Leitor escreve o seguinte comentário ao post Leitor insiste, blog explica.:
Sou um católico pouco
praticante, mas que de um ano para cá estou me sentindo compelido a ser mais
participativo para com a igreja, sobretudo depois da posse deste novo
"papa". Mas estou em um estágio de semi-analfabetismo funcional do
ponto de vista dos dogmas da nossa igreja, e estou tentando entender alguns
pontos que me perturbam. O primeiro deles é a relação entre o capital e a
igreja: O que os santos textos nos ensinam em relação ao capital? Por que o
comunismo vai contra nossas ideologias? Até que ponto devo buscar um
crescimento financeiro? Quando uma vontade de realizar um feito pessoal (uma
viagem de lazer, adquirir um bem "melhor" do que o necessário) se
torna perigosa?
Vemos aqui justamente um católico sendo impelido na direção
da Igreja justamente por causa da crise, por causa, na expressão do leitor, do
novo papa, entre aspas. É o que eu falava no post em questão.
A você caro leitor tenho a dizer que o que te compele é
graça de Deus. Responda a ela com obediência e presteza, pois desprezar a graça
de Deus é um grave pecado.
Sobre as dúvidas quanto ao capital e ao comunismo, você
talvez possa ler o marcador Economia
e Catolicismo do blog. Ainda no blog, você pode ler um
belo texto de São Francisco de Sales sobre o espírito de pobreza. Leia, se
puder, todo o livro Filotéia. Você certamente aprenderá que o problema com o
dinheiro não é tê-lo, mas deixar que ele nos domine. São Paulo recomenda a
Timóteo o que ensinar a este respeito (1Tm 7-10; 17-19): (7) Nada trouxemos para o mundo e nada dele podemos levar. (8) Quando,
porém, temos o que comer e o que vestir, com isso nos contentaremos. (9) Mas aqueles
que querem enriquecer caem em tentações, em laços e em muitas cobiças
insensatas e nocivas, que mergulham os homens na perdição e na ruína. (10) Com
efeito a raiz de todos os males é a cobiça
do dinheiro, na qual, espasmando, alguns desviaram-se da fé,
atormentando-se com muitas aflições. (17) Aos
ricos deste século recomenda que não sejam altivos, nem ponham a esperança em
riquezas incertas, mas em Deus, que nos dá todas as coisas com abundância,
para delas usarmos; (18) recomenda que pratiquem o bem, que se enriqueçam de
boas obras, que sejam generosos, liberais, (19) acumulando assim um excelente
capital para o futuro, para alcançarem a verdadeira vida.
Há ainda uma perspectiva diferente a esta questão. Esta
perspectiva é a da devoção à Sagrada Humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Aqui, caro leitor, adentramos no ambiente do devocionário católico, naquele
manancial inesgotável de delícias e consolações divinas. Pe. Faber, em
texto sobre esta devoção, diz: O amor
efetivo faz-nos ver a imagem viva de Jesus, representando em nossa própria vida
os estados, mistério e virtudes da Sua. Trazemos exteriormente essa imagem pela
contínua mortificação, diminuindo e
apertando o conforto corporal, regulando os sentidos, derrubando as exigências
extravagantes do mundo e da sociedade, pela ciosa moderação dos afetos e
dos prazeres inocentes, e pela perpétua repressão de toda vaidade e arrogância.
Nossa vida interior é conforme à de Jesus pela liberdade de espírito que
significa o desapego das criaturas e a conformidade à sua vontade. Nossas ações
exteriores trazem a estampa divina quando procedemos como se fôssemos membros
seus, quando fazemos todas as ações em seu nome e segundo as suas inspirações.
Neste pequeno trecho, você encontrará temas para meditações
infindáveis sobre como “apertar o conforto corporal”, “regular os sentidos”, “derrubar
as exigências extravagantes do mundo e da sociedade”.
Algumas sugestões finais que dou a todo católico “não
praticante” ou "pouco praticante":
1. Vá a Missa todos os domingos e dias de guarda; se
possível, prefira a Missa Tridentina;
2. Confesse pelo menos uma vez por mês, ou quando cometer
pecado mortal;
3. Comungue sempre que esteja em estado de graça;
4. Reze o Rosário (os três terços, não quatro!) de
preferência, se não puder, reze o Terço todos os dias. Lembre-se, a
devoção a Nossa Senhora não é opcional!
5. Leia a vida dos santos, diariamente, e reze pedindo sua
intercessão.
Escreva-me quando quiser e que Nossa Senhora te ilumine!