário ao post de outubro, que eu tive uma carreira de cientista. Diz lamentar que eu a jogue no lixo apoiando fascistas e genocidas. Alguém, em sã consciência, diria que alguém com uma carreira científica, nos tempos de Hitler, Stalin e Mao (citando nomes que ele mesmo citou em seu terceiro comentário) apoiariam esses facínoras por ingenuidade ou desinformação? Vamos dar um exemplo: alguém diria que Martin Heidegger apoiou Hitler por ingenuidade? Não, não quero me comparar ao filósofo, longe disso, cito apenas um exemplo. Portanto, Barbeitas, depois de me elogiar obliquamente, você não poderia me considerar um ingênuo ou desinformado; não, isso não. Então, ao me considerar apoiador de genocida e fascista, você me cola também esses adjetivos.  En passant, você não inclui Fidel Castro na listinha acima; será por quê? 

Ao final do terceiro comentário, ele ainda nos oferece uma pérola: afirma que eu me escondo sob o manto de um catolicismo medieval (esta última palavra entre aspas) que só existe na minha cabeça. Diz que me escondo sob esse manto para promover ódio gratuito. Depois de tudo, eu é quem estou promovendo ódio! Pode?

O coitado não sabe mesmo nada sobre mim. Meu lema é o de Nicolás Gómez Dávila: "Não sou um intelectual moderno inconformado, mas um camponês medieval indignado". Eu acrescentaria, para melhorar o entendimento do sofisticado Barbeitas, camponês medieval católico, como todos. E para mais informar o moderno Barbeitas, a Idade Média foi sim o ápice do catolicismo. Desde lá, estamos numa descida ladeira abaixo. Se eu pudesse sugerir uma leitura para o prof. Barbeitas, eu sugeriria Uma Nova Idade Média, de Nikolai Berdiaev.

Barbeitas, esteja certo do seguinte: não tenho ódio a você. Eu compreendo suas posições e as abomino. Penso que sua mente está deformada e sua alma chagada, mas não tenho ódio, nem repulsa. Diferencio muito bem o homem de suas ideias. Se me conhecesse, você saberia disso. 

Para terminar, faço um convite a você, embora não saiba se você é católico. Venha assistir à Missa Tridentina que assisto, aos domingos, na Capela Nossa Senhora do Líbano, na rua Pouso Alegre 659, às 8h. Essa Missa é medieval! Bateremos um papo depois da Missa. Que tal?

OBS: Se você encontrar alguns outros erros gramaticais, por favor os corrija.

25/01/2022

O ódio a Olavo de Carvalho move muita gente e faz leitor se lembrar de mim!

 Num post de 10 de outubro do ano passado, respondia a um leitor que me acusava de genocida e chamava o prof. Olavo de filósofo fajuto. O rapaz, na verdade professor de música da UFMG, não se dignou a me responder até hoje, dia da trágica morte do filósofo e pensador brasileiro.

Hoje ele diz o seguinte: "Para a sua resposta honrar o seu passado acadêmico e não deixar que transpareça apenas a raiva com que foi escrita: intenção se escreve com ç, não com s. E fajutice é com c, não com ss.Seu mestre Olavo também não deixaria passar. Um cordial abraço. Flavio Barbeitas."

Quem sabe ele não teve só a intenção de me corrigir? Alguém acredita nele? De qualquer forma, agradeço as correções, que já foram implementadas. 

Mas a intenção mesmo de Barbeitas foi "comemorar" a morte de Olavo de Carvalho. Ele me chama de genocida, fascista, contra a ciência e traidor dos valores cristãos. Curte agora a morte do professor. Pode haver mente mais perversa? Pode haver alma mais deformada?

Dispenso seu abraço cordial, Barbeitas. Sua cordialidade é com o habitante das sombras e deste quero apenas distância. Que Nossa Senhora possa tocar sua alma e limpá-la do mal que há nela.

Lamento muitíssimo a morte do Prof. Olavo, com quem aprendi coisas valiosíssimas. Minhas intenções do Terço de hoje serão para a salvação de sua alma e em agradecimento pelo que dele aprendi em contato com sua enorme obra. 


10/10/2021

Leitor acusa blogueiro de apoiar genocida e desconhecer a ciência

Recebo um comentário do Sr. Flávio Barbeito, no post Cura D'Ars: santos gerados por santos. Ele vai abaixo, com a devida resposta. 

E então, Antonio Emílio? Já caiu a ficha ou continua firme aí no apoio ao genocida, na promoção do filósofo fajuto, na militância fascista devidamente travestida de defesa da liberdade e dos valores tradicionais cristãos? Vai mesmo jogar no lixo a sua carreira de cientista, defendendo um presidente anti-vacina? Até quando, meu caro, vai continuar confundindo cristianismo com olavismo e bolsonarismo?

Eis um leitor, Flávio Barbeitas, preocupado comigo e querendo me colocar no caminho certo. Eu agradeço a intenção; muito obrigado. Mas antes de corrigir os outros nós temos que olhar para nós mesmos; é fundamental esse exercício. Creia-me, caro Flávio, você está errado em tudo que disse acima. 

As palavras-chave de seu pequeno texto, que são chavões dos militantes da pior espécie que já existiu no mundo, se resumem a: genocida, fascista, Bolsonaro, Olavo e sua fajutice filosófica e, finalmente, ciência, a nova onda dos que não entendem nada de ciência.

Chavões são substitutos do pensamento. Quem os emite, quem os berra, não precisa pensar.

