30/04/2012

50 anos de Vaticano II: Um padre defendendo o aborto em plena Missa!


Veja a carta abaixo de um irmão em Cristo ao seu Bispo. Santa Catarina de Sena, rogai por nós!
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Exmo. e Revmo. Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Meu nome é Joel Xavier de Macedo Júnior, católico, casado, pai de três filhas.

Serei breve para não tomar-lhe o tempo.

Hoje, domingo, 29 de abril de 2012, fui à missa das 17 horas no colégio Santa Maria, unidade Nova Suíça. O celebrante era o Pe. João Maria Vianêi de Medeiros, responsável pela paróquia São Vicente de Paulo, bairro Nova Suíça.

No final da celebração, nos “avisos finais”, foi comunicado ao sacerdote que uma das fiéis presentes era parenta de uma grávida de anencéfalo e que, por isso, pedia que todos rezássemos uma “Salve Rainha” pela gestante e pelo seu nascituro. Foi também comunicado que a gestante decidiu, graças a Deus, levar a gravidez até o final.

Tendo comunicado tudo isso aos presentes, e antes da oração solicitada, o Pe. João Maria Vianêi de Medeiros quis “expressar publicamente” sua opinião. Disse publicamente, durante a missa, em alto e bom som, diante de cerca de 40 presentes, que é da opinião de que a gestante tem todo direito de levar a gravidez adiante ou optar por seu término. Ele não usou a palavra “abortar” mas deixou claríssimo que, se essa for uma “decisão consciente” da gestante, ela tem (segundo o entendimento do celebrante) todo o direito, toda a liberdade de abortar um feto anencéfalo.

Diante de todos os presentes, o referido padre ainda perguntou se alguém discordava da sua opinião. Nesse momento eu me manifestei e deixei bem claro que ele estava errado, que a questão do aborto está decidida pela Igreja. Que não cabe a um católico colocar isso em discussão.

Não tenho palavras para expressar adequadamente minha perplexidade diante da atitude de um PADRE que durante uma MISSA se diz favorável ao ABORTO ainda que de um anencéfalo.

Haveria ainda muitas coisas para dizer a esse respeito, mas encerro por aqui.

Festa de Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja



Celebrando a festa de vossa Virgem Santa Catarina, Vos rogamos, ó Deus onipotente, fazei que nos alegremos nesta solenidade anual, e consigamos progredir, graças ao exemplo de tão grandes virtudes. Por Nosso Senhor.

27/04/2012

Purgatório: Primeira visão - Purgatório é similar ao Inferno


Pe. Faber

Leia também:
 
A primeira visão é corporificada nos aterradores sermões dos quaresmali[1] italianos e naquelas pinturas populares que se vê em casas à beira das estradas, que tanto enfastiam os viajantes ingleses. Elas não cansam de representar o Purgatório como um inferno que não é eterno. Violência, confusão, gemidos e horrores pairam sobre suas descrições. Insistem, com justeza, na terrível pena dos sentidos, que misteriosamente acomete a alma. O fogo é o mesmo fogo do Inferno, criado com o único e expresso fim de torturar. Nosso fogo terreno assemelha-se, em comparação, a um fogo pintado. Além disso, há um horror especial e indefinível que recaí sobre a alma desencarnada ao se tornar presa dessa agonia material. O sentimento de aprisionamento, íntimo e intolerável, e a escuridão intensamente palpável são características adicionais ao horror da cena, que nos prepara para aquela vizinhança do Inferno, expressão usada por muitos santos para descrever o Purgatório. Os anjos aparecem como ativos executores da terrível justiça de Deus. Alguns afirmaram até que os demônios têm permissão de tocar e atormentar as esposas de Cristo naqueles fogos ardentes.

