15/04/2009

Lições das Missas dominicais pós-Vaticano – Parte XVII

Estamos no domingo de Páscoa e o Evangelho, na Missa de Paulo VI, é Jo. 20, 1-9. Maria Madalena descobre o sepulcro de Jesus vazio, avisa Pedro e João. Estes saem correndo para verificar a informação de Maria Madalena e João chega primeiro. Ele espera Pedro que entra primeiro e vê os sinais da Ressurreição.

A Catena Aurea nos apresenta comentários belíssimos de vários comentadores do Evangelho de João. Dentre estes se destacam os comentários de Santo Agostinho e de São João Crisóstomo e São Gregório Magno.

Os comentários do Pontifício Instituto Bíblico do meu Novo Testamento, Edições Paulinas, 1970, diz: “O evangelista tenciona narrar a aparição de Jesus ressuscitado a Maria Madalena e por isso não fala das outras piedosas mulheres, tendo presente apenas a sua protagonista. Vendo Maria que o sepulcro estava vazio, corre sem demora a avisar o chefe dos apóstolos. A curiosidade, mas ainda mais a afeição para como o Mestre, aceleraram o passo dos dois apóstolos, Pedro e João. Este, porém, ainda que tivesse precedido a Pedro, por deferência para com ele, não entrou no sepulcro, deixando-lhe a honra de ali penetrar por primeiro.”

No Semanário Liturgico-Catequético “O Domingo”, Pe. Paulo Bazaglia tem idéias completamente diferentes tanto dos Padres, quanto do Pontifício Instituto Bíblico. Este padre, pasmem os leitores, nos diz: “Bem diferente é a atitude de Simão Pedro, que perde a corrida e, pior, não alcança a fé – gerada pelo amor.”

Veja que coisa! Pedro e João estavam apostando corrida. Talvez eles estivessem treinando para alguma olimpíada hebraica! João ganhou. Sabem por quê? Porque Pe. Bazaglia tenta contrapor João – o amor – a Pedro – resistência em aceitar Jesus. E o amor venceu! Já viram metáfora mais indecente e blasfema que esta? A isto reduziram a catequese católica.

Além de afirmar que Pedro não alcança a fé, esse padre nos diz: “Ocorre que no Evangelho de João, Simão Pedro, salvo raras exceções, representa a dificuldade e a resistência em aceitar Jesus do jeito que ele (sic!) é, sem pretender que o Mestre seja como o discípulo (cf. 13, 6-8 e 18, 17ss).”

A figura de Pedro, a pedra angular, o primeiro Papa preocupa nosso catequista. Porque ele resiste a Jesus no lava-pés, porque ele O nega três vezes. O que Pe. Bazaglia quer é diminuir a importância de Pedro como cabeça da Igreja e, de quebra, diminuir a importância do Papa. Ora, isso é de uma malícia e ignorância tremenda.

Vou colocar Chesterton (desculpe-me por isto!) para responder Pe. Bazaglia: “Quando Cristo, num momento simbólico, estava estabelecendo Sua grande sociedade, Ele escolheu para sua pedra fundamental não o brilhante Paulo, nem o místico João, mas um embusteiro, um arrogante, um covarde – em uma palavra, um homem. E sobre aquela pedra Ele construiu Sua Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Todos os impérios e reinos fracassaram, por causa dessa inerente e contínua fraqueza: eles foram fundados sobre homens fortes. Mas essa coisa única, a Igreja Cristã histórica, foi fundada sobre um homem fraco, e por esta razão é indestrutível. Pois nenhuma corrente é mais forte que seu elo mais fraco.”

Pe. Bazaglia, isto é que o senhor deveria ensinar em sua catequese: a Igreja foi fundada sobre um homem fraco, como todos nós, incluindo o senhor. Esta Igreja é indestrutível porque este homem fraco tem a proteção de Cristo, porque o Papa é o representante Dele aqui no rio da história. Pedro entrou primeiro no sepulcro vazio, porque João – o amor, o místico, o discípulo muito amado – aceitava a liderança de Pedro.

Quanto a Pedro não ter alcançado a fé, eu pergunto: o senhor estaria disposto a passar pelo que Pedro passou, incluindo sua crucificação em Roma, pela fé que o senhor tem em N.S.J.C.?

Para ver outros comentários sobre a Missa nova, clique: Parte I, Parte II, Parte III, Parte IV, Parte V, Parte VI, Parte VII, Parte VIII, Parte IX, Parte X, Parte XI, Parte XII, Parte XIII, Parte XIV, Parte XV, Parte XVI

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