Este é o título da reportagem do dia 20 de março de 2012, do caderno Turismo do Estado de Minas; Minas Gerais que é tido e havido como um estado muito católico. Tenho descoberto que pouca gente sabe o que é ser católico, tanto os pagãos quanto os próprios autodenominados católicos. Não sei em que categoria está o repórter, o Sr. Alfredo Durães.
Ele nos informa que uma das frases da encenação não se encontra na Bíblia. O ator, encenando Cristo, diz, a certa altura: “Muito amor e união. É o que todos precisam.” Mais a frente o Sr. Durães afirma que “As celebrações da semana santa em Minas Gerais são carregadas de símbolos que convergem para aquilo que chamamos de um mundo mais justo, harmonioso, equilibrado, onde as diferenças sejam apenas detalhes.” Lenin, Stalin e Mao iriam adorar este mundo. Foi lutando por ele que o comunismo conseguiu matar 100 milhões de pessoas em tempo de paz.
Quer dizer então que “um mundo onde as diferenças sejam apenas detalhes” é o ideal cristão? É o que se pode depreender do texto do Sr. Durães. Nosso Senhor chamava os fariseus de raça de víboras, dividia a humanidade entre cabritos e ovelhas e dizia que estas iriam para o Céu e aqueles para o Inferno. Não me parece que o mundo de Cristo, a propósito, o mundo que Ele criou, seja um mundo em que as diferenças sejam detalhes! Além disto, o que será um mundo harmonioso: aquele em que o aborto seja legalizado ou um mundo em que as famílias, mesmo que sofrendo muito, cuidam de seus filhos, uma vez concebidos? O que seria um mundo equilibrado? Este mundo que o PT, com a ajuda de padres, bispos e CNBB, está querendo implantar no Brasil? Um mundo em que o governo do país se articula com narcotraficantes para explorar seu povo? Este mundo seria aquele de Pilatos, de Anás e Caifás? Um mundo em que Barrabás é solto e Jesus é crucificado? Quantos Barrabás estão por aí, por conta destes que dizem lutar por um mundo mais justo?
O Sr. Durães termina seu texto da primeira página do caderno dizendo: “O Turismo homenageia estas pessoas [os atores] que não aparecem nos guias. E sem elas, as tradições que traduzem a alma mineira teriam sumido no tempo.” Sem desconsiderar a importância das festas religiosas populares, quando genuínas, será que o Sr. Durães pensa que a Paixão de Nosso Senhor só é realizada nas festividades populares da Semana Santa? Será que os católicos sabemos que esta Paixão acontece em toda Missa que é celebrada? Será que assistimos a Missa sabendo que ali está sendo sacrificado novamente o Filho de Deus? É provável que não, uma vez que os padres e bispos não mais enfatizam esta elevadíssima verdade católica.
Mas o Sr. Durães continua na página 4. Lá ficamos sabendo que “o demônio, guardas romanos, Pilatos e sua esposa Cláudia Prócula, o anjo da amargura, Verônica, Cristo e outros personagens bíblicos”, sobem a alameda da Basílica, em Congonhas. E aí vem a observação mais interessante do repórter: “Apesar das notórias diferenças ideológicas entre eles, conversavam animadamente.” Não é interessante saber que entre Cristo e o demônio há diferenças ideológicas? Pensem bem, caros leitores. O que pensa, o que sabe, o que estudou, o que leu alguém que diz que entre Nosso Senhor e o demônio há diferenças ideológicas? Suspeito que o Sr. Durães quis ser espirituoso! Mas espirituosidade e ignorância não combinam.
Mas o Sr. Durães ainda nos informa que a festa da Paixão deste ano incluirá, possivelmente, alusão ao tema da exploração do Morro do Engenho, e justifica: “nesse emaranhado de emoções protagonizadas por Cristo as mensagens podem ser muitas, múltiplas.” Ou seja, a corja dos ambientalistas vai explorar a festa da Paixão, para passar suas “mensagens” como se de Cristo fossem.
Mas é possível criticar duramente o Sr. Durães, os atores, os ambientalistas, sem criticar também outros personagens mais importantes? Quantos padres não usam suas homilias para a mesma coisa? Quantos bispos não fazem a mesma coisa? Não foi um bispo que abençoou o carnaval no Rio? Quantos padres vão criticar a instrumentalização das festas religiosas? Quantos bispos farão declarações desaprovando tais coisas?
A situação da Igreja é muito grave e isto só aumenta a Paixão de Nosso Senhor. As ofensas ao Seu Sacratíssimo Coração se acumulam. Nossa Senhora ainda está ao pé da Cruz, em doloroso sofrimento pelo seu Filho, com seu Coração Imaculado a sangrar.
A Paixão se aproxima. A Igreja ensina, sempre ensinou e sempre ensinará, que toda festa católica, por mais alegre, é sempre matizada por sofrimento; nenhuma outra, como esta! E qual a fonte de tal sofrimento, de tal tristeza, de tal profundo lamento? É que Nosso Senhor morreu por nossa causa, não pela causa ambientalista, não pela causa ideológica, não por um mundo melhor; Jesus morreu por nós, cada um de nós, de modo que possamos ir para o Céu, não por nossos méritos, mas pelos d’Ele. Ou a alma mineira, tão decantada na reportagem do Sr. Durães, se compenetra destas verdades, ou ela não tem salvação!
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