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15/09/2013

Festa das Sete Dores de Nossa Senhora



Oratio
 
Ó Deus, em cuja Paixão, segundo a profecia de Simeão, um gládio de dor traspassou o terníssimo coração da gloriosa Virgem Maria, vossa Mãe, concedei-nos, propício, que, recordando com veneração as suas Dores, possamos alcançar o feliz efeito de vossa Paixão. Vós, que, sendo Deus, viveis e reinais.
 
 
 
Leiam o belíssimo texto de Pe. Faber sobre o Martírio de Maria.

14/09/2013

Festa da Exaltação da Santa Cruz


A IGREJA Católica ocidental conhece a festa da Invenção da Santa Cruz, celebrada no quinto e sexto século, em memória da célebre aparição do sinal da Cruz, na batalha da ponte Mílvia, que deu a vitória ao imperador Constantino sobre seu competidor Maxêncio, e a festa da Invenção do Santo Lenho, pela Imperatriz Santa Helena. A liturgia dos nossos dias, porém, reserva o dia 3 de Maio à celebração da Invenção da Santa Cruz e à Aparição maravilhosa na batalha acima referida, dando-lhe o título: Festa da Invenção da Santa Cruz. O dia 14 de Setembro, dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, comemora o glorioso fato da reconquista da Santa Cruz das mãos dos Persas. 
 
Chosroes II, rei da Pérsia, pegara em armas contra o império oriental romano (610), sob o pretexto de querer vingar as crueldades que o imperador Phocas tinha praticado contra o imperador Maurício. Phocas desapareceu e teve por sucessor Heráclio, governador da África. Este fez proposta de paz a Chosroes, que este rejeitou. Uma cidade após outra caiu em poder dos Persas, sem que Heráclio lhes pudesse tolher os passos. Senhor de Jerusalém, Chosroes praticou as maiores atrocidades contra sacerdotes e religiosos, reduziu à cinza as igrejas, e entre outras preciosidades, levou também a parte do Santo Lenho, que Santa Helena tinha deixado na cidade Santa. 
 
Heráclio pela segunda vez pediu a paz. O rei bárbaro respondeu-lhe com arrogância e orgulho: "Os Romanos não terão paz, enquanto não adorarem o sol, em vez de um homem crucificado". Vendo assim frustrados todos os esforços, Heráclio pôs toda confiança em Deus e em 622 marchou contra a Pérsia. Vitorioso no primeiro encontro, na Armênia, no ano seguinte o exército cristão conquistou Gaza, queimou o templo, junto com a estátua de Chosroes, que nele se achava. Chosroes mesmo foi assassinado pelo próprio filho, com o qual Heráclio celebrou a paz. Uma das primeiras condições desta paz foi a restituição do Santo Lenho, o qual Heráclio levou em triunfo para Constantinopla. 
 
Uma vez livre do jugo dos Persas, Heráclio resolveu a solene trasladação do Santo Lenho para Jerusalém. Na primavera do ano de 629, com grande comitiva, foi a Cidade Santa, levando consigo a preciosa relíquia. Festas extraordinárias prepararam-se na Palestina. Em procissão soleníssima foi levada a Santa Cruz, para ser depositada na igreja do Santo Sepulcro, no monte Calvário. O Imperador tinha reservado para si a honra de a carregar. Chegada a procissão à porta da cidade que conduz ao Gólgota, Heráclio, como retido por forças invisíveis, não pôde dar mais um passo adiante. O patriarca Zacarias, que se achava ao lado do Imperador, levantou os olhos ao céu e como por inspiração divina, disse-lhe: "Senhor! Lembrai-vos de que Jesus Cristo era pobre, quando vós andais vestido de púrpura; Jesus Cristo levava uma coroa de espinhos, quando na vossa cabeça vejo brilhar uma coroa preciosíssima; Jesus Cristo andava descalço, quando vós usais calçado finíssimo". Heráclio com humildade aceitou o aviso do patriarca. Sem demora tirou a coroa, trocou o manto imperial por uma túnica pobre, substituindo o rico calçado por sandálias e, tomando de novo o Santo Lenho, sem dificuldade alguma o levou até a última estação. Lá chegado, todo o povo se acercou da grande relíquia, venerando-a com muita fé. Muitos doentes recuperaram a saúde. 
 
Para todos, o dia 14 de Setembro de 629 foi um dia de triunfo e da mais pura alegria. Deus ainda o glorificou por milagres, dando a saúde a muitos enfermos. 
 
Fonte: Na Luz Perpétua, Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico, 1950.

30/05/2013

FESTA DO SSMO. CORPO DE DEUS

Lauda, Sion, Salvatorem,
Lauda ducem et pastorem
In hymnis et canticis.

