27/12/2006

Bulverismo, ou os fundamentos do pensamento do século XX

C.S. Lewis

Nota do tradutor – Este talvez seja o texto curto mais famoso de Lewis. Nele o autor identifica o que pode ser considerado um novo estratagema erístico, que Schopenhauer não descreveu em seu famoso tratado sobre a técnica de ganhar uma discussão, mesmo sem ter razão.[1] Ele não poderia fazê-lo, pois o bulverismo alimenta-se da psicanálise freudiana e do marxismo para sobreviver, duas coisas que não existiam na época do filósofo alemão. O tema geral deste texto é mais bem desenvolvido no capítulo terceiro (A principal dificuldade do Naturalismo) do livro de Lewis intitulado Miracles. Lá o autor apresenta com mais vagar seus argumentos sobre a Razão, o pensamento e os eventos físicos em geral.




É desastrosa, como diz Emerson, a descoberta de que existimos. Quero dizer, é desastrosa quando, ao invés de atentarmos para a rosa, somos forçados a pensar em nós observando a rosa, com um certo tipo de mente e um certo tipo de olhos. É desastroso porque, se você não for muito cuidadoso, a cor da rosa acaba sendo atribuída ao nosso nervo ótico e seu perfume ao nosso nariz, e, no final, não sobra nenhuma rosa. Os filósofos profissionais têm se preocupado com esse blackout universal por duzentos anos e o mundo não tem dado ouvido a eles. Mas, o mesmo desastre está agora acontecendo em um nível que todos nós podemos entender.

Descobrimos recentemente que nós “existimos” em dois novos sentidos. Os freudianos descobriram que existimos como feixes de complexos. Os marxistas descobriram que existimos como membros de alguma classe econômica. Antigamente, supunha-se que se uma coisa parecia obviamente verdadeira a cem homens, então ela era provavelmente verdadeira de fato. Hoje em dia, o freudiano dirá que temos de analisar os cem indivíduos: descobriremos que eles consideram Elizabeth I uma grande rainha porque todos eles têm um complexo materno. Seus pensamentos são psicologicamente deformados na fonte. E o marxista dirá que temos de examinar os interesses econômicos das cem pessoas: descobriremos que todos consideram a liberdade uma boa coisa porque eles são todos membros da burguesia cuja prosperidade cresce sob a política do laissez-faire. Seus pensamentos são “ideologicamente distorcidos” na fonte.

Ora, isso é obviamente muito engraçado; mas, nem sempre se nota que há um preço a pagar por isso. Há duas questões que devemos formular às pessoas que dizem tais coisas. A primeira é: todos os pensamentos são, então, distorcidos na fonte, ou apenas alguns? A segunda é: a distorção invalida o pensamento – no sentido de torná-lo inútil – ou não?

Se eles disserem que todos os pensamentos são assim distorcidos, então, claramente, devemos lembrá-los que as teorias freudiana e marxista são sistemas de pensamento tanto quanto a teologia cristã e o idealismo filosófico. Todas essas teorias estão no mesmo barco em que nos encontramos e não podem nos tecer críticas desde o exterior. Eles serraram o galho em que estavam sentados. Se, por outro lado, eles disserem que a distorção não invalida, necessariamente, o pensamento deles, então ela também não invalida o nosso. Nesse caso, eles salvarão o próprio galho, mas também salvarão o nosso.

O único caminho que eles podem realmente tomar é dizer que alguns pensamentos são distorcidos e outros não – o que tem a vantagem (se freudianos e marxistas considerarem isso uma vantagem) de ser o que todos os homens sãos sempre acreditaram. Mas, se é assim, devemos perguntar como se faz para descobrir quais são distorcidos e quais não são. Não adianta dizer que os distorcidos são aqueles que concordam como os desejos secretos do pensante. Algumas das coisas que eu desejo devem ser verdadeiras; é impossível organizar um universo que contradiz cada desejo de alguém, em todos os aspectos, todo o tempo. Suponha que, depois de fazer muita conta, eu imagino que tenho um grande saldo bancário. E suponha que você queira descobrir se minha crença é “wishful thinking”. Você não chegará a nenhuma conclusão apenas examinando minha condição psicológica. Sua única chance é sentar e rever meus cálculos. Quando isso acontecer, então, e somente então, você saberá se eu tenho aquele saldo ou não. Se você concluir que minha aritmética está certa, então qualquer quantidade de ilações sobre minha condição psicológica só será uma grande perda de tempo. Se você descobrir que meus cálculos estão errados, então pode ser relevante uma explicação psicológica sobre como eu pude ser tão ignorante em matemática, e a doutrina do desejo secreto se tornará importante – mas, somente depois de você ter feito a soma e descoberto, em bases puramente matemáticas, meu erro. Acontece o mesmo com todo o pensamento e com todos os sistemas de pensamento. Se você tenta descobrir qual está distorcido por meio de especulações sobre os desejos dos pensantes, você está meramente se enganando. Você deve primeiro descobrir, em bases puramente lógicas, qual deles, de fato, pode ser reduzido a argumentos. Depois, se você quiser, continue e descubra as causas psicológicas do erro.

Em outras palavras, você deve mostrar que um homem está errado antes de começar a explicar porque ele está errado. O método moderno assume, sem discussão, que ele está errado e então distrai sua atenção disso (a única questão real) por meio de uma prolixa explicação de como ele se tornou tão tolo. No curso dos últimos quinze anos, tenho descoberto que esse vício é tão comum que eu inventei um nome para ele. Eu o chamo Bulverismo. Algum dia eu vou escrever a biografia de seu inventor imaginário, Ezekiel Bulver, cujo destino foi determinado quando ele tinha 5 anos de idade e ouviu sua mãe dizer ao seu pai – que afirmava que a soma do comprimento dos dois lados de um triângulo era maior que o comprimento do terceiro – “Ah, você diz isso porque você é um homem.” “Naquele momento”, E. Bulver nos conta, “como um facho de luz, a grande verdade atingiu minha mente receptiva: a refutação não é uma parte necessária de um argumento. Suponha que seu oponente esteja errado e que, então, você explique o erro dele. O mundo estará a seus pés. Tente provar que ele está errado e o dinamismo nacional de nosso tempo lançará você contra a parede.” Foi assim que Bulver se tornou um dos construtores do Século XX.

Encontro os frutos de sua descoberta em todo o lugar. Assim, vejo minha religião rejeitada sob o argumento de que ‘o pároco de vida confortável tinha toda a razão de assegurar ao trabalhador do século XIX de que a pobreza seria recompensada num outro mundo’. Bem, sem dúvida ele tinha. Supondo que o cristianismo seja errado, posso ver muito bem que alguns ainda teriam um motivo para inculcar tal idéia. Vejo isso tão facilmente que posso, claro, inverter a coisa e dizer ‘o homem moderno tem toda a razão para tentar convencer-se de que não há nenhuma sanção eterna por trás da moralidade que ele rejeita’. Pois, o bulverismo é um jogo verdadeiramente democrático no sentido de que todos podem jogá-lo o tempo todo e de que ele não trata injustamente a pequena e ofensiva minoria que o joga. Mas, claro está que ele não nos aproxima sequer um milímetro da conclusão a respeito da falsidade ou verdade do cristianismo. Essa questão permanece em aberto para ser discutida em bases muito diferentes – utilizando-se argumentos históricos e filosóficos. Qualquer que seja a decisão, os motivos impróprios da crença ou descrença, permanecerão intocados.

Vejo o bulverismo em funcionamento em todo argumento político. Os capitalistas devem ser maus economistas, pois, sabemos porque eles querem o capitalismo. Igualmente, os comunistas devem ser maus economistas, pois, sabemos porque eles querem o comunismo. Assim, há bulveristas de ambos os lados. Na realidade, ou as doutrinas dos capitalistas são falsas, ou as doutrinas dos comunistas são falsas ou ambas são falsas; mas você só pode descobrir os erros e os acertos por meio do raciocínio – nunca por meio de grosserias a respeito da psicologia do seu oponente.

Até que o bulverismo seja vencido, a razão não pode ter nenhum papel nas questões humanas. Cada lado agarra-se ao bulverismo como uma arma contra o outro; entre os dois, a própria razão é desacreditada. E por que não seria? Seria fácil, em resposta, mostrar o estado presente do mundo, mas a resposta real é ainda mais imediata. As forças que desacreditam a razão, elas próprias dependem da razão. Você raciocina mesmo quando bulverisa. Você está tentando provar que todas as provas são inválidas. Se você falhar, você falhou. Se você tiver sucesso, então você falha ainda mais – pois, a prova de que todas as provas são inválidas deve ser, ela própria, inválida.

A alternativa seria ou uma completa idiotice autocontraditória ou, então, uma crença tenaz no nosso poder de raciocínio, mantido a unhas e dentes diante de toda evidência que os bulveristas pudessem trazer de uma ‘distorção’ neste ou naquele raciocínio humano. Estou pronto a admitir, se você quiser, que essa crença tenaz tem algo de transcendental ou místico. E daí? Você preferiria ser um lunático ao invés de um místico?

Assim, vemos que há justificativa para nos atermos à crença na Razão. Mas, isso pode ser feito sem o teísmo? A expressão “Eu conheço” não implica que Deus existe? Tudo que conheço é uma inferência da sensação (exceto o momento presente). Todo o nosso conhecimento do universo, além de nossa experiência imediata, depende de inferências dessas experiências. Se nossas inferências não nos dão uma genuína apreensão da realidade, então nada podemos conhecer. Uma teoria não pode ser aceita se não permite que nosso raciocínio nos leve a uma genuína apreensão, nem tampouco se o nosso conhecimento não for explicável em termos dessa teoria.

Mas, nossos pensamentos só podem ser aceitos como apreensões genuínas sob certas circunstâncias. Todas as crenças têm causas, mas uma distinção há de ser feita entre (1) as causas ordinárias e (2) um tipo especial de causa chamada “uma razão”. Causas são eventos inconscientes que podem produzir outros resultados além de crenças. Razões surgem de axiomas e inferências e afetam nossas crenças. O bulverismo tenta mostrar que outro homem tem causas e não razões e que nós temos razões e não causas. Uma crença que pode ser explicada inteiramente em termos de causas é inútil. Esse princípio não deve ser abandonado quando consideramos as crenças que são os fundamentos de outras. Nosso conhecimento depende de nossa certeza sobre axiomas e inferências. Se esses são resultados de causas, então não há possibilidade de conhecimento. Ou não podemos conhecer nada ou o pensamento tem apenas razões e não causas.

[O resto deste ensaio, que foi originalmente lido no Clube Socrático antes da publicação no Socratic Digest, continua na forma de notas tomadas pelo secretário do clube. Isso explica porque ele não é todo na primeira pessoa, como o texto até aqui.]

Pode-se argumentar, continuou o sr. Lewis, que a razão evoluiu por seleção natural e que somente os métodos de raciocínio que se provaram úteis sobreviveram. Mas a teoria depende de uma inferência que ligue a utilidade à verdade, cuja validade deve ser suposta. Todas as tentativas de tratar o pensamento como um evento natural envolvem a falácia de excluir o pensamento do indivíduo que faz a tentativa.

Admite-se que a mente é afetada por eventos físicos; um aparelho eletrônico é influenciado por eventos atmosféricos, mas não os causa – não notaremos isso se pensarmos o contrário. Podemos relacionar eventos naturais uns com os outros numa seqüência contínua no espaço-tempo. Mas o pensamento não tem outro pai a não ser o pensamento. Ele é condicionado, sem dúvida, mas não tem causa. Meu conhecimento de que estou ansioso é gerado por inferência.

O mesmo argumento aplica-se aos nossos valores, que são afetados por fatores sociais, mas se estes causam aqueles, nunca poderemos saber se eles (os valores) são certos. Pode-se rejeitar a moralidade como uma ilusão, mas o indivíduo que faz isso o faz freqüentemente excetuando seu próprio motivo ético tacitamente: por exemplo, no caso da tentativa de libertar a moralidade da superstição e de difundir a ilustração.

Nem a Vontade nem a Razão são produtos da Natureza. Portanto, ou eu sou auto-existente (uma crença que ninguém pode aceitar) ou eu sou dependente de algum Pensamento ou Vontade que é auto-existente. Tal razão e bondade que podemos atingir devem derivar de uma Razão e uma Bondade auto-existentes fora de nós, na realidade, uma Razão e uma Bondade Sobrenaturais.