Então, a essas terríveis penas de sentido se ajunta a apavorante pena de dano. A beleza de Deus permanece o mesmo objeto imensamente desejável com sempre foi. Mas a alma muda. Tudo que na vida e no mundo dos sentidos entorpecia seus desejos de Deus não existe mais, de modo que ela O procura com uma impetuosidade que nenhuma imaginação pode em absoluto conceber. Seu excessivo e ardente amor torna-se a medida de sua dor intolerável. O que o amor pode fazer mesmo aqui na terra pode ser compreendido pelo exemplo de Pe. João Batista Sanchez, que dizia que seguramente morreria de miséria se ao acordar tivesse certeza de que não morreria naquele dia. A esses horrores podemos adicionar muitos mais, que representam o Purgatório como um inferno que apenas não dura para sempre.

O santo temor de ofender a Deus

O espírito dessa visão é um santo temor de ofender a Deus, um desejo por austeridades corporais, uma grande consideração para com as indulgências, um extremo horror do pecado e um tremor habitual ante a consideração do julgamento de Deus. Os que viveram sob penitências incomuns, e em Ordens religiosas severas, sempre foram impregnados dessa visão; e parece terem sido confirmados, nos mínimos detalhes, pelas conclusões dos teólogos escolásticos, como pode ser visto de imediato ao se consultar Berlarmino, que, em cada seção de seu tratado sobre o Purgatório, compara as revelações dos santos com as consequências da teologia. É notável também que quando o Beato Henrique de Suso, por meio de crescente familiaridade e amor a Deus, começou a considerar leves, comparativamente, as dores do Purgatório, Nosso Senhor o alertou que isso muito O desagradava. Pois, como considerar leve um castigo que Deus preparou para o pecado? Muitos teólogos dizem que não só a menor pena do Purgatório é maior do que a maior pena na terra, mas maior do que todas as penas terrenas juntas.

Esta é uma visão verdadeira do Purgatório, mas não uma visão completa. Mesmo assim, não é uma visão que possa ser considerada grosseira ou grotesca. É a visão de muitos santos e servos de Deus, e predomina nas celebrações do Dia de Finados em diversos países católicos.




[1] Pregadores da época da quaresma. (N. do T.)

23/04/2012

50 anos de Vaticano II: Os bispos católicos ainda acreditam na Fé Católica?



Michael J. Matt
The Remnant Magazine
20 de abril de 2012
Tradução autorizada.

Lembra como a crença católica era descomplicada antes da Igreja ficar “sofisticada”? Os católicos geralmente aceitavam sem qualquer questionamento, não somente que Cristo está presente no Sacramento do Altar, mas também que Noé realmente construiu sua arca, que Jonas passou mesmo três dias dentro de uma baleia e que o Mar Vermelho de fato se lançou sobre as carruagens do faraó e de seus cocheiros, varrendo seu exército e com isso salvando o povo escolhido.

Até os relatos bíblicos acera da Criação apresentavam poucos obstáculos para os crentes: Deus criou o universo por amor. Ele viu que era bom e desejou partilhá-lo. Então Ele criou Adão a Sua imagem e semelhança. Ele deu aos nossos primeiros pais todas as graças, e então testou sua fidelidade a Ele. Eles falharam no teste e caíram em desgraça, levando junto a natureza. Pecado, doença e morte passaram a existir no mundo enquanto a serpente se arrastava para fora do Jardim do Éden.

Até crianças entendiam que o projeto de Deus havia sido totalmente abalado devido ao livre arbítrio de Homem em desobedece-Lo. Bebês são capazes de perceber que Deus não criou doença, sofrimento e morte, mas que estes foram resultado da desobediência do Homem. O pecado cometido por um homem que andava ao lado de Deus e que possuía a graça do entendimento trouxe um fim ao Paraíso criado por Deus.

Os católicos costumavam aceitar essas coisas pelo que são. Portanto, quando uma criança era atropelada e morta por um automóvel ao correr atrás de sua bola pela rua, por exemplo, seu pai não cerrava o punho, o erguia aos céus e culpava Deus por tê-la “matado”. Não, a criança simplesmente se esqueceu de olhar para os dois lados. Sua morte estava de acordo com a ordem natural. É por isso que pais ensinavam a seus filhos as normas de segurança em primeiro lugar, pelo fato de ser bem possível que pessoas – até mesmo crianças – sofressem ou morressem antes de sua hora. Com o suicídio se dá o mesmo. Deus não deseja que o homem se jogue da ponte por sobre as rochas abaixo. Mas Ele o permite, assim como permite o sofrimento da família desse homem, resultante de sua terrível decisão de acabar com a própria vida. Deus não “matou” o homem na ponte mais do que “matou” a menininha que correu atrás de sua bola no meio da rua.