A festividade do Corpo de Deus é a solene comemoração da instituição do Santíssimo Sacramento do Altar. Agradecemos e louvamos neste dia o amor de Jesus pelo dom inefável da Eucaristia. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite expansões de alegria.
 
A santa Missa composta pelo insigne teólogo e poeta, Santo Tomás de Aquino, é uma explicação das palavras da Sequência — Panis vivus et vitalis — Pão vivo e que dá vida. Dela fazem parte os trechos mais importantes da Sagrada Escritura sobre a Eucaristia (Epístola e Evangelho). No Introito agradecemos pelo alimento do céu, a Eucaristia. Ela é para nós "flor de trigo" e "mel do rochedo", isto é, o Cristo, a lembrança de sua Paixão e de seu Amor (Oração). Celebrando a santa Missa anunciamos a morte do Cristo. E sob este aspecto, a Eucaristia é um verdadeiro Sacrifício (Epístola) e alimento sobrenatural (Gradual, Evangelho), símbolo da união e paz entre os fiéis (Secreta), e penhor da união com Deus (Communio). "Omnes in Christo unum", "Todos somos um só (Corpo místico) em Jesus Cristo".

26/05/2013

O TEMPO DEPOIS DE PENTECOSTES

A celebração do Mistério pascal termina com a oitava de Pentecostes. A Igreja é fundada e uma vida nova se comunica aos Cristãos. Cumpre que a semente germine, e que a vida se desenvolva e amadureça. Eis o objetivo dos domingos e festas depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. São 23 a 28 domingos, cuja primeira série, de l a 17, desenvolve o Mistério pascal. Cada domingo destes é uma pequena Páscoa. A segunda série, do 18 ao último visa o fim dos tempos, e prepara as nossas almas para a segunda vinda de Jesus Cristo. 
 
Nossas disposições durante este tempo sejam de jubilosa gratidão pela imerecida graça da Redenção. Jesus, o Médico divino, o Ressuscitador dos mortos, o nosso Salvador, continua na santa Missa o que fez no Mistério pascal. Seu exemplo, sua força na luta, nos comuniquem coragem na luta contra o mal. Vida de sacrifício e de renúncia é a vida do Cristão. Todavia, consola-nos e anima-nos aqui neste mundo, a esperança da consumação da Redenção, e o desejo do céu, da visão de Deus. "Vinde, Senhor Jesus", é a aspiração da alma cristã. 
 
Este tempo se distingue pela celebração de muitas festas de Santos, que são frutos dos Mistérios até agora celebrados, exemplo para também nós conseguirmos a glória eterna.
 
Nas Missas dos domingos depois de Pentecostes, diz-se o Glória e o Credo. Repetindo-se, porém, a Missa do domingo durante a semana, quando não se celebra alguma festa de Santo ou dia que tenha Missa própria, não se diz o Glória nem o Credo. 
 
Domingo de Pentecostes
 
A festa de hoje é uma justa homenagem a SSma. Trindade, uma ação de graças ao Padre e à Sabedoria de Deus e ao Divino Amor, o qual durante o Ano eclesiástico se manifestou de um modo tão admirável na obra da Redenção. Por este motivo se celebra esta solenidade no final da primeira parte do Ano eclesiástico. Não somente neste dia como também em todas as Missas. Devemo-nos lembrar de render graças à SSma. Trindade. Sejam nossos cânticos de louvor o prelúdio do cântico perene: Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos, que os Eleitos em união com os Serafins cantam cheios de profunda reverência a Majestade de Deus. 
 
À glória da SSma. Trindade é oferecido o Santo Sacrifício. Unamo-nos à imolação da Vítima imaculada. Notemos na Santa Missa o Gloria Patri, o Gloria in excelsis Deo, o final das Orações, o Credo, o Suscipe, Sancta Trinitas, o Prefácio e o Placeat tibi, Sancta Trinitas.
 
In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

08/02/2013

Palestra domingo (10/02), depois da Missa, no Colégio Monte Calvário: os Novíssimos.


“Em todas as tuas obras lembra-te dos teus novíssimos, e nunca mais pecarás.” (Eclo 7, 40)




Com o começo iminente da Quaresma, escolhi o tema dos Novíssimos para nos estimular à penitência e à conversão. Lembro aqui o grande Cardeal Manning que, no início de uma série de palestras proferidas no século XIX, nos lembra o seguinte.
 
