31/03/2013

O TEMPO PASCAL

Jesus Cristo, vencendo a morte, nos comunica a Vida nova.
 
1. Significação deste Tempo. É o período que vai do Domingo de Páscoa até o sábado depois de Pentecostes. Três grandes festas se celebram neste espaço de tempo: a Páscoa ou Ressurreição, a Ascensão e a descida do Divino Espírito Santo (Pentecostes). Tão antiga como a Igreja, a festa da Páscoa regulou a distribuição do Ano eclesiástico. O Mistério pascal preparado pela Quaresma e prolongado até Pentecostes, irradia sobre quatro meses do ano cristão: e todo o resto do ano é apenas uma preparação ou uma expansão desta solenidade. 
 
Jesus Cristo, o Sol da Justiça, brilha hoje em toda a sua plenitude. Sua Ressurreição é a prova mais brilhante e incontestável de sua divindade. E' pois, com razão, que a santa Igreja, em transportes de alegria, celebra o triunfo definitivo de Nosso Senhor e associa todos os seus filhos à sua gloriosa Ressurreição, fazendo-os renascer para uma vida nova. Esta vida nova tem a sua origem no Batismo. Por este motivo este Sacramento ocupa um lugar de relevo na liturgia pascal. Administravam-no solenemente na noite do Sábado Santo: e durante toda a oitava, os novos batizados, como filhos recém-nascidos, absorviam todos os cuidados da santa Madre Igreja. Entretanto esta Mãe pensa também em nós durante este Tempo. Jesus Cristo combateu também por nossas almas. Sobre as ruínas do "velho homem", Ele quer fundar o seu reino de graça. Cumpre, pois, exterminar de nós o pecado, único obstáculo à nossa ressurreição. Eis porque a Igreja nos convida com tanta insistência para o Sacramento da penitência! 
 
2. Nossos sentimentos neste Tempo. O Cristão que alcançou uma perfeita inteligência do que significa o Tempo pascal, e vive e sente com a santa Igreja, compreendeu a vida sobrenatural em toda a sua extensão. Sim, para nós, a Páscoa não é somente a comemoração da Ressurreição de Jesus Cristo; é o início, é o penhor e a garantia da nossa própria. O Batismo nos fez membros de Jesus Cristo. O Espírito Santo, que habita e vive n'Ele, habita e vive também em nós. Nossos corpos são seus templos. Daí resulta que este Espírito, que ressuscitou a Jesus Cristo, exercerá em todos os membros de seu Corpo místico, as mesmas transformações. Ressuscitaremos e triunfaremos com Ele. Nossa alma, nosso corpo, toda a nossa personalidade, todo este nosso eu, que nos é tão caro, a quem a destruição e o nada horrorizam, conhecerá também este dia vitorioso em que, vencida a morte, se tornará semelhante à humanidade gloriosa do Salvador. E como as festas pascais nos fornecem o penhor infalível desta Ressurreição, torna-se para nós um céu antecipado. A alma cristã, desde já, vive com Jesus Cristo ressuscitado; e toda a liturgia com os seus aleluias sem fim, dá-lhe um antegozo da eternidade. 
 
3. Particularidades deste Tempo. Durante este período parece que a santa Igreja olvida por algum tempo a sua condição de militante, a fim de tomar parte nas alegrias da Igreja triunfante. Mais que em qualquer outro tempo, o culto se reveste de um aspecto solene e jubiloso, que contrasta com as tristezas da Semana Santa. 
 
Cântico do céu, o aleluia, banido dois meses dos nossos lábios, ressoa enfim. Dir-se-ia não ter a Igreja outra palavra para exprimir a sua alegria. O Círio pascal, símbolo do Cristo ressuscitado, lá está aceso, atestando até o dia da Ascensão, o Ressurgimento. 
 
Um reflorescer de vida sobrenatural se opera na Igreja, como se das festas pascais brotasse uma seiva nova. Águas batismais. Santos óleos. Pão eucarístico. Luz. Fogo. Incenso. Todas estas energias foram renovadas. Suspensos os seus ritos de penitência. Os ornamentos são brancos. O Asperges que purifica é substituído por um hino às águas vivificadoras que acabam de brotar. Fica interrompida a lei do jejum, mesmo nas ordens religiosas mais severas. As Orações se fazem de pé, pois outra atitude conviria menos a triunfadores.