O sr. Lewis continuou dizendo que é comum se argumentar que a existência do Sobrenatural é excessivamente importante para ser discernível apenas por argumentos abstratos e que, dessa forma, apenas alguns poucos desocupados podem fazê-lo. Mas, em todas as outras eras o homem comum tem aceitado as descobertas dos místicos e dos filósofos para a formulação de sua crença inicial no Sobrenatural. Atualmente, o homem é forçado, ele próprio, a carregar aquele peso. Ou a humanidade cometeu um terrível erro em rejeitar a autoridade, ou o poder(es) que controla(m) seu destino está (ão) fazendo um ousado experimento, e estamos todos no caminho de nos tornarmos sábios. Uma sociedade que consista apenas de homens comuns está fadada ao desastre. Se vamos sobreviver, devemos ou acreditar nos homens de visão ou escalar as alturas nós próprios.

Evidentemente então, algo além da Natureza existe. O homem está na linha limite entre o Natural e o Sobrenatural. Os eventos materiais não podem produzir atividade espiritual, mas esta pode ser responsável por muitas de nossas ações na Natureza. A Vontade e a Razão não podem depender de nada a não ser delas próprias, mas a Natureza pode depender da Vontade e da Razão, ou, em outras palavras, Deus criou a Natureza.

A relação entre a Natureza e o Sobrenatural, que não é uma relação no espaço e no tempo, se torna inteligível se o Sobrenatural tiver feito o Natural. Temos até uma idéia disso, pois conhecemos o poder da imaginação, apesar de não podermos criar nada novo, mas podemos rearranjar o material absorvido pelos sentidos. Não é inconcebível que o universo tenha sido criado por uma Imaginação forte o suficiente para impor os fenômenos em nossas mentes.

Sugere-se, o sr. Lewis conclui, que nossas idéias do fazer e do causar são inteiramente derivadas de nossa experiência da vontade. A conclusão que usualmente se tira é que não há o fazer ou o causar, apenas “projeção”. Mas, “projeção” é em si uma forma de causar e é mais razoável supor que a Vontade é a única causa que conhecemos e que, portanto, a Vontade é a causa da Natureza.

Uma discussão se segue. Alguns pontos levantados:

Todo o raciocínio supõe a hipótese de que a inferência é válida. A inferência correta é auto-evidente.

“Relevante” (re-evidente) é um termo racional.

O universo não alega ser verdadeiro: ele apenas existe.

Conhecimento por revelação é mais conhecimento empírico do que racional.

Pergunta: Qual é o critério da verdade, se você distingue entre causa e razão?

Sr. Lewis: Um país montanhoso deve ter muitos mapas. Apenas um é verdadeiro, isto é, apenas um corresponde aos contornos reais. O mapa feito pela Razão alega ser o verdadeiro. Eu não poderia perceber o universo a menos que eu pudesse confiar em minha razão. Se não pudéssemos confiar na inferência não poderíamos conhecer nada, exceto nossa própria existência. A realidade física é uma inferência de nossas sensações.

Pergunta: Como um axioma pode ser mais auto-evidente do que um juízo baseado em evidência empírica?

[Este ensaio termina aqui, deixando essa questão sem resposta.]



Extraído do livro God in the docks

[1] Ver, Como Vencer um Debate sem Ter Razão: em 38 estratagemas, Introdução, Notas e Comentários de Olavo de Carvalho, Topbooks, 1997.



17/12/2006

Mensagens de Natal em prosa e em verso

Seguem duas mensagens de Natal de que gosto muito. Uma delas é um texto curto mas profundo de Olavo de Carvalho sobre o significado do Natal. A outra é uma poesia de Manuel Bandeira.

Esta é a forma deste blog felicitar a todos os seus leitores.

FELIZ NATAL

Por que celebrar o Natal
Olavo de Carvalho

25 de dezembro de 2003

Só existe um motivo para celebrar o Natal, mas esse motivo é tão amplamente ignorado que as festas natalinas devem ser consideradas uma superstição em sentido estrito, a repetição ritualizada de uma conduta habitual que já não tem significado nenhum e na qual, portanto, cada um está livre para projetar as fantasias bobas que bem entenda.

Jesus Cristo, encarnação do Verbo Divino, ou inteligência de Deus, veio ao mundo para oferecer-se como vítima sacrificial única e definitiva, encerrando um ciclo histórico que durava desde as origens da humanidade e que era regido essencialmente pela Lei do Sacrifício (v. Ananda Coomaraswamy, A Lei do Sacrifício, e René Girard, O Bode Expiatório).

A Lei do Sacrifício é inerente à estrutura da existência cósmica. Só Deus tem a plenitude do ser, e o que quer que exista sem ser Deus tem uma existência precária, fundada num débito ontológico insanável, que na escala da alma humana se manifesta como culpa.

A Lei do Sacrifício não pode ser suspensa e jamais o foi.

O que Nosso Senhor Jesus Cristo fez foi cumpri-la toda de uma vez, instituindo em lugar do Sacrifício a Eucaristia, que é a recordação do ato sacrificial definitivo. A recordação passa então a ter o valor de uma repetição sem necessidade de novas vítimas.

Antes as vítimas se somavam: 1 + 1 + 1 + 1...

Agora a vítima única se multiplica por si mesma no ato da Eucaristia: 1 x 1 x 1 x 1...

Façam as contas e compreenderão por que o Natal deve ser celebrado.

O problema é que o fim de um ciclo histórico não traz necessariamente, para as gerações seguintes, a consciência da mutação ocorrida.

Essa consciência deve ser reconquistada e retransmitida de geração em geração, e na sociedade moderna essa transmissão cessou já faz algum tempo. Pouquíssimas pessoas têm uma consciência clara do que ganharam com o Natal. A maioria, mesmo quando recebe presentes, não sabe que eles apenas simbolizam um ganho muito maior que já foi obtido 2003 anos atrás.

Esse ganho pode ser explicado em poucas palavras:

Todo homem, pelo simples fato de existir, é atormentado pela culpa e vive num constante discurso interior de acusação e defesa, que produz medo, ódio, inveja, ciúme, busca obsessiva de aprovação. Esses sentimentos tornam o homem vulnerável às palavras más, às acusações e insinuações que lhe chegam de seus semelhantes, da cultura ambiente ou de seu próprio interior. O conjunto dessas acusações e insinuações é o espírito demoníaco, que em razão da culpa mesma tem poder incalculável sobre o ser humano. Em busca de proteção contra esse poder, o homem se submete aos maus e aos intrigantes, isto é, aos representantes do próprio espírito demoníaco, acreditando que aqueles que podem feri-lo devem também poder ajudá-lo. Com isso ele se torna a vítima sacrificial, o bode expiatório num grotesco ritual simulado.

Cristo adverte-nos que esse sacrifício é inútil, desnecessário e pecaminoso. Não existe no mundo um poder ou autoridade habilitado a exigir vítimas. Deus Pai só exigiu uma, e Ele mesmo a forneceu. Quem quer que, depois disso, se sinta culpado, não deve se oferecer como vítima sacrificial perante altar nenhum. Deve apenas recordar-se do sacrifício de Cristo e alegrar-se. Isso é tudo.

Muitas pessoas até sabem que as coisas são assim, mas entendem isso somente do ponto de vista religioso formal, sem tirar desse conhecimento as conseqüências práticas de ordem psicológica, que são portentosas:

Aquele que se ofereceu para ser sacrificado em nosso lugar não é um cobrador de dívidas nem um acusador, mas um salvador. Ele nada pede, apenas oferece. E em troca aceita uma palavrinha, um sorriso, uma intenção inexpressa, qualquer coisa, pois não é irritadiço nem orgulhoso: é manso e humilde.

Se, sabendo disso, você ainda é vulnerável aos olhares acusadores e às palavras venenosas, se ainda sente ante os intrigantes e os maldosos um pouco de temor reverencial e tenta aplacá-los com mostras de submissão para que eles não o exponham à vergonha ou não o castiguem de algum outro modo, é porque ainda não compreendeu o sentido do Natal.

Esse sentido é simples e direto: os maus e intrigantes não têm mais nenhuma autoridade sobre você. Não baixe a cabeça perante eles, não consinta que suas fraquezas sejam exploradas pela malícia do mundo.

Jesus Cristo já pagou a sua dívida.

É por isso que comemoramos o Natal.

Canto de Natal

Manuel Bandeira

O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.

Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.

Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.

Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.

10/12/2006

Cartas para meu e-mail pessoal sobre o Linux

Com as minhas respostas em itálico. Como de costume, omito o e-mail do rementente. Há, como sempre, muito da mesma baboseira dos linuxmaníacos.


-----Mensagem original-----
De: TIBOR [mailto:tibor_hodos@]
Enviada em: quinta-feira, 7 de dezembro de 2006 17:35
Para: araujo@cpdee.ufmg.br
Assunto: Software livre: de graça?

Caro Sr.


Em um texto relativamente curto, o autor não se fez
entender. Misturando conceitos primários de física
(que ficaram mal explicados) com uma teoria de que se
você misturar economia com receita de bolo degenera a
sociedade brasileira (deve ser por isso que os nossos
políticos são assim, eles comem muito bolo), ele chega
à conclusão de que o Linux foi produzido por
esquerdistas.
E continuando a aula de culinária ele avisa, que se
você colocar uma pitada de caridade "o bolo vai
desandar". É isso aí, Capitalismo Selvagem, que se
dane o próximo. Professor Antonio Emílio, esse é o
cara.
Pegando da parte concernente ao Linux, fizeste uma
mistureba professor, que dá dó.
Primeiro, mais uma vez, o Linux não é de graça (pois
você pode cobrar pelo serviço, qualquer que seja ele),
a DISTRIBUIÇÃO é que é gratuita. Para quem ainda não
entendeu, é como se você, para fornecer o cd com a
distribuição você cobrasse pelo custos da gravação,
mas em contrapartida teria que empresta-lo para cópia.
Continuando a análise do seu texto vemos alguns
conceitos errôneos, como:
O Linux foi criado para competir com o Windows. Não
foi professor, pode ser uma decepção para o Sr., mas a
vida é assim.
O Linux é desenvolvido (este é o termo correto) por
"despojados" de qualquer ambição. Não, não são
"despojados". Mas são pessoas com outros objetivos,
outras visões de vida e temos de respeita-las (o que
parece, não é o seu caso).
Uma distribuição Linux é difícil de instalar e usar.
Não, uma distribuição Linux já vem com TUDO que o
usuário comum pode precisar, é mais fácil do que o
rWindows para instalar e (como diz o professor) é só
sair operando (será que é porque operational system,
acho o termo "usando" melhor).

Outros detalhes do seu texto, para encerrar, que não
condizem com um texto razoável são:
O Windows pode ser encontrado em qualquer esquina,
por R$400,00. Totalmente fora da realidade, inclusive
de se encontrar alguma coisa fácilmente em qualquer
lugar do Brasil.( O Linux pode ser baixado do Oiapoque
ao Chuí)
Achar que todo mundo que usa Linux, o faz por se
rebelar contra a Microsoft. Há pessoas que estão
usando o Linux por uma opção melhor de vida, por não
quererem ficar à mercê dos vírus, cavalos de tróia e
worms (tão comuns na vida dos Windowsusers)
Onde professor fala de leis econômicas, leia-se medo
capitalista de diminuição de lucros. Ora, acima das
leis econômicas estão os direitos do cidadão de
escolher o que é melhor para si. Se a comunidade
quiser se reunir em torno de um software,
desenvolve-lo e passar a usá-lo em detrimento de outro
pago, me desculpe o professor e as grandes companhias,
mas este sapo vocês terão de engolir !!!!!



Sr. Tibor,

O sr. é mais um daqueles que lê mas não entende bem as palavras. Além disso, é esquerdista que dá dó.

Quer ver uma coisinha: não existe capitalismo selvagem, só comunismo selvagem. Sabe por quê? Eu sei que o sr. não sabe. Mas, eu explico: o capitalismo exige um sistema legal para funcionar. Se o sistema legal (que garante o direito à propriedade, o respeito aos contratos e a ordem pública) não funcionar, não há capitalismo. Ao contrário, no comunismo, nada disso pode funcionar, pois, o comunismo é o inverso de tudo isso. Assim, se existe capitalismo, a situação está muito longe de ser selvagem. Essa expressão é um chavão comunista dos mais elementares.

O sr. diz que o Linux não é de graça. Mas, não foi isso que falei em meu artigo? Sobre a facilidade de usar do Linux, o sr. vai me desculpar, mas o sr. deve avisar aos 90% de usuários, no mundo, que preferem usar o Windows. Leia a revista "Pequenas Empresas, Grandes Negócios" de julho de 2006 para o sr. se inteirar do assunto.