Portanto, longe de culpar Deus pela existência de sofrimento no mundo, católicos sempre rezaram pedindo-Lhe proteção em caso de escolhas errôneas de sua parte, ou no caso de catástrofes naturais, como enchentes, terremotos ou acidentes de trânsito.

Não há nenhum grande mistério nisso. Nós imploramos pela intercessão dos santos e anjos de Deus todos os dias – não que seja provável que Deus mude de ideia e decida não nos matar naquele momento; mas que Ele, com Sua divina providencia, intervenha a nosso favor contra a frequentemente brutal mãe natureza. Estas intervenções celestiais são o que chamamos de milagres. E estes milagres oferecem provas adicionais de que não estamos sozinhos no mundo; que Deus está do nosso lado; que Ele não desistiu de nós, depois de nosso primeiro pecado, prometendo ainda um redentor Que renovaria todas as coisas. E para nos mostrar que ninguém está imune ao sofrimento trazido ao mundo consequente do pecado de Adão, Ele mesmo foi crucificado e morto e com isso ofereceu ao homem o sermão definitivo sobre o sofrimento redentor.

Tudo a respeito da salvação e de historia do mundo deve ser analisado sobre o prisma da Queda de Adão e Eva. Pecado original, sofrimento, morte, a Encarnação, o nascimento de uma Virgem, todos os Sacramentos, a Ressurreição, a Igreja Católica – tudo isso aconteceu porque Lúcifer não serviu e Adão não obedeceu. Remova Adão e Eva da história e o Catolicismo passa a ser tão sem sentido quanto um Deus que criou o sofrimento apenas por criar. Toda a Cristandade sabia que isso é verdade – Patriarcas, doutores, santos e mártirs ao longo da história. Isso era assim...

Não tenho palavras para descrever o quão ultrajado me senti essa semana ao assistir o Cardeal e Arcebispo de Sydney, Austrália – há rumores de que é um dos poucos na lista do próximo conclave e um “conservador” extraordinaire – hesitar e depois ser incisivo em afirmar que Adão e Eva nada mais são que construtos míticos, personagens fictícios de uma história religiosa contada com propósitos religiosos. Isso durante um debate entre o Cardeal George Pell e o ateu Richard Dawkins, transmitido pelo popular programa de televisão australiano Q&A. Disponível em www.youtube.com/watch?v=tD1QHO_AVZA

Claro, Sua Eminência admitiu que em algum ponto ao longo da escala evolutiva deve ter havido um “primeiro homem”, mas que esse primeiro homem veio de fato do macaco.

“Os humanos evoluíram de macacos?” perguntou o incrédulo Tony Jones, apresentador do debate do Q&A.

“Sim, provavelmente” replicou Pell “provavelmente – bem, dos neandertais.”

“Mas o senhor aceita que humanos evoluíram de não-humanos, então qual foi o momento em que a alma passou a existir?” perguntou Jones.

Cardeal Pell: “A alma é o principio da vida. A partir do momento em que a alma foi capaz de se comunicar é que surgiu o primeiro ser humano.”

Jones: “O senhor está sugerindo a existência do Jardim do Éden com Adão e Eva?”

“Bem, Adão e Eva são termos que significam ‘vida’ e ‘terra’. Como uma pessoa comum. É uma bela, sofisticada e mitológica narrativa. Não é ciência. Mas existe para nos contar duas ou três coisas. Primeiramente, que Deus criou o mundo e o universo. Em segundo lugar, que a chave para todo o universo são os humanos. E finalmente, é uma refinadíssima mitologia que tenta nos explicar o mal e o sofrimento no mundo... É uma historia religiosa contada com propósitos religiosos.”