SINCE last Lent began, how many souls that were gathered here have passed into eternity? And before another Lent begins, how many will stand before the Great White Throne? Who among us shall be the first to go to judgment? Let us therefore enter upon this Lent as if knowing it to be our last; let us begin this time of conversion to God as if we were sure that another would never be granted to us. “Bring forth, therefore, fruits worthy of penance, for now the axe is laid to the root of the tree, every tree therefore that bringeth not forth good fruit is hewn down, and cast into the fire.” (S. Matt. iii. 8-10.)
Desde a última Quaresma, quantas almas que aqui estavam passaram para a eternidade? E antes mesmo da próxima Quaresma, quantas não estarão ante o Grande Trono do Altíssimo? Quem dentre nós será o primeiro a ser julgado? Entremos pois na Quaresma como se ela fosse nossa última; comecemos este tempo de conversão a Deus como se estivéssemos seguros de que outro não seria dado a nós. “(8) Fazei, pois, frutos convenientes ao arrependi-mento. (10) Já o machado está posto à raiz das árvores e toda árvore que não dá bom fruto será cortada e deitada ao fogo.” (Mt 3: 8, 10)
 
Estão todos convidados!

04/02/2013

Domingo da Sexagésima

Nota: O Evangelho deste domingo mereceu um grande sermão de Pe. Antônio Vieira. Segue abaixo um comentário apologético de Pe. Júlio Maria.

Evangelho (Lc 8, 4-15)
Comentário Apologético
do Evangelho Dominical, Pe. Júlio Maria

Naquele tempo, tendo-se reunido muito povo, e como os habitantes de várias cidades tivessem ido a Jesus, propôs-lhes Ele esta parábola: Saiu o semeador a semear sua semente; e ao semeá-la, parte caiu junto ao caminho e foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra parte caiu sobre a pedra, e quando nasceu, secou logo, por não haver umidade. Outra parte caiu entre os espinhos, e os espinhos, nascendo com ela, a sufocaram. E outra parte caiu em boa terra, e depois de nascer, deu fruto, cento por um. Dito isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Seus discípulos perguntaram-Lhe, pois, que significava essa parábola. E Ele lhes respondeu: A vós é dado conhecer o Mistério do Reino de Deus, porém aos outros se fala em parábolas, para que, olhando, não vejam, e ouvindo, não entendam. Este é, pois, o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão ao longo do caminho, são os que a ouvem, mas vindo depois o diabo, tira-lhes a palavra do coração, para que se não salvem, crendo nela. Os de sobre a pedra, são os que recebem com gosto a palavra, quando a ouviram; porém estes não têm raízes; até certo tempo creem, mas no tempo da tentação, desviam-se. A que caiu entre os espinhos: são estes os que ouviram, porém indo, afogam-se com cuidados, riquezas e deleites da vida e não dão fruto. E a que caiu em boa terra: são os que, ouvindo a palavra, guardam-na com o coração bom e perfeito e dão fruto na paciência.
COMMENTARIO APOLOGÉTICO: Constituição da religião

E' outra parábola que o Evangelho de hoje nos apresenta: a do semeador.
O semeador é Deus que lançou a semente divina da religião — a sua palavra, — no terreno das almas que compõem este campo imenso da humanidade.

Esta semente, infelizmente, não caiu toda no bom terreno; uma parte caiu em terreno duro, outra em terreno pedregoso, outra em terreno coberto de espinhos e outra em terreno fértil.
E' o que explica que ao lado da única religião verdadeira, há várias religiões falsas. Todas no fundo, como veremos, provêm da semente divina, o terreno, porém, não era próprio para o seu desenvolvimento: daí nasceram plantas raquíticas, outras disformes, outras quase desconhecíveis.
No fundo de todas estas religiões, encontra-se entretanto, um ponto comum: suas partes constitutivas, que correspondem ás três grandes aspirações do homem: conhecer, amar e servir.
A estas três aspirações correspondem as 3 partes essenciais da religião, que são: 
1. O dogma, que devemos conhecer;
2. A moral, que devemos amar;
3. O culto, que devemos manifestar. 

27/01/2013

O CICLO DE PÁSCOA: Celebração do Mistério da Redenção da humanidade

Está encerrada a primeira parte do Ano eclesiástico, o Ciclo de Natal, em que se relembra o Mistério da Encarnação do Verbo Divino. O Salvador veio ao mundo, e alegres, nós O saudámos como Rei e Lhe rendemos a nossa homenagem.
 
Sua missão é remir a humanidade. Eis o sentido da segunda parte do Ano eclesiástico: a celebração do Mistério da Redenção. Assim como o Natal teve a sua preparação: o Advento, a sua celebração: Natal até Epifania, e o seu prolongamento: o Tempo depois da Epifania, igualmente a Páscoa tem a sua preparação: a Setuagésima, a Quaresma e o Tempo da Paixão, a sua celebração: a Páscoa até Pentecostes, e o seu prolongamento: o Tempo depois de Pentecostes.
 
I. TEMPO DE PREPARAÇÃO
Nós nos preparamos com Jesus Cristo para receber a Vida divina
 
Três degraus subimos para celebrar a Ressurreição de Jesus Cristo e também para ressurgirmos com Ele: 1. o Tempo da Setuagésima: 2. o Tempo da Quaresma; 3. o Tempo da Paixão.
 