Cito também para seu conhecimento um trecho da Veja online de 18/11/2006 às 14h14: "Computador para Todos acabou em pirataria: O Computador para Todos, criado há um ano pelo governo para facilitar a compra de máquinas pelas classes C e D, estimulou a pirataria ao obrigar o uso do software Linux nos computadores. É o que mostra um estudo feito pelo Ipsos para a Associação Brasileira das Empresas de Software, que será divulgado na terça-feira: 73% dos que compraram o produto trocaram o Linux pelo Windows (na maioria das vezes pirata) em no máximo um mês."

Assim, 90% da humanidade, mais as faixas C e D do Brasil, discordam do sr. quanto à facilidade de utilização do Linux. Eles, certamente, estão errados!!!!

Atenciosamente,

Antonio Emilio Angueth de Araújo.

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-----Mensagem original-----
De: Felipe [mailto:felipe_cury@vivax.com.br]
Enviada em: sábado, 9 de dezembro de 2006 00:24
Para: araujo@cpdee.ufmg.br
Assunto: Software Livre

Acho que o Sr. Antônio Emílio não entendeu o principio do software livre. A grande questão que envolve o Linux e os programas opensource não é dinheiro, a questão não é "ser de graça" ou coisas economicas, tanto que softwares livres podem ser vendidos livremente. A grande questão é o "codigo aberto", que permite às pessoas ou empresas que usam softwares livres (de graça ou não) possam adaptar os programas às suas necessidades.
Condordo com o que o sr disse que Linux nao é coisa de "monge", mas como disse um conhecido: "os alvos economicos do linux sao outras empresas, como a Oracle, e não a dona de casa que precisaria pagar 500 reais pra poder ler seus emails".
Obviamente você tem o direito de expressão, mas no seu primeiro artigo sobre software livre você acabou atacando o movimento do software livre de maneira dura, e muitos argumentos seus nao foram baseados em nenhum fato concreto, apenas imaginarios, baseados principalmente em sua opiniao e "primeira impressao" de quando ouviu algo sobre, pois acredito que voce nunca teve a curiosidade (ou privilegio) de se aprofundar mais no Linux, nos softwares sob licensa GNU ou em sua filosofia
Não espero resposta, (ao menos que o sr faça questao de responder) apenas que voce entenda que o Linux é mais do que "esquedistas tentando derrubar a Microsoft com argumentos ridiculos"
Desculpe pelo pobre vocabulario, tenho meros 13 anos de idade e tentei escrever de uma forma clara e objetiva
Espero ter conseguido fazer o Sr Antônio refletir um pouco mais sobre isso

Fico por aqui

Felipe


Jovem Felipe,

Não entendi se você não quer que eu te responda, ou se não espera que eu te responda.

Bem, de qualquer forma eu te responderei. Sobre o software livre não ser de graça, nós concordamos. Mas, não foi isso que eu disse em meu primeiro artigo sobre o assunto? Software livre, tendo ou não sua licença gratuita, não sai de graça para quem o adquire. Foi isso que falei.

Bem, você diz: "a grande questão que envolve o Linux e os programas open source não é dinheiro, a questão não é "ser de graça" ou coisas economicas". Mais embaixo, você cita um conhecido (aparantemente concordando com ele): "os alvos economicos do linux sao outras empresas, como a Oracle, e não a dona de casa que precisaria pagar 500 reais pra poder ler seus emails".

Você terá que decidir. Ou eu estava certo, em meu primeiro artigo, dizendo que estamos falando de um mercado de bilhões de dólares e que o Linux está tão envolvido nisso quanto a Microsoft, ou então você terá que apurar melhor seu raciocínio.

Quanto a eu aprofundar na filosofia do GNU, foi o que eu fiz no meu segundo artigo. Eu mostrei qual é esta filosofia e o que pensa o idiota do Stallman.

Agora, você não acha que está um pouco jovem ainda para começar a dizer para as pessoas que elas não leram o suficiente sobre um assunto que você pensa conhecer muito bem?

Antônio Emílio A. Araújo.

Os mais recentes artigos de Sowell no MSM

As minhas mais recentes traduções de artigos de Thomas Sowell para o Mídia Sem Máscara.


Onde está o Ocidente?
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5383&language=pt

Leviandade política - Final
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5372&language=pt

Leviandade política - Parte III
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5347&language=pt

Leviandade política - Parte II
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5332&language=pt

Leviandade política - Parte I
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5305&language=pt

Socialismo dos ricos
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5280&language=pt

01/12/2006

Cartas sobre o artigo abaixo

Seguem as cartas dos leitores do MSM sobre meu artigo sobre o sr. Stallman. Algumas delas são respondidas pelo editor do sítio, outras não. Alguns leitores respondem aos incautos quase tudo o que eu mesmo responderia. No entanto, quero dizer ainda uma coisinha.

Os defensores do software livre têm as seguintes opções, face ao documento do Sr. Stallman?

1. Concordam com o Manifestdo GNU e, portanto, se declaram comunistas;

2. Simpatizam com o Sr. Stallman e dizem que, talvez, o sr. Stallman estivesse de porre ou de ressaca quando escreveu aquele "textículo". Não era nada daquilo que ele queria dizer.

3. Escrevem um novo manifesto, dizendo o que vem a ser o movimento do software livre.

4. Não fazem nada disso. [Estes, por favor, parem também de discutir.]

Alerta para os incautos: quem for contra a propriedade intelectual, deve ser contra as outras propriedades. Pois, o conceito de propriedade não pressupõe a concretude ou a intangibilidade do que é possuído.

Luis Pazos nos ensina em seu livro "Lógica Econômica" que"a propriedade é a liberdade de usar, vender ou consumir um bem."

Ele também nos ensina que

"Alguns pensadores, entre eles Marx e Engels, criaram a dúvida, em muitoslegisladores, políticos e estudiosos das ciências sociais, sobre a legitimidadeda propriedade. Partiram da premissa de que o oferecido pela natureza é detodos e a apropriação de terras e de bens é um ato arbitrário. A partir dessa idéia se concluiu que se a propriedade era, originalmente, ilegítima, osgovernantes tinham o direito de apoderar-se dela e redistribuí-la com umcritério mais justo.

A origem da propriedade é muito anterior à época em que o homem se tornasedentário e começa a cercar pedaços de terra. A propriedade é uma atitude racional a respeito dos bens que nos rodeiam. Normalmente, o ser humano descobre ou acrescenta uma utilidade aos bens naturais, mediante sua transformação ou transporte.

O ser humano, na maior parte da história talvez, excetuando-se a época da coleta de frutos, tem utilizado a razão para reunir as coisas que o satisfaça. Na medida em que o ser humano progride, é menor a proporção do consumo de bens oferecidos espontaneamente pela natureza e prontos para serem consumidos. O erro dos marxistas estava em situar a origem da propriedade numa época histórica caracterizada pelos "cercamentos" ou pela repartição de terras.

A primeira manifestação social da propriedade não está em cercar um terreno, como pensavam Engels e Marx, mas na fabricação de ferramentas, desde o alvorecer da humanidade, como demonstram os restos do chamado Homo habilis, que datam de um milhão e oitocentos mil anos atrás."

Prestem atenção nas palavrinhas "fabricação de ferramentas" e veja só se o Bill Gates não está fazendo exatamente isso quando ele concebe, desenvolve e fabrica, por exemplo, o Windows.

Bem, vamos então às cartas.


Software Livre. Mais um leitor que não sabe explicar onde o calo dói...
enviada em 01/12/2006

Ridícula sua reportagem ! Mostra desconhecimento, petulância e arrogância !

Newton Nickel

Prezado Sr. Newton:

Gratos pelo seu contato.

Ridícula é uma pessoa que envia um e-mail tendo chiquiliques sem conseguir sequer se expressar onde é que dói a barriga, se é que vc nos entende. Talvez no lugar onde vc vive escrever besteiras e acreditar que são auto-explicativas seja normal, mas por aqui isto é sinônimo de despreparo e infantilidade. Quando perceber isso, tente um novo contato, pois no momento, seu e-mail só serve como amostra de despreparo e infantilidade. Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA


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Critica
enviada em 30/11/2006

Primeiramente gostaria de pedir desculpas pela falta de acentos, pois estou em uma lan-house e seus teclados estao desconfigurados. Eu nao sei como um site de veiculacao de informacoes como este pode permitir pessoas como o Sr. Antônio Emílio A. de Araújo. Nao sou contra criticas, principalmente as construtivas, mas o colunista citado utiliza-se de termos pejorativamente para argumentar sobre questoes em seus artigos. Em muitas das vezes chega a revelar total desconhecimento sobre os assuntos tratados e o que poderia ser uma enorme fonte de conhecimento e discurssoes (construtivas) se torna alvo de velhos preconceitos e picuinhas.Nada pode ser levado aos extremos, tanto meu lado quanto o dele sao passiveis de criticas e elogios, mas precisamos tratar a opniao do outro com o devido respeito e sem descambar para a depreciacao.

Antonio Rogerio Lins Pessoa

Prezado Sr. Antonio:

Gratos pelo seu contato.

Seria interessante se o sr. explicasse quais são os pontos que o incomodaram nos textos do professor Antonio Emílio, ao invés de simplesmente escrever que o autor "não conhece o assunto" - que assunto? -, "não estabelece discussões construtivas" - o que é isso? Repetir conceitos que agradem os outros, e não gerar polêmicas, talvez? Afinal, abalar os castelos de cartas em que algumas pessoas vivem e fundamentam suas opiniões deve mesmo ser pouco construtivo -, para ficar em alguns exemplos da falta de coerência de sua mensagem. E chamar a atenção para isso não é desrespeito e depreciação, apenas constatar um fato. Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA.
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Software livre: um outro mundo é possível
enviada em 30/11/2006

Atualmente não trabalho mais como programador de computador, mas já trabalhei. A grande vantagem que vejo no uso do software livre, é a disponibilização do código-fonte, seja pago ou gratuito. Com o código-fonte, o usuário do software pode fazer personalizações do software que adquiriu sem amiores complicações. Sou a favor do software livre nesse sentido. Mas agora, entrar no debate se ele deve ser pago ou gratuito para mim é tolice. Eu não entregaria de graça o código-fonte de algum programa que eu desenvolvesse.

Daniel Silva

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Software Livre
enviada em 30/11/2006

Professor Antônio Emílio A. de Araújo:

Contra a ignorância não há argumentos, já dizia Sócrates.Contra o conformismo e a intolerância também não.

José Tadeu Barros

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"Software livre: um outro mundo é possível" publicada em 29/11/06
enviada em 29/11/2006

A grande questão em relação à Microsoft é o monopólio, que a empresa faz questão quase absoluta de manter. Faço referência ao “quase absoluta” devido principalmente à injeção de recursos que Bill Gates fez na Apple para comprovar que havia opção ao Windows e que não havia monopólio!! A Microsoft e Bill Gates não são demônios mas é óbvio que a empresa altera os códigos de seu sistema operacional de maneira muito suspeita. Como exemplo temos o Windows 98, um sistema operacional que não podia ser separado do Internet Explorer e que dificultava o uso do Netscape. Interessante que eu, e milhares de usuários, “desinstalamos” o Explorer do Windows 98... Usando um pequeno software distribuído pela rede.Existem muitos estudos que “provam que” o Windows é superior. Todos custodiados pela Microsoft, claro.Ora não quero a eliminação do Windows, se é tão bom que concorra com outros sistemas, assim como as distribuições do sistema Linux concorrem entre si.A maioria dos fanáticos pelo Linux e dos fanáticos pelo Windows se exaltam sem conhecer uma base mínima para discussão.O Sr. Antônio Emílio A. de Araújo parecer confundir Software Livre, Freeware, GPL e Linux fazendo uma salada digna de um neófito que se ilude de grande conhecedor. Também parece desconhecer que muitas das distribuições Linux que são copiadas são “piratas”. O Sistema Operacional pode ser distribuído não os programas acrescidos. Complementando, não estou irado, apenas expresso minha opinião individual.