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

24/03/2013

A SEMANA SANTA COMEÇA COM O SEGUNDO DOMINGO DA PAIXÃO

Começamos a Semana Santa, durante a qual a Igreja celebra os santos Mistérios de nossa Redenção. É ela a preparação última para a Ressurreição de nosso Divino Salvador. Correspondendo à sua alta significação, distingue-se esta Semana por comoventes cerimônias e atos litúrgicos.
 
Cada dia é privilegiado, de sorte que nenhuma festa pode ser celebrada durante esta semana. As Orações, os Cânticos, as Leituras nos Ofícios e nas santas Missas relembram os grandes Mistérios de nossa Redenção.
 
No Domingo, chamado de Ramos, comemoramos a solene entrada de Jesus em Jerusalém e sua aclamação pelo povo dos judeus.
 
Na Quarta-feira, o grande sinédrio resolve condenar Jesus à morte e Judas vende por isso o seu Mestre por trinta dinheiros.
 
Na Quinta-feira, assistimos à última Ceia, ao Lava-pés, à instituição do Sacrifício e do Sacramento da Eucaristia. E acompanhamos a Jesus em oração ao Horto das Oliveiras, vendo a sua prisão e a fuga dos discípulos.
 
Sexta-feira Santa é o dia da condenação do Salvador, de sua Crucifixão e Morte na Cruz.
 
Sábado Santo é o descanso do Senhor na sepultura e o raiar do dia da Ressurreição.
 
Como vemos, a Igreja se aprofunda mais e mais nos insondáveis Mistérios da Paixão do Salvador, até que a nossa tristeza atinge o mais alto grau nos últimos três dias. Os sinos se calam, os altares são despojados das toalhas. A história da Paixão nos é narrada pelos quatro Evangelistas. O Apóstolo S. Paulo nos exorta para toda a Semana, a participarmos dos sentimentos de Nosso Senhor e de sua Igreja, dizendo na Epístola de Domingo de Ramos: ''Hoc enim sentite in vobis quod et in Christo Jesu". Tende em vós os mesmos sentimentos que teve Jesus Cristo.
 
Cuidemos que esta semana seja para nós verdadeiramente santa, esforçando-nos por uma vida mais perfeita para que possamos participar dos frutos de nossa Redenção. Evitemos as distrações supérfluas, para que o nosso espírito possa estar junto a Jesus. Enquanto for possível, assistamos às cerimônias e atos litúrgicos destes dias.
 
Como os catecúmenos, preparemo-nos para renovar e avivar em nós a graça batismal. Como os penitentes públicos dos antigos tempos, tenhamos bem vivos os sentimentos de dor e arrependimento por nossos pecados, e com toda a santa Igreja, tenhamos firme esperança na vitória final, na Ressurreição com Jesus Cristo para uma vida melhor.
 
Domingo de Ramos
 
É o domingo que precede à festa da Páscoa e dá início à Semana Santa. Domingo de Ramos, Páscoa florida, Domingo das Palmas, assim chamado porque antes da Missa principal se realiza a bênção dos Ramos com procissão.
 
Desta bênção e desta 'procissão, já encontramos vestígios claros no século V.
 
Se deveras queremos compreender a liturgia deste domingo, cumpre colocarmo-nos bem no meio do cenário onde se vai desenrolar p doloroso drama, e, para que possamos atingir esse objetivo, útil será recordarmos os acontecimentos dos últimos dias da vida do Divino Salvador aqui na terra.
 
Jesus à frente de uma romaria vai de Jerico a Betânia, onde se hospeda com seus amigos Lázaro, Maria e Marta, que, para O homenagearem, dão um banquete. EV nessa ocasião que Maria unge com arômatas a cabeça de Jesus. Indignado com esse desperdício, Judas rompe com seu Mestre. Muita gente vem a Betânia para ver a Jesus e a Lázaro ressuscitado. Com estás multidões parte Jesus no dia seguinte em direção a Jerusalém, passando pelo monte das Oliveiras.
 
