25/01/2011

Nascido protestante (por isso não posso ser chamado de herege)

Esta é a identificação de um leitor, por enquanto anônimo, que me pediu recentemente sugestões de leituras católicas. Ele ainda usa outra identificação: Protestante por nascimento (não sou culpado!).

Bem, o fato de ter nascido protestante (ou espírita, ou ateu, ou ….) não levará ninguém ao inferno, claro. Deus cobrará o que fizemos durante a vida. Uma ignorância invencível (acerca das verdades da Fé católica) também não levará ao inferno. Mas uma ignorância culpável, esta sim levará ao inferno. Sobre estes conceitos ver artigos do ContraImpugnantes.

Se você, caro leitor nascido protestante, conhece o catolicismo, como parece ser o caso, não poderá alegar ignorância invencível (ou o fato de ter nascido protestante) no Juizo Final. Portanto, enquanto ainda há tempo, converta-se à Religião Verdadeira, rompa com os laços religiosos de seu nascimento, para o bem de sua própria alma.

O protestantismo é uma heresia do catolicismo (por isto que lhe sugeri ler “As Grandes Heresias”, de Belloc). Enquanto for protestante, você será um herege, por definição.

Continue as suas leituras e assuma a responsabilidade pela sua própria salvação; não use nenhuma desculpa. Rezo por você.

24/01/2011

Tal blogueiro, tal blog

O blog está andando no passo do blogueiro, que lesionou os dois joelhos há quase um mês. Há uma semana, voltei à posição vertical, ainda com grandes dificuldades. Estou atualizando o blog como posso, mas não esperem grande velocidade, nem do blogueiro nem do blog.

15/01/2011

Lições das Missas de Paulo VI: o livro

Caros leitores,

Acabo de publicar, via Clube de Autores, o livro que compila meus comentários sobre a Missa Nova, sobretudo a respeito do folheto O DOMINGO - Semanário Litúrgico-Catequético. Além de meus comentários, adicionei também alguns anexos sobre assuntos relacionados com a Igreja pós-conciliar. Espero que vocês gostem do livro. Abaixo transcrevo a introdução do mesmo. Para adquirir o livro clique aqui.



Introdução


Nas páginas seguintes, o leitor encontrará comentários de um leigo católico que, depois de muitos anos de apostasia, volta, pela graça de Deus, ao seio da Igreja Católica e a encontra numa crise gravíssima. Tendo lido alguns dos principais depoimentos sobre a crise, quis dar seu próprio.

Passei algum tempo atordoado, assistindo às missas modernas sem saber o que pensar, ou mesmo sem pensar nada. Comecei a assistir à Missa Tridentina, quando era celebrada em minha cidade, o que era um alívio, um bálsamo, para minha alma. Mas também assistia à Missa Nova.

Fazia uma verdadeira peregrinação pelas Igrejas, para encontrar a missa menos barulhenta, o padre menos artista, mais piedoso, aquele que conhecia minimamente a doutrina católica. Era difícil, mas, com o tempo, fui selecionando algumas igrejas e alguns padres que me eram menos escandalosos.

Notei, nesse meu peregrinar pelas igrejas, que o folheto distribuído aos fiéis era, na maioria dos casos, “O DOMINGO: Semanário Litúrgico-Catequético”, jornal (pois tem até um jornalista responsável) editado pela Pia Sociedade de São Paulo e cujo redator é o Pe. Nilo Luza. Esse folheto contém a parte litúrgica e também, na última página, dois artigos. Um deles é, digamos, catequético. Procura comentar o Evangelho ou uma das leituras. O outro é mais noticioso, procurando atualizar os fiéis sobre acontecimentos eclesiais julgados importantes.

O artigo catequético, foco principal dos comentários que faço neste livro, é escandalosamente modernista, beirando a heresia. É possível notar que o folheto é muito lido pelos fiéis, principalmente os artigos finais, sobretudo antes que a missa se inicie. Desta forma, passei instintivamente a escrever meus comentários sobre o artigo catequético, com dois objetivos. O primeiro, e mais egoísta (devo confessar prontamente), foi o de me exorcizar daquela fala enganadora, daquela língua de cobra, daquela cantilena da teologia da libertação, daquela melodia demoníaca. O segundo objetivo, mais dentro do espírito católico, foi o de alertar outros católicos; o de dizer que eu era mais um que notava o descompasso daquelas opiniões em relação aos ensinamentos eternos da Igreja.