Sempre que esses modernistas disformes e de miolo mole são salvos do fogo por um de nossos clérigos progressistas, de início, me estremeço e depois fico com a esperança de que o ateu sentado do outro lado da mesa não consiga aproveitar a deixa. Dawkins não a desperdiçou: “Ah, então, estou curioso para saber” retrucou o ateu, “Se Adão e Eva nunca existiram, de onde vem o Pecado Original?”

Exatamente, Sr. Dawkins! É tão simples que até um ateu entende. Ou o pobre Cardeal acredita que o Gênesis é uma narrativa mítica por inteiro ou está tão envergonhado por ele que se sente compelido a fingir que o Gênesis é verdade para impressionar um palerma como Richard Dawkins. Seja como for, a posição do Cardeal se confronta não somente com os ensinamentos de 1950 de Pio XII, em Humani Generis #37 (‘pecado original... procede do pecado real cometido pelo indivíduo Adão’), mas também com os mais recentes ensinamentos católicos encontrados no Catecismo da Igreja Católica, que cita repetidamente um Adão (e Eva) reais: cf. §374-375, 387, 377, 390, 399, 402-406, 416-417. Então qual é a real posição do Cardeal? Quem ele imaginou que convenceria com sua baboseira? O ateu reconheceu imediatamente a gafe teológica da analise do Gênesis; o verdadeiro católico ficou escandalizado; e o mulçumano saiu andando alegre ao testemunhar mais um líder católico dissipando o que sobrou da identidade católica.

Mas o Cardeal não havia terminado. Quando perguntado se ateus podem alcançar o paraíso, disse mais besteira: “sim, se bons e sinceros e em busca da verdade.” Mas quando o moderador lhe perguntou novamente, antes de prosseguir com outra pergunta, “Então o senhor está dizendo que um ateu pode de fato ir para o Paraíso?” As palavras finais de Pell foram enfáticas: “Com certeza. Com certeza.” (Sim ele repetiu a afirmação!)

Pell evidentemente adotou a teoria o “cristão anônimo” de Karl Rahner. Poucos, se não nenhum, entre os membros da plateia ou entre um milhão de telespectadores do programa não poderiam ter tido outra impressão senão que, segundo um dos líderes mais “conservadores” da Igreja Católica do mundo, não é preciso acreditar em nada para se salvar – ou seja, a fé não é necessária para a salvação! Pode-se imaginar que contra-testemunho para a Igreja e em relação ao Evangelho isto significou para vasto número de protestantes devotos que ainda enfatizam o papel da fé para a salvação, quase tanto quanto os católicos pré-Vaticano II então faziam.

Mas o Cardeal ainda não havia terminado. Quando perguntado a respeito do Inferno, ele adotou a notória esperança de Han Urs von Balthasar de um “Inferno vazio”. Ele disse que há um julgamento após a morte e sugeriu que talvez alguém como Hitler possa ir para o Inferno. Mas, novamente, sua palavra final foi esquerdista: Pell “espera” que ninguém de fato seja eternamente condenado. E o Cardeal não é louco – ele não esperaria por algo impossível. Então o que será que acontece com a afirmação de Nosso Senhor de que no dia do julgamento muitos quererão entrar, mas não poderão? E o que será que aconteceu com os ensinamentos de fide do Concílio de Trento, que dizem que a graça sobrenatural da fé é a sine qua non para a justificação? E quanto àquela visão de um Inferno abarrotado de almas de condenados que Nossa Senhora mostrou aos pastorzinhos de Fátima? Baboseira mitológica pré-Vaticano II, eu presumo.

Quando perguntado a respeito do “casamento” gay, Cardeal Pell evocou os usuais clichês de repúdio ao ódio aos homossexuais, mas continuou com a seguinte lorota: “Nós acreditamos que o casamento é entre um homem e uma mulher; para a continuidade da raça humana. Nós acreditamos que o homem e a mulher são feitos um para o outro espiritualmente, psicologicamente, fisicamente... Mas para dois homossexuais se casarem? Fazem muito bem e não há razoes para não o fazerem.”