Festiva é sua entrada, como narra o Evangelho. O povo aclama o Messias. Honras dignas de um Rei são-Lhe tributadas enquanto os fariseus cada vez mais enraivecem. Contemplando a cidade, Jesus chora, lastimando-lhe a infidelidade e a sorte triste que a espera. Entra solenemente no templo, mas nessa mesma tarde regressa a Betânia.
 
Esses os principais fatos históricos em que se firma a liturgia deste domingo, que consta de duas partes bem distintas:
 
1. a Bênção e procissão dos Ramos — Alegre e triunfal. Porque nela aclamamos o Cristo, Rei e Vencedor.
2. a  santa Missa — Profundamente triste. Porque nela contemplamos o Homem das dores.
 
In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

20/03/2013

Um Papa que se orgulha de sua humildade?


Parece ser este o caso do Papa Francisco. Digo parece, pois pode ser que todos nós estejamos enganados. Vamos esperar um pouco mais para emitirmos uma opinião mais segura.

Enquanto isso, fiquemos aqui com C.S. Lewis, que escreveu um texto extraordinário sobre o orgulho e a humildade. Ele diz o seguinte.

“Não pense que, se você conhecer um homem verdadeiramente humilde, ele será o que as pessoas chamam de "humilde" hoje em dia: não será nem uma pessoa submissa ou bajuladora, que vive lhe dizendo que não é nada. Provavelmente, o que você vai pensar dele é que se trata de um camarada animado e inteligente, que realmente se interessou pelo que você tinha a lhe dizer. Se você não simpatizar com ele, será porque sente um pouco de inveja de alguém que parece contentar-se tão facilmente com a vida. Ele não estará pensando sobre a humildade; não estará pensando em si mesmo de modo algum.

“Se alguém quer adquirir a humildade, creio poder dizer-lhe qual é o primeiro passo: é reconhecer o próprio orgulho. Aliás, é um grande passo. O mínimo que se pode dizer é que, se ele não for dado, nada mais poderá ser feito. Se você acha que não é presunçoso, isso significa que você é presunçoso demais.”

Além disso, vale muito a pena ler otexto de Sidney Silveira, no ContraImpugnantes.

17/03/2013

O TEMPO DA PAIXÃO

1. Significação deste Tempo. Com o Domingo da Paixão, iniciamos a terceira fase da preparação para a Páscoa. A Igreja concentra toda a sua atenção no Senhor que padece, e O acompanha em seu caminho de dores, que, pelo ódio e pelas hostilidades dos judeus, conduz até o Calvário. Assistimos ao conflito entre o Salvador e os seus inimigos que Lhe recusam acolhimento. O ódio destes já não procura dissimular-se e, cada vez mais crescente, prorrompe em grosseiras injúrias contra Aquele que, qual bom Samaritano, vai curar-lhes as feridas e libertá-los da morte eterna. O Salvador, às injúrias que Lhe fazem, chamando-O de sedutor, blasfemo, possesso do demônio, responde com toda a calma. Ele bem sabe porque assim o fazem. É vontade de seu Pai que Ele sofra por aqueles que assim O perseguem. Na realização de seus desígnios os adversários do Cristo são apenas instrumentos de que Deus se utiliza para a execução de seus eternos decretos. Sobre o Madeiro da Cruz, Jesus alcança a vitória final (Prefácio da Santa Cruz). 
2. Nossos sentimentos durante este Tempo. Embora Deus, Jesus Cristo sofreu todas as atrocidades das dores físicas e morais. A natureza humana padece, geme, procura a salvação. Neste sentido a Igreja compreende os Cânticos das Missas destes quinze dias. E nós, com toda a confiança que temos na vitória final, não deixamos de abismar-nos nas dores de nosso Salvador. Aumente em nós a dor por nossos pecados que Lhe custaram tantos padecimentos. Aumente em nós o amor por nosso Jesus que tanto sofreu por todos os homens! 
3. Particularidades deste Tempo. Para bem demonstrar a sua compaixão pelo Esposo, a Igreja omite nestes dias todas as demonstrações de alegria. . Não se diz o salmo Judica, ao pé do altar, nem o Glória Patri. São veladas nas igrejas as imagens e os próprios Crucifixos, em sinal de tristeza. Desaparecem, quase por completo, nestes dias, as referências aos catecúmenos e às igrejas estacionais. A Igreja quer que nos concentremos o mais intensamente possível sobre a Paixão de Jesus e gravemos profundamente em nossas almas o Mistério de nossa Redenção.