Pode-se objetar que as opiniões do folheto não são da Igreja; que, apesar dos artigos, em sua maioria, serem escritos por padres, isso não significa que eles encerrem opinião oficial. Essa observação é verdadeiramente razoável. Contudo, algumas coisas devem ser consideradas. A primeira delas é a permissão dada pela diocese, pelo Bispo diocesano, para que o folheto seja distribuído. Como palavra é alimento para alma, os bispos julgam que o folheto é alimento sadio. Há também outro detalhe intrigante: no rodapé da última página do folheto, há uma observação: “Texto litúrgico publicado com a autorização da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)”. Como há, no folheto, textos litúrgicos e não-litúrgicos, como interpretar essa observação da CNBB? Que este sindicato de bispos aprova a liturgia e os textos não-litúrgicos ou que aprova apenas os litúrgicos. Na primeira hipótese, a CNBB aprova as opiniões dos artigos. Na segunda, mesmo sem aprovar, ela permite sua distribuição entre os fiéis, descuidando-se do rebanho que foi posto aos seus cuidados. Ambas as situações são graves. Considero, em meus comentários, que a CNBB aprova as opiniões e é, portanto, culpada deles tanto quanto seus autores que, muitas vezes, como disse, são padres.

Pode-se objetar ainda (e alguém já o fez de fato) que o título do livro é indevido. Afinal, os comentários se referem ao folheto que é distribuído na Missa e não à própria Missa, à liturgia em si. Bem, embora haja apenas um comentário predominantemente litúrgico neste livro, o folheto O DOMINGO é um fenômeno inseparável da Missa Nova, da Missa de Paulo VI. É um fenômeno impensável numa Missa Tridentina, pois lex orandi, lex credenti. Assim, os textos escandalosos d’O DOMINGO estão em consonância com a atmosfera protestantizante da Missa de Paulo VI. Eu diria até que são adornos inseparáveis desta liturgia, que trouxe para a Igreja a grande tragédia atual.

Todos os comentários que fiz foram publicados em meu blog (angueth.blogspot.com). Fiz pequenas revisões de texto antes de publicá-los aqui, mas mantive todo o seu tom, que é o de um católico não só perplexo, como indignado. Um católico que, apesar de não ser especialista em estudos litúrgicos, teológicos e canônicos, pôde perceber todo o equívoco, a malícia e o desconhecimento de clérigos que, supostamente, empreenderam todos estes estudos.

Alguém observou que meus comentários tinham similaridades com “O Imbecil Coletivo” de Olavo de Carvalho e que eu devia intitulá-los de O Imbecil Coletivo Católico. A observação talvez proceda, uma vez que, como Olavo, eu tomo como amostra da “intelectualidade” a ser criticada justamente padres que se consideram ilustrados o suficiente para emitirem opinião e tentarem influenciar os fiéis. Este é exatamente o caso dos “intelectuais” que Olavo toma como amostra da doença mental que invadiu o Brasil. Os dois imbecis não estão separados. Eles se comunicam e, às vezes, se sobrepõem. Um exemplo disso é “frei” Beto, que é imbecil nas duas dimensões.

Por falar no “frei”, incluí uma seção de anexos, que consta de artigos que escrevi para o blog, alguns deles dedicados ao “frei”, que não são comentários diretos às missas, mas que descrevem a situação de crise que vive a Igreja. São, por assim dizer, companheiros naturais dos comentários à missa. Inclui também mais alguns textos no Apêndice, inclusive a manifestação de um padre, que saiu desesperadamente em defesa de “frei” Beto.

Espero que este pequeno livro seja de algum proveito aos católicos que, como eu, estejam perplexos com a situação da Igreja. Precisamos, mesmo na perplexidade, da sensação de que não estamos sós, de que não somos apenas nós que percebemos a tragédia. Se há algum mérito neste texto é o de ser absolutamente contemporâneo. Está aqui o ensinamento catequético que resolveram, agora, nos ministrar, em cada missa, em cada texto, em cada artigo opinativo. E este ensinamento não está em continuidade com a Tradição da Igreja.

Belo Horizonte, 15 de janeiro de 2011.
Dia de São Paulo, Eremita








Protestante pergunta sobre o que ler a respeito do catolocismo

Prezado Prof. Angueth,

Sou protestante por nascimento, mas desejo estudar o catolicismo a partir de referências básicas/ clássicas seguras. O que o senhor me sugere?

Em Cristo

Caro anônimo protestante,

Vou lhe sugerir referências básicas gerais, pois nada sei a seu respeito, sobre suas leituras anteriores, sobre seus interesses específicos.