Pode-se imaginar que o Cardeal simplesmente caiu de paraquedas nessa bagunça e precisa parar de aceitar convites para aparecer na TV, ou que suas reais intenções eram de diluir os ensinamentos da Igreja Católica a tal ponto que pudesse fazer, em comparação, o insuportável Richard Dawkins parecer um homem de visão e de ideias. A equipe de Dawkins muito provavelmente pagaria uma fortuna de 6 dígitos por tal liquidação a seu favor.

Resumindo, de acordo com o Cardeal Pell: o Homem realmente evoluiu do macaco, Adão e Eva não eram pessoas de verdade, o Gênesis é um mito, ateus certamente vão para o Paraíso, e homossexuais, longe de estarem vivendo uma vida de pecado, são perfeitamente livres para se casarem (seja lá o que isso possa significar!)

Como amigos dessa estirpe a frente de Sua Igreja, para que Deus precisa de inimigos?
Enquanto isso o Bispo Bernard Fellay se encontra a frente dos portões do Vaticano, de chapéu na mão, a espera de assinar um testemunho de ortodoxia antes de ser permitido entrar. Seus pecados? Bem, ele acredita que Deus criou nossos primeiros pais, que Adão e Eva eram pessoas de verdade, que o Gênesis não é meramente mitológico, que ateus e pessoas que odeiam a Deus dificilmente tem passagem garantida para o Paraíso, e que homossexuais são merecedores da acusação e do julgamento divino como qualquer outro pecador – homossexual ou heterossexual – que se engaje em uma conduta imoral e impenitente.

Fecho esta lamentação com o primeiro comentário postado no YouTube abaixo do vídeo do debate Pell-Dawkins – que, só pra constar, foi assistido 76.776 vezes até agora, número que não se compara com os milhões que o assistiram ao vivo:

“É-me desconcertante ver como a hierarquia católica pode conceder que a maioria das histórias bíblicas seja mito, mesmo continuando a ensina-las como fato nas aulas de catecismo aos domingos, nas escolas católicas e nas igrejas. A única parte da bíblia em que a Igreja Católica se mostra intransigente é quanto a morte e ressureição de Cristo. Se até os católicos mais velhos não acreditam em 99% da bíblia, por que devemos acreditar?”

De fato! Bem vindo à Primavera do Vaticano II.

19/04/2012

SALVO PELO ROSÁRIO


Era em maio de 1808. Os habitantes de Madrid tinham-se levantado contra o intruso José Bonaparte, que usurpara o trono dos Bourbons. 

Os insurretos, cheios de ódio contra os franceses, matavam sem piedade os soldados que podiam surpreender nas ruas e nas casas.

Certa manhã encontrou-se o célebre Dr. Claubry com uma turba de insurretos que, pelo seu traje, viram que pertencia ao exército invasor.

O Dr. era grande devoto de Nossa Senhora e pertencia à Confraria do Rosário. Naquele dia mesmo recebera a comunhão numa igreja dedicada a Nossa Senhora e voltava tranquilamente
para casa.

Quando percebeu o perigo, levantou as mãos ao céu e invocou os santos nomes de Jesus e de Maria.

Já estavam prestes a matá-lo, acoimando-o de renegado e ímpio, quando uma feliz ideia lhe passou pela mente.

- Não, disse, não sou infiel nem blasfemo e se querem uma prova, vede o que tenho comigo. E mostrou-lhes o rosário que estava rezando.

Diante disso os assaltantes baixaram imediatamente as armas, dizendo:

- Este homem não pode ser mau como os outros, pois reza o rosário.

Precisamente naquele instante, como que enviado por Nossa Senhora, surgiu ali o sacristão da igreja em que o Doutor comungara e, vendo-o cercado pelos insurretos, gritou bem alto:

- Não lhe façam mal; é devoto de Nossa Senhora; eu o vi comungar esta manhã em nossa igreja.

Ouvindo isto, os agressores acalmaram-se, beijaram o crucifixo do rosário de Claubry e levaram-no a um lugar seguro.