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

14/03/2013

Leitores cobram opinião do blog sobre o Papa Francisco.


Estou surpreso como todos com a eleição do Papa Francisco. Estou tentando entender se é um castigo ou uma benção esta eleição. Todos os cardeais são modernistas; assim, nunca poderíamos esperar um papa tradicional, um papa que tivesse como lema o Instaurare Omnia in Christo de São Pio X. Há muitas informações dando conta de que o Papa é hiperecumenista, que os modernistas de todas as cores gostaram de sua eleição, etc; muitas fotos do então cardeal Bergoglio recebendo a benção de pastores protestantes e coisas similares. Há também alguns elogios, como os que eu publiquei, de Sandro Magister.

Muitos tentam extrair das poucas palavras do discurso inicial do Papa, algo do que será seu papado. Ele disse "bispo de Roma" e não Papa; usou a expressão "homens e mulheres de boa vontade"; se referiu a Bento XVI com "bispo emérito" e não "papa emérito", etc. Penso que este é um esforço hermenêutico mais ou menos inútil. 

É cedo para fazer qualquer juízo de valor. Vivemos no tempo e temos de nos submeter à sua passagem e à nossa ignorância. Temos de rezar e confiar em Deus. 

Se a eleição do Papa Francisco for uma benção para a Igreja, agradeceremos a Deus. Se for um castigo, agradeceremos também: O Senhor o deu, o Senhor o tomou; louvado seja o Senhor. (Jo 1,21).

Ad Iesum per Mariam.

Sandro Magister gostou do Papa Francisco.

Em artigo de ontem, Sandro Magister, o respeitado vaticanista, elogia do Papa Francisco! Como eu gostaria que tudo o que ele fala fosse verdade e refletisse, de fato, uma santidade no Vaticano! Eis três parágrafos do artigo.


(...) Um nome que reflete sua vida humilde. Tendo se tornado arcebispo de Buenos Aires em 1998, ele deixou vazia a suntuosa residência episcopal, próxima à Catedral. Foi viver em um apartamento próximo, junto com um bispo ancião. Ele cozinhava a refeição da noite. Raramente andava de carro, circulando de ônibus com a batina de um padre comum.

Mas ele é também um homem que sabe governar; com firmeza e contra a maré. Ele é jesuíta – o primeiro a se tornar papa – e durante os terríveis anos 1970, quando a ditadura assolava vigorosamente, e alguns de seus confrades estavam prestes a pegar nas armas e aplicar as lições de Marx, ele energicamente se opôs à tendência como provincial da Companhia de Jesus na Argentina.

Ele é um pastor de sã doutrina e concreto realismo. Aos argentinos ele deu muito mais que pão. Ele os exortou a retornarem ao catecismo. Aquele dos Dez Mandamentos e das bem-aventuranças. “Este é o caminho de Jesus,” ele diria. E um seguidor de Jesus compreende que “pisotear a dignidade de uma mulher, de um homem, de uma criança, de um idoso é um pecado grave que clama aos céus,” e, portanto, decide a não mais perpetrar tais atos.

As primeiras palavras do Papa Francisco.


Irmãos e irmãs, boa noite!

Vós sabeis que a tarefa do conclave é dar um bispo a Roma. Parece que meus irmãos cardeais foram quase ao fim do mundo para consegui-lo. Mas eis-nos aqui. Agradeço-vos pela acolhida. A comunidade diocesana de Roma tem seu bispo: obrigado! Em primeiro lugar, gostaria de oferecer uma oração por nosso bispo emérito, Bento XVI. Rezemos juntos por ele, para que Nosso Senhor o abençoe e Nossa Senhora o proteja.

[Papa e fiéis rezam Pai Nosso, Ave Maria, e Glória.]