1. O TEMPO DA SETUAGÉSIMA
 
1. Significação deste Tempo. A Setuagésima é a primeira parte da preparação para a Páscoa e abrange as três semanas anteriores à Quaresma. Embora não fossem exatamente 70, 60 e 50 dias antes da festa da Ressurreição, em imitação, talvez, ao domingo seguinte, Quadragésima, foram estes domingos denominados: Setuagésima, Sexagésima e Quinquagésima.
 
A mobilidade da festa da Páscoa faz também variar a data da Setuagésima, que, todavia, ordinariamente se abeira do dia 2 de fevereiro, conclusão do Tempo de Natal.
 
O Domingo da Setuagésima e os dois seguintes são, pois, uma preparação para a Quaresma, tempo de penitência propriamente dito.
 
2. Nossos sentimentos durante este Tempo. Devem conformar-se com o espírito do Tempo, que é expresso pelos textos das Missas e do Ofício divino que os Sacerdotes rezam. A lembrança da criação do mundo, da queda no pecado e de todas as suas consequências como sejam: a luta do bem contra o mal, da luz contra as trevas, a dor, o sofrimento, eis os assuntos que devem ocupar nosso pensamento durante estas semanas. Começou a luta contra o pecado, contra o mundo e contra a carne. Pelo combate, para a vitória. Pela cruz, para a luz. Pela morte, para a vida. Pelo sepulcro, para a Ressurreição com o Cristo!
 
Jesus Cristo mesmo nos ensina nos Evangelhos destes domingos estas verdades, e S. Paulo, lutador corajoso, anima-nos por seu exemplo e por sua palavra. Animam-nos ainda os Santos em cujas igrejas nos reunimos.
 
3. Particularidades deste Tempo. Os Sacerdotes usam paramentos roxos em sinal de penitência. O Gloria in excelsis, que se entoava alegremente desde o Natal, não mais é ouvido, exceto nas festas dos Santos. Igualmente desaparece o Aleluia do Ofício e das Missas ate o Sábado Santo. Nota-se ainda que depois do Gradual, em vez., do Aleluia e seu Versículo, reza-se o Trato, salmo de penitência.
 
In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

26/01/2013

Bodas de Caná


Nota: Encontrei dois textos muito bons com comentários ao Evangelho do último domingo. Um deles é do Prof. Orlando Fedeli, o outro segue abaixo, do Pe. Júlio Maria.


2º Domingo depois da Epifania

Evangelho (Jo 2, 1-11)

Comentário Apologético
do Evangelho Dominical, Pe. Júlio Maria

Núpcias em Caná

1No terceiro dia, celebravam-se núpcias em Caná da Galiléia, e estava lá a mãe de Jesus. 2E Jesus e os seus discípulos foram também convidados para as núpcias. 3Ora, vindo a faltar o vinho, diz a mãe de Jesus para êle: «Não têm mais vinho». 4Respondeu-lhe Jesus: «Que importa a mim e a ti, ó mulher? Ainda não chegou a minha hora». 5Diz sua mãe aos que serviam: «Fazei o que ele vos disser».

6Havia lá seis talhas de pedra, preparadas para as abluções dos judeus, cada uma das quais continha duas ou três medidas. 7Diz-lhes Jesus: «Enchei essas talhas de água». E eles encheram-nas até à borda. 8Depois acrescentou-lhes: «Tirai agora e levai ao mestre de mesa». E eles levaram. 9Logo que o mestre de mesa provou a água convertida em vinho - ele não sabia donde vinha, sabiam-no os serventes que tinham tirado a água - chama o esposo 10e diz-lhe: «Todos servem primeiro o vinho melhor e, quando têm bebido bem, servem então o inferior. Tu, pelo contrário, guardaste o vinho bom até este momento!»
11Assim, em Caná da Galiléia, Jesus deu início aos seus milagres e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
 
COMMENTARIO APOLOGETICO: O destino do homem

Lendo o Evangelho de hoje, ficamos encantados pelo desvelo da SSa. Virgem, a sua atenção carinhosa para com os recém-casados.
 
Tudo isso converge admiravelmente para a grande finalidade que Jesus tinha em vista: manifestar a sua gloria e robustecer a fé de seus discípulos, como diz o Evangelista na ultima frase da narração. 
 
Jesus deu inicio a seus milagres e manifestou a sua gloria.
 
Manifestar a gloria de Deus era, de facto, o resumo da vida de Jesus como deveria ser o resumo da nossa própria vida. 
 
Jesus veio neste mundo para glorificar o seu Pai; e nós estamos neste mundo para esta mesma glorificação.
 