Publiquei dois posts neste blog sobre Bolsonaro: um declarando meu voto nele e outro criticando-o a respeito de seu versículo favorito, tirado do Evangelho de São João. Nada mais. Não sei onde o Flávio tirou meu firme apoio ao presidente. Deve estar me confundindo com Youtubers famosos com quem, na cabecinha do comentador, eu estaria ligado. 

Quem chama Bolosonaro de fascista, genocida ou coisa parecida, assina imediatamente o certificado de ignorância história e de uma perigosa indiferença (ou seria desprezo?) com o sofrimento humano. Não sabe o que é fascismo e não sabe o que é genocídio. Tripudia sobre as vítimas de vários genocídios da triste história humana sobre a Terra. Leia apenas sobre um deles, feito por ancestrais de seus coleguinhas esquerdistas: Holodomor.

E aí, Flávio, você me vem com o lenga-lenga da ciência! Ai meu Deus! Achas que tentando usar um rótulo de anti-vacina vais me amendrontar? Coitadinho! Nada há de científico sobre o transe vacinal que vive o mundo, meu caro. O que há é que as vacinas desenvolvidas a toque de caixa, estão passando pela 3a. fase de teste em escala global, o que nunca aconteceu com nenhuma vacina. Com sua conversinha fiada, você está defendendo que a humanidade seja, sim, usada como cobaia para experimentos com drogas desconhecidas, coisa que até o fajuto Tribunal de Nuremberg condenou. Quem é genocida aqui, heim? Só mais uma coisinha sobre ciência e estudos científicos: leia um artigo de Sowell que traduzi há tempos no blog e aprenda (Estudos provam que...)

Sobre o Prof. Olavo já falei extensamente aqui (é só procurar) para comentar mais alguma coisa.

Mas o ponto alto de seu pequeno texto é quando você fala de "valores tradicionais cristãos". Conheço muito bem que tipo de religião você tem. Esse papinho de cristão não me pega não. 

Fique sabendo, Sr. Barbeitas, que nunca defendi, não defendo e nunca defendarei valores cristãos. Para mim, concordando com Belloc, não existe essa coisa chamada cristianismo, só existe a Igreja, de um lado, e seus inimigos de outro. Eu defendo valores católicos. Defendo a Igreja, com toda a sua extraórdinária tradição, na medida de minhas possibilidades e competência que, concedo, são muito limitadas. Então aqui, neste blog, não tem valores cristãos, só há valores católicos. 

Para terminar, Flávio, não pude deixar de notar que você deve me conhecer de outros círculos; talvez da UFMG. Chama-me pelos primeiros nomes, concede que tenho (na verdade tive) uma carreira científica. Talvez tenha sido meu aluno ou colega na universidade. Seja como for, sugiro que você cuide de sua vida cristã e deixe-me em paz com a minha vida católica. As duas coisas não se misturam.

26/05/2020

Resposta do blog a um leitor corajoso (anônimo) que é do partido do coronavírus.

Escreve o meu admirador/odiador anônimo, num comentário ao post Podcasts do Angueth:

"Ninguém impôs nada. Pode sair de casa tranquilo, ir dar uma voltinha... Mas sabe que tem umas 5 comorbidades, né!? Aí finge que está obrigado a ficar em casa e fica incitando seus leitores a saírem para a morte. Típica covardia conservadora."

Dizem por aí que o ódio é mais fiel do que o amor. E isso é, de fato, verdade.

Meu caro odiador informa que ninguém está impondo nada às pessoas neste momento no Brasil. Acho que um de nós não está morando no país.

Depois ele parece ter obtido meu prontuário médico via STF, pois não só sabe que tenho morbidades, como as tenho em número de cinco. Talvez ele tenha comprado a conversinha de que gordura é doença. O gordo mais famoso do Brasil, Jô Soares, tem hoje 82 anos e meio de idade. Eu espero que o missivista chegue até esta provecta idade. 

Ele também talvez considere que velhice seja doença. 

Como aposentado que sou, não estou sentindo o mínimo desconforto de ficar em casa. Gosto muito da casa que Deus me deu e da família que Ele me permitiu construir. O que sinto falta é do convívio dos amigos, já que os inimigos me chegam até pelo meu blog. 

Mas o ponto alto é a "covardia conservadora". E essa tal coisa é "típica". Sim, os progressistas é que são corajosos, como o missivista que se esconde por trás do anonimato. Que doçura! 

Mas descubro também que ele me considera conservador! Meu Deus! Não sou conservador, por favor, meu caro inimigo! Sou católico apostólico romano, com a graça de Deus. Vá de retro, satanás!

11/03/2020

O tapa de Franscisco: leitor descorda do blog

Um leitor anônimo faz o seguinte comentário no post O tapa de Francisco:

  Mas de onde você concluiu que "O tapa veio para evitar que se beijasse a mão de um sacerdote" ????
  Eu até revi o vídeo aqui agora e não há qualquer menção dela, em sua linguagem corporal, que remeta a esta intenção.
  Claramente, ele se irritou pelo puxão dela em um momento em que ele já estava saindo dos cumprimentos.
  Admiro seu trabalho, mas sinceramente, este post fez um julgamento muito indevido.

Primeiramente, devo agradecer ao leitor sua admiração pelo meu trabalho.

A seguir, devo observar que, pelo número de sinais de interrogação usado, o leitor deve mesmo ter se irritado com minhas observações. Devo dizer que compreendo a irritação e que se tomássemos apenas o vídeo para tirarmos a conclusão que tirei no post em tela, realmente creio que o leitor estaria inteiramente correto. Se não conhecêssemos nada de Francisco, se não soubéssemos nada de seu papado, eu daria plena razão ao leitor.

