31/05/2012

Festa de Santa Joana D’Arc.



Pe. João Batista Lehmann
Na Luz Perpétua


Figura singularíssima entre os Santos é Joana d’Arc, a humilde camponesa de Domremy, que, chamada por Deus, libertou sua terra, a França, do jugo dos estrangeiros, para, como mártir dessa missão, terminar a vida numa fogueira.

Filha de pobres camponeses de Domremy, na Lorena, nasceu Joana em janeiro de 1412. Longe dos grandes centros de civilização e da política, recebeu Joana a educação que os bons e piedosos camponeses tem por costume dar aos filhos, e assim a menina cresceu em simplicidade, piedade e temor de Deus, em nada se distinguindo das companheiras, a não ser por uma piedade mais acentuada e acendrada, como também por uma compaixão extraordinária para com os pobres. Entrando na idade de 13 anos, começou para Joana uma nova época da vida. Por diversasa vezes a menina ouviu vozes celestiais e apareceram-lhe o Arcanjo S. Miguel e outros Anjos, que a prepararam para a grande e extraordinária missão, para a qual Deus a tinha destinado.

Tristíssima ou antes, desesperada era a situação da França, cujo governo estava nas mãos de Carlos VII. O norte dos ingleses, tendo ficado Carlos VII senhor apenas dos Estados ao sul do Loire. Com o sítio de Orléans, os ingleses ameaçavam apoderar-se também do resto da França. O chamado de Joana coincide com este período humilhante da monarquia francesa. O que as vozes angélicas exigiam da jovem, não era nada menos que salvar a França, libertar Orléans e conduzir o rei a Reims, para ser solenemente coroado. Tarefa aparentemente impossível para uma pobre e fraca donzela, além de tudo inexperiente e tímida! Mas as vozes tornaram-se cada vez mais insistentes e exigiram de Joana o mais pronto cumprimento da vontade de Deus. Visões que teve também de Santa Catarina e Santa Margarida, animaram-na a não se opor aos planos divinos.

Enormes, quase insuperáveis dificuldades se levantaram diante de Joana quando esta revelou sua resolução à família. Dificuldades de outra espécie surgiram, quando Joana, em nome de Deus, exigiu ser em audiência recebida pelo rei. Este só se convenceu da missão sobrenatural da donzela, quando esta lhe revelou um segredo, só por ele e por Deus conhecido. Ainda assim o monarca providenciou para que se fizesse a mais severa observação, mas todos: homens e mulheres, foram unânimes em declarar e depor que em Joana não havia nada de exagero ou fraude. Joana designou um altar da Igreja de Santa Catarina de Fierbois, debaixo do qual acharia uma espada, de que se deveria servir, na campanha contra os ingleses. A espada doi de fato encontrada. Profecias por ela enunciadas cumpriram-se ao pé da letra, principalmente a que lhe predizia os ferimentos que receberia no assédio de Orléans. Os ingleses foram rechaçados, Orléans foi libertada e Joana levou o rei em triunfo a Reims, onde se realizou a coroação do monarca. Desde o princípio de sua atividade, tinha Joana declarado positivamente que, realizada a coroação do rei em Reims, consideraria terminada sua missão. Desejava voltar para o seio da família. O rei, porém, no posto de comandar as tropas. Se Joana tinha preparado para o rei a solene coroação, outra coroa a ela esperava, a do martírio. Na batalha de Compiège caiu nas mãos dos ingleses, que a encarceraram no forte de Beaurevoir, perto de Cambrai. Infeliz numa tentativa de fuga, foi encontrada desacordada e novamente levada à prisão. Instalou-se então o processo contra a heroína. Rodeada só de inimigos, abandonada pelo próprio rei, que tanto lhe devia, foi Joana julgada por um tribunal iníquo, presidido pelo bispo Pedro Cauchon, de Beauvais, que outro interesse não tinha, senão de ser agradável aos ingleses. Sem ter um advogado, que lhe defendesse a causa; sem que lhe fossem ouvidos os protestos e solene apelação para a Santa Sé, Joana foi condenada à morte, a ser queimada viva. Na hora solene da execução (30 de maio de 1431) Joana se houve com toda a grandeza e dignidade. Heroína fora na vida, como heroína morreu, invocando o nome de Jesus.

“Estamos perdidos nós todos”, exclamou um oficial inglês, que assistira àquela cena, “pois ela é uma santa”. Os soldados, habituados à vida rude de guerreiro, enxergavam em Joana “um ser angélico, em cuja presença ninguém se atrevia a dizer ou praticar incoveniências”. Joana não permitia a blasfêmias entre os soldados, e mantinha entre eles a mais rigorosa disciplina. Confessava-se quase diariamente e, além dos sacrifícios e privações, que a vida no acampamento lhe impunha, praticava o jejum e a abstinência com muito rigor. A família requereu revisão do processo junto a Santa Sé, para que fosse reabilitada a inocência de grande heroína. A Santa Sé anuiu a este justo pedido, e o Papa Calixto III não só anulou o processo de Rouen, como também declarou solenemente a inocência de Joana. Pio X beatificou-a em 10 de abril de 1909. Em 1924 foi Joana canonizada por S.S Pio XI na presença de milhares de cristãos, e sob o entusiasmo mais justo de todos os católicos da França e do mundo.

Reflexões

         Incompreensíveis são os juízos de Deus e inescrutáveis seus caminhos. De um modo admirável Deus se interessa pelos destinos de uma nação. Para defender os direitos de um rei, de rei indigno, recorre à intervenção de uma pobre donzela e esta morreu vítima de um processo iníquo. “Quem já conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?” (Rom. 11.34)

28/05/2012

O Pecado e suas Espécies - II


Pergunta: Quais são as principais fontes do pecado?
Resposta: As principais fontes do pecado são sete: Orgulho, Cobiça, Luxúria, Ira, Gula, Inveja e Preguiça; e são usualmente chamados de pecados capitais.