Regressando à sua pátria, o piedoso Doutor publicou o favor recebido e continuou toda a sua vida rezando o rosário.

Tesouro de Exemplos, Pe. Francisco Alves, Editora Vozes (quando ainda católica).

17/04/2012

UMA CURA EM LOURDES


Quando Jesus andava pelo  mundo, bastava a sua palavra e, às vezes, um olhar seu para curar os doentes e ressuscitar os mortos.

A hóstia consagrada, onde se acha oculto, tem o mesmo poder, quando ele o quer.

É' muito notável um caso referido pelo célebre médico Dr. Boissarie em seu relatório dos milagres de Lourdes.

Margarida de Sabóia chegou à gruta em estado lastimável: entrevada, metida num caixão como se fora um cadáver, pálida, sem voz, sem carnes e, tendo embora 25 anos, pesava apenas 16 quilos.

Quando partiu para Lourdes, disseram-lhe os médicos que não teria mais de 15 dias de vida; e os da gruta não se atreveram a tocá-la, porque mal ainda respirava. Nem sequer pensaram em levá-la à piscina, mas contentaram-se em a colocar diante da Virgem ali mesmo.

Ao passar o Santíssimo, uma sacudida forte e irresistível tirou-a para fora de sua maca. Quando Margarida se deu conta de que estava de joelhos ao pé da caminha, levantou-se por si mesma, sem auxílio de ninguém, e gritou com toda a força:

- Estou curada!

A mãe, atônita, corre ao encontro da  filha que a abraça e diz com voz forte:

- Mãe, estou curada!

No mesmo dia - diz o Dr. Boissarie - entrou em nosso escritório, bem segura sobre seus próprios pés, embora meio morta pela debilidade. O seu contentamento era tão grande, a sua alegria tal, que nem sentia fraqueza.

Dissemos que pesava 16 quilos; poucos dias após a cura, pesava já 44. O crescimento tomou seu curso natural e a estatura aumentou de sete a oito centímetros. Isto na idade de 25 anos!

Aqui não se trata de cura, mas de ressurreição. A Virtude do Deus da Eucaristia operou este milagre.


Tesouro de Exemplos, Pe. Francisco Alves, Editora Vozes (quando ainda católica).

15/04/2012

Domingo in Albis: Oitava de Páscoa

Os cinco domingos que se seguem celebram o Salvador ressuscitado. Mostram seu amor para com as almas remidas por seu preciosíssimo Sangue.

Neste domigo, Nosso Senhor fortalece a fé do Apóstolo São Tomé e como a deste Santo, também a nossa. No II Domingo, Jesus se manifesta como Bom Pastor, que cuida de suas ovelhas, até o fim dos séculos. Os últimos três domingos preparam a sua despedida e a missão do Espírito Santo.

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

14/04/2012

Festa de Santa Liduína (Lídia)

Ó Deus, que fizestes a Bem-aventurada virgem Liduína vítima de admirável paciência e caridade, conceda-nos, nós Vos rogamos, por seu exemplo e intercessão, que depois de ter suportado, por Vossa vontade, as misérias desta vida e ter socorrido nosso próximo. em Vosso nome, possamos merecer as alegrias eternas. Por Nosso Senhor.

11/04/2012

Reposta a um leitor alheio.


Que me desculpe o amigo Ferreti
A grande pretensão,
De responder um leitor do Fratres
Num blog sem expressão.

 O Sr. Robério defendeu bravamente Dom Saburido, de um suposto ataque injusto que o bispo sofreu, num post, de minha lavra, que o FratresInUnum publicou. Ele prometeu fazer o mesmo comentário aqui no blog, mas não o fez. Então resolvi respondê-lo assim mesmo.

O comentário do Sr. Robério é muito longo, fala de tudo e puxa a orelha do autor do post: “Aprendi, certa vez com um sábio (um frater) que antes de citarmos um pensamento da Bíblia, de um santo ou de um místico em nosso discurso em correção à ou repudio a atitude de outrem; devemos antes viver com coerência, autenticidade o evangelho de Jesus e aquilo que acabamos de afirmar no pensamento que acabamos de expressar.”