Deus nos deu um destino conforme a nossa natureza, nossas faculdades e tendências, o qual devemos prosseguir durante a nossa vida inteira.
 
Meditemos hoje este belo assunto, mostrando:
1. Qual é o nosso destino.
2. Como devemos alcançá-lo.

02/12/2012

Começa o Advento: “preparai, pois os caminhos do Senhor, porque o Reino de Deus está próximo.”


O tempo de preparação de 3 a 4 semanas, que precede a festa de Natal é chamado de Advento. Isto quer dizer que o Redentor do gênero humano está, por assim dizer, em caminho para vir até nós, enquanto nós nos preparamos para recebê-lo. A consciência dos nossos pecados nos faz desejar ardentemente e esperar a vinda do Redentor e Salvador do mundo.

1. Significação deste Tempo. Estas quatro semanas recordam-nos a primeira vinda do Salvador, em carne, e levam-nos a pensar numa segunda vinda, no fim do mundo.

As partes próprias das Missas destes quatro domingos põem esses pensamentos diante dos nossos olhos. Vemos o Salvador que há de vir, como O viram em espírito os Patriarcas: Salus mundi, o Salvador do mundo. Como O anunciaram os Profetas: Lux mundi, a Luz do mundo que dissipa as trevas e ilumina as nações. Como O designou S. João Batista, o precursor: Agnus Dei qui tollit pecata mundi, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Como, finalmente, Maria Santíssima contemplou, durante meses, o seu Filho, criança pequenina e meiga que será chamada: Filius Altissimi, Filho do Altíssimo.

Este Tempo diz-nos ainda que Ele virá novamente no fim do mundo (Evangelho do primeiro domingo do Advento). Virá não mais como em Belém, com as mãos cheias de misericórdias, mas como Juiz dos vivos e dos mortos, no furor dos elementos desencadeados e num aparato tão terrível que os homens ficarão mirrados de susto. Hora incerta que devemos temer e para a qual, segundo o aviso do Senhor, cumpre estarmos preparados. E como nos prepararemos? Lembrando-nos da primeira vinda do Senhor e aproveitando-lhe os frutos.

2. Como devemos celebrar o Advento. Tenhamos, em primeiro lugar, um grande desejo do Salvador, desejo esse que nasce da convicção firme da necessidade absoluta da Redenção, não somente para a nossa pessoa, mas, acima de tudo, para toda a santa Igreja, a Comunhão dos fiéis. Isaías, profeta do Antigo Testamento, coloca em nossa boca as palavras: “Enviai, ó céus, o Justo”. E a santa Igreja faz-nos exclamar nas orações: Veni, Domine, et noli tardare. Vinde, Senhor, e não tardeis.

Em segundo lugar, devemos manter em nós o espírito de penitência. S. João Batista exorta-nos: “Fazei dignos frutos de penitência”. A salvação só se aproximará de nós, se afastarmos o pecado e o apego ao pecado, se fizermos penitências pelas faltas cometidas. Preparai, pois os caminhos do Senhor, porque o Reino de Deus está próximo. Passemos, por fim, este tempo, em doce expectação com Maria, Mãe de Jesus. A Santa Igreja, de maneira toda especial, lembra-se dela neste tempo, festejando, logo nos primeiros dias, a sua Imaculada Conceição. Felizes somos nós, porque com a Mãe de Deus, já nos podemos preparar para a festa do Natal. Cada uma das Missas é uma Encarnação do Filho de Deus, e cada uma das santas Comunhões que fazemos neste tempo, faz nascer o Filho de Deus em nós, auxiliando-nos para que possamos dignamente celebrar a festa de Natal.

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

30/04/2012

Festa de Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja



Celebrando a festa de vossa Virgem Santa Catarina, Vos rogamos, ó Deus onipotente, fazei que nos alegremos nesta solenidade anual, e consigamos progredir, graças ao exemplo de tão grandes virtudes. Por Nosso Senhor.

15/04/2012

Domingo in Albis: Oitava de Páscoa

Os cinco domingos que se seguem celebram o Salvador ressuscitado. Mostram seu amor para com as almas remidas por seu preciosíssimo Sangue.

Neste domigo, Nosso Senhor fortalece a fé do Apóstolo São Tomé e como a deste Santo, também a nossa. No II Domingo, Jesus se manifesta como Bom Pastor, que cuida de suas ovelhas, até o fim dos séculos. Os últimos três domingos preparam a sua despedida e a missão do Espírito Santo.

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

14/04/2012

Festa de Santa Liduína (Lídia)

Ó Deus, que fizestes a Bem-aventurada virgem Liduína vítima de admirável paciência e caridade, conceda-nos, nós Vos rogamos, por seu exemplo e intercessão, que depois de ter suportado, por Vossa vontade, as misérias desta vida e ter socorrido nosso próximo. em Vosso nome, possamos merecer as alegrias eternas. Por Nosso Senhor.