Orgulho: O membro do parlamento e o conde

Como trabalho não é desgraça, ninguém deve ser tratado com desprezo por ganhar ou ter ganhado seu pão com o trabalho de suas mãos. Um dos reis da Suécia convidou um eminente membro da Casa dos Comuns para um jantar, na esperança de, com isso, ganhar seu voto a favor de um projeto (a extensão de uma fortaleza) que ele tinha concebido. Ora, este homem tinha anteriormente sido sapateiro e, quando ele tomou seu lugar à mesa, ele se viu ao lado de um conde, que se orgulhava de seu posto. Neste momento, o conde, se dirigindo ao seu vizinho, disse: “É verdade que o senhor foi sapateiro?” “Sim, é verdade,” foi a resposta; “mas o senhor, conde, nunca foi sapateiro?” “O que o senhor quer dizer com esta pergunta?” disse o conde, vermelho de raiva. O deputado, que foi rápido na resposta, e disse: “Quero dizer isto: se o senhor tivesse sido um sapateiro, teria certamente permanecido como tal até o fim dos seus dias.” O conde mordeu os lábios, mas o rei, que tinha ouvido por acaso a conversa, riu animadamente, e disse que o conde merecia muito propriamente a reprimenda.

Graças a uma pedra mó

O pobre pode frequentemente ajudar o rico em momentos de necessidade. Um pobre homem do campo teve de entregar diversos carregamentos de madeira a um grande fabricante. Quando estacionava sua carroça no pátio da fábrica, ele observou que os trabalhadores instalaram uma nova pedra mó e tinha colocado a antiga num canto. Ao se dirigir ao chefe para receber seu pagamento pela madeira, ele perguntou se podia ficar com a antiga pedra mó. O fabricante respondeu que muito bem vindo em tirar aquela pedra do caminho. O homem o agradeceu muito sinceramente e disse que talvez pudesse oferecer-lhe alguma cortesia. Mas o fabricante se irritou e disse, orgulhosamente: “Não quero nenhuma cortesia sua; se precisar de seus serviços, eu pagarei por eles.” O homem foi embora em silêncio, e levou consigo a desejada pedra mó. Toda vez que ele usada a pedra ele lembrava o que o homem rico lhe tinha dito e rezava para que Deus lhe desse uma oportunidade de retribuir-lhe o favor que tinha feito. A ansiada oportunidade logo se apresentou. Um domingo, quando o homem do campo ia para a Igreja, ele viu uma carruagem vindo pelo caminho, numa velocidade louca. Os cavalos se assustaram e o cocheiro caiu de seu assento. Na carruagem o rico fabricante estava sentado com sua família, gritando por socorro. O camponês não hesitou por um momento; arrancando a balaustrada de uma ponte de madeira, ele a colocou no meio da estrada para parar os cavalos; e quando eles surgiram, ele pulou na direção da carruagem, agarrou a rédea e forçou, com sua mão forte, os cavalos a pararem. O homem rico apeou, e tirando a carteira, ia recompensar o camponês por sua bravura. Mas este disse: “Tais serviços não são para serem pagos com dinheiro. Esta é a retribuição que faço ao senhor pela velha pedra mó que o senhor me deu.” Esta história nos mostra que não devemos desprezar ninguém. Nunca sabemos o quanto precisaremos dos serviços dos mais pobres e humildes. 


In Anecdotes and Examples Illustrating the Catechism, Rev. Francis Spirago, Roman Catholic Books, 1903.

24/05/2012

Palestra sobre Milagres Eucarísticos


Deus, quando se encarnou, o fez como o VERBO de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Portanto, nos veio trazer Sua Palavra. Mas, conhecendo a natureza caída do homem, tratou de fazer muitos milagres, para atestar Sua Origem. Quando ascendeu aos Céus, nos deixou o Sacramento da Eucaristia, uma forma de Permanência Divina, sob as espécies do pão e do vinho. 

Ele sabia que a Presença Real seria atacada permanentemente por hereges sob o domínio satânico e por isso continuou seus milagres, agora, utilizando-se da Hóstia Consagrada, para nos fazer ver que Ele ainda está presente e que d'Ele podemos ainda desfrutar. Este é o tema desta palestra. Falo aqui sobre milagres Eucarísticos que aconteceram na vida dos santos, não com a Hóstia Consagrada em si, que será tema de uma palestra futura.

Quem quiser ler mais a respeito, consulte "Eucharistic Miracles and Eucharistic Phenomena in the Lives of the Saints", de Joan Carroll Cruz, Tan Books, 2010.

Para outras palestras do blog, ver página de palestras na aba superior.


ATENÇÃO: Esta é o último vídeo com o equipamento antigo.  Vamos melhorar o som da próxima vez!





22/05/2012

Dom Adriano, o construtor de certa igreja


Recebo notícias de Manoel Carlos, leitor que não cansa de instigar o blogueiro a fazer comentários sobre os bispos modernos e modernistas brasileiros. Agora, Dom Adriano, o bispo de Floresta (ou da floresta?), tomou posse da Prelazia de São Felix no Araguaia, aquela prelazia do vermelho Casaldáliga.

O povo de Floresta (ou da floresta?) diz, numa tal de “celebração do envio”: “E seguindo um projeto sócio educativo transformador, buscamos construir uma Igreja que se volta para a transformação de estruturas, favorecendo os menores para ganhar o pão de cada dia em Projetos de geração de renda, com dignidade e experiência qualitativas. Uma Igreja que enfrenta os poderosos dizendo não à Transposição, à Instalação de Usina Nuclear, conscientes de que a vida do povo é primazia para o Projeto de Jesus.

É preciso dizer que o povo de Floresta está construindo uma igreja deles, não de Cristo. A de Cristo foi erigida por Ele, Deus Encarnado, Verbo de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Ele veio ao mundo para nos salvar, não para transformar estruturas; veio para nos salvar, apesar das estruturas. Ele veio numa época em que o Império Romano era A ESTRUTURA. Ele não falou nada contra o Império. Quando falou algo a respeito, disse: dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Quando à pobreza, disse que sempre a teríamos entre nós.