Ricardo Fernandes Dionizio
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Software Livre
enviada em 29/11/2006

Tenho acompanhado o debate iniciado pelo articulista Antonio Emílio. Embora eu não seja especialista no assunto, pareceu-me que acontece nesse tema algo parecido com os assuntos relacionados à preservação ambiental. Trata-se de um tema importante, meritório sobre muitos aspectos, mas que se tornou campo preferencial de idiotas que o transformaram numa questão religiosa e irracional. Creio que ninguém pode ser contra a existência de iniciativas de software livre, desde que seja livre mesmo e não imposto. É ridículo o antagonismo de muitos desses maníacos contra os softwares proprietários, movidos por sentimento anti-empresarial ideológico. Quem quiser produzir e divulgar softwares livres que o faça; se forem bons terão sucesso, mas, por favor, não sejam mais uma seita de chatos. Teoricamente, sendo "gratuítos", as vantagens comparativas estão a favor e acho importante que isso exista. A voracidade monopolista da Microsoft não é diferente das outras grandes iniciativas econômicas e, assim sendo, a forma de combatê-la é a liberdade de criação e de oferta. O resto é balela, na minha opinião. Se dependesse de software livre apenas, ainda estaríamos usando ábacos.

Eduardo Afonso Bacelar
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Softwre-livre e livre-mercado
enviada em 29/11/2006

Muito se tem dito sobre essa questão do software-livre, mas a discussão continua rasa como sempre. Agora o Stallman é a bola da vez. Tudo bem, ele não passa de um comunista. Passemos a pontos mais pertinentes. Ninguem que defende o Windows e os softwares proprietários se dá conta de que quando alguem “compra” uma licença de uso, o comprador está abrindo mão do seu próprio direito de propriedade sobre o bem adquirido, em nome da defesa dos direitos autorais de quem desenvolveu o software. Só que programador nenhum é dono dos direitos autorais do programa que ele mesmo desenvolveu, mas sim a empresa que o emprega. Outro ponto a ser discutido. Suponhamos que a Microsoft fabricasse automóveis. O comprador iria feliz a uma loja comprar... uma licença de uso! Bem, esse comprador não poderia revendê-lo, nem doá-lo, nem fazer nada que não fosse andar para baixo e para cima com ele. Para os defensores da Microsoft parece que isso basta. Nada de personalizar o veículo. Na hora da troca, o comprador retornaria a uma agência Microsoft para trocar o seu carro V.2000 pelo modelo mais novo, o XP. Manutenção? Só em oficinas autorizadas Microsoft. Nada de levar o seu carro naquele mecânico de confiança que resolve seus problemas, porque o carro é uma caixa-preta. O que eu estou defendendo aqui é a livre disseminação da informação, e não do seu controle. Se isso é livre-mercado eu quero ir para Marte! Obrigado.

Wolmar Murgel Filho
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Software livre
enviada em 29/11/2006

Comentando o artigo "Software livre: um outro mundo é possível" de Antônio Emílio A. de Araújo . Primeiramente parabéns pela coragem e honestidade em comentar um assunto tão dominado pela opinião mastigada ou ainda pelo chamado "politicamente correto" nos dias de hoje. Falar em defesa do "software livre" (livre mesmo, não se sabe do quê) virou norma de conduta e sinal de responsabilidade "cidadã" nos dias de hoje. De fato, grandes movimentos da esquerda ativista como o folclórico "Forum Social Mundial" são eventos onde desfilam computadores rodando software chamado "livre" para a chamada "inclusão digital" dos cidadãos. O governo socialista do PT foi na onda do chamado "software livre" vendendo PCs populares (subsidiados com o dinheiro dos contribuintes) com Linux pré-instalado (muito embora a taxa de conversão para software proprietário Windows seja de mais de 70% nos PCs vendidos). Existe seriedade dentro do movimento de código aberto, mas infelizmente esta seriedade está sendo limitada e ideologicamente castrada em favor de interesses políticos. Antes que me crucifiquem por ir contra o software livre gostaria de citar que são sucessos indiscutíveis do chamado “movimento pelo softtware livre” o servidor de web “Apache”, o navegador “Firefox”, o banco de dados “MySQL”, o ambiente de impressão CUPs e o FreeBSD que hoje compõe o núcleo do sistema operacional Mac OS X da Apple. O próprio termo "livre" já carrega um ranço e uma falsa informação declaradas. Livre do quê afinal de contas? Depois de muitos anos de indagação sobre o que ao certo seria essa “liberdade” um amigo programador me respondeu a pergunta: "Livre dos grande fabricantes de software". Em resumo: livre do capitalismo. Software livre é tão livre como "sociedade alternativa" e "amor livre". Livre não no sentido que os liberais entedem: pelo direito de escolha. O movimento pelo software livre já sofre de contradições logo na partida. Experimente se posicionar contra um determinado software livre e será repreendido como quem não concorda com o movimento gay ou com o feminismo. Quer dizer: você é livremente obrigado a gostar do software livre, seja ele a porcaria que for. Eu, da minha parte como usuário de computadores há muitos anos sou radicalmente a favor do código fechado e proprietário. Tirando raríssimas e pontuais exceções de sucesso a iniciativa do chamado software livre tem a cara do seu guru e mentor "Richard Stallman": sujo, pesado e irresponsável. Vou citar algumas experiências frustrantes que tive com o chamado "software livre". Em meados dos anos 90 surgiu na internet o que viria a ser chamado "Photoshop killer": o software Gimp. Inicialmente disponível apenas para Linux, logo foi portado para outras plataformas (Mac e Windows). Nunca, absolutamente nunca, este software sequer chegou no “chulé” do Adobe PhotoShop. Se pretendia ser um dia um concorrente a altura do PhotoShop, o Gimp só serviu para aumentar a certeza de que vale a pena investir o que a Adobe pede para que você possa rodar um software de edição de imagens decente. Resumidamente o "Gimp" passados mais de 10 anos de desenvolvimento sequer possui suporte ao modo CMYK. Pífio. Estivesse na iniciativa privada e seria facilmente descartado logo no primeiro ano de desenvolvimento. Mas ... Outro exemplo: quem já sofreu os diabos na frente de um OpenOffice sabe muito bem. Usando OpenOffice temos a certeza de que vale a pena pagar o que for necessário para ter o Office funcionando e mandar aquele "nerd-consumidor-de-revistinha-de-informática-do-departamento-de TI” da empresa para o inferno. Linux? Somente 30% das máquinas vendidas pelo governo com Linux pré-instalado ainda rodam este sistema operacional. Pelo visto o índice de insatisfação do consumidor é bem alto. Mas você vai reclamar para quem se o software é "de graça"? Reclame e você ainda será advertido. O consumidor não é você: são eles. Uma das maiores falácias do chamado "software livre" é a lenda de que você pode "alterar" e “customizar” o software a seu bel prazer, como se isso fosse uma possibilidade aberta ao usuário comum. Quer dizer que eu posso mudar o software do jeito que eu quiser? Sim. Se você tiver a coragem de primeiramente perder alguns anos da sua vida aprendendo a programar em C++ para algum sistema operacional ou ambiente de janelas (Linux, por exemplo, tem vários e cada um usa padrões totalmente independentes), depois tiver a paciência de analisar milhares de linhas de código e então caçar defeitos as vezes imperceptíveis até mesmo para programadores experientes quem sabe você será capaz de mudar um menu ou uma entrada do programa. Mas a mera tentativa de mudança logo esbarra no fato de que você terá quase nenhuma chance de sucesso se não se relacionar bem com o pessoal da comunidade de desenvolvimento e logo de fato se tornar um desenvolvedor de software dispondo diariamente de várias horas para isso. Se ainda assim você não conseguir mudar o programa do jeito que você gostaria dirão que a sua “experiência” não foi “profunda o suficiente” ou ainda que você é “burro” ( o problema é você, não o software). E a sua liberdade para viver a vida como uma pessoa normal que quer apenas usar um programa sem ter que ser um expert no assunto? Puro papel pega-moscas. É o típico clichê de quem critica o Linux, por exemplo. Se critica é porquê não conhece a fundo. Se conhece a fundo e ainda assim critica é porquê não teve uma experiência “suficientemente profunda”. Não seria mais honesto reconhecer que Linux é ruim para o usuário doméstico e bom para empresas que querem gastar os tubos nas “consultorias” oferecidas pelos “experts” em Linux? Quem já teve um servidor rodando Linux na empresa sabe muito bem disso. Vira uma caixinha preta onde somente o “fulano” que é “o expert” no assunto mexe. Se o cara morrer ou tiver uma doença, um abraço. Até outro “expert” entender o que está exatamente programado ali é melhor começar tudo do zero novamente. Como numa empresa estatal, nada melhor do que um bom Linux para sustentar um cabidão de emprego numa empresa privada. Conheci não um, mas vários programadores vivendo assim. De tão bom o Linux sequer conseguiu ter um ambiente de gerenciamento de cores até hoje, coisa que Mac OS e o Windows tem há mais de 10 anos. Que se dane se as suas cores não saem do jeito que você quer. Você tem uma câmera digital e quer que as cores da sua foto saiam boas ou pelo menos coerentes com a impressão? Azar o seu. “Isso daí é frescura do pessoal de DTP”. Sim, mais de 1 bilhão de câmeras digitais já foram vendidas no mundo e isso ai é só um “nicho do pessoal de DTP”. Ipod? Coisa de “burguês”. Instalar um simples Java no Linux é uma terefa hercúlea que logo leva o usuário as raias do desespero na caça de um CD de instalação do Windows. Eu prefiro o Mac OS e vivo com ele sem menores preocupações há muitos anos. Livre de vírus, seguro, estável, sexy, “think different”, versátil.Chega a ser sacanagem comparar a qualidade do desenvolvimento de uma solução proprietária rodando num Apple “capitalista” com um PC xing-ling rodando aplicações de software livre. A qualidade de desenvolvimento, de atenção nos mínimos detalhes, o suporte que você tem, a durabilidade do equipamento, o nível de integração entre hardware e software, o grau de evolução e de variedade de aplicações disponíveis é indescritível. No Mac eu me sinto livre para usar o computador, me sinto estimulado a usar a ferramenta e tirar dela todo o meu potencial criativo sem me preocupar em descer a minuncias de desenvolvimento de software. No Mac eu não sou escravo do software: eu comando o software. Não me sinto amarrado a nada, nem a “comunidades”. Dentro do Linux e dos softwares livres me sinto preso numa jaula soviética. Em resumo: Essa é a diferença entre livre-mercado e socialismo. Um te cobra o justo para que você tenha um retorno a altura do seu investimento. O outro aparentemente te dá tudo de graça, mas nos detalhes te transforma num escravo se você não tomar cuidado. Viva a liberdade e o direito de escolha. “Think different” !

Ibis Itiberê Salgado Luzia
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28/11/2006

Artigo meu no Mída Sem Máscara

Sairá amanhã, 29/11/2006, artigo meu no MSM intitulado "Software livre: um outro mundo é possível". Para quem quiser acessá-lo diretamento do MSM clique aqui. Ele vai reproduzido abaixo. As cartas recebidas por mim ou pelo MSM referentes a este artigo serão postadas também neste blog, à medida que forem sendo recebidas.

Este artigo poderia ter vários outros títulos. Fiz um exercício rápido e formulei os seguintes títulos alternativos:

Em que crêem os que crêem em software livre

Programadores do mundo, uni-vos

O striptease ideológico de Richard Stallman

Stallman, Marx e Engels: camaradas inseparáveis

O sr. Stallman aceita dinheiro do governo, não dos consumidores

Stallman: o guru do esquerdismo informático

O analfabetismo funcional do sr. Stallman

Os leitores podem escolher dentre estes ou até formular outros títulos. O que importa é que, a partir da análise do Manifesto GNU, pode-se perceber a fundamentação ideológica do movimento do software livre. Esse pessoal não é só contra Bill Gates. Eles são contra a economia de mercado como um todo.

Segue o artigo.



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Resumo: Se o sr. Stallman ainda não foi convidado para participar do Fórum Social Mundial, tem tudo para ser convidado em breve.


Meu último artigo causou uma certa polêmica e alguns leitores irados se manifestaram na seção de cartas do Mídia Sem Máscara e também no meu blog. O que procurei ressaltar no artigo é que o custo da licença de um software não é seu único custo e que a escolha entre um software livre e um proprietário deve ser feita levando-se em conta o custo global, se é que ela seja feita unicamente sob o ponto de vista econômico.

As observações de vários leitores mostram, contudo, que essa escolha tem outras bases, além das econômicas. E são essas bases que gostaria de esclarecer aqui.

Vou usar uma técnica baseada no livro "O Imbecil Coletivo". [*] No capítulo "Idéias Vegetais" o autor nos ensina o seguinte: "Se Deus deu malícia aos suspicazes, não deixou os crédulos totalmente sem defesa. A credulidade mesma, quando praticada a sério e integralmente, é a melhor defesa: basta que você, ao crer no que alguém lhe diz, creia também nas conseqüências, que ele provavelmente não disse. Se estas conseqüências forem absurdas, a absurdidade delas logo saltará aos olhos, sem que você tenha tido o trabalho de procurá-la".

