07/06/2010

São José, rogai por nós

Do livro Tesouro de Exemplos
O viajante e São José
Foi a 18 de março de 1888. Viajava um sacerdote no trem de Mogúncia a Colônia, quando, ao passar por Bonn, notou que seu vizinho se persignou, juntou as mãos e se pôs a rezar.
- Amanhã é a festa de S. José!... talvez que seja o seu patrono, disse o padre.
- Não, sr., mas minha esposa chama-se Josefina.. . e gostaria de estar amanhã em sua companhia. Tenho, porém, outro motivo de dar graças; e, se interessar ao senhor, contar-lhe-ei
a minha história, pois um sacerdote a entenderá.
- Certamente.
- Quando menino, recebi de minha boa mãe uma educação piedosa.Infelizmente, bem cedo morreu minha mãe; meu pai não se ocupou de minha educação religiosa e logo abandonei todas as práticas de piedade. Encontrei, mais tarde, uma jovem excelente e, desejando fazê-la minha esposa, fingi sentimentos religiosos que não possuía. Uma vez casados, quase morreu de pesar, quando lhe abri meu coração e me pus a zombar de suas devoções. Há cinco anos, na Sua festa onomástica fiz-lhe um rico presente, mas ela, quase receosa, me disse:
- Há outro presente que me faria mais feliz.
- Qual?
- A tua alma, querido, respondeu entre soluços.
- Pede-me o que quiseres: eu o farei.
-- Vem comigo amanhã, dia de S. José, à Igreja de N. N. Haverá sermão e benção.
- Se for só isso, podes enxugar tuas lágrimas, que te acompanharei.
A igreja estava repleta; o pregador, muito moço, deixou-me frio e indiferente, contudo disse uma coisa que me impressionou: "Jamais invocou alguém a proteção de S. José sem que sentisse o seu auxílio. Tende firme confiança de que correrá em socorro de todo aquele que o invocar na hora do perigo, ainda que seja pecador ou mesmo incrédulo".
Ao sairmos da igreja, disse-me minha esposa: - Meu amigo, muitas vezes estarás em perigo em tuas viagens; prometes-me que, chegando o caso, dirás esta breve oração: "S. José, rogai a vosso divino Filho por mim"?
- Assim o farei; não é nada difícil.
Pouco depois, viajava por este mesmo lugar em que nos encontramos; éramos sete no compartimento. De repente, um apito de alarma e já um formidável choque nos atirava pelos ares. Não tive tempo de dizer mais que: "S. José, socorro!" Tudo foi coisa de um instante. Ao voltar a mim, vi meus companheiros horrivelmente despedaçados e mortos. Eu sofrera apenas leves contusões. Desde aquele dia retomei as práticas religiosas e repito, sempre com grande confiança: "S. José, socorrei-me!"

São José e o primeiro asilado
Em 1863 chegava a Barcelona um grupo de lrmãzinhas dos Pobres para fazer a sua primeira fundação na Espanha. Foram muito bem recebidas pelos catalães, que precisavam não pouco de um asilo para tantos infelizes velhos abandonados que costuma haver nas grandes capitais. O Asilo foi, como de costume, colocado sob a proteção de S. José, a quem chamam as Irmãs de Procurador da Casa. No começo, por falta de local, admitiam somente mulheres velhas. Mas, eis que S. José, um belo dia, lhes traz o primeiro velho. Era um homem de 80 anos que se apresentou dizendo à Irmã:
- Venho aqui para internar-me.
- É impossível, replicou a Superiora; ainda não podemos receber nenhum homem.
- Seja, mas não há remédio, ficarei assim mesmo.
- Como se chama o Sr.?
- Chamo-me José.
Este nome chamou a atenção das Irmãs; além disso era dia consagrado a S. José. Não há remédio, recebê-lo-emos em nome de São José.
O velho não possuía mais que farrapos e estava coberto de insetos. Roupa de homem não havia. A Superiora, chamando duas Irmãs, disse-lhes:
- Saiam as Senhoras à procura de roupa, enquanto vamos lavá-lo e penteá-lo.
Durante este breve colóquio ouviu-se a campanhia da portaria: era uma senhora desconhecida que, entregando um embrulho, se retirou sem dizer nada. Abriram e viram, com grande surpresa, que era um traje completo para homem.
O pobre velho chegou ao cúmulo da alegria; não menos, porém as Irmãs que compreenderam que S. José as convidava a ampliar seus planos de caridade.
O Asilo cresceu tranqüila e constantemente e dentro de poucos anos abrigava mais de duzentos velhos sem que lhes faltasse o pão de cada dia, nem as carinhosas atenções das boas Irmãs.

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Professor,

Estou com uma dúvida. Creio que o senhor pode me ajudar.

Se um homem não tem religião, mas está pesquisando o assunto com a intenção de escolher uma, como poderá chegar à religião verdadeira? Seria por sua própria capacidade de raciocínio ou por meio do seu encaminhamento oculto por Deus?

Anônimo, até que descubra a minha religião

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Resposta ao anônimo aqui .