  • Começo por um texto sobre como surgiu o protestantismo e como ele se contrapôs ao catolicismo: capítulo 5 do livro AS GRANDES HERESIAS, de Hilaire Belloc, Ed. Permanência, 2009. Todo o livro é interessante, pois por meio dele você passa a conhecer a Igreja na perspectiva de seus inimigos.
  • Você encontrará um resumo extraordinário do catolicismo no CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X, Editora Permanência. Infelizmente, muitos que se dizem católicos não conhecem esta pérola doutrinária.
  • IMITAÇÃO DE CRISTO; para mim o livro mais importante depois da Bíblia.
  • Obras de grandes santos:
    • A PRÁTICA DE AMOR A JESUS CRISTO e GLÓRIAS DE MARIA, de Santo Afonso Maria de Ligório, Editora Santuário;
    • FILOTÉIA, de São Francisco de Sales;
    • HISTÓRIA DE UMA ALMA, de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face;
    • Se você for dado a leituras filosóficas: SUMA TEOLÓGICA, de Santo Tomás de Aquino.
  • Obras literárias:
    • ORTODOXIA, de Gilbert Keith Chesterton;
    • DIÁRIO DE UM PÁROCO DE ALDEIA, de Georges Bernanos.

Boas leituras!

10/01/2011

Dilma tomou posse. O que fazer além de rezar?

Minha modesta sugestão para os católicos é colaborar com grupos pró-vida durante todo o governo da presidenta. Eu passarei a colaborar com o Pró-Vida de Anápolis, obra do Pe. Lodi. Quem quiser ajudar é só clicar aqui.

Leitor pergunta sobre C.S. Lewis

Professor: Queria saber a respeito do escritor C.S. lewis. Sobre seus escritos e sobre seu pensamento e influências. Pois bem, sei que ele foi "influenciado" por Chesterton. Mas em matéria de escritos do mesmo, de idéias. Por exemplo: Andei lendo um artigo dele sobre o casamento, que por minha análise é esplendoroso, a não ser quando o mesmo fala da parte do divórcio9tenho discordância), mas de resto achei importante. obrigado! Pedro Felipe.

Caro Pedro,

Gosto muito dos escritos de C.S. Lewis. Até já respondi uma pergunta parecida com a sua: Duas perguntas e duas respostas. Recentemente, assisti a um pequeno vídeo no RealCatholicTv.com em que Simon Rafe emite uma opinião muito interessante sobre C.S. Lewis. O contexto é um comentário geral das Crônicas de Narnia em cuja introdução é feito então o comentário a que me referi. Ele afirma em síntese que a teologia de Lewis é muito próxima da teologia católica. Lewis não emite comentários, nem negativos nem positivos, sobre o papado e Nossa Senhora.Veja abaixo o que diz Simon Rafe.




This program is from RealCatholicTV.com

06/01/2011

Leitor Pergunta: Pro multis?

 

Aproveitando o espaço dos comentários, gostaria de fazer uma pergunta sobre a santa doutrina católica. Jesus Cristo morreu por muitos, isso ja é de conhecimento, mas infelizmente trocaram o "por muitos", e colocaram o "por todos", mas porque no Catecismo maior de São PIO X na pergunta: "112) Se Jesus Cristo morreu pela salvação de todos, por que nem todos se salvam? Jesus Cristo morreu por todos, mas nem todos se salvam, porque nem todos O reconhecem, nem todos seguem a sua lei, nem todos se servem dos meios de santificação que nos deixou." Gostaria de entender porque essa aparente contradiçao no catecismo maior.

Caro leitor, o assunto é relevante e aparentemente confuso. Além disso, os protestantes e os católicos modernistas protestantizóides procuram confundir o assunto ainda mais. É que todos que se afastam da Verdadeira Doutrina e de suas extraordinárias sutilezas, ficam perdidos e são fonte de perdição. O assunto tem a ver com a doutrina da graça e da predestinação, coisas muito sutis e só o catolicismo tem a doutrina correta. São Pio X tenta explicar de forma simples, adequada ao seu magistral catecismo, sem entrar em longas explicações.

Sugiro que você leia o seguinte link: Tradicionalismo e Jansenismo. Aqui o saudoso prof. Orlando Fedeli explica a questão. Cito um trecho que explica mais detalhadamente o assunto:

“Os méritos de Cristo são infinitos e, portanto, objetivamente suficientes para todos os homens. É o que se chama de Redenção objetiva. Entretanto, nem todos os homens aproveitam dos méritos infinitos de Cristo, por recusarem o batismo, ou recusarem a Fé e os sacramentos. Estes sujeitos que tal recusa fazem, não se salvam por não quererem se aproveitar dos méritos infinitos de Cristo. Por isso, se ensina na doutrina católica, que embora a redenção seja objetivamente suficiente para todos, ela não é aproveitada por todos, mas só por muitos. Daí se distinguir redenção subjetiva de redenção objetiva.

Ou seja, Ele veio nos salvar a todos potencialmente, mas Ele nos conhece mais que nós mesmos e sabe que nem todos, por opção livre, aceitarão esta salvação.