Assim, fui buscar na fonte os fundamentos do movimento do software livre. Existe um documento chamado Manifesto GNU, em que Richard Stallman descreve as bases desse movimento. O sr. Stallman é também o presidente da FSF (Free Software Foundation) e portanto, quando se fala de GNU, está-se falando também de FSF. Mencionei esse manifesto em resposta à carta de um leitor. Existe uma versão desse manifesto em português de Portugal, do qual tirarei todas as citações que faço abaixo.

Pode parecer fora de propósito ou até pejorativo o nome “movimento” que usei ao me referir à iniciativa de criação de software livre. Este não é, felizmente, o caso, pois a própria FSF coloca como sua principal função levar adiante a "missão mundial de preservar, proteger e promover a liberdade de uso, estudo, cópia, modificação e distribuição do software de computador..." Trata-se portanto, de um movimento mundial, uma missão.

Meu pressuposto é o de que quem usa o software livre pode muito bem não conhecer esse documento, mas quem defende esse tipo de software deve conhecê-lo e aceitar (ou pelo menos simpatizar com) seus pressupostos e suas conseqüências. E assim começo, crédulo, a leitura do documento. Desculpem-me se uso citações freqüentes do manifesto, mas isso é inevitável. É que as coisas que são ditas são tão inacreditáveis que a citação literal é imprescindível.

Há, no início, uma descrição do projeto GNU. Depois o sr. Stallman nos fala de sua regra de ouro, ou seja, "se eu gosto de um programa, eu devo compartilhá-lo com outras pessoas que gostam dele. Vendedores de software querem dividir os usuários e conquistá-los, fazendo com que cada usuário concorde em não compartilhar com os outros". Fala também de solidariedade com outros usuários e diz que "eu não posso, com consciência limpa [grifo meu], assinar um termo de compromisso de não-divulgação de informações ou um contrato de licença de software".

Aqui a discussão não é técnica nem econômica, é moral. A moralidade do sr. Stallman o proíbe de assinar contratos de uso exclusivo de software. De quebra ele nos alerta de que quem os assina deve ter a consciência pesada.

Mais adiante, ele explica que a razão que leva muitos programadores a desejarem ajudar o projeto GNU é que a comercialização de software requer "que eles se considerem em conflito com outros programadores de maneira geral em vez de considerá-los como camaradas” [grifo meu]. Ou seja, competidores econômicos são soldados de exércitos em conflito. Camaradas, hein? Já ouvi essa palavra antes.

Logo depois, vem o disparate: "O ato fundamental da amizade entre os programadores é o compartilhamento de programas; acordos comerciais usados hoje em dia tipicamente proíbem programadores de se tratarem uns aos outros como amigos". Se acordos comerciais, a base do capitalismo, impedem a amizade entre os homens, só o comunismo pode nos salvar.

Esses malvados acordos voluntários também são responsáveis pela falta "do sentimento de harmonia, que é impossível se nós usarmos software que não seja livre". O software livre não é somente responsável pelo bem-estar de seu computador, mas do seu.

Isso não é tudo. Mais à frente, temos a pérola: "Contratos que fazem as pessoas pagarem pelo uso de um programa, incluindo o licenciamento de cópias, sempre trazem um custo tremendo para a sociedade devido aos mecanismos obscuros [grifo meu] necessários para se determinar quanto (ou seja, por quais programas) uma pessoa tem que pagar. E somente a polícia do Estado tem poder para fazer com que todos obedeçam esses mecanismos". Os preços, principalmente nos EUA, como todos sabem, são formados por mecanismos obscuros. Além disso, é a polícia do Estado (quem sabe, CIA, FBI, Bush & cia.?) que controla o mecanismo dos preços em uma economia capitalista.

Eu não estou nem no meio do manifesto e os leitores devem ter notado que o sr. Stallman pode entender muito de software, mas de quase nada mais. Um indivíduo criado e educado nos EUA, tendo freqüentado e trabalhado no MIT, que acredita que o Estado é que controla obscuramente os preços num sistema capitalista é, de fato, uma calamidade mental.

Vou poupar os leitores de muito do que pensa o sr. Stallman, esse portento do software livre. Só digo que ele fala até de Kant e do imperativo categórico. Sugiro a todos que leiam esse genial documento, do princípio ao fim.

Pularei para o final do manifesto, onde esse senhor clama pela mão pesada do Estado, aquele mesmo que tem "aquela" polícia que determina os preços. Ele diz: "Suponha que todos os que compram um computador tenham que pagar X por cento do preço como um imposto do software. O governo daria este dinheiro a uma agência como a NSF para gastar em desenvolvimento de software". Que doçura a desse rapaz!

E isso ainda não é o clímax. Este vem ao final do documento e diz: "Nós já reduzimos bastante a quantidade de trabalho que a sociedade como um todo tem que realizar para a sua própria produtividade, mas somente um pouco disso se transformou em lazer para os trabalhadores porque muita atividade não-produtiva é necessária para se acompanhar a atividade produtiva. As principais causas disso são burocracia e medidas bitoladas contra a competição. O software livre irá reduzir grandemente estes desperdícios na área de produção de software. Nós temos que fazer isso, para que os ganhos técnicos em produtividade sejam transformados em menos trabalho para nós".

E assim, um outro mundo é possível. Se esse sr. Stallman ainda não foi convidado para participar do Fórum Social Mundial, ele certamente vai ser em breve. Ele será anunciado como o camarada Stallman e cuidará do Departamento de Software da ONU, quando for instituído o governo mundial. Programadores, uni-vos!



[*] O Imbecil Coletivo, Editora Faculdade da Cidade, 2002. A nova edição desse livro, da É Realizações está danada de bonita!

24/11/2006

C.S. Lewis, Cardeal John Newman e eu na hora do cafezinho, numa universidade brasileira

Um colega me aborda, todo alegre, para me dizer que enviará seu filho (já universitário) num estágio de trabalho aos EUA. Depois de expressar minha simpatia pelo acontecimento, indago

-- Tenho uma dúvida, professor.

-- Qual é?

-- É que você foi um apoiador, aqui entre nós, da reeleição de Lula. Eu esperaria que seu filho fosse enviado, triunfalmente, para Cuba, Venezuela ou China. Os EUA são um país capitalista e é governado pelo malvado Bush. O que terá ele (o país, claro) para ensinar ao seu filho?

Como a conversa estava amena e minha relação com esse colega é amistosa, ele apenas sorriu e fomos dar aulas.

O acontecimento não me saiu da cabeça, pois, estou convencido de que meu colega não percebeu sua contradição.

Mais tarde, no mesmo dia, comento o acontecido com outro colega, que diz, entre outras coisas: Bush está errado em tudo!

Muitos anos atrás, um colega professor, ligado ao Partidão, dizia cinicamente: devemos importar tecnologia dos EUA e ideologia da URSS.

Excetuando-se o cinismo e a esperteza do colega comunista, temos hoje na universidade brasileira um misto de confusão mental, doutrinação anti-americana e um fenômeno detectado, nomeado e detalhado por Lewis: trata-se do bulverismo.

Que o ambiente universitário, aqui e em outros países, abrigue tal pletora de males, não é nem um pouco surpreendente. Muitos já detectaram este fenômeno.

A universidade atual se afastou infinitamente daquela instituição que, segundo o Cardeal John Henry Newman, tinha o objetivo “não de desenvolver as maneiras ou hábitos de um gentleman – essas podem ser, e são, adquiridas de várias outras formas, por meio de um bom ambiente social, por meio de viagens ao exterior, pela inata graça e dignidade de uma mente católica – mas a força, a estabilidade, a completude e a versatilidade intelectual, o controle sobre seus próprios poderes, a capacidade instintiva de avaliar, com justiça, as coisas que estão à nossa frente, o que é, às vezes, um dom natural, mas que comumente não é desenvolvido sem muito esforço e prática ao longo de anos a fio.

A universidade do cardeal seria o “lugar do ensino do conhecimento universal”, o lugar da “difusão e extensão do conhecimento, ao invés de seu avanço”.

Nossas universidade estão, hoje, povoadas de PhD´s, cuja arrogância só não é maior que sua ignorância do “conhecimento universal”. Falta a esses doutores exatamente a coisa que, na visão de Newman, eles deviam estar ensinando: “a capacidade instintiva de avaliar, com justiça, as coisas que estão à nossa frente”.

Assim, nossos mestres maiores são presas fáceis do bulverismo. Lewis define esse mal do século XX da seguinte forma: “suponha que seu oponente esteja errado e que, então, você explique o erro dele. O mundo estará a seus pés. Tente provar que ele está errado e o dinamismo de nosso tempo lançará você contra a parede.

A tagarelice intelectual contemporânea está cheia de explicações de erros, sem antes provar sua existência. Foi assim que nasceu, segundo Lewis, o marxismo.

E é assim que confusos professores universitários mandam seus filhos para os EUA e votam em Lula, sem sentir que há algo errado nisso. Ou seja, explicaram para eles que o capitalismo é abominável sem provar que isso seja verdade. Eles acreditaram porque faltou-lhes “a capacidade instintiva de avaliar, com justiça, as coisas que estão à nossa frente”.

Mas, como a razão humana, mesmo sufocada, ainda mantém um contato com a Razão que lhe deu origem, eles sentem que, pelo menos para seus filhos, é melhor os EUA do que Cuba, apesar de Lula.

O striptease ideológico de Richard Stallman, o rei do software livre, começou!

Álvaro Polati escreve, em 24/11/06, para a seção de cartas do MSM:

Recomendo a leitura desta entrevista com Richard Stallman, líder da Free Software Foundation. Ele é um defensor do software livre; e contra: o software proprietário, a Microsoft, as grandes corporações, o copyright, e as patentes... Richard Stallman é comparado a Che Guevara pelo próprio sítio que publicou a entrevista.Vejam esta jóia: "O desenvolvedor de um software proprietário é como um rei absolutista, como Bush quer ser. O presidente George W. Bush trabalha para as grandes multinacionais. A grande semelhança dele com a Microsoft é que ambos não acreditam que você deva ter liberdade." (Richard Stallman, guru do SW livre). Agora, porque envolver Bush nesta questão? Pura ideologização? Óbvio que existem iniciativas que parecem mais moderadas, inclusive criticadas pelo libertário e estrambótico guru. Mas quanto ao software livre, leiam, tirem suas conclusões e descubram de que lado "eles" estão...LINK: http://www.baguete.com.br/entrevista.php?id=125 "

Escrevi e já enviei um artigo para o MSM sobre esse sujeito. Ele ainda não foi publicado. Lá eu mostro o que pensa esse gênio. Depois de vê-lo nu, os defensores do software livre terão duas opções: ou se declaram ignorantes ou comunistas. Tertium non datur.

22/11/2006

Cartas V - para o MSM

Mais uma cartinha simpática de quem não entendeu nada do meu artigo.


Voces sabem o que é PHP?
enviada em 22/11/2006

Eu gostaria de fazer uma pergunta aos detratores do software-livre: Voces sabem o que é PHP? A resposta encontra-se aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/PHP. Agora, se voces forem observadores, enquanto voces lêem essa carta, voces verão que a extensão .php encontra-se no “endereço” da seção de cartas do Mídia Sem Máscara (http://www.midiasemmascara.com.br/cartas.php?language=pt). Ou seja, o site que tanto amamos, e que defende tanto o capitalismo e a livre iniciativa, utiliza uma solução comunista para o seu funcionamento! E agora? Que caiam as máscaras. Já que voces são tão pró-Microsoft e tão pró-Bill Gates, e acreditam que o software-livre seja uma perigosa ameaça da comunalha esquerdista ao modelo de negócios dessa empresa; eu acho que, pelo bem da coerência, voces devam deixar de acessar o site, uma vez que ao usar a linguagem PHP, ele está compactuando com uma conspiração que visa a ruína da lucrativa indústria da informática. Ou então, pelo menos, voces devem exigir que o MSM passe a adotar a linguagem ASP (http://pt.wikipedia.org/wiki/ASP). Aliás, como admirador e leitor assíduo dos artigos aqui publicados, eu me sinto no direito de pedir um posicionamento da editoria do MSM a esse respeito. E gostaria de pedir também, que a editoria explicasse à claque do senhor Bill Gates, que motivos a levaram a utilizar um subproduto dessa iniciativa tão perniciosa que é o software-livre.

Wolmar Murgel Filho

Prezado Sr. Wolmar:

Gratos pelo seu contato.