E agora comecemos esta jornada; bispo e povo. Esse caminho da Igreja de Roma, que preside na caridade todas as Igrejas. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança mútua. Rezemos sempre uns pelos outros, para que haja uma grande fraternidade. Minha esperança é que esta jornada da Igreja, que começa hoje, juntamente com o Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuosa para a evangelização desta cidade tão bela. E agora desejo dar a benção. Mas primeiro, primeiro, eu desejo pedir-vos um favor. Antes que o bispo abençoe o povo, peço que rezais ao Senhor para que Ele me abençoe – a oração do povo, suplicando a Benção a seu bispo. Rezemos em silêncio essa oração, de vós para mim.

Darei agora minha benção a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade.

[Segue a benção do Papa, em latim.]

13/03/2013

Oremos pelo Papa Francisco

V. Oremus pro Pontifice nostro N.

R. Dominus conservet eum, 
et vivificet eum, et beatum faciat eum 
in terra, et non tradat eum 
in animam inimicorum eius. (Ps 40:3)

Pater Noster, Ave Maria

Deus, omnium fidelium pastor et 
rector, famulum tuum N., quem 
pastorem Ecclesiæ tuæ præesse 
voluisti, propitius respice: da ei, 
quæsumus, verbo et exemplo, 
quibus præest, proficere: ut ad 
vitam, una cum grege sibi credito, 
perveniat sempiternam. 
Per Christum, Dominum nostrum. Amen.

Habemus papam!

Clique aqui para assistir.

12/03/2013

Oração pelo conclave!

“A vós São José, recorremos na nossa tribulação, e depois de ter implorado o auxílio da vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança, solicitamos também o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes para com o Menino Jesus, ardentemente suplicamos que lanceis um olhar benigno à herança que Jesus Cristo conquistou com o seu Sangue, e nos socorrais, nas nossas necessidades, com o vosso auxílio e poder.

Protegei, ó guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo; afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício; assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas, e assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas dos seus inimigos e contra toda a adversidade. Amparai a cada um de nós, com vosso constante patrocínio, a fim de que a vosso exemplo e sustentados com o vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente, e obter no Céu a eterna bem-aventurança. Amém.”

Os amigos e os inimigos da Cruz

Seguem abaixo, dois trechos de obras diferentes, mas igualmente fundamentais, definindo quem são, de fato, os amigos e os inimigos da Cruz de Nosso Senhor (Amicos et inimicos Crucis Christi). Ouçamos com atenção e escolhamos já o nosso lado. Aproveitemos o resto de Quaresma para nos juntarmos aos amigos da Cruz. 
 
Os amigos da Cruz dizem continuamente: “Soframos, choremos, jejuemos, oremos, ocultemo-nos, humilhemo-nos, empobreçamo-nos, mortifiquemo-nos; porque o que não tem o espírito de Jesus Cristo, que é um espírito de cruz, não pertence a Ele; os que são de Jesus Cristo mortificaram a carne com as suas concupiscências; é preciso ser conforme a imagem de Jesus Cristo ou condenar-se. Coragem! exclamam eles. Coragem! Se Deus está por nós, quem estará contra nós? Aquele que está em nós é mais forte que o que está no mundo. O servo não é maior que o senhor. Um momento de leve tribulação redunda em peso eterno de glória. Há menos eleitos do que se pensa. Só os corajosos e os violentos arrebatam o céu de viva força; ninguém será lá coroado se não houver combatido legitimamente, segundo o Evangelho, e não segundo a moda. Combatamos, pois, vigorosamente, corramos depressa para atingir a meta, a fim de ganharmos a coroa!” (Carta Circular aos Amigos da Cruz, São Luiz Maria Grignion de Montfort, Editora Petrus, 2011.) 
 
Inimicos crucis Christi são esses cristãos efeminados que julgam coisa indispensável verem-se rodeados de todas as comodidades, cederem a todas as exigências do mundo, entregarem-se aos seus prazeres desordenados, seguirem apaixonadamente todas as suas modas, esses cristãos que se ofendem com estas palavras que já não compreendem mas que, sem embargo, Jesus Cristo disse para todos: Se não fizerdes penitência, todos perecereis da mesma maneira. A Cruz, segundo a expressão de São Paulo, tornou-se para eles um escândalo.” (A Alma de Todo Apostolado, Dom Jean-Baptiste Chautard, Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2003.)