Devo admitir também que minha opinião pode estar errada, que o Papa teria dado o tapa na fiel pelo puxão em sua batina. Como se a fiel, ao puxar a sua batina, não fosse beijar sua mão, antes de falar-lhe algo. Tudo isso pode muito bem ser verdade.

Mas conhecemos Francisco, ah! se conhecemos! Pergunta o leitor: "de onde você concluiu...", seguido de muitas interrogações. Respondo: não concluí só do vídeo, é claro. Concluí de tudo que conheço dele e mais ainda do vídeo abaixo, em que ele recusa explicitamente o beijo na mão, no Santuário de Loreto, em março de 2019.



Que Deus tenha misericórdia com o nosso Papa, e com todos nós!

03/09/2018

Pergunta antiga, que há muito deveria ser respondida.

Um leitor anônimo, no post UM MONGE E A SUA CURIOSIDADE, pergunta o seguinte:

Aproveitando o espaço dos comentários, gostaria de fazer uma pergunta sobre a santa doutrina católica./ Jesus Cristo morreu por muitos, isso ja é de conhecimento, mas infelizmente trocaram o "por muitos", e colocaram o "por todos" ,mas porque no Catecismo maior de São PIO X na pergunta: " 112) Se Jesus Cristo morreu pela salvação de todos, por que nem todos se salvam?
Jesus Cristo morreu por todos, mas nem todos se salvam, porque nem todos O reconhecem, nem todos seguem a sua lei, nem todos se servem dos meios de santificação 
que nos deixou." Gostaria de entender porque essa aparente contradiçao no catecismo maior. respondam nos comentarios ,por favor.

A diferença aqui é entre ato e potência. O sangue de Cristo é "em potência" suficiente para salvar todos nós. Mas o que está em potência precisa de algo em ato para se atualizar. O que é este ato? É exatamente o que expllica São Pio X, a nossa vontade, de reconhecê-Lo, de seguir Sua lei e de se servir dos meios de santificação. Assim, não há nenhuma contradição.

São Pio X, rogai por nós.

20/05/2018

Ainda a minha conversão: resposta a um leitor

Recebo um comentário ao post Insignificante história da minha conversão. O leitor se chama Eduardo e diz o seguinte:

Conversão também pela graça de Nossa Senhora, creio eu, mas estranha-me que dois pensadores diferentes como Olavo (modernista e perenialista) e Fedeli (tradicionalista) tenha influenciado o ilustre. Aliás, este sempre combateu os erros daquele.

Minha resposta é a seguinte.

1. Sim, toda conversão nos vem através de Nossa Senhora, a Medianeira de todas as graças, como, aliás eu faço constar na primeira frase do post. Estamos aqui de acordo.

2. A oposição Olavo X Orlando não é nova aqui no blog. Convido aos leitores a consultar, pelo menos, os seguintes post: Orlando Fedeli e eu, Olavo de Carvalho e euOlavo sobre Orlando, meus dois grandes professores, com seus respectivos comentários. Também não é novo que alguém se admire de meus mestres e das citação do blog; veja, por exemplo, Leitor não entende as citações tão ecléticas do blog. Blog responde. 

Parece que este modesto blogueiro tem a propriedade de causar espanto a alguns de seus leitores. O leitor Eduardo qualifica o Olavo de modernista e de perenialista. Imagino que o leitor esteja usando os termos nos seguintes sentidos: modernista com o sentido que São Pio X deu ao conjunto das heresias que ataca hoje a Igreja; e perenialista com o sentido de seguidor de Guénon e Schuon. 

Quem conhece a opinião do Olavo sobre as principais figuras do modernismo do século XX (Karl Rahner, Henri de Lubac, Yves Congar) e de muitos outros modernistas ilustres, sabe que não é verdade que ele seja modernista. Não estou defendendo o Olavo de nada, ele não precisa disso. Só estou registrando um fato.

Se ele for seguidor de Guénon e Schuon (admitamos por hipótese), ele é um péssimo perenialista. Não conheço ninguém que critique mais esses dois do que o Olavo. E ele não poupa palavras: embusteiro, enganador, confuso, trapaceiro, etc. Se ele estiver fazendo apostolado perenialista, temos o exemplo do pior apóstolo do mundo. 

Com relação ao Orlando Fedeli, Eduardo o chama de tradicionalista, termo que ele nunca aceitou lhe fosse dado. Quando alguém o chamava de católico tradicionalista e imediatamente respondia: eu sou católico apostólico romano, sem mais adições. 

Essa coisa de usar rótulos e colá-los a pessoas é coisa muito comum entre nós, mas é sempre uma tentativa ingênua de se mostrar sabichão. Antes de rotular pessoas tão importantes quanto Olavo e Orlando, é preciso conhecer um pouco o pensamento de cada um, é preciso meditar sobre a complexidade da personalidade deles, é preciso ler o que escreveram e é preciso entender o drama humano que cada um de nós vive, depois da Queda. 

3. Para mim, nem Olavo nem Orlando são oráculos com nota de infalibilidade. Apesar da imensa admiração que tenho pelos dois, apesar da imensa dívida que tenho com os dois, não tenho a menor tendência a encarar qualquer palavra deles como uma ordem a ser cumprida. Já vivi demais, já li demais, para ser tão pueril, para ser tão simplista. 