A indústria de software livre é imensa (não se limita a Linux), movimenta bilhões de dólares e possui parceiros de peso (a IBM doou todo o código do workframe Eclipse ao projeto de software livre). Esse é o ponto. Em nenhum momento o articulista chama de cumunalha quem se utiliza ou defende o software livre. É claro que há interesse da IBM, Sun e outras em ganhar mercado da Microsoft, coisa absolutamente normal. Esse é o verdadeiro campo de batalha. O idealismo de parte dos militantes do software livre, de ligar a iniciativa do Linux a pinguins com camiseta de Che Guevara e afins é utilizado por estes para dar uma face de combate anti-capitalista a uma competição capitalista feroz. Muitos acham mesmo que estão em combate com a Microsoft. Podem até estar, mas em benefício da IBM, Sun e outras muitas, e não em benefício dos famintos de Chiapas. Argumentar que o software livre é coisa da comunalha seria como comparar a IBM a algo como uma e-KGB, coisa que o articulista obviamente não faz, embora o senhor queira dar a entender em seu email.

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA.

Sobre o artigo que sugeri abaixo

O leitor que me sugeriu o artigo cujo link forneci abaixo (Pedro) me envia um e-mail observando que:

"... eu gostaria de frisar: os argumentos à favor do linux são os mesmos e vão continuar sendo por dez anos, se essa coisa ficar por tanto tempo. Havia no MSM uma carta com um exemplo -a do carro em que você não pode mexer-, que é muito, muito velho, e ainda citado! Da mesma maneira, o Windows XP também teve seus 'bugs' registrados pelos gurus informáticos, e os defeitos da nova versão, não lançada!, já apareceram em matéria de revista."

É isso aí. Quem estiver interessado em desmascarar essa turma, tem de escrever suas idéias e divulgá-las amplamente, pois, os esquerdistas informáticos são uma legião! Eu pude perceber isso com meu artigo original no MSM.

Em que crêem os que crêem no software livre

Enviei esta semana um artigo para o MSM (que será publicado a critério do editor) em que trato dos pressupostos não econômicos da questão do software livre. Faço uma análise de um documento de Richard Stallman, um dos principais gurus do software livre, intitulado Manifesto GNU.

O sr. Stallman é presidente da Free Software Foundation (FSF), cujo sítio muitos leitores irados me sugeriram visitar para que eu, então, soubesse realmente o que vem a ser isso. Por trás da sugestão, estavam me chamando de ignorante, pois, quem imaginaria um fulano falar de software livre sem ser um visitante contumaz da FSF. Fui lá e fui no GNU e submeti o sr. Stallmam a um striptease intelectual. Vocês verão o que encontrei, depois de despí-lo.

Recebi, hoje, de um leitor, a indicação de um artigo que trata do marxismo do movimento Linux, coisa que também trato no meu. Ele é do ano de 2000, mas vale a pena sua leitura. Eis o link http://www.lewrockwell.com/rockwell/trot1.html .

Divirtam-se.

21/11/2006

Cartas IV - E-mail pessoal e MSM

Veja como a confusão mental do esquerdismo faz uma pessoa passar vexame em cima de vexame. A sra. Magda não cansa de nos mostrar sua indigência mental. Tudo que ela quer saber é onde comprar o XP mais barato. Eu sei onde, mas não digo, pois esse não é o assunto que me interessa e nem tampouco assunto sobre o qual eu escrevi no artigo que tanto transtornou a sra Magda. Depois de tudo isso ela ainda me chama de colega. Cruz credo!



----- Original Message -----
From: Magda Maia de Souza Lima
To: araujo@cpdee.ufmg.br
Sent: Monday, November 20, 2006 6:00 PM
Subject: Software livre: de graça? parte 2

Caro Sr,

em resposta à sua resposta ao meu e-mail em seu blog:

observo que não fui objeto da mesma delicadeza, não tive resposta sequer de um link apoiando sua opinião;

que o Sr entendeu o grande incômodo que causou a disparidade do valor citado na sua matéria e o valor real de mercado, sem resposta para uma loja com o seu preço;

que a matéria realmente foi escrita pelo Sr;

que o Sr entendeu alguma fúria da minha parte, sem citação desta parte;

e que francamente chamar alguém que não se conhece de analfabeto não contribuir em nada para esclarecer esta pessoa, não é resposta, acrescenta o quê? E qual é mesmo o estudo que apoia suas opiniões?

Chamo a atenção para:

não é possível ser delicado e furioso ao mesmo tempo, a não ser que o Sr seja irônico, o que também não é possível. Afinal, um professor que escreve uma matéria é para esclarecer as pessoas, orientar sobre um assunto que conhece e domina para aqueles que não são especialistas.

Concluindo:

favor enviar links, bibliografias esclarecedores sobre o assunto. Fico satisfeita em começar por entender apenas a parte do custo. Se realmente o custo do SO dos programas proprietários for menor do que o Linux vou começar a pagar por eles na máquina da minha casa. Até lá fico só com o Linux.

Colega, o Sr pode ficar aí me chamando de analfabeta ou tomar uma atitude e contribuir para melhorar seu país nos orientando.

[]s Mag
BH-MG



Para o MSM



Sobre software livre: Linux, um aparato político
enviada em 20/11/2006

Sou entendido também no assunto, tanto na parte técnica quanto na parte econômica, e concordo com o artigo. Pressupõe-se que, por ser "livre", o Linux seja de graça, e realmente não é. Ele é uma maravilha para os "entendidos" pois podem cobrar uma fortuna em manutenção, já que não existe tantos entendidos assim no Linux quanto no Windows. E Linux nem chega a ser livre de fato, pois a licença GPL não permite fazer o que quiser com o código. Diferentemente, a licença BSD, esta sim totalmente livre, permite que seja utilizado em sistemas comerciais tecnologias desenvolvidas. Se não fosse por isso, o TCP/IP, que é a base da Internet, nunca teria sido o padrão que hoje é utilizado pelo mundo afora. A apple não teria também o OS X, este sim concorrente com o Windows, baseado no FreeBSD. Linux é mais um aparato político contra a Microsoft do que um concorrente direto do Windows. Ainda precisa melhorar muito para alcançar o usuário final, que está apenas começando a usar um computador.

Rafael Fernandes


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O software livre, Bill Gates e outros embaraços suscitados pelo Prof. Emílio
enviada em 21/11/2006

O professor Antônio Emílio é excelente questionador de convicções. Por isso, seus textos são perturbadores e causam alguns embaraços, como este sobre Linux e Windows. As pessoas aqui parecem convictas do oposto. Na falta de argumentos, chegam a apelar para a autoridade técnica, o argumentum ad verecundiam, sem mesmo explicar o que lhes incomoda. Será que é o Bill Gates? Mas porque o maior e melhor empresário do mundo incomoda tanto? Um chefe respeitador e motivador que dá aos seus funcionários reconhecido equilíbrio vida/trabalho, que acredita que a chave do sucesso está nas pessoas e no trabalho duro? Que crê no estudo e valoriza o conhecimento? Ele foi devidamente recompensado com o que há de melhor no capitalismo: o lucro, reservado apenas para os melhores e mais capazes. Enquanto eu estive na universidade, todos os entusiastas do Linux esbravejavam contra a Microsoft e contra Bill Gates, e diziam da necessidade de “derrotar” demônio do Windows. Mas porque um demônio? Uma espécie de síndrome invejosa contra o sucesso? O Professor Emílio não precisou nem questionar isso para que o castelinho de cartas caísse... Apenas questionou este “livre” e recebeu uma enxurrada de comentários passionais e negativos. Que mal há em pagar por aquilo que foi desenvolvido através do trabalho árduo de vários profissionais qualificados? Pagar aqueles que confiaram e investiram em um trabalho de anos? Software é mercadoria sim, adquirindo-se o direito de usar; porém, além deste, há o direito sobre a propriedade intelectual contida nesta mercadoria - em respeito àqueles que tiveram o trabalho do desenvolvimento. A luta pelo direito a propriedade intelectual é tão séria quanto a qualquer outro tipo de propriedade privada, afinal apropriar-se indevidamente de um software é desmerecer o trabalho alheio.Enfim, eu concordo plenamente com o artigo do professor. O Linux é a negação da propriedade intelectual, e virou uma bandeira ideológica, de tal forma que, politizado, pouco contribuirá para a evolução da informática. Além de não ser cost-effective: basta verificar que a maioria esmagadora de grandes corporações capitalistas, interessadas em reduzir o custo operacional, adota Windows como o sistema de trabalho. Talvez o conceito de “livre” do professor Emílio ajude a esclarecer o porquê desta realidade que relutamos em acreditar: “there is no free lunch”.


Álvaro Polati

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Sobre artigo Software Livre: foco é Economia, não Informática
enviada em 21/11/2006

Estas pessoas entendidas que tanto acusam furiosas que o artigo sobre Software Livre do Antonio Emilio A. de Araujo contém erros não identificam que o que está sendo tratado pelo texto é Economia e não Informática. Elas só se darão conta disso se um dia os desejos da Free Software Foundation concretizarem-se por completo no nosso país, verem que o produto intelectual de seu trabalho é proibido de ter algum valor e estiverem programando em troca de um salário mínimo (ou menos).

Saudações,

Marcos Ludwig

20/11/2006

Cartas III - ao meu e-mail pessoal

Tenho de, mais uma vez, omitir o endereço eletrônico de meus furiosos correspondentes, para poupá-los do vexame. Gente, será que esse pessoal que se diz entendedor de software entende de mais alguma coisa?



----- Original Message -----
From: Felipe
To: araujo@cpdee.ufmg.br
Sent: Monday, November 20, 2006 11:36 AM
Subject: 16/11 - Software livre: de graça?

Prezado senhor,

Com relação ao seu artigo: “Software livre: de graça?”, gostaria de ressaltar alguns equívocos de sua parte:
O Linux nunca teve a intenção de fazer competição com o Windows. São sistemas operacionais diferentes, com finalidades diferentes. As distribuições Linux são uma opção ao sistema Windows e por essa razão têm muitas diferenças quanto ao sistema proprietário.

O software livre não tem a pretensão de ser algo gratuito. Somente a ferramenta é gratuita, você a utiliza como quiser. O que a Microsoft faz com o Windows é vender uma ferramenta a um preço exorbitante, uma vez que eles têm o monopólio sobre ela.

“Time is money” é um paradigma de pelo menos duas décadas atrás. Hoje em dia, voe tem de gastar tempo simplesmente aprendendo, ou fazendo cursos. O custo disso é muito menor, comparado com os cursos e o tempo que se perde aprendendo o sistema proprietário.

Pagar pelos aplicativos é uma prática comum para pessoas que utilizam o Windows. Todos os aplicativos do Windows são pagos, e o preço deles é geralmente superior a qualquer aplicativo livre. Recomendo que você tente ler algo sobre Synaptic e Debian. A maior parte dos aplicativos para Linux são também livres e gratuitos.

No mais, peço que você tente ler e se informar um pouco mais antes de escrever um artigo, pois a maior parte do que está escrito são informações vazias e errôneas.

Felipe Alves Dias


MINHA RESPOSTA


----- Original Message -----
From: Antônio Araújo
To: Felipe
Sent: Monday, November 20, 2006 11:11 AM
Subject: Re: 16/11 - Software livre: de graça?

Sr. Felipe,

Vamos por partes.

O sr. tem de definir a idéia que o sr. quer defender. Ou bem o "Linux nunca teve a intenção de fazer competição com o Windows", ou bem "As distribuições Linux são uma opção ao sistema Windows". As duas coisas se contradizem, o sr. percebe?

Obrigado pela informação de que "time is money" está ultrapassado. Eu sequer sabia que a expressão era um paradigma de duas décadas atrás. O sr. tem certeza de que sabe o que significa "paradigma"?

O sr. sugere que eu me informe um pouco mais antes de escrever um artigo. Infelizmente, eu não posso devolver a sugestão, pois, não basta ao sr. um pouco mais de informação. O sr. tem de voltar ao primário e aprender tudo de novo.

Antônio Emílio.




----- Original Message -----
From: Magda Maia de Souza Lima
To: araujo@cpdee.ufmg.br
Sent: Monday, November 20, 2006 10:13 AM
Subject: Software livre: de graça?

Caro Sr,

foi com surpresa que li http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5371&language=pt

uma pessoa com a sua escolaridade e com toda certeza conhecedor de estudos de TCO e TCU
e com toda certeza sabendo que no extra hipermecados encontra-se o Windows XP Professional por R$ 799,00

com toda certeza não escreveu aquela matéria

favor verificar o link porque alguém está achincalhando seu nome

e por favor, se não for incômodo e eu estiver tão enganada assim, ilumine a minha vida e envie uns links para eu aprender mais com o Sr.