Uma coisa é certa: Ele enfrentou os poderosos; ah! isto Ele fez. Ele enfrentou os poderosos deste mundo e também o seu príncipe, o demônio. Ele enfrentou toda esta legião dizendo SIM ao amargo cálice da Paixão, dizendo SIM à vontade de Deus. Disse sim, na agonia no Jardim das Oliveiras, na sangrenta Flagelação, na Coroação de Espinhos, no Carregamento da Cruz e em Sua Crucificação. Foi assim que Ele enfrentou toda a legião dos inimigos de nossa salvação.

Diante disso, o que dizer de uma Igreja que enfrenta a Transposição, a instalação de usina nuclear, etc. Esta igreja é a igreja de Judas Escariotes, que esperava em Jesus um líder político que lutaria contra o jugo do Império Romano sobre Israel. E como Judas, o povo de Floresta está traindo Nosso Senhor, O está vendendo por 30 dinheiros; e o tal bispo Adriano deve estar muito feliz por ter um povo como este, que adora uma divindade rebaixada, que só vê os 30 dinheiros.

Agora ele vai para São Felix do Araguaia, alimentar essa estranha fé, que mais parece adoração demoníaca do que qualquer outra coisa. O povo de Floresta acena o adeus com estas palavras: “Vai, vai, missionário do Senhor, vai trabalhar na Messe com ardor. Cristo chegou para anunciar, não tenhas medo de evangelizar”. Mais preciso seria dizer: Vai, vai, companheiro de Marx, vai agitar as massas com furor. Karl chegou para proclamar, não tenhas medo de comunizar.

Este bispo tem origem nas famigeradas CEB’s, sobre as quais já escrevi aqui no blog alguns posts (aqui, aqui, e aqui, por exemplo) que talvez seja interessante ler.

Gostaria que o povo de Floresta lembrasse o fim trágico de Judas Escariotes e desistisse de lhe prestar culto. Que Deus, o verdadeiro Deus, abençoe a todos.

18/05/2012

A Santíssima Virgem Maria: implicações de uma recente descoberta científica

Robert J. Siscoe
THE REMNANT, 10/05/2012
Tradução autorizada

O mês de maio é dedicado à Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus. Neste artigo, consideraremos uma recente descoberta científica, que pode ter revelado um privilégio até aqui desconhecido concedido à Virgem Maria, como resultado de seu excelso papel de Mãe de Deus.

Antes de qualquer coisa, respondamos à pergunta: É apropriado nos referirmos à Santíssima Mãe como Mãe de Deus? Não seria mais apropriado nos referirmos a ela como mãe de Jesus? Afinal, alguns podem perguntar: se Deus existia antes de Maria, como ela pode ser Mãe de Deus?

Ao dizer que Maria é Mãe de Deus, a Igreja não tem a intenção de afirmar que ela seja a Mãe de Santíssima Trindade, ou que ela participou da criação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. O título Mãe de Deus é diretamente relacionado à divindade da Pessoa de Jesus Cristo. Maria é a Mãe de Deus porque Jesus, de quem ela é mãe, é Deus Encarnado.

Jesus Cristo é uma Pessoa – a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade – com duas naturezas distintas: a Natureza Divina, que Ele possui por toda a eternidade, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, e uma natureza humana, recebida, no tempo, da Santíssima Virgem Maria.

A Santíssima Mãe, que deu a Jesus Cristo sua natureza humana, deu a luz, não meramente a uma natureza, mas a uma Pessoa. E como a Pessoa de Jesus é Deus, deduz-se que Maria, Sua mãe, é a Mãe de Deus. Negar a Divina Maternidade da Virgem Maria é negar a Sagrada Humanidade de Jesus.

O glorioso papel da Virgem Maria como Mãe de Deus Encarnado, o Redentor e Salvador dos homens, trouxe com ele certos privilégios. Como Maria proveria à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade Sua natureza humana – uma natureza livre de todo o pecado – seria apropriado que a própria Maria fosse concebida sem qualquer mancha de pecado. Os cientistas podem demonstrar que nossas ações têm um efeito em nossa natureza, em nosso DNA. Uma mulher viciada em drogas pode transmitir à criança os mesmos vícios. Repetidas ações, boas ou más, podem também afetar nossa natureza humana, o que resulta em que inclinações dos pais, boas ou más, passam aos filhos. Como Jesus Cristo, nosso Rei, deveria receber sua natureza humana, seu DNA, da Santíssima Mãe, seria apropriado que a carne da Mãe fosse sem a mínima mancha de pecado. Assim, a Virgem Mãe recebeu o privilégio da Imaculada Conceição.

Os incríveis progressos feitos na área da biologia nas últimas décadas possibilitaram a descoberta de um fato fascinante, que pode ter revelado um privilégio verdadeiramente incrível recebido pela Santíssima Virgem Maria. Antes de discutir essa descoberta, e de como ela se relaciona à Virgem Santíssima, examinemos um ensinamento da Igreja acerca da união hipostática.

O termo união hipostática se refere à união das duas naturezas de Jesus – a humana e a divina – numa só Sagrada Pessoa do Verbo de Deus. Por causa da união hipostática, toda a natureza humana de Jesus, tanto o corpo quanto a alma, estava unida ao Verbo de Deus, de tal forma que quando Seu corpo e alma foram separados na morte, Seu corpo, enquanto ainda no sepulcro, permanecia unido ao Verbo de Deus. Isso mostra que a união hipostática não é somente a união entre o Verbo de Deus e a alma humana de Jesus, mas é também a união do Verbo de Deus com o corpo de Jesus – mesmo quando o corpo e a alma estão separados. Com isso em mente, consideremos uma recente descoberta científica na área das células-tronco fetais.

Em dezembro de 2007, Roberto Krulwich, do NPR, entrevistou o Dr. Kirby Johnson, professor e pesquisador da Universidade de Tufts, acerca da recente descoberta de que as células-tronco fetais de um bebê permaneciam dentro da mãe depois do nascimento. Em vez de serem atacadas rapidamente pelo sistema imunológico da mãe, como seria de se esperar, foi descoberto que as células-tronco sobreviviam por décadas.

O que se segue é um excerto da entrevista:

O que você diria se lhe contassem que quando uma mulher tem um bebê, ela ganha não só um filho ou filha, mas também um exército de células protetoras – presentes de sua criança, que permanecerá nela e a defenderá pelo resto da vida? É uma ideia sedutoramente bela e os cientistas que a propõem preocupam-se por ela ser excessivamente bela.