08/04/2012

Resurrection of Jesus

Ó Deus, que, no dia de hoje, pelo triunfo de vosso Unigênito, vencedor da morte, nos abristes a entrada da eternidade, secundai com o vosso auxílio os votos que a vossa graça em nós siscita. Pelo mesmo Jesus Cristo, Senhor nosso.

06/04/2012

Passio Domini - II


La Passion du Christ from DICI on Vimeo.

Passio Domini

Ó Deus, que pela paixão de vosso Cristo, Senhor nosso, destruíste a morte herdada com o antigo pecado por toda posteridade, concedei que, tornando-nos semelhantes a Cristo e trazendo pela igualdade da natureza sua imagem terrena, possamos também trazer pela justificação a imagem de sua celeste graça. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso.

28/03/2012

A Paixão em Cena

Este é o título da reportagem do dia 20 de março de 2012, do caderno Turismo do Estado de Minas; Minas Gerais que é tido e havido como um estado muito católico. Tenho descoberto que pouca gente sabe o que é ser católico, tanto os pagãos quanto os próprios autodenominados católicos. Não sei em que categoria está o repórter, o Sr. Alfredo Durães.

Ele nos informa que uma das frases da encenação não se encontra na Bíblia. O ator, encenando Cristo, diz, a certa altura: “Muito amor e união. É o que todos precisam.” Mais a frente o Sr. Durães afirma que “As celebrações da semana santa em Minas Gerais são carregadas de símbolos que convergem para aquilo que chamamos de um mundo mais justo, harmonioso, equilibrado, onde as diferenças sejam apenas detalhes.” Lenin, Stalin e Mao iriam adorar este mundo. Foi lutando por ele que o comunismo conseguiu matar 100 milhões de pessoas em tempo de paz.

Quer dizer então que “um mundo onde as diferenças sejam apenas detalhes” é o ideal cristão? É o que se pode depreender do texto do Sr. Durães. Nosso Senhor chamava os fariseus de raça de víboras, dividia a humanidade entre cabritos e ovelhas e dizia que estas iriam para o Céu e aqueles para o Inferno. Não me parece que o mundo de Cristo, a propósito, o mundo que Ele criou, seja um mundo em que as diferenças sejam detalhes! Além disto, o que será um mundo harmonioso: aquele em que o aborto seja legalizado ou um mundo em que as famílias, mesmo que sofrendo muito, cuidam de seus filhos, uma vez concebidos? O que seria um mundo equilibrado? Este mundo que o PT, com a ajuda de padres, bispos e CNBB, está querendo implantar no Brasil? Um mundo em que o governo do país se articula com narcotraficantes para explorar seu povo? Este mundo seria aquele de Pilatos, de Anás e Caifás? Um mundo em que Barrabás é solto e Jesus é crucificado? Quantos Barrabás estão por aí, por conta destes que dizem lutar por um mundo mais justo?

O Sr. Durães termina seu texto da primeira página do caderno dizendo: “O Turismo homenageia estas pessoas [os atores] que não aparecem nos guias. E sem elas, as tradições que traduzem a alma mineira teriam sumido no tempo.” Sem desconsiderar a importância das festas religiosas populares, quando genuínas, será que o Sr. Durães pensa que a Paixão de Nosso Senhor só é realizada nas festividades populares da Semana Santa? Será que os católicos sabemos que esta Paixão acontece em toda Missa que é celebrada? Será que assistimos a Missa sabendo que ali está sendo sacrificado novamente o Filho de Deus? É provável que não, uma vez que os padres e bispos não mais enfatizam esta elevadíssima verdade católica.

Mas o Sr. Durães continua na página 4. Lá ficamos sabendo que “o demônio, guardas romanos, Pilatos e sua esposa Cláudia Prócula, o anjo da amargura, Verônica, Cristo e outros personagens bíblicos”, sobem a alameda da Basílica, em Congonhas. E aí vem a observação mais interessante do repórter: “Apesar das notórias diferenças ideológicas entre eles, conversavam animadamente.” Não é interessante saber que entre Cristo e o demônio há diferenças ideológicas? Pensem bem, caros leitores. O que pensa, o que sabe, o que estudou, o que leu alguém que diz que entre Nosso Senhor e o demônio há diferenças ideológicas? Suspeito que o Sr. Durães quis ser espirituoso! Mas espirituosidade e ignorância não combinam. 

Mas o Sr. Durães ainda nos informa que a festa da Paixão deste ano incluirá, possivelmente, alusão ao tema da exploração do Morro do Engenho, e justifica: “nesse emaranhado de emoções protagonizadas por Cristo as mensagens podem ser muitas, múltiplas.” Ou seja, a corja dos ambientalistas vai explorar a festa da Paixão, para passar suas “mensagens” como se de Cristo fossem.