4. Sobre os meios auxiliares de conversão, tenho uma história surpreendente de um amigo que se converteu lendo Leonardo Boff. Assim, não entendo a supresa do leitor de que eu tenha primeiramente me (re)convertido pelas mão de Olavo e Orlando que, convenhamos, são infinitamente superiores aos Boff's da vida.

Finalmente, agradeço ao Eduardo por me dar a oportunidade de elucidar, uma vez mais, esta questão, tão cara a alguns leitores, de Olavo X Orlando que, para muitos, se assemelha a uma partida de futebol.

24/02/2018

Resposta atrasada a um ateu anônimo


Quando recebo comentários de posts antigos, tenho o hábito de ler os posts em questão e os outros comentários, já antigos. Deparei-me com um comentário que merece ser respondido. O comentário está no post A Neurociência Refuta o Livre-Arbítrio?.

Antes de irmos ao comentário, permitam-me indicar, aos leitores interessados, alguns outros posts do blog sobre neurociência, que listo a seguir: Diocese de Belo Horizonte avisa: a neurociência agora substitui a Bíblia.; Neurocientista (sic!) puxa orelha do blogueiro e ele responde.; e Leitora esclarece seus pontos de vista: blog agradece.


Voltemos então ao comentário do anônimo. Ele diz:

“Caro Antonio Emilio Angueth de Araujo, você acha mesmo que tem a resposta para tudo recorrendo ao Deus. Mas quem cria a matéria que advém do nada, é o próprio nada! é porque a matéria só pode existir advindo do seu contrario, e não porque meros humanos acham que têm um Deus que se deu ao trabalho de nos dar a razão. O nosso Deus são as leis que regem a matéria! O mundo não foi feito pra nós, deixe-se de iludir com essas tretas. Nós podemos servir a matéria tentando compreender-mo-nos para começar, e depois sim tentar compreender porque existe a matéria.”

Esse comentário aparece depois de uma longa série de comentários de leitores e de minhas respostas a eles. Os interessados podem seguir a sequência das intervenções lá no post em questão.

Vocês podem notar, em primeiro lugar, a quantidade de certezas que podem caber na cabeça de um idiota. Tais certezas irão garantir que o indivíduo irá permanecer idiota pelo resto de seus dias.

O comentarista me pergunta: “você acha mesmo que tem a resposta para tudo recorrendo ao Deus?”. Eu respondo: não, procuro respostas em Deus somente para as questões fundamentais. Por exemplo, quando tenho que escolher um dentista, recorro a outras fontes. Além disso, Deus não é uma coisa arbitrária. Sua existência pode ser provada rigorosamente. E coisa certamente curiosa para o anônimo: essa prova, em cinco vias, tem já 700 anos de idade e é baseada em raciocínios aristotélicos que têm uns 25 séculos. O leitor está atrasado de 7 séculos, na melhor das hipóteses, e de 25, na pior.

O comentarista continua: “Mas quem cria a matéria que advém do nada, é o próprio nada!” O leitor aqui está perdido completamente e não sabe o que diz. Aos leitores interessados nesse tópico, sugiro as primeiras páginas da Filosofia Concreta de Mário Ferreira dos Santos. Veja só leitor anônimo, não estou recorrendo a Deus para te refutar, e sim a um mero mortal que, aliás, já morreu. Vocês verão como Mário parte do que ele chama ponto arquimédico, “cuja certeza ultrapassa ao nosso conhecimento, independente de nós, e é ôntica e ontologicamente verdadeira”. Esse ponto é a afirmação “alguma coisa há”. Daí ele deduz “o nada absoluto, por ser impossível, nada pode”.

Pulo algumas frases idiotas e chego a: “O nosso Deus são as leis que regem a matéria! O mundo não foi feito pra nós, deixe-se de iludir com essas tretas”. Primeiramente, “nosso Deus” não, cara-pálida! Sei o suficiente acerca da ciência para não fazer perguntas fundamentais a essa deusa de Augusto Comte. É curioso também que o anônimo não quer se iludir “com tretas” e acredita nos cientistas. Como suspeito que ele não entenda nada de ciência, ou de leis da matéria, suponho que ele realmente acredite no que os cientistas falam na televisão ou na Internet. Acredita em Richard Dawkins ou no Dráuzio Varella. Se isso não é acreditar em tretas, não sei o que é.

A última frase do comentário é um mistério para mim. Enfatizo a expressão “servir a matéria”. Sim, está certo, quem a tem como deusa, deve mesmo servi-la. Se tivesse o leitor diante de mim, eu perguntaria: o que é a matéria, e ele teria um colapso na minha frente.



24/09/2017

Resposta a um leitor anônimo

Confesso que não tenho muito ânimo para responder leitores anônimos, principalmente quando os comentários versam sobre coisas importantes. Não entendo porque se esconder quando se quer dar uma opinião ou perguntar alguma coisa.

Mas um leitor postou um comentário educado ao post Papa Francisco criou ontem a "ciência" do casamento e da família que talvez contenha dúvidas de outros leitores. Penso que seja uma boa oportunidade de elucidar.

Ele pergunta: "Caro Angueth, o termo ciência no sentido de conhecimento, estudo, busca do saber, não estaria aí muito bem aplicado? Há problema em criar um instituto para a ciência da família, ou seja, para o estudo, para o conhecimento da instituição familiar? E isso tanto no sentido teológico-espiritual quanto natural?"

Respondo que não há nenhum "problema" em criar institutos pontifícios. Além disso, o Papa Francisco está, neste ato, exercendo seu direito como Sumo Pontífie. Respondo também que a definição de ciência que o leitor apresenta é passável, dada a situação atual do fetiche da ciência moderna. Mas...