KRULWICH: Pensava-se por anos que tão logo um bebê fosse concebido, uma vez que começasse a crescer dentro da mãe, ele conseguisse seu próprio espaço privativo.
Dr. KIRBY JOHNSON, PH.D.: Sim, a placenta.
KRULWICH: Exato.
Dr. JOHNSON.: Considerava-se que a placenta fosse uma barreira dificilmente penetrável. (...)
KRULWICH: ... E eis a surpresa! Quando cientistas da Tufts coletaram sangue de mães grávidas...
Dr. JOHNSON.:Nós encontramos, por exemplo, numa colher de chá de sangue, dúzias, talvez centenas de células.
KRULWICH: Do bebê?
Dr. JOHNSON: Do bebê.
KRULWICH: Então, células dos bebês estavam vazando da placenta para dentro das mães. Mas, como os bebês têm genes diferentes...
Dr. JOHNSON: Esperar-se-ia que elas seriam atacadas muito rapidamente, dentro de dias, para não dizer horas. O que descobrimos é que isto não acontece absolutamente.
KRULWICH: Constatou-se que as células dos bebês permanecem em suas mães, não por dias ou semanas, mas por décadas.
Dr. JOHNSON: Quatro ou cinco décadas após a última gravidez.
KRULWICH: Então, 40 anos depois da concepção, aquele filho ou filha que pode ser um farmacêutico de meia idade, tem ainda suas células flutuando dentro da mãe?
Dr. JOHNSON: Sim.
KRULWICH: Mesmo dentro de uma mãe de 60 anos de idade? 70?
Dr. JOHNSON: 70, 80, talvez 90 anos de idade.
KRULWICH: O senhor está certo disto?
Dr. JOHNSON: Absolutamente.

Então, segundo esta descoberta, as células-tronco de Jesus Cristo, Deus Encarnado, teriam permanecido dentro da Santíssima Mãe. Lembre-se que essas células diferem das outras células: em vez de serem “atacadas e mortas” dentro de poucos dias, elas mantêm suas identidades específicas por décadas. Agora, se consideramos a doutrina da união hipostática, que nos ensina que a carne de Jesus permanece unida ao Verbo de Deus, mesmo quando está separada da alma, há razão para acreditar que as células-tronco que permaneceram em Maria, teriam continuado a estar unidas ao Verbo de Deus.

Isto significaria que, não somente a alma de Maria seria um “templo do Espírito Santo” (1Cor 6:19), mas também seu corpo teria sido um “tabernáculo do Altíssimo” (Sl 46:5) – isto é, um tabernáculo vivo do Verbo de Deus. Não somente sua alma “participa da natureza Divina” (2Pd 1:4) (o que ocorre com todos que estão em estado de graça), mas seu corpo teria “participado” da união hipostática, por meio da posse da própria carne de seu Filho, Deus Encarnado.

Isso tudo não traria novo entendimento acerca da razão da Assunção do corpo de Nossa Senhora aos céus? Afinal, seria apropriado que Deus deixasse o corpo dela, divinizado por participação, na terra, enquanto sua Alma gloriosa estivesse no céu?

Mas esse assunto é um território inexplorado, e como tal, sobre ele não afirmo nada com certeza. Contudo, é certamente um assunto fascinante para investigação e consideração adicionais. Por agora, fiquemos com as palavras de Santo Atanásio:

Ó nobre Virgem, vós sois verdadeiramente maior que qualquer outra grandeza. Pois quem pode ser-vos igual em grandeza, ó morada do Verbo Divino? A quem, dentre as criaturas, posso comparar-vos, ó Virgem? Vós sois maior que todas elas, ó Arca da Aliança, vestida de pureza em vez de ouro! Vós sois a Arca em que foi encontrado o pote dourado contendo o verdadeiro maná, isto é, a Carne em que a Divindade reside.

17/05/2012

Anedotas e exemplos ilustrativos do Catecismo


O Pecado e suas Espécies


Pergunta: O Pecado Original é o único tipo de pecado?
Resposta: O Pecado Original não é o único tipo de pecado; há outro tipo de pecado que cometemos chamado pecado atual.

Uma das exceções

Nenhum homem está livre do pecado. Muitos indivíduos, por orgulho, imaginam-se sem pecados, porque não roubam, assassinam, cometem qualquer outro crime que a sociedade condenaria. Certa vez, na presença de outros, um cavalheiro disse ao pároco: “Nunca me confesso, padre; não tenho pecados para confessar.” “Como não peca, você pertence às exceções,” o padre respondeu. “A que exceções eu pertenço? O senhor me coloca entre os santos?”, o homem perguntou. Ele não deu sossego ao padre até saber o que ele tinha a contar, mas primeiro teve de dar sua palavra que não iria se ofender com a resposta. Então o padre disse: “Dir-lhe-ei quais são os indivíduos que não pecam: as crianças que não atingiram a idade da razão, e os idiotas ou loucos que perderam a razão.” Depois disso, nada mais foi dito sobre o assunto religião. Ao ver que o homem é tão fraco espiritualmente quanto fisicamente, ninguém pode ousar afirmar que ele não comete pecado algum.

Pergunta: Porque uma grave ofensa à Lei de Deus é chamada pecado mortal?
Resposta: Uma grave ofensa à Lei de Deus é chamada pecado mortal porque ela nos priva da vida espiritual, que é a graça santificante, e nos traz a morte e condenação eterna à alma.