08/03/2013

Dia da mulher

Não são poucos os padres, bispos e movimentos católicos (hoje a Igreja é plena de movimentos e vazia de doutrina e devoção) que comemoram alegremente o dia da mulher, fazendo os mais desavisados crerem que esse dia é quase um dia Santo. É comum lembrar-se da Virgem Santíssima, como se ela fosse a padroeira desse dia. Isso é dos mais grave erros que se comete e é uma ofensa enorme à Nossa Mãe do Céu!

Nada mais posso escrever sobre essa comemoração diabólica do que o que já escrevi ano passado. Sugiro a todos que façamos um pequeno ato de desagravo ao Coração Imaculado de Maria, ao longo do dia de hoje; uma pequena penitência oferecida à Mãe de Deus, pelos muitos membros do clero e pelos muitos católicos leigos que se atrevem a comemorar este dia!

Regina sine Labe Originali concepta, ora pro nobis!

05/03/2013

Profecias e o Papa

Neste episódio, Michael Voris cita uma aula que ele deu sobre profecias enganosas. O link é(em inglês sem legendas): http://www.churchmilitant.tv/fullpreview/index.php?vidID=bsic-2008-11-02-a




02/03/2013

Leitor pergunta: quando um Santo intercede por nós, a graça passa pela Santíssima Mãe de Deus?

O leitor Ricardo pergunta, em comentário ao post Leitor inexperiente se confunde sobre São Luiz e Pe. Faber, o seguinte

Não entendo quando grandes santos dizem que TODAS as graças de Deus passam por Maria. Se me dissessem que A MAIORIA passa, eu entenderia mais facilmente. Mas, prof. Angueth, quando um Santo intercede por nós, mesmo assim a graça passa pela Santíssima Mãe de Deus?

A resposta à sua pergunta, Ricardo, é SIM. Vou deixar que Pe. Adolph de Tanquerey lhe responda, no seu extraordinário Compêndio de Teologia Ascética e Mística. 

“161. Há muito que São Bernardo formulou esta doutrina no texto tão conhecido: "Sic est voluntas ejus qui totum nos habere voluit per Mariam" Importa determinar-lhe com precisão o sentido. É certo que Maria nos deu, duma maneira mediata, todas as graças, dando-nos Jesus, autor e causa meritória da graça. Mas, além disso, conforme o ensino, de dia para dia, mais comum, não há uma só graça, concedida aos homens, que não venha imediatamente de Maria, isto é, sem a sua intercessão. Trata-se, pois, aqui duma mediação imediata, universal, mas subordinada à de Jesus.
 
“162. Para determinarmos com mais precisão esta doutrina, digamos com o P. de la Broise que "a ordem presente dos decretos divinos quer que todo o benefício sobrenatural concedido ao mundo seja outorgado com o concurso de três vontades, e que nenhum o seja de outra forma. É, em primeiro lugar, a vontade de Deus, que confere todas as graças; depois, a vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo, mediador, que as merece e obtém com todo o rigor de justiça, por Si mesmo; enfim, a vontade de Maria, mediadora secundária, que as merece e obtém com toda a conveniência, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta mediação é imediata, neste sentido que, para cada graça concedida por Deus, Maria intervém pelos seus méritos passados ou pelas suas orações atuais; isto, porém, não implica necessariamente que a pessoa que recebe estas graças deva implorar o socorro de Maria, a qual bem pode intervir, sem que ninguém lho peça. Esta mediação universal, estendendo-se a todas as graças concedidas aos homens desde a queda de Adão; fica, porém, subordinada à mediação de Jesus, neste sentido que Maria não pode merecer ou obter graças senão pelo seu divino Filho; e, assim, a mediação de Maria não faz mais que realçar o valor e fecundidade da mediação de Jesus Cristo. 
 
“Esta doutrina acaba de ser confirmada pelo Ofício e Missa próprios em honra de Maria Mediadora, concedidos pelo Papa Bento XV às igrejas da Bélgica e a todas as da Cristandade que os pedirem. É, pois, doutrina segura, que podemos utilizar na prática e que não pode deixar de nos inspirar grande confiança em Maria.” 

Note que a Mediação Universal de Maria é “doutrina segura” e todos esperavam que se transformasse em dogma, ou durante o Concílio Vaticano II ou logo após seu encerramento. Mas os Padres do Concílio resolveram dar um golpe em Maria.