Pois é, Sr. Robério, o senhor aprendeu uma coisa errada, infelizmente. As coisas não se passam assim. Se para falar de virtude tivéssemos de ser virtuosos, não falaríamos deste assunto. Se para afirmar verdades católicas, tivéssemos de vivê-las todas, não poderíamos ensinar nem o catecismo para crianças. Mas as coisas não se passam assim nem com o senhor, nem com o seu comentário. Por exemplo, o senhor nos diz: “Recordo-vos de vivenciar durante toda a nossa vida aqui na terra a caridade, principalmente durante este período em que Celebramos o mistério maior de nossa fé.” Com isso o senhor está afirmando que vivencia, aqui na terra, a caridade em todos os momentos?

O senhor me parece um homem de boa vontade, sem dúvida! Mas está encharcado de ideias modernistas que infelizmente lhe tolhem o raciocínio. Por exemplo, o senhor diz que Ubi episcopus, ibi ecclesia. Será mesmo? Seguindo este critério o senhor seria ariano com Ário, no século IV, seria jansenista com os bispos jansenistas no século XVII e hoje negaria o dogma Extra Ecclesiam nulla sallus com Dom Luiz Bergozini. O senhor hoje concordaria e seguiria Dom Paulo Sérgio Machado que diz: “Espiritismo: teoria ou religião? Para mim, perguntar se um espírita pode ser católico é o mesmo que perguntar se um evolucionista ou capitalista também pode. Ou, para ser mais radical, um corintiano pode ser católico? Ou, então, um católico pode ser corintiano? Não só pode, como deve.” Todos esses são bispos da Igreja e, contudo, não representam a Igreja ou a Tradição. Alguns inclusive defendem ideias integralmente heréticas.

Mas voltemos a Dom Saburido, que conta com seu total apoio. Bem, Frei Caneca foi maçom e um grande admirador da Revolução Francesa. Bastava isso para que um bispo devotado à Igreja de Cristo não aceitasse associar seu nome ao deste frei. Aceitar uma medalha cujo patrono é tal indivíduo é um insulto a Nosso Senhor. Sinto muito que o senhor possa ficar triste. Triste fico eu! O senhor imaginaria Santo Atanásio aceitando uma “Medalha do Mérito Eucarístico Dom Ário” do Imperador Romano? O senhor imaginaria Santo Tomás de Aquino recebendo uma “Medalha do Mérito Filosófico Singer de Brabante”, ou Simon de Montfort, uma “Medalha do Mérito Sacerdotal Conde Raimundo IV”? Pois é, mas Dom Saburido recebeu, gostou e agradeceu a “Medalha do Mérito Democrático Frei Caneca” e este é o problema. Nessa ação, o bispo esteve lá, mas lá não estava a Igreja.

O senhor observa já sem muita paciência: para que falar da Regra de São Bento. Ora, o bispo tem as três letrinhas no nome: OSB. E um religioso da Ordem de São Bento não pode compactuar com a maçonaria e Revolução Francesa.

Dom Saburido tem, há muito tempo, despertado o olhar de católicos bem perspicazes de seu estado. Veja aqui a carta de um deles, endereçada ao bispo medalhado.

Caro Sr. Robério, a unidade da Igreja é a unidade da Fé. Esta unidade depende da Regra da Fé e regra da Fé verdadeira é a de São Vicente de Lerins: “quod ubique, quod semper, quod ab omnibus.” Este santo dizia no século V: “Na Igreja Católica é preciso pôr o maior cuidado para manter o que se crê em todas as partes, sempre e por todos. Eis o que é verdadeira e propriamente católico ...” [Comonitório, Cap. II, Editora Permanência, 2010]. Assim, toda vez que um bispo afirmar algo fora da Regra da Fé, não posso segui-lo, por mais que isto o entristeça. E por isso, escrevi o post que tanto o desgostou.

08/04/2012

Resurrection of Jesus

Ó Deus, que, no dia de hoje, pelo triunfo de vosso Unigênito, vencedor da morte, nos abristes a entrada da eternidade, secundai com o vosso auxílio os votos que a vossa graça em nós siscita. Pelo mesmo Jesus Cristo, Senhor nosso.