Rodolfo de Hapsburgo recusa a beber a água tomada do sedento

A opressão do pobre e desvalido é um pecado tão grave que brada ao céu. No ano de 1278, Rodolfo de Habsburgo, o imperador alemão, estava em guerra com Ottocar, o rei da Boêmia. Ele o derrotou numa batalha perto de Jedenspengen. Na época, por causa de um forte calor que fazia, todas fontes de água fresca secaram; o imperador Rodolfo sofria uma sede muito intensa, e nenhuma água foi encontrada. Então, dois soldados cavalgaram a uma grande distância a procura de água para seu imperador. Finalmente, eles se depararam com um grupo de colheitadores que almoçavam, e tinham um grande jarro d’água ao lado. Os soldados imperiais suplicaram pela água, mas os homens não cederam, pois a água era escassa e eles estavam sedentos. Então, os soldados desembainharam suas espadas e ameaçaram os colheitadores de morte se eles recusassem dar-lhes o jarro. Tremendo de medo, os homens cederam relutantemente, e os soldados cavalgaram de volta, triunfantemente, com o jarro d’água. Eles alegremente o levaram ao imperador, e contaram-lhe como o tinham obtido. O monarca estava levando o jarro aos lábios ressecados quando ouviu a história; imediatamente ele recuou, dizendo: “Não matarei minha sede com a água que foi roubada dos pobres. Vão e levem de volta o que pertence aos pobres.” Os soldados foram obrigados a obedecer a ordem de seu real senhor, e restituir aos colheitadores a água de que eles foram privados à força. Muitos homens ricos atualmente, que se aproveitam dos pobres, devem aprender uma lição como o generoso imperador Rodolfo.

14/05/2012

Sob as barbas de Dom Saburido,OSB.


Vocês sabem, OSB significa Ordem de São Bento, o Glorioso. E as barbas são de Dom Saburido, comentado no blog recentemente,  (aqui, aqui e aqui). Agora me chega uma notícia de Pernambuco, por meio do leitor Manoel Carlos.

Semana passada, a Universidade Católica de Pernambuco realizou uma semana de teologia sobre o Concílio Vaticano II: 50 anos, história e perspectivas. Da história nós sabemos. Das perspectivas, esperamos que não existam. Mas, enquanto isso, o pessoal de uma universidade que se diz católica, vai debatendo e vivendo o tal espírito do concílio.

Querem saber o que é viver o espírito do concílio? Bem, então pulemos os debates, pois debates acadêmicos são sempre uma perda de tempo. Passemos direto para as vivências. Vejam o anúncio: “O povo cristão do hemisfério sul do planeta celebra, entre os dias 20 e 27 de maio próximo, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Nessa ocasião, católicos romanos, luteranos, anglicanos, presbiterianos, ortodoxos e outras denominações irmãs colocam-se em oração na busca pela unidade das comunidades cristãs, tendo como lema ‘Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo’ (cf. 1 Cor 15, 51-58). No Recife, várias celebrações e reflexões estão sendo preparadas, sob coordenação geral da Associação Fraterna de Igrejas Cristãs.”

Duas observações me ocorrem. Eu achei muito charmosa e eficiente a expressão “e outras denominações irmãs”. Eficiente porque esta simples expressão convida pelos menos 30.000 denominações protestantes que existem por aí. Não sei se o povo pernambucano convive com tantos hereges assim, mas que elas existem, existem: são uma legião. A segunda observação é estes promotores da unidade dos cristãos querem, muito protestantemente usar São Paulo como um adepto do ecumenismo. É só ler a carta que o apóstolo escreveu aos efésios para desmentir esses hereges enrustidos.

Mas tem algo ainda mais grave e mais irônico. Um tal Grupo de Jornadas de Confiança e o Instituto Humanitas estão convidando para “jejum da sua eucaristia tradicional”, para “todas as quartas-feiras, entre 18h e 18h30, na Capela da Universidade” fazerem “uma celebração no estilo de Taizé, aberto a todas as denominações cristãs.” Ou seja, a Missa deixa de ser celebrada, daí o jejum da Eucaristia (palavra que eles escrevem com minúscula, muito significativamente). O mais grave é que eles falam de “eucaristia tradicional”, dando a entender que existe outra, a não tradicional, a que eles vão celebrar com os hereges. Eles atacam assim o ponto central de nossa Fé, a Presença Real.

O que é irônico é que eles cometem o que os freudianos chamam de ato falho, quando usa a palavrinha jejum. Admitem que os católicos, para se aproximarem dos hereges ecumenicamente, temos de abrir mão de Nosso Senhor Jesus Cristo, temos de nos afastar do Sacramento maior de nossa Fé. O que os católicos modernistas de Pernambuco estão admitindo, quer queiram, quer não, é que aproximar de protestante, sem o intuito de convertê-los à verdadeira Fé, é abrir mão de Cristo. E quem abre mão de Cristo, vai para o Inferno.

Em resumo, a Universidade Católica de Pernambuco, abrindo o diálogo com os hereges nos ensina (como é da natureza de uma universidade) o que todos os santos, todos os papas, todo o Depósito da Fé nos ensinaram até o Concílio Vaticano II: extra ecclesiam nulla salus.

13/05/2012

Blog de equipamento novo!

As próximas palestras do blog serão filmadas com um equipamento um pouco melhor. O blog adquiriu, com a ajuda de doações recebidas (que agradecemos muitíssimo), uma filmadora com entrada de microfone, que melhorá sensivelmente o som das palestras, e um pouquinho a qualidade do vídeo. Ainda não é um equipamento profissional, mas chegaremos lá, com a graça de Deus e o auxílio dos leitores.

Que Nossa Senhora de Fátima nos abençoe a todos!

11/05/2012

Purgatório: Segunda visão - O desejo das almas por purificação – Parte I



Pe. Faber

Leia também:

A segunda visão do Purgatório não nega nenhuma das características da visão anterior, mas quase as coloca fora do campo de visão, por meio de outras considerações que ela torna mais proeminentes à nossa vista. A alma adentra o Purgatório com os olhos fascinados e com seu espírito docemente tranquilizado com a face de Jesus, seu primeiro vislumbre da Sagrada Humanidade, no Julgamento Particular que tem de sofrer. Esta visão a acompanha, e adorna os terrores díspares de sua prisão qual uma permanente chuva prateada de raios de lua que parece provir dos olhos amorosos de nosso Salvador. No mar de fogo, ela parece se agarrar fortemente a essa imagem. No momento em que, sob Seu olhar, ela percebe sua própria inadequação ao Céu, ela dirige seu voo voluntário ao Purgatório, como uma pomba ao seu próprio ninho nas sombras da floresta. Ela não necessita de anjos para levá-la até lá, pois quem a leva é seu próprio louvor à pureza de Deus.