Mas é possível criticar duramente o Sr. Durães, os atores, os ambientalistas, sem criticar também outros personagens mais importantes? Quantos padres não usam suas homilias para a mesma coisa? Quantos bispos não fazem a mesma coisa? Não foi um bispo que abençoou o carnaval no Rio? Quantos padres vão criticar a instrumentalização das festas religiosas? Quantos bispos farão declarações desaprovando tais coisas?

A situação da Igreja é muito grave e isto só aumenta a Paixão de Nosso Senhor. As ofensas ao Seu Sacratíssimo Coração se acumulam. Nossa Senhora ainda está ao pé da Cruz, em doloroso sofrimento pelo seu Filho, com seu Coração Imaculado a sangrar.

A Paixão se aproxima. A Igreja ensina, sempre ensinou e sempre ensinará, que toda festa católica, por mais alegre, é sempre matizada por sofrimento; nenhuma outra, como esta! E qual a fonte de tal sofrimento, de tal tristeza, de tal profundo lamento? É que Nosso Senhor morreu por nossa causa, não pela causa ambientalista, não pela causa ideológica, não por um mundo melhor; Jesus morreu por nós, cada um de nós, de modo que possamos ir para o Céu, não por nossos méritos, mas pelos d’Ele. Ou a alma mineira, tão decantada na reportagem do Sr. Durães, se compenetra destas verdades, ou ela não tem salvação!

26/03/2012

O Tempo da Paixão

1. O significado deste tempo. Com o Domingo da Paixão (ontem), iniciamos a terceira fase da preparação para a Páscoa. A Igreja concentra toda a sua atenção no Senhor que padece, e O acompanha em seu caminho de dores, que, pelo ódio e pelas hostilidades dos judeus, conduz até o Calvário. Assistimos ao conflito entre o Salvador e os seus inimigos que Lhe recusam acolhimento. O ódio destes já não procura dissimular-se e, cada vez mais crescente, prorrompe em grosseiras injúrias contra Aquele que, qual bom Samaritano, vai curar-lhes as feridas e libertá-los da morte eterna. O Salvador, às injúrias que Lhe fazem, chamado-O de sedutor, blasfemo, possesso do demônio, responde com toda a calma. Ele bem sabe por que assim o fazem. É a vontade de seu Pai que Ele sofra por aqueles que assim O perseguem. Na realização de seus desígnios, os adversários do Cristo são apenas instrumentos de que Deus se utiliza para a execução de seus eternos decretos. Sobre o Madeiro da Cruz, Jesus alcança a vitória final.

2. Nossos sentimentos durante este Tempo. Embora Deus, Jesus Cristo sofreu todas as atrocidades das dores físicas e morais. A natureza humana padece, geme, procura a salvação. Neste sentido a Igreja compreende os Cânticos das Missas destes quinze dias. E nós, com toda a confiança que temos na vitória final, não deixamos de abismar-nos nas dores de nosso Salvador. Aumente em nós a dor por nossos pecados que Lhe custaram tantos padecimentos. Aumente em nós o amor por nosso Jesus que tanto sofreu por todos os homens!

3. Particularidades deste Tempo. Para bem demonstrar a sua compaixão pelo Esposo, a Igreja omite nestes dias todas as demonstrações de alegria. Não se diz o salmo Judica, ao pé do altar, nem o Gloria Patri. São veladas nas igrejas as imagens e os próprios Crucifixos, em sinal de tristeza. Desaparecem, quase por completo, nestes dias, as referências aos catecúmenos e às igrejas estacionais. A Igreja quer que nos concentremos o mais intensamente possível sobre a Paixão de Jesus e gravemos profundamente em nossas almas o Mistério de nossa Redenção.

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

25/03/2012

Festa da Anunciação de Nossa Senhora

Antiquíssima é a festa que a Igreja celebra hoje, e tem o nome de Anunciação de Nossa Senhora pelo seguinte motivo: estava no plano de Deus que a segunda Pessoa da Santíssima Trindade salvasse o gênero humano, e para este fim tomasse a natureza humana. Tendo chegado o momento escolhido desde a eternidade, para a realização deste grande mistério, o Arcanjo São Gabriel foi incumbido da missão de comunicá-lo a Maria, santa donzela, que residia em Nazaré, e era descende de Davi.  Foi o mesmo Arcanjo que, havia 400 anos, tinha anunciado a vinda e a morte de Messias ao profeta Daniel e, poucos meses atrás, comunicado ao sacerdote Zacarias o nascimento do Precursor.