Bem, é preciso não ter lido nenhuma das declarações do Papa Francisco, é preciso não ter lido a Amoris Leticia, é preciso não ter lido a CORREÇÃO FILIAL ACERCA DE POSSÍVEIS HERESIAS (escrita em várias línguas, inclusive o espanhol) que católicos publicaram recentemente em relação a esta Encíclica, é preciso não ter a menor capacidade de análise, para acreditar que a substituição de um instituto antigo por um novo, com a substituição de seus antigos componentes, seja apenas uma demonstração do papa por seu apreço à busca do conhecimento. Além do mais, sobre o matrimônio e a família a Igreja já tem firmado dogmas que ultrapassam, e muito, qualquer conclusão científica. Lembremos que o casamento é um Sacramento criado por Nosso Senhor Jesus Cristo, que não faz sequer parte da Tradição. Assim qualquer ciência envolvida deverá ser para manter os dogmas!

O leitor ainda pergunta: "Você não estaria já reagindo a algo como se fosse mal em si mesmo apenas pelo uso da palavra 'ciência', quando na verdade pode ser algo bom?"

Reajo mal sim, à palavra ciência, porque entendo bem o que ela significa no contexto atual das discussões. Cientificar coisas que pertencem à ordem moral é uma estratégia para desmontar o arcabouço moral cristão. Pois, os ideológos da ciência não sabem, ou não querem saber, ou estão mal-intencionados, que a moral pertence a uma outra ordem de conhecimento, muito acima do conhecimento científico. Para a mentalidade moderna, a única forma de conhecimento é a ciência. Isso nunca pode ser uma consideração de um católico. Ciência é um recorte tosco da realidade, enquanto Nosso Senhor Jesus Cristo é o Criador da realidade. Ele age através dela para nos ensinar, Ele a controla, Ele a domina; ela foi feita por Ele, que é o Verbo de Deus. Daí a minha suposta má "reação" ao tal novo instituto.

21/04/2017

Falsificações da Ciência

Um leitor, Thiago, deixou um comentário sobre a postagem "Ainda a Libido Dominandi: mecânica e eletricidade 

Ele diz: "Não entendi a relevância dessa citação. Se a eletricidade foi usada como propaganda do materialismo no século XIX, não é mais hoje. Qual o ponto aqui? "

Acho a dúvida relevante. Para saná-la é preciso entender que a informação de que a ciência está sendo instrumentalizada pelos ateus é muito importante. Significa que a ciência está sendo usada para um propósito que não é dela. A verdadeira ciência não emite opiniões sobre a existência ou não de Deus, sobre a existência ou não de fenômenos sobrenaturais. Sobretudo, a ciência não tem nada a dizer sobre a moral. Isso tudo está fora do escopo da ciência; todo grande cientista sempre soube disso. São os ideólogos e ateus militantes que estão sequestrando a ciência (aqui e aqui).

O segundo ponto a considerar é que a ciência da eletricidade (e do magnetismo) tem sido usada até hoje para enganar. Quem nunca viu falar a respeito de água magnetizada, travesseiro e colchão magnético, etc. Quem já não viu alguém afirmar que é bom andar descalço para descarregar as energias do corpo. Quem já não se deparou com alguém falando de energia vital, aura, energia de vida, etc, num contexto completamente materialista. A ideia de que o ser humano é só uma concentração de energias diferentes e que através da manipulação destas é possível curar, aumentar a duração da vida, trazer felicidade, etc, é uma consequência de todo esse movimento iniciado há 200-300 anos. 

Entender isso é importante para enfrentarmos os falsificadores contemporâneos que falam da teoria da evolução como algo científico, do aquecimento global como fato comprovado, além, é claro, de todo o estabelecimento de uma ditadura médica que nos pretende determinar o que e como comer.

"O ponto aqui", Thiago, é este!

09/04/2017

Frequentar ou não frequentar, eis a questão

Um leitor me escreve dizendo morar longe de uma cidade onde há Missa Tridentina e que “não tenho frequentado missas modernistas e não tenho me comungado.” Além disso, ele afirma: “Se não desejo frequentar a missa moderna e consequentemente não posso me comungar numa missa modernista, estou em pecado?” Penso ser esta uma dúvida de muitos.

A Missa de Paulo VI, missa instituída depois do Concílio Vaticano II, também chamada de Rito Romano Ordinário, é uma missa católica válida. Nela há a Consagração da Hóstia e o Sacrifício de Nosso Senhor é celebrado validamente. Há muitíssimos abusos atualmente nas missas espalhadas por aí. Isso não tem nada a ver com a validade do Sacramento.

Outra coisa: devemos ir à Missa não por quaisquer desejos. Devemos ir à Missa porque é nossa obrigação para com Deus. Quando não havia em minha cidade a Missa Tridentina, eu frequentava as Missas modernas. Escolhia sempre o padre mais piedoso e a missa menos barulhenta; descobri que as primeiras missas do dia são menos barulhentas; é que quem faz barulho deve acordar mais tarde. Descobri também que os padres mais piedosos hoje em dia são os mais intelectualmente desapetrechados, aqueles que não absorveram, pela graça de Deus, as falsidades que são ensinadas hoje nos seminários. Esse tipo de padre fala pouco na homilia e não procura aparecer como astro da Missa.


Finalmente, você leitor pode e deve comungar na Missa moderna, se estiver em estado de graça. O que se deve evitar terminantemente é a comunhão na mão; se possível deve-se também recebê-la de joelhos. Repetindo: há a Consagração e o Sacramento é válido.