É o que se encontra belamente descrito numa revelação de Santa Gertrude, relatada por Blosius. A santa viu em espírito a alma de uma religiosa que passou a vida no exercício das mais elevadas virtudes. Ela estava perante Nosso Senhor revestida de ornamentos de caridade, mas não ousava levantar os olhos para olhá-Lo. Conservava-os baixos como se envergonhasse por estar em Sua presença, e mostrava por alguns gestos seu desejo de estar longe d’Ele. Gertrude, surpresa com a cena, ousou perguntá-Lo: “Misericordioso Deus! Por que não recebes esta alma nos braços de Vossa infinita caridade? O que são os estranhos gestos de retraimento que percebo nela?” Então, Nosso Senhor estendeu amorosamente seu braço direito, como para aproximar d’Ele a alma; mas ela, com profunda humildade e grande modéstia, se afastou d’Ele. A santa, perdida em surpresa ainda maior, perguntou a razão de ela fugir das carícias de um Esposo tão digno de ser amado; e a religiosa respondeu: “Porque ainda não estou perfeitamente limpa dos rastros que meus pecados deixaram; e mesmo que Ele me concedesse, neste estado, passe livre para o Céu, eu não aceitaria; pois por mais resplandecente que eu pareça a seus olhos, sei que eu ainda não sou uma esposa digna para meu Senhor.”


A beleza das pobres almas

Neste momento, a alma tem um terno amor por Deus. Aos olhos dos que partilham desta visão, estas almas se revestem da maior beleza. Como não ser bela uma amada esposa de Deus? A alma está sendo punida, é verdade; mas está também em inquebrantável união com Deus. “Ela não tem a mínima lembrança”, afirma decididamente Santa Catarina de Genova, “a mínima lembrança de seus pecados passados, ou da terra.” Sua doce prisão, seu santo sepulcro, é o cumprimento da adorável vontade de seu Pai celestial, e lá ela passa o período de sua purificação com o mais perfeito contentamento e o mais inefável amor. Como não é perturbada por nenhuma visão de si mesma ou do pecado, assim também não é acometida por nenhuma gota de temor, ou por uma dúvida sequer de sua própria e imperturbável segurança. Ela é impecável; e houve um tempo na terra que este estado de impecabilidade pareceria conter em si todo o Céu. Ela não pode cometer sequer uma mínima imperfeição. Não pode sentir o menor movimento de impaciência. Não pode fazer nada que, no mais mínimo grau, seja desagradável a Deus. Ela ama Deus acima de qualquer coisa e O ama com o mais puro e desinteressado amor. É constantemente consolada pelos anjos, e não pode senão regozijar-se com a assegurada confiança em sua própria salvação. Pelo contrário, suas agonias mais amargas são acompanhadas por uma profunda e imperturbável paz, que a linguagem deste mundo não tem palavras para descrever.


O anseio por Deus das almas sofredoras


Há revelações que falam de algumas almas que estão no Purgatório, mas não sentem seu fogo. Languescem pacientemente longe de Deus, e isto lhes é castigo suficiente. Há também revelações que contam acerca de grande número de almas que não possuem uma prisão local, mas sofrem sua purificação no ar, ou ao lado de seus túmulos, ou perto de altares onde está o Santíssimo Sacramento, ou em cômodos daqueles que rezam por elas, ou contemplando cenas de vaidades e frivolidades por elas anteriormente vividas. Se o sofrimento silencioso suportado graciosa e docemente é uma coisa tão venerável na terra, o que não deve ser essa região da Igreja? Comparado com a terra, suas provações, dúvidas e riscos instigantes e depressivos, quão mais belo – quão mais desejável – não é aquele reino silente, calmo e paciente sobre o qual reina a Rainha Maria, que tem Miguel como perpétuo embaixador de sua misericórdia?

O espírito desta visão é o amor, um desejo extremo de que Deus não seja ofendido, um anseio pelos interesses de Jesus. Seu tom é aquele que marca o primeiro voo voluntário da alma em direção àquela herança de sofrimento. Ela toma o partido de Deus contra si mesma, e o faz até o fim. Essa visão do Purgatório se funda na adoração da pureza e santidade de Deus. Olha para as coisas sob o ponto de vista de Deus e mescla seus interesses aos d’Ele. É esta a visão que podemos esperar de São Francisco de Sales e da amorosa Santa Catarina de Genova. E é o desamparo, e não a desventura, das almas detidas que move aqueles que partilham desta visão de compaixão e devoção; mas é a glória de Deus e os interesses de Jesus que, acima de tudo, os influenciam.

09/05/2012

Dúvida do leitor: julgamento particular e universal.

O leitor Roberto apresenta ao blog a seguinte pergunta, em comentário ao post Purgatório: Primeira visão - Purgatório é similar ao Inferno.

Prezado prof.Angueth, tenho uma dúvida acerca do tema: se haverá o juízo final, por que algumas almas são lançadas no inferno? Não deveria haver um "grande purgatório" para comportar todas as almas até o juízo e, só então, lançar os condenados ao inferno? Outra dúvida, se me permite, foi um argumento que li tempos atrás num livro espírita: como poderia uma mãe gozar verdadeiramente o céu sabendo que o filho que ama arde eternamente no inferno? Agradeço desde já sua atenção. Deus o abençoe.

Roberto, o Catecismo Romano ensina (I VIII 3) o seguinte.

“Todo homem deve comparecer na presença do Senhor em duas ocasiões: para dar conta de todos os seus pensamentos, ações e palavras, e para aceitar finalmente a sentença imediata do Juiz.

“A primeira ocasião é o momento em que cada um de nós deixa este mundo; a alma é levada incontinenti ao tribunal de Deus, onde se examina com a máxima justeza, tudo o que o homem jamais fez, disse, e pensou em sua vida”.

Este é o momento descrito por Santa Maria Madalena de Pazzi, na sequencia do trabalho de Pe. Faber, que será publicado proximamente.