Agradeço de coração, porque devo estar bobeando muito. Gosto não se discute mas análise é análise.

[]s Mag
BH-MG


MINHA RESPOSTA


----- Original Message -----
From: Antônio Araújo
To: Magda Maia de Souza Lima
Sent: Monday, November 20, 2006 11:30 AMSubject: Re: Software livre: de graça?

Sra. Magda,

Que delicadeza seu e-mail!. É exatamente o que eu esperava de uma pessoa que não conheço, a quem nunca dirigi a palavra, de quem nunca falei nem bem nem mal.

Se a única coisa que a sra. entendeu de meu artigo foi o preço da versão do Windows, a sra. é uma analfabeta. E veja que isso não é uma ofensa, apenas uma descrição da realidade.

Atenciosamente,

Antônio Emílio.

Mais cartas II - Para o MSM

Comento algumas coisas, em negrito, sobre as cartas. As repostas do editor do MSM estão em itálico.


Correção de conteúdo
enviada em 20/11/2006

Existe um artigo no seu portal que é no mínimo uma ode à falta de conhecimento sobre o assunto. o tema "16/11 - Software livre: de graça? Pensar em usar o Linux para lutar contra o bicho papão da Microsoft, ou porque o Linux é feito por monges trapistas, é uma quimera." Não retrata nem de longe a realidade e o senhor Antônio Emílio A. de Araújo teve a infelicidade de escrever sobre algo sem embasamento algum. Caso vocês queiram posso passar valores reais, tabelas, e até gráficos explicando o assunto, tudo com embasamento em mercado e conhecimento de anos de trabalho me e de vários outros proficionais da área de TI. Gostaria que esse artigo fosse corrigido ou removido, e sei que posso contar com a colaboração de vocês, pois em momento algum acreditei que vocês quisessem passar informações errada e essa dica é a minha contribuição para seu portal. Quero apenas que informações sejam dadas de forma clara, objetiva, e com base em fatos e não em opinião.
Obrigado pela atenção.
Jailton Caldeira Junior

Prezado Sr. Jailton:

Gratos pelo seu contato.

Infelizmente, o sr. não explica o que é que está errado no artigo em questão, dando a impressão de que apenas acha que ele está errado, o que é uma avaliação pessoal, e acredita que isso basta para que o referido artigo seja removido. O assunto abordado no artigo não foi escrito para e por técnicos mesmo, porque o ponto central da questão não é técnica, como o próprio autor do texto deixa claro. A análise versa sobre outro aspecto que infelizmente, muitos leitores resolveram não entender, ou não conseguiram entender. Estamos recebendo inúmeros contatos de leitores que apresentam diplomas, informações técnicas, dão "carteiradas" do tipo "eu sei do que estou falando porque tenho os diplomas, cursos, etc e tal", em tamanha quantidade que estamos com a impressão de que o futuro do Brasil está garantido tantos são os técnicos, gênios e mestres numa área tão sensível e vital como a informática, que, aparentemente, existem no país. Porém, poucos dos e-mails enviados perceberam o ponto para o qual o autor desejou chamar a atenção, e que tem pouco a ver com detalhes técnicos ou conceitos abstratos envolvendo o software livre.

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA.

"Entendidos" contra "defensor do Windows"
enviada em 20/11/2006

Percebi que muitos dos leitores que enviaram comentários sobre o artigo do Antônio Emílio A. de Araújo fizeram questão de exaltar seus conhecimentos em operadores de sistemas operacionais e técnicos em informática. Embora entendam tanto do assunto, ao que parece, precisam de maior carga de leitura e estudo para chegarem entender o propósito de um simples artigo.

Luis Gustavo Gentil Machado Farias



Ainda o Software Livre
enviada em 19/11/2006

Alguns pontos merecem ainda ser discutidos sobre o artigo do prof. Emílio de Araújo e eu gostaria de poder fazê-lo agora:Em primeiro lugar, não se vai à “esquina” para comprar “um Windows”. Só se ele estiver falando na esquina da Av. Rio Branco com a Rua da Carioca (no Rio de Janeiro) para comprar um CD pirata. O lugar certo de se comprar um software é em uma loja onde o indivíduo vai comprar uma licença de uso, que pode ter mais ou menos restrições. No caso do Windows XP, essa licença só se aplica a um computador. Se o professor Emílio tiver dois computadores em casa ou mais alguns na universidade pública, ele terá de comprar uma licença do Windows para cada um dos seus computadores. Aliás, a Microsoft fere as leis de mercado ao fazer com que o seu produto seja visto como uma mercadoria, porque software, assim como informação, não são mercadorias. Se fossem, ao adquiri-las, o comprador teria garantidos para si, a propriedade, a posse e o usufruto do bem adquirido. O que não ocorre quando se vai na esquina “comprar um Windows”, pois você não pode vendê-lo, copiá-lo, doá-lo, redistribuí-lo nem modificá-lo. Você não é DONO da mercadoria. Afinal se o Bill Gates deixasse você ser o dono da "mercadoria" que ele vende, ele não seria o homem mais rico do mundo. Outra coisa, o sistema operacional sozinho não faz absolutamente nada. O usuário terá no mínimo que comprar uma suite de aplicativos se ele quiser ter pelo menos uma máquina de escrever em casa ou no escritório.Em segundo lugar, essa “guerra santa” entre Linux e Windows não faz o menor sentido para o usuário final. Isso é uma questão de escolha pessoal. O professor não aceita falar em monopólio, mas segundo ele mesmo pesquisou no Aurélio, monopólio significa “tráfico, exploração, posse, direito ou privilégio exclusivos”. Mas não é disso que estamos falando? Qual é a empresa competidora da Microsoft em sistemas operacionais para computadores pessoais? Não é a IBM. Nem tampouco a Apple. O comprador de um PC não tem escolha. Nesse sentido, viva o Linux! Se ele é bom ou não, se atende melhor ou não, vai da cabeça de cada um. Infelizmente ele vem de uma iniciativa comunista na mais pura acepção da palavra. Mas isso não impede que se ganhe dinheiro com ele, ou não haveriam empresas de porte como a Novell e a própria IBM dando-lhe suporte. Só não é possível lucrar com o Linux do modo como a Microsoft quer lucrar, ou seja, vendendo software como uma mercadoria em uma prateleira de supermercado.

Wolmar Murgel Filho

O sr. Wolmar não entende o que lê, mas tem uma lingua ferina. Chama-me de consumidor de software pirata sem sequer me conhecer.

Depois vem com a pérola "porque software, assim como informação, não são mercadorias". O que são, então os softwares? Atenção produtores de softwares! Vocês estão produzindo algo transcendente pensando que estivessem produzindo algo imanente.

Ele me pergunta: Qual é a empresa competidora da Microsoft em sistemas operacionais para computadores pessoais? Ué! o FSF/GNU com seu Linux e é exatamente disso que estamos falando!

Ah! Sim. O resto é baboseira anti-Microsoft, confirmando o monopólio de que falei em meu artigo.



Software livre: De graça?
enviada em 17/11/2006

Parabéns professor. Ainda há professores da rede pública confiáveis, já são raros. O falatório contra a Micosoft é generalizado. Apelidaram o Sr. Bill Gates de " Bill Gato". Todo mundo fala no Linux, mais todo mundo instala o do " Bill Gato ". É a mesma coisa contra o Tio Sam, mais ninguém vive sem ele. Na hora do pega pra capá, acionam os imperialistas.
Um abraço

Elisur Bueno Velloso

Linux X Windows
enviada em 17/11/2006

Caro Prof. Emílio,

Muito bom o artigo sobre a "caridade digital" Linux X Windows. Afinal, a mencionada lei econômica existiria até na mais cruel ditadura comunista: "There is no free lunch". Nada é de graça. Nem o Linux, nem o Bolsa família do Lula. Alguém sempre paga a conta...É uma grande satisfação poder ler seus artigos aqui neste sítio.

Continue escrevendo!

Álvaro Polati

19/11/2006

Mais cartas sobre meu artigo a respeito do software livre

No MSM, com resposta do editor


Linux
enviada em 18/11/2006

Achei um absurdo a materia sobre o linux e o software gratis. Não tem nada haver [sic!] com a realidade
Heber Lima

Prezado Sr. Heber:
Gratos pelo seu contato.


Seria interessante se o sr. fosse mais objetivo sobre o que o incomoda no artigo, do que simplesmente "achar um absurdo". Fica parecendo aquela história da mulher que chegou no médico desesperada com um problema que a incomodava, mas sem saber explicar o que era, afirmava que estava sofredo de "ejaculação precoce"...

Atenciosamente,

Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA.


Para minha caixa de e-mail, com minha resposta.

Veja que sabichão é este rapaz, de quem omito o e-mail para preservá-lo do vexame.


De: pitcho@
Enviada em: domingo, 19 de novembro de 2006 02:03
Para: araujo@cpdee.ufmg.br
Assunto: Software livre: de graça?

Prezado,
Primeiro, não faça SPAM, não é assim que se consegue visibilidade, talvez se publicar algo que seja interessante alguma revista ou site muito acessado publique sua mensagem.

Segundo, Linux não é, e nunca teve a intenção de ser uma proposta de CARIDADE, mostra-se apenas como uma OPÇÃO. Tente ler um pouco mais, e PENSAR um pouco mais. *talvez* você seja capaz de ver que, o que escreveu é uma completa ignorância. Mas um mundo é isso mesmo, algumas pessoas PENSAM outras vivem de oportunidades que agarraram no PASSADO Professor.

MINHA RESPOSTA

Sr. anônimo,

Não sei seu nome, pois o sr. não se identificou. Não sei exatamente a qual ignorância minha o sr. se refere.

Quanto à caridade, vou citar um trecho do Manifesto GNU, para o sr. avaliar:
"A Fundação Para o Software Livre levanta a maior parte dos seus fundos do serviço de distribuição, apesar dela ser uma instituição de CARIDADE em vez de uma empresa."

As letras maiúsculas na palavra caridade foram a contribuição de minha ignorância à sua sabedoria, sabichão anônimo.

Antonio Emilio.

18/11/2006

Cartas no MSM sobre meu artigo sobre software

Seguem as cartas que até agora o MSM recebeu. Algumas têm respostas minhas, outras não, a critério do editor do MSM. Há um leitor, que depois acessou o blog, sr. Afonso, cujas manifestações e minhas respostas a elas, estão nos comentários do artigo postado aqui embaixo.



Software livre
enviada em 16/11/2006

Quem disse que software livre tem que ser gratuíto? Gostaria de saber se o professor leu a FSF (Fundação do software livre), lá fala de livre acesso aos fontes para usar e modificar de acordo com suas necessidades.
Obrigado.
Mauricio Assis Lemos


Software Livre
enviada em 16/11/2006

Se o professor Antônio Emílio conhece de engenharia como ele conhece do Linux, não será capaz de colocar um tijolo sobre outro. O que ele falou é mentira, demonstrando que jamais usou ou tentou instalar uma distribuição Linux, como o Kurumin ou o Mandriva. Quem conhece essas distribuições sabem que elas são tão fáceis quanto o Windows. É questão de escolha. E aqui fala um usuário dos dois sistemas: o Linux e o M$ Windows.
Ricardo Amorim

Caro sr. Ricardo,

Fui chamado, por outro leitor, de "xiita defensor do Windows", agora de mentiroso pelo sr.

Bem, quando se dá alguma opinião sobre alguma coisa pode-se estar errado. Admito que em todas as minhas opiniões erros existirão.

Mas, se eu entendi bem, o sr. está me dizendo que eu estou mentindo dizendo que o Linux é mais difícil de operar que o Windows. Vou citar um trecho de um artigo que coloca números nas dificuldades de operação de alguns produtos tecnológicos:

"Human aptitude tends towards the bell curve. Maybe 98% of your customers are smart enough to use a television set. About 70% of them can use Windows. 15% can use Linux. 1% can program. But only 0.1% of them can program in a language like C++. And only 0.01% of them can figure out Microsoft ATL programming."O trecho é de um artigo de Joel Spolsky (http://www.joelonsoftware.com/uibook/chapters/fog0000000064.html).

Uma perguntinha, será que o Linux detém 90% do mercado e eu estou mal informado? Ou será que a maior fatia é detida pelo malvado Windows? Ah! Mas isso deve ser por causa do tal do monopólio de mercado que a Microsoft tem!

