04/06/2009

Mais duas historinhas católicas: Ah! se a Vozes ainda fosse uma editora católica!

MAÇÃS E ROSAS DO CÉU

No ano de 304, no maior furor da perseguição movida por Diocleciano, u ma virgem cristã, chamada Dorotéia, foi conduzida ao tribunal do governador de Cesaréia, na Capadócia. Como não quis sacrificar aos deuses e aos ídolos pagãos, a esposa de Cristo teve de sofrer horrível martírio. Tranqüila no meio dos tormentos, disse ao juiz
- Apressa-te a fazer o que queres, e sejam os suplícios o caminho que me leve, ao celeste esposo. Amo-o e nada temo. Desejo os tormentos, pois são leves e passageiros, u ma vez que por eles chegamos às delícias do paraíso, onde há frutos e flores de maravilhosa formosura e suavidade que nunca murcham, fontes de águas vivas, onde os santos se desalteram na alegria eterna de Jesus Cristo.

Ao ouvir estas palavras o assessor do juiz, um letrado chamado Teófilo, dirigiu-se à Santa caçoando e rindo:
- Envia-me rosas e maçãs do jardim de teu esposo do paraíso quando lá chegares.
- Sim, eu as enviarei, respondeu a jovem.

Notemos que se estava em pleno inverno.

O verdugo apoderou-se da virgem e cortou-lhe a cabeça. Teófilo, chegando em casa, contou a pilhéria aos amigos entre zombarias e sarcasmos. De repente, porém, apareceu-lhe um menino de rara beleza, levando nas pregas de seu manto três magníficas maçãs e três rosas de e fragrância.
- Eis aqui, disse, o que a virgem enviou-lhe da parte de seu esposo do céu.

Teófilo, estupefato, tomou as maçãs e contemplando-as um instante, exclamou:
- Verdadeiramente, Jesus Cristo é Deus, o Deus que não engana.

Fazendo esta confissão, Teófilo selava a sua sentença de morte. Algumas horas depois, conduziram-no ao suplício, tornando-se mártir da mesma fé católica de que antes zombara.


HEROÍSMO DE UM ANCIÃO

S. Policarpo, um dos grandes heróis da Igreja Católica, era bispo de Esmirna e discípulo de S. João Evangelista. Foi um dia detido por um piquete de soldados, os quais recebeu e tratou com muita caridade, convidando-os a se assentarem à sua mesa para a ceia.

Pediu-lhes depois lhe dessem tempo para encomendar a Deus, a Igreja e seus perseguidores. Feita a sua oração, pôs-se a caminho com os soldados, que o maltrataram cruelmente durante toda a viagem, pagando com violências os benefícios que lhes fizera o santo bispo.

Conduzido à presença do governador, quis este convencê-lo que era melhor sacrificar aos deuses e salvar a vida do que deixar-se martirizar. Falou-lhe assim:
- Venerável ancião, amaldiçoa a Cristo e eu te porei em liberdade.
- Faz oitenta anos que sirvo a Jesus Cristo e dele só tenho recebido favores e benefícios; por que, pois, haveria de amaldiçoá-lo?
- Se as feras não te dilacerarem, insistiu o governado - serás queimado vivo.
- Bem se vê que desconheceis o fogo eterno do inferno, e por isso me ameaça com o tormento do fogo terreno e passageiro.

Condenado à fogueira, o fogo, em vez de queimá-lo, formou uma como grinalda ao redor dele, não lhe causando o menor dano.

Atravessaram-no então com a espada e, assim, terminou gloriosamente a sua vida terrena o heróico confessor de Jesus Cristo e defensor intemerato da Santa Igreja.

Ver Quando a Vozes ainda era uma editora católica

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