Você pergunta: por que dois juízos? O Catecismo Romano responde: “Ora, os mortos deixam às vezes filhos que imitam os pais; parentes e discípulos que seguem e propagam seus exemplos e obras. Esta circunstância deve aumentar os prêmios ou castigos dos próprios mortos.”

Você pode imaginar aqui dois casos: Karl Marx, e o mal que ele e seus seguidores fizeram e ainda estão fazendo no mundo, e São Bento, cuja ordem que fundou deu ao mundo milhares de santos, mártires, beatos, apóstolos e missionários (Santos Agostinho de Cantuária, por exemplo) além de 9 papas. Compare a ruína de um e a glória de outro, depois do Juízo Final.

O Catecismo continua: “Além disso, em tudo que se faça durante a vida, os bons e os maus não prescindem da cooperação de seus corpos. Daí decorre, necessariamente, que as boas ou más ações praticadas devem atribuir-se também aos corpos, que delas foram instrumentos. Era, pois, de suma conveniência que os corpos partilhassem, com as almas, dos prêmios da eterna glória ou dos suplícios, conforme houvessem merecido. Isto, porém, não poderia efetuar-se, sem a ressurreição de todos os homens, e sem o julgamento universal.”

Aí está, Roberto, o cristalino ensinamento da Igreja, em comparação ao qual nenhum livrinho espírita tem qualquer significado. Aliás, recomendo-lhe fortemente jogá-los no lixo, caso ainda os tenha em sua biblioteca.

05/05/2012

A vida de Santa Liduína

Santa Liduína viveu no século XIV e teve um sofrimento proporcional aos pecados dos católicos de seu tempo, tanto clérigos, quanto reis e rainhas, quanto leigos de um modo geral. Ela viveu 38 anos na cama (e 19 apenas se alimentando da Eucaristia), depois de um acidente, aos 15 anos de idade. Vários males residiram em seu corpo, às vezes simultaneamente. Cada um deles seria suficiente para matar um ser humano normal. Mas a santa da Holanda não morria e expiava, com seu sofrimento, os pecados do mundo. Pelo quarto em que vivia, numa pobre casa na cidade de Schiedam, passaram nobre europeus, autoridades de seu município, gente de muitos países da Europa. Todos querendo receber conselhos da santa que, em seus êxtases, recebia a visita de anjos, de Nossa Senhora e de Nosso Senhor. Este é o tema da palestra que vocês irão assistir. Mais palestras sobre santos, vocês podem ver em http://angueth.blogspot.com.br/p/palestras-que-proferi.html.


04/05/2012

O Sr. Robério é um personagem de Dickens


O Sr. Robério é o leitor do Fratres que prometeu postar o comentário que ele fizera lá, neste modesto blog, mas não o fez. Mesmo assim, eu o respondi daqui. Ele, agora, responde à minha resposta, por meio de outro longo texto, como comentário ao post acima referido.

Este senhor vive no mundo do Concílio Vaticano II. É daqueles que comemorarão com muita alegria tudo que o Concílio trouxe para a Igreja, nestes 50 anos de tragédia. Toda a modernização, todo o diálogo com o mundo, todas as mudanças litúrgicas, toda a relativização religiosa, todas as cantorias, etc. Ele está satisfeito com tudo. Ele lembra um personagem de Charles Dickens, o Sr. Podsnap. Dickens usa o personagem para uma ácida crítica à classe média inglesa da era vitoriana. Dele o autor diz: “O Sr. Podsnap era um sujeito que ia muito bem, e era tido em alta estima, na opinião do Sr. Podsnap./ Estava muito satisfeito consigo mesmo e não entendia porque as outras pessoas não sentiam o mesmo./ Considerava-se um brilhante exemplo social por se sentir tão satisfeito com a maioria das coisas e consigo mesmo./ O Sr. Podsnap estabeleceu que qualquer coisa que esquecesse, passaria a não mais existir.”

O Sr. Robério voluntariamente esquece que os bispos de hoje defendem heresias aos magotes, e então sai alegremente afirmando que os bispos devem ser obedecidos porque são sucessores dos apóstolos, etc., etc.

O bispo de Sidney está agora mesmo a defender muitas, mas muitas heresias. Um catecismo da Igreja, recentemente publicado, o YOUCAT, com prefácio do Papa Bento XVI, contém afirmações contrárias à Tradição da Igreja, contrárias ao Depósito da Fé, contrárias ao Catecismo Romano, mandado publicar pelo Concílio de Trento. Há hoje na Igreja, a Igreja do Concílio Vaticano II, padres que defendem o aborto em suas homilias, apenas para citar o mais recente exemplo publicado aqui no blog. Mas, esqueçamos isso, pois o mundo e a Igreja vão muito bem.

O Sr. Robério reclama também que eu usei um termo tendencioso para me referir a ele: modernista. O Sr. Robério, vocês sabem, é um homem moderno, da Igreja de hoje, e assim ele mal sabe que o modernismo é um termo definido muito precisamente, de forma magistral, com fundamentos teológicos, filosóficos e doutrinais pelo Papa São Pio X, numa encíclica inteiramente de acordo com toda a Tradição da Igreja, portanto, ensinamento infalível: Pascendi Dominici Gregis. Há nesta encíclica a descrição de todos os erros, hoje alegremente cometidos em quase todas as paróquias de quase todas as dioceses de quase todo o mundo. Mas ela é algo do passado, algo ultrapassado. Não é algo para homens como o Sr. Robério, um homem do seu tempo. Ele conhece apenas os documentos do CVII, desconhecendo o quanto eles estão em desacordo com o ensinamento da Igreja de sempre e do Concílio de Trento e de muitos outros. Ele desconhece, suponho, que o CVII não é concílio infalível, mas pastoral, seja isso o que for.

Ele também decididamente não quer aprender que quando um bispo defende ideias heréticas, não o devemos seguir. Ele não compreende que a desobediência é, as vezes, um dever. Ele finge ter muito interesse por documentos da Igreja, mas é muito seletivo em sua leitura ou conhecimento. Cita coisas em latim, cita o CDC, cita alguns santos, mas não outros. Ele pratica o catolicismo self-service, escolhe apenas o que gosta. Eu não posso negar que assim as coisas pareçam muito boas mesmo.