26/03/2017

Catolicismo, vontade e sentimento.

Recebo de um leitor amigo (Flávio Dornelles) a seguinte pergunta. Na última palestra dissestes que o Catolicismo é a religião da vontade e não do sentimentalismo. Poderia em poucas palavras falar sobre a parte da vontade?

Todos nós temos sentimentos, que nos assaltam a todo momento. Mas o católico sabe que não devemos, e não podemos, ser governados por eles. Devemos ser governados pela razão, iluminada pela Fé. O que quer dizer isso? 

Que não devemos viver para alimentar nossos desejos sentimentais e nem nos medirmos pelo que sentimos; pelo que sentimos acerca dos outros, nem pelo que sentimos acerca de nós mesmos. Se ficarmos envoltos na neblina dos sentimentos, perdemos a noção da realidade, perdemos sobretudo a noção da ordenação dos bens e dos males. 

Por exemplo, o católico não assiste a Missa para se sentir bem, ou não faz caridade para se sentir bem, ou não reza o santo Terço para se sentir bem. Porque, pela razão e pela Fé, estas são nossas obrigações que devem ser feitas quer sintamos bem ou mal. 

O que faz com que não ajamos por sentimentos é o direcionamento de nossa vontade ao que dita a razão e a Fé. É a obediência ao que dita nossa inteligência.

A Igreja nunca pregou que nós estamos aqui na Terra para nos sentirmos bem, mas sempre disse que estamos aqui para nos salvar. Essas duas coisas estão, na maioria das vezes, em oposição. Por isso eu disse que o catolicismo é a Religião da realidade e não do prazer. É a Religião da alegria e não do prazer. E alegria é vontade direcionada Àquele que disse ser "a verdade, o caminho e a vida". Sentimento é pois um péssimo conselheiro para o católico.


22/03/2015

Leitor não entende as citações tão ecléticas do blog. Blog responde.

Um leitor, de nome Sérgio, escreve ao blog o que se segue.

Prezado Prof. Angueth,
Gostaria de entender como o senhor consegue citar e recomendar ao mesmo tempo, pessoas de opiniões tão dispares e divergentes, vejamos:
- Cita e recomenda Dom Sarda e a leitura de seu livro "O liberalismo é Pecado" e ao mesmo tempo cita Olavo de Carvalho, um liberal ao estilo Yanke, tanto em política quanto em economia...
- Cita o professor Orlando Fedeli, o qual demonstrou a gnose guenoniana do referido Olavo...
- Cita Chesterton e Belloc que combateram o liberalismo com o distribuitismo, mas nada fala sobre essa corrente...
- Recomenda o padre Villa, mas sem as devidas ressalvas como o fato dele ser favorável a missa nova e nunca tê-la criticado, afora o sensacionalismo de alguns de seus livros e/ou de seus colaboradores vide: "A Mitra satânica de Bento XVI"...
- Elogia o padre Vieira, mas esquece que ele era sebastianista, um milenarista...
- E outros casos mais...
Obrigado.

Vou mencionar alguns dos “outros casos mais”. Cito Pascal, que teve fortíssimas simpatias jansenistas. Como não citar o autor de tais pensamentos:
- É preciso amar só a Deus e odiar só a si mesmo;
- Não somente nós não conhecemos a Deus senão por Jesus Cristo, mas não nos conhecemos a nós mesmos senão por Jesus Cristo; não conhecemos a vida, a morte senão por Jesus Cristo. Fora de Jesus Cristo não sabemos o que é nem nossa vida, nem nossa morte, nem Deus, nem nós mesmos;
- Quereis chegar à Fé e não sabeis o caminho. Quereis sarar da infidelidade e pedis os remédios para isso, aprendei daqueles que estiveram atados como vós e que apostam agora todo o seu bem. São pessoas que conhecem aquele caminho que gostaríeis de seguir e que foram curadas de um mal de que quereis sarar; segui a maneira pela qual eles começaram. Foi fazendo tudo como se acreditassem, tomando água benta, mandando rezar missas, etc.

Cito também C.S. Lewis, o cristão anglicano. Conheço muitas pessoas que se converteram ao catolicismo lendo este extraordinário anglicano.

Cito Nelson Rodrigues, um católico assumido, mas também autor de, por exemplo, “Bonitinha, mas Ordinária”. Esse católico foi o único grande intelectual brasileiro a reconhecer o valor essencial de Gustavo Corção, enquanto muitos outros católicos procuravam desacreditá-lo. Ele percebeu como poucos, o grande cataclismo que atingiu a Igreja no pós-Concílio Vaticano II. Quem lia suas crônicas podia acompanhar a surpreendente degradação interna da Igreja.

Cito Santo Afonso Maria de Ligório que, para escrever Glórias de Maria, se valeu de alguns dos evangelhos apócrifos para relatar alguns acontecimentos da vida de Nossa Mãe.

Cito Santo Agostinho, que foi platônico, e em cuja obra muitos agostinianos posteriores encontraram argumentos para desacreditar Santo Tomás e depois para lançar a Reforma, que cindiu toda a cristandade.

Cito Santo Tomás que, em sua época, foi enormemente pressionado a abandonar aquele perigoso pagão que ele insistia em ler e citar, mas não só. Ele ousou até a entende-lo e a ensiná-lo para nós. Trata-se obviamente do grande Aristóteles, a quem Santo Tomás chamava de O Filósofo, como chamava São Paulo de O Apóstolo; e, horrores dos horrores, chamava Averróis, sim o árabe, de O Comentador de Aristóteles. O que pensaria o leitor Sérgio do nosso Santo Tomás, o Doutor Comum, se vivesse em sua época?