Maria, casada com José, homem justo, também da casa de Davi, em virtude de um voto que havia feito a Deus, vivia com ele em perfeita e virginal castidade. Entre todas as mulheres do mundo, a SS. Trindade tinha escolhido esta para mãe do Messias prometido, e por este motivo, não resta dúvida, foi que a enriqueceu de tantos privilégios e graças, que em santidade a elevara acima de toda criatura humana. A virgem, por Deus tão privilegiada, achava-se em oração, quando o Arcanjo entrou no aposento. Não é destituída de razão a opinião de Santos Padres, que supõem que o objeto da oração de Maria tivesse sido o que interessava vivamente a nação inteira: a vinda do Messias. O arcanjo saudou-a com estas palavras: “Ave, Maria, cheia sois de graças, o Senhor é convosco; bendita sois entre as mulheres.” Maria, ao ouvir esta saudação, assustou-se. O Arcanjo, porém, prosseguiu: “Nada temais, Maria! Achastes graça diante de Deus. Eis que concebereis e dareis à luz um filho, e por-lhe-eis o nome de Jesus. Este será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai, Davi, e reinará eternamente na casa de Davi, e seu reinado não terá fim.” (Lc 1,30.)

24/03/2012

Festa de São Gabriel, Arcanjo, o grande mensageiro da Encarnação.

Ó Deus, que entre todos os Anjos escolhestes o Arcanjo Gabriel para anunciar o Mistério de vossa Encarnação, concedei-nos por vossa bondande, que, depois de celebrarmos a sua festa na terra, gozemos no céu os efeitos de sua proteção.

05/02/2012

Domingo da Setuagésima: começa o Ciclo Pascal. Celebremos o Mistério da Redenção da humanidade.

Nota: Um dos instrumentos mais eficazes para nossa luta contra o mundo, e contra seu príncipe, está no ciclo litúrgico, que nos é oferecido pela Igreja. Viver cada ciclo litúrgico não nos deixa esquecer quem deve reinar na nossa vida, em todos os seus momentos, em todas as suas situações. A celebração desses ciclos é certamente uma arma que temos contra a perversão do mundo. Mergulhemos pois nos ciclos litúrgicos da Igreja Católica como quem vai em busca daquela água que matará nossa sede para sempre. 


Está encerrada a primeira parte do ano eclesiástico, O Ciclo de Natal, em que se relembra o Mistério da Encarnação do Verbo Divino. O Salvador veio ao mundo, e alegres, nós O saudamos como Rei e Lhe rendemos a nossa homenagem.

Sua missão é remir a humanidade. Eis o sentido da segunda parte do Ano eclesiástico: a celebração do Mistério da Redenção. Assim como o Natal teve a sua preparação (o Advento) e a sua celebração (Natal até Epifania), igualmente a Páscoa tem a sua preparação (Setuagésima, a Quaresma e o Tempo da Paixão) e a sua celebração (a Páscoa até Pentecostes, e seu prolongamento, o Tempo depois de Pentecostes).

TEMPO DE PREPARAÇÃO

Três degraus subimos para celebrar a Ressurreição de Jesus Cristo e também para ressurgirmos com Ele: 1. o Tempo da Setuagésima; 2. o Tempo da Quaresma; 3. o Tempo da Paixão.

O Tempo da Setuagésima

1. Significado. A Setuagésima é a primeira parte da preparação para a Páscoa e abrange as três semanas anteriores à Quaresma. Embora não fossem exatamente 70, 60 e 50 dias antes da festa da Ressurreição, em imitação, talvez, ao domingo seguinte, Quadragésima, foram estes domingos denominados: Setuagésima, Sexagésima e Quinquagésima.

A mobilidade da Festa da Páscoa faz também variar a data da Setuagésima, que, todavia, ordinariamente se abeira do dia 2 de fevereiro, conclusão do Tempo de Natal. 

O Domingo da Setuagésima e os dois domingos seguintes são, pois, uma preparação para a Quaresma, tempos de penitência propriamente dito.

2. Nossos sentimentos durantes este período. Devem conformar-se com o espírito do Tempo, que é expresso pelos textos das Missas e do Ofício divino que os sacerdotes rezam. A lembrança da criação do mundo, da queda no pecado e de todas as suas conseqüências como sejam: a luta do bem contra o mal, da luz contra as trevas, a dor, o sofrimento, eis os assuntos que devem ocupar nosso pensamento durante estas semanas. Pelo combate, para a vitória! Pela cruz, para a luz! Pela morte, para a vida! Pelo sepulcro, para a Ressurreição com o Cristo!

Jesus Cristo mesmo nos ensina nos Evangelhos destes domingos estas verdades, e São Paulo, lutador corajoso, anima-nos por seu exemplo e por sua palavra. Animam-nos ainda os Santos em cujas igrejas nos reunimos.


In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.