Finalmente, ele acha que tudo isso são ideias minhas e por isso ele afirma taxativamente discordar de mim. Ora, o Sr. Robério é o homo vaticanae secundus por excelência. É a personificação mais acabada do modernismo. Não esqueçamos nunca que o Sr. Robério é da diocese de Dom Hélder Câmara, o bispo vermelho, a quem Nelson Rodrigues gostava de entrevistar (aqui e aqui). Mas, Dom Hélder era bispo da Igreja e, segundo o Sr. Robério, deveríamos segui-lo. Se alguém lembrar, durante a discussão, dos ensinamentos de Cristo, ah!, o Sr. Robério dirá que isto é coisa antiga, que devemos viver o tempo presente, que devemos obedecer aos Saburidos da vida. Infelizmente, non possumus.

03/05/2012

Estados Unidos-Cuba: bispos pró-morte, cardeal-agente e autodemolição


Por Armando F. Valladares, Miami (FL), 01 de mayo de 2012.


Nota: Veja abaixo que o acordo de Metz está ainda em vigência!

1. La Conferencia de Obispos Católicos de los Estados Unidos está presionando al gobierno estadounidense para que éste efectúe la “completa abolición” del embargo comercial y “elimine sistemáticamente” todas las restricciones actualmente existentes contra Cuba comunista. Los obispos alegan que con esos pasos unilaterales  se beneficiaría sobre todo a los cubanos más “simples” y a los más “marginalizados”, se abriría el camino para una "mayor libertad", inclusive religiosa, y se contribuiría a mejorar la situación de los "derechos humanos". Es lo que se afirma en una carta firmada por monseñor Richard E. Pates, presidente del Comité de Justicia Internacional y Paz de la Conferencia de Obispos Estadounidenses, en nombre de sus pares, dirigida a la secretaria de Estado, Sra. Hillary Clinton.

2. Los obispos católicos exigen que se restablezcan  las relaciones diplomáticas con el régimen comunista de La Habana, sin ponerle a éste absolutamente ninguna condición. Negocio redondo. El régimen saldría enteramente ileso; tendría todo para ganar, nada para perder. Sería una fiesta para los carceleros de La Habana. Por el contrario, en la hora de las condiciones, los obispos se vuelven de una manera implacable contra el gobierno estadounidense y ponen la capitulación diplomática como una condición indispensable para promover las libertades y los derechos humanos en la isla.

Siguiendo el sui generis raciocinio episcopal, si los Estados Unidos no ceden total e incondicionalmente, entonces sería el gobierno estadounidense, y no el régimen castrista, el gran responsable por la continuidad de la opresión y del sufrimiento en Cuba. Se contribuye de esa manera a sacarle el merecido fardo al régimen comunista por la falta total de esas libertades y a colocarlo completamente en las espaldas del gobierno estadounidense.

3. Los obispos católicos tratan así de transformar lo negro en blanco, y lo blanco en negro. Confunden efecto con causa. Parecen desconocer que el “embargo externo” estadounidense es un efecto, que puede ser discutible, de la indiscutible causa profunda de la tragedia cubana, que es el “embargo interno” que mantiene el régimen comunista desde hace 53 largos años contra los fieles católicos cubanos y contra 11 millones de cubanos de la isla.

Al gobierno estadounidense los obispos le exigen levantar totalmente el embargo externo, y le recriminan sus alegados "efectos dañinos". Al régimen cubano no se le pide en contrapartida absolutamente ninguna “abolición” y ninguna “eliminación” del andamiaje constitucional, jurídico y policial que asfixia a los habitantes de la isla-cárcel, un andamiaje, ese sí, intrínsecamente "dañino".

4. La omisión no podía ser más flagrante y el episcopado católico de los Estados Unidos manifiesta de esa manera una increíble condescendencia con el régimen cubano, violador sistemático de todos y cada uno de los derechos de Dios y de los hombres.

Los obispos católicos estadounidenses, que en su país se han manifestado tantas veces contra el aborto, en una clara actitud "pro-vida", con relación al pueblo cubano indefenso pasan a actuar como activos embajadores "ad hoc" del régimen opresor y, por lo tanto, se colocan en una nítida actitud "pro-muerte" y, por lo tanto, "pro-castrista".

5. Casi al mismo tiempo, pocos días después del lamentable documento de la Conferencia de Obispos Católicos de los Estados Unidos, el cardenal de La Habana, monseñor Jaime Ortega, pronunció una conferencia en la Universidad de Harvard, en la cual acusó de “antiguos delincuentes comunes”, de “gente sin nivel cultural”, e inclusive “algunos con trastornos psicológicos” a 13 cubanos que días antes de la llegada de Benedicto XVI a Cuba ocuparon la Basílica Menor de la Iglesia de Nuestra Señora de la Caridad, en La Habana. El cardenal acudió a la policía política para desalojarlos. En Harvard juró que “no fueron sacados a la fuerza”, cuando en realidad fueron reducidos por fuerzas especiales del régimen comunistas a golpes y patadas. Y remató diciendo que la ocupación de esa iglesia fue “fraguada en Miami”, en un increíble y gratuito ataque al destierro cubano.

El cardenal Jaime Lucas Ortega y Alamino, arzobispo de La Habana, en realidad dijo en Harvard. algo que un adiestrado y sumiso agente del régimen hubiera dicho. ¿Dónde están las pruebas del cardenal Ortega para tan graves acusaciones contra indefensos opositores cubanos y contra el destierro de Miami? ¿Cuál es la fuente de esas pruebas? Y sobre todo, ¿cuál sería el "crimen"? ¿El hecho de ser opositores al régimen comunista, en defensa de la fe, de los derechos de Dios y de los derechos de los cubanos?  Hemos llegado a una situación asombrosa e inimaginable en materia de servilismo eclesiástico y de cooperación con el régimen comunista.

6. Como si lo anterior fuera poco, existe algo más grave y más perturbador del punto de vista de los fieles católicos y de la propia perseverancia en la fe. A los ojos de la opinión pública, los obispos "pro-muerte" y un cardenal que objetivamente actúa como si fuera un "agente" del régimen, con sus conductas inexplicables, no parecen