06/04/2012

Passio Domini - II


La Passion du Christ from DICI on Vimeo.

Passio Domini

Ó Deus, que pela paixão de vosso Cristo, Senhor nosso, destruíste a morte herdada com o antigo pecado por toda posteridade, concedei que, tornando-nos semelhantes a Cristo e trazendo pela igualdade da natureza sua imagem terrena, possamos também trazer pela justificação a imagem de sua celeste graça. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso.

04/04/2012

A vida de São Francisco Xavier

Proferi palestra sobre a vida de São Franscisco Xavier, no Colégio Monte Calvário (BH), dia 26 de fevereiro passado, logo após a Missa Tridentina. O vídeo da palestra vai abaixo.

01/04/2012

Dom Saburido, OSB. Como doem estas três últimas letrinhas!

Há que coisas que doem, doem até a alma. Um bispo da Igreja – um seguidor dos apóstolos, um indivíduo que após o nome tem um OSB, que já deve ter lido a Regra do Glorioso Patriarca São Bento – dizendo coisas que disse o arcebispo de Olinda e Recife, esta é uma coisa que faz doer a alma. Faz-nos rezar ainda com mais ardor em reparação ao Coração Imaculado de Maria e do Sacratíssimo Coração de Nosso Senhor.

O bispo recebeu a Medalha do Mérito Democrático Frei Caneca e fez um discurso, que em seu início elogia o patrono da medalha. Diz ele: “Com suas propostas liberais, narram os historiadores, Frei Caneca partilhava igualmente ideias republicanas e fazia parte da Academia do Paraíso, onde se reuniam os homens que, sob influência da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos da América, alimentavam uma conspiração contra o jugo português.” Será que o bispo se refere àquela revolução que pendurou uma prostituta numa cruz em pela Notre Dame, que proclamou a Constituição Civil do Clero, que invadiu mosteiros e conventos, que matou padres e freiras aos magotes, que instituiu um calendário civil no lugar do calendário litúrgico e que, apenas um detalhe, transformou a guilhotina em item de primeira necessidade da França, França que um dia foi considerada a “filha mais velha da Igreja”? Sobre frei Caneca, colho de uma tal Revista Universo Maçônico, o seguinte: “O nosso querido Irmão, Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, merece ser honrado, no panteão dos heróis nacionais, como o primeiro mártir da Constituição na História do Brasil.”

Todo o discurso é um testamento liberal, maçônico, anticatólico, comunista. E não posso deixar de citar São Bento e sua regra, que no capítulo I, descreve os quatro tipos de monge. O terceiro tipo não me sai da cabeça (os negritos são meus): 

O terceiro gênero de monges, e detestável, é o dos sarabaítas, que, não tendo sido provados, como o ouro na fornalha, por nenhuma regra, mestra pela experiência, mas amolecidos como numa natureza de chumbo, conservam-se por suas obras fiéis ao século, e são conhecidos por mentir a Deus pela tonsura. São aqueles que se encerram dois ou três ou mesmo sozinhos, sem pastor, não nos apriscos do Senhor, mas nos seus próprios; a satisfação dos desejos é para eles lei, visto que tudo quanto julgam dever fazer ou preferem, chamam de santo, e o que não desejam reputam ilícito.

Este bispo precisa ser chamado urgentemente por Bento XVI para assinar um preâmbulo doutrinal, como aquele apresentado à FSSPX!

Que a dor que sentimos em ver tais coisas seja oferecida a Nosso Senhor, sobretudo nesta Semana Maior da Fé Católica que começamos hoje a viver! E rezemos, rezemos muito, em desagravo ao Sacratíssimo Coração do Crucificado. 

Voltemo-nos para São José e peçamos:

Protegei, ó guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo; afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício; assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas, e assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas dos seus inimigos e contra toda a adversidade.

E finalmente, roguemos: 

Glorioso Patriarca São Bento, rogai por nós!