Sobre Olavo de Carvalho e minhas opiniões sobre ele, sugiro a leitura de Olavo de Carvalho e eu. Sobre o prof. Orlando, sugiro a leitura de Orlando Fedeli e eu. Quando da morte do prof. Orlando, que outro intelectual brasileiro, senão exatamente Olavo de Carvalho, fez uma pequena homenagem ao morto ilustre? Sim, a morte do prof. Orlando foi também comentada e sentida por Sidney Silveira.

Com relação a Pe. Villa, não faço nenhuma ressalva porque não a tenho. Se você tiver, você mesmo, Sérgio, faça-a onde você quiser. Apresente argumentos que provem que os símbolos da Mitra de Bento XVI não são como diz Pe. Villa, mas não tente desacreditar seu trabalho simplesmente chamando-o de sensacionalista. Lembro, como se isso fosse necessário, que ser favorável à Missa Nova não é pecado! Eu não sou, não assisto a Missa Nova, pela graça de Deus, mas não digo que quem a assista está em pecado!

Bem, de Chesterton e Belloc e suas ideias econômicas, leiam (leitores e leitor) meu artigo na última Chesterton Review em português intitulado Três Alqueires e uma Vaca. Não preciso dizer que já traduzi alguns livros de Chesterton que estão repletos de suas ideias econômicas. Começarei a traduzir, no mês que vem, um livro de Belloc sobre economia.

Bem, agora vem Pe. Vieira. Ai, meu Deus! Sérgio nos lembra que Pe. Vieira foi sebastianista. E daí, Sérgio? Você quer dizer que o Sermão da Quarta-feira de Cinzas está eivado de sebastianismo? Você quer dizer que os trinta sermões que ele fez sobre o Rosário são inadequados, deveriam ser proibidos, por causa do seu sebastianismo? O que você quer dizer?

Desafio você a me apontar a gnose dos artigos que cito de Olavo de Carvalho, o sebastianismo dos sermões que cito de Pe. Vieira, o anglicanismo dos trechos que cito e traduzo de C.S. Lewis e a pornografia no que cito de Nelson Rodrigues.

Aponto, para terminar, sua profunda ignorância do que pensa Olavo de Carvalho, chamando-o de liberal yankee. É típico nos críticos tupiniquins de Olavo demonstrar ignorância logo no começo de seus arremedos de argumento. Vá estudar um pouco mais a obra dele, depois tente algo além de papo-de-boteco sobre esse pensador.


Sugiro que você edite um Index Librorum Prohibitorum para orientar católicos ignorantes como este blogueiro.

12/03/2015

Leitor pergunta e o blog responde: como ser um estudante católico na universidade de hoje?

Defino-me como Católico Romano e Conservador-liberal, adotando o Liberalismo apenas em seu caráter estritamente econômico.

Gostaria de saber do senhor, como fazer para um jovem aluno nos dias de hoje exercer sua personalidade e suas convicções dentro de uma Faculdade? Estudo Direito e, tendo em vista o caráter Modernista, Positivista, Marxista, Relativista, enfim, dessas ideologias, como fazer para sair vivo e não ser amordaçado, marginalizado e até martirizado num ambiente desses?

Caro leitor, vou responder à pergunta que você me fez, mas antes respondo à que você não me fez. Você se define como católico conservador-liberal e diz adotar o liberalismo apenas em sua vertente econômica. Concedo que esta seria a melhor posição se a Igreja não tivesse uma Doutrina Social antiga e consistente sobre isso. Eu mesmo, um dia, adotei essa posição. Mas descobri que adotar o liberalismo em sua vertente econômica é aceitar os princípios básicos do liberalismo e isso, como já disse, é, no mínimo, pecado, como afirma Dom Sarda em seu livro Liberalismo é Pecado. Se você quiser ler algo mais moderno, leia o livro de Christopher Ferrara, The Church and the Libertarian: A Defense of the Catholic Church's Teaching on Man, Economy, and State. Leia também as Encíclicas de Leão XIII: Libertas e Rerum Novarum. De Pio XI, leia Quadragesimo Anno.

Bem, agora vamos à pergunta que você me fez. Ser um estudante católico na universidade de hoje é uma das coisas mais difíceis. Aliás, ser um estudante sério no Brasil já é uma tarefa hercúlea, em qualquer situação. Leia, por exemplo, A tragédia do estudante sério no Brasil, de Olavo de Carvalho, e você terá uma ideia da coisa.

Você terá de passar por um processo de desintoxicação de ideias erradas que lhe foram impostas pela incultura atual. Esse processo é doloroso e te transformará num cara esquisitão, solitário. Poucos colegas se aproximarão e os amigos minguarão. Seus familiares também reagirão de modo, às vezes, não muito amistoso. Prepare-se então, pelo menos inicialmente, para uma vida de eremita.
Depois disso, você terá de ter uma vida de estudos muito mais rígida que seus colegas, terá de estudar 24 horas por dia, 7 dias por semana, pela vida inteira. Esse não é só um objetivo, mas um projeto de vida, uma espécie de vocação. Qualquer coisa menos que isso, te levará de volta à incultura geral, pois seguir o curso do rio é muito fácil, seguir a manada de imbecis é uma coisa muito confortável, se você não tiver a companhia de verdadeiros intelectuais, de todas as épocas, de todos os matizes.
Espero que a resposta não te desestimule e que você consiga boiar no mar de lama, relativamente imune à sujeira geral.