Na verdade, eu não procurei, no meu artigo, fazer nenhuma comparação técnica entre o Windows e o Linux e nem tampouco procurei comparar como usuários experientes (como parece ser caso do sr.) se relacionam com o Windows ou o Linux. O que eu disse e reafirmo é que o Linux não é de graça! Há custos envolvidos com a opção pelo software que não é somente devido ao preço da licença. Veja minha resposta ao leitor Guilherme.

E também afirmei que o Linux é um bem econômico que se insere num mercado de bilhões de dólares e é uma forma, como qualquer outra, de ganhar dinheiro, muito dinheiro.


Agora, a ira que meu artigo despertou no sr. é, de fato, interessante. Talvez ou sr. seja mesmo muito sensível aos erros (mentiras, como o sr. diz) dos outros e os procura corrigir da maneira mais enérgica possível. Pode ser. Mas, mesmo assim, fica a impressão de eu ter tocado em algo mais profundo. Será que o sr. é militante do imposto sobre computadores defendido pelo GNU Project?

Atenciosamente,
Antonio Emilio A. Araújo.


Software livre: de graça?
enviada em 16/11/2006

Eu gostaria de fazer alguns comentários a respeito do artigo "Software livre: de graça?". Infelizmente este formulário aqui não me permite enviar uma cópia integral do texto q mandei a alguns amigos comentando o artigo e ao q parece vcs não disponibilizam outra forma mais dinâmica e flexível de contato como os melhores sites do gênero onde os leitores podem comentar diretamente ao final do artigo na mesma página.
Marcelo Germano Alencar

Prezado Sr. Marcelo:

Gratos pelo seu contato.

O MSM não disponibiliza comentários nos artigos porque não é um blog, e sim um site. O sr. pode enviar comentários para este mesmo mecanismo de contato, contanto que não sejam mensagens muito longas, o que impede seu envio.
Atenciosamente,


Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA.



Falta de informação
enviada em 16/11/2006

Indignação foi o que senti ao ler o mais recente "artigo" do Sr. Antônio Emílio A. de Araújo.Totalmente mal informado, ele não pode nem ao menos ser chamado de defensor xiita do Windows, pois raramente esse usa argumentos tão falhos para defender o sistema operacional da Microsoft.Há dezenas de distribuições do Linux gratuitas sim e, da suíte de escritório ao gerenciador de e-mails, são 100% gratuitas.Uso uma dessas distribuições, o ubuntu, há meses e nunca precisei gastar um tostão com ela. Tenho todos os softwares que necessito à mão, além de uma estabilidade, segurança e desempenho que nunca experimentei no Windows.Aliás, esse sim requer um senhor investimento, pois além do custo do sistema e da suíte de escritório da Microsoft, há a necessidade de um anti-vírus, um anti-spyware, um firewall e, de vez em quando, um técnico de informática.Sugiro ao Sr. Antônio Emílio A. de Araújo que se informe antes de publicar qualquer tipo de texto, principalmente na internet. Sugiro também que faça uma pesquisa para apurar quantos usuários do Windows possuem cópias ilegais.Caso desejem um artigo de qualidade sobre o Linux, ficarei contente em redigi-lo, de forma imparcial, e encaminhá-lo a vocês.
Sinceramente,
Guilherme Degasperi

Caro Guilherme,

Estou esperando ansiosamente seu artigo "imparcial" sobre o Linux no MSM.

Quanto à sua mensagem, digo o seguinte. Eu dei o Linux como exemplo de software livre e não fiz nenhuma comparação técnica entre ele e o Windows. Não seria capaz de fazê-lo. Nem mesmo me coloquei contra o software livre em si. Acho que o software livre é uma estratégia mercadológica muito bem sucedida de ganhar dinheiro, e não há mal nenhum nisso! Aliás é o que admite o GNU Project(http://www.gnu.org/gnu/manifesto.html), uma das grandes "fábricas" de software livre:
__________________________________________________________
"Programmers need to make a living somehow."

In the short run, this is true. However, there are plenty of ways that programmers could make a living without selling the right to use a program. This way is customary now because it brings programmers and businessmen the most money, not because it is the only way to make a living. It is easy to find other ways if you want to find them. Here are a number of examples.
__________________________________________________________

Veja que parte do custo do software livre que eu mencionei estão listados aí [cometo aqui um lamentável erro de concordância, pelo qual peço desculpas]. A estratégia aqui é, ao invés de ganhar dinheiro vendendo o software x ou y, vendo aplicativos dele, dou consultoria sobre seu funcionamento, vendo a instalação dele, dou curso sobre seu funcionamento. Foi exatamente disso que falei. Mas, software livre não é obra de caridade e toda a idéia tem sido usada como "ideologia travestida de técnica". Para ver isso, basta observar a defesa que faz o GNU Project de um imposto sobre computadores, para ser usado no desenvolvimento de software:
____________________________________
All sorts of development can be funded with a Software Tax: Suppose everyone who buys a computer has to pay x percent of the price as a software tax. The government gives this to an agency like the NSF to spend on software development.

But if the computer buyer makes a donation to software development himself, he can take a credit against the tax. He can donate to the project of his own choosing--often, chosen because he hopes to use the results when it is done. He can take a credit for any amount of donation up to the total tax he had to pay.

The total tax rate could be decided by a vote of the payers of the tax, weighted according to the amount they will be taxed on.
____________________________________

Este tipo de custo eu não mencionei em meu artigo, mas veja que um dos maiores produtores de software livre o advoga sem meias palavras. A conversinha que começou com moços muito bem intencionados, produzindo graciosamente coisas para todo mundo, pode acabar com o uso da mão pesada do Estado para assaltar nossos bolsos. Governo cuidando de desenvolvimento de software? Muito obrigado. Prefiro Bill Gates.

Você pode entender de Linux bem mais que eu. Mas, aprendi com a vida e com muito esforço de leitura e reflexão que tem muita gente querendo vender ideologia vagabunda e perigosa como se ciência/técnica fosse.

Quero crer que sua "indignação" não seja um reflexo de sua posição de militante pela causa exposta pelo GNU Project. Também não posso crer que seu ataque pessoal a mim ("defensor xiita do Windows") possa ser interpretado como a prova de um sentimento ideológico ferido. Aliás, o próprio título do documento da GNU, "manifesto", lembra outro documento com o mesmo título, mais famoso, mais antigo e, até agora, muito mais mortífero.
Atenciosamente,
Antonio Emilio A. Araújo.


Linux?
enviada em 16/11/2006

Ao ler o artigo do Antônio Ermínio de A. Araújo, percebi uma falácia notável: a idéia de que uma pessoa, ao comprar Windows por R$ 400,00 (nunca vi por esse preço), vai operar imediatamente sem maiores problemas. Na minha experiência de suporte a usuários, posso afirmar que isso é conversa para boi dormir. Entendo a noção do autor. A sua falha é a seguinte: a percepção de esforço aumenta consideravelmente quando estamos lidando com algo novo. A situação piora quando é algo diferente daquilo a que estamos acostumados. Nesse caso, tudo parece muito mais difícil, e tudo parece ser culpa do que é novo. Veja que esta não é sequer uma defesa incondicional do Linux. É uma simples constatação de um fato. Se Windows fosse tão fácil assim, não haveria tanta necessidade de suporte técnico. Acredite, só parece fácil porque utilizamos há vários anos os mesmos sistemas.Sou a favor do Linux, não para eliminar o bicho-papão da Microsoft, mas porque sou capitalista, e gosto de alternativas. A Microsoft melhorou muito nos últimos anos justamente porque foi forçada a isso por uma concorrência maior, e o mesmo vale para o Linux.
João Marcus



Peguntas a Antônio Emílio de Araújo
enviada em 16/11/2006

-O senhor sabe a diferença entre um software livre e um código aberto?
-Sabe o que é uma distribuição de linux? Sabe que o preço delas varia de 50 a 150 dólares?
-Sabe o que é um sistema operacional e um GUI, e que no linux os dois não vêm juntos?
-Notou que o Windows tem tantos softwares e hardwares adequados porque se popularizou, e que o linux está se popularizando?
-Sabe que uma imensa quantidade de aplicativos do Windows têm versão gratuita, até o media player?-Conhece a estratégia usada por Bill Gates para popularizar o windows, e o preço comparativo entre o Windows 3 e o XP (proporcional aos respectivos anos e à tecnologia deles)?
-Sabe que qualquer configuração mais avançada desse sistema operacional leva mais tempo, time and money que uma do linux?
-Sabe que o Windows é ridiculamente fácil de ser acessado por vírus e hackers, e que os seus desenvolvedores não se importam?
-Sabe o que a Fundação Bill e Melinda Gates,do dono da empresa "malhada pela esquerda", tentou fazer? Veja em http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4617&language=pt
Muito obrigado

Afonso Sampaio



software livre: de graça? Calma, há sistemas operacionais para todos os gostos
enviada em 16/11/2006

Não cabe dúvida de que o colunista Antônio Emílio A. de Araújo colocou de forma clara, iniludível, a questão dos softwares. LIVRE significa apenas uma coisa - você COMPRA numa loja de informática um sistema operacional como o Linux (existem distribuições para todos os gostos e necessidades). Eu disse - COMPRA, ou seja, NÃO GANHOU, NÃO FOI GRATUITO. Mas o Linux tem uma particularidade - ele é LIVRE, ou seja, os códigos de acesso a seu núcleo (o Kernel) estão disponíveis para todos que queiram mexer e adaptar o sistema às suas necessidades específicas. Quanto ao outro aspecto, a facilidade de manuseio, de operação, é outra história - os produtos da Microsoft não são mais FÁCEIS, é que estão disponíveis há mais tempo no mercado e EXISTEM MILHARES DE CURSOS DE INFORMÁTICA a preço de banana em tudo quanto é esquina do País. Eu aprendi a usar o Windows, por exemplo, no tapa, comprei revistinhas a 10 "merréis" em bancas e comecei a destrinchar a coisa toda. MAS... nunca aprendi a mexer no Kernel, que é o núcleo central do sistema.. e qual o motivo? Simplesmente porque os cursos são CARÍSSIMOS, eu tenho de fazer até curso superior e muitos deles patrocinados pela Microsoft. Quanto ao Linux, se eu tenho um verniz de Windows, posso sim sem susto começar a usar o Linux. Tanto que durante mais de 10 anos usei esse sistema dentro da empresa antes de aposentar. E comecei a usar desde o boot, não vendo maiores dores de cabeça. Nunca tive problemas com o Windows (que uso em casa, bem entendido) ou com o Linux na empresa. É preciso separar bem as coisas para não passar a impressão de que isso é um assunto religioso, ou esotérico, a que têm acesso apenas iniciados. Não se trata de queimar incenso no altar em louvor ao Linux que, como QUALQUER sistema operacional, tem seus problemas; nem é preciso fazer um pacto com o "demônio" Bil Gates para chegar diante de um teclado e começar a trabalhar. Mais coisas eu diria, mas o espaço é curto. Só uma coisa - EXISTEM SISTEMAS OPERACIONAIS PARA TODOS OS GOSTOS E FINALIDADES. Sem fanatismo nem ideologias, por favor...
José Rodrigues Filho



Software livre: de graça?
enviada em 16/11/2006

Apesar de algumas pessoas realmente verem essa Microsoft x Open Source como uma luta de classes, a discussão mais profunda não é essa. Windows funciona bem para usuários leigos, como uma estação de trabalho comum, ou como plataforma para jogos. Mas no mundo corporativo, onde 1 minuto de downtime significa perda milhões de dólares, Windows é motivo de chacota entre os profissionais de IT. São absurdamente mais vulneráveis (tb conhecido como swiss cheese - cheio de buracos), lentos, e requerem bem mais manutenção, do que seus concorrentes UNIX. Para estes consumidores, não é o preço da licença que importa... Para um cluster de 32 processadores, pagar 2 mil dólares numa licença de software não significa nada. Um dos motivos dessa diferença brutal de qualidade entre sistemas operacionais livres (não grátis) e o Windows, é que a Microsoft não disponibiliza seu código fonte. Tudo bem, esta dentro dos seus direito. Mas isso significa que somente seus programadores podem fazer auditoria no código fonte... Como o código fonte do linux, BSDs, e até mesmo Solaris (da Sun), são abertos, outras milhares de pessoas podem ver, auditar, e modificar o código fonte de acordo com suas vontades ou necessidades. O que a Microsoft faz, seria o equivalente a que a Ford nos proibisse de trocar as rodas dos veículos que ela nos vende. De novo, a Microsoft tem o direito de fazer isso, mas dificilmente profissionais de IT que realmente são sérios utilizarão essa plataforma nos seus servidores.
Abraços.

Gustavo Baratto