Um último conselho: não queira exercer sua personalidade e convicções na universidade, por que ela não merece. Procure apenas não se enlamear e se te perguntarem o que você pensa, fale a verdade, como todo católico é obrigado a fazer. Com o tempo alguns se aproximarão e te ouvirão. A estes, dê seu testemunho.


Que Deus e a Mãe d’Ele te iluminem.

11/03/2015

Sobre o Pe. Luigi Villa

Alguns leitores me perguntam sobre o Pe. Luigi Villa, preocupados com os trabalhos do padre italiano sobre os Papas conciliares, principalmente Paulo VI e João Paulo II, já comentados no blog. Ofereço aqui um depoimento de uma pessoa muito mais abalizada que este modesto blogueiro: Alicia von Hildebrand, esposa do grande filósofo católico Dietrich von Hildebrand. Leiam seu depoimento aqui.

24/02/2015

Somos pó: resposta a uma leitora.

A leitora Moniza pergunta:

Caro Prof. Angueth,
"Quanto tenho vivido? Como vivi? Quan­to posso viver? Como é bem que viva?"
Estou um pouco confusa sobre os quatro pontos que o Padre Antônio Vieira pede que levemos em consideração todos os dias poderia me explicar o significado de cada uma dessas perguntas? Como devo pensar e meditar cada uma delas?

Cara Moniza,
Salve Maria!

Quem sou eu para comentar Pe. Vieira! Preciso lê-lo todo ainda, principalmente seus 30 sermões sobre o Rosário, dos quais li só o primeiro.

Mas essas quatro perguntas fundamentam o que se chama o "exame de consciência" que todo católico deve fazer todos os dias da vida, além da meditação da própria morte. Aliás, este sermão nada mais é que uma grande meditação sobre nossa própria morte. As quatro perguntas podem ser resumidas numa só: o que tenho feito de minha vida e o que terei para mostrar quando, morto, passar pelo Julgamento Particular, na presença do Altíssimo, cara a cara com Ele. Temor e tremor, estes são os sentimentos de quem vive à espera de tão momentoso encontro.

Como diz Bernanos: "Mas qual é o peso de nossas chances, para nós que aceitamos, de uma vez por todas, a assustadora presença do divino em cada instante de nossas pobres vidas?"

Essa é a situação precária que todo católico vive. Com a virtude da Esperança sempre presente, mas com a presença das três concupiscências a nos desviar sempre de nosso maior objetivo. Somos pó e tudo que há de bom em nós vem de Deus. A única coisa que produzimos por nós mesmos é o pecado. Eis a precariedade de nossa situação.


Ad Iesum per Mariam.

14/02/2015

Resposta ao nutricionista (será?) que não sabe ler

Aprendi com Olavo de Carvalho, entre outras muitíssimas coisas, que os debatedores idiotas mostram sua idiotice no momento em que abrem a boca. Seu conselho é: leia-os com atenção, com respeito, e depois é só seguir os seus raciocínios para descobrir as inconsistências abundantes no que escrevem, falam e gritam. Em geral, não sabem escrever, nem falar; e se gritam, bem, aí não dá para escutar.

Escrevi um post sobre a frutose, não a substância em si, mas sobre o uso de pesquisas ditas científicas para enganar e gerar políticas restritivas que geralmente atingem os tais industriais capitalistas, cujo único objetivo é destruir a humanidade, como todos sabem.

Bem, depois da história, a área mais repleta desses ideólogos travestidos de cientistas é a nutrição (inclui-se aqui a busca de substâncias maléficas à saúde e a tal de epidemiologia, que serve tão bem ao mal uso que dela fazem). Se quiserem ter uma ideia da coisa, há um estudo muito bom sobre isso aqui.

Pois é, mas um leitor me envia o seguinte comentário ao post da frutose:

Nessa vc podia ficar calado, não tem conhecimento de nutrição para falar essas coisas. Sim, a frutose aumenta a glicose no sangue, liberando insulina, e assim aumentando a massa gorda (até mais que a gordura saturada).

O “nessa vc podia ficar calado”, na verdade o correto é “nesta”, o leitor prova de imediato que não leu o que escrevi e que está usando o argumento “ad hominem”, como fazem os que não sabem e não podem discutir. O indivíduo quis dizer que como, ele pensa, não entendo nada de nutrição, eu deveria ficar calado, vendo os cientificistas nos enganarem. No post, eu não discuto a ciência da bioquímica (pois nutrição não é ciência), mas o uso indevido que dela fazem alguns. A isso o indigitado não responde e ainda por cima pretende me dar uma aula de bioquímica. Eu pergunto, o que tem isso a ver com o que eu escrevi? Significa que o comentarista apoia o estudo e suas conclusões? Afirma que é possível tirar tanta conclusão estatística com a mirrada amostragem estudada? Aviso ao bobão: de estatística eu entendo um pouquinho. Aliás, recomendo fortemente aos interessados a leitura do extraordinário livro How to lie with estatistics. Voltando ao assunto: será que o rapaz (ou garota) que não sabe ler está afirmando que devemos limitar o uso da frutose em alimentos industrializados?

Tudo isso fica como conjectura, pois o espertinho quis mesmo foi atacar minha presumível ignorância a respeito da bioquímica de alimentos, da qual nada comentei e da qual, devo dar razão a ele, não entendo nada.


São assim os militantes anti-qualquer coisa; como não têm argumentos, usam o velho esquema da erística de Schopenhauer, da qual, devo dizer novamente, conheço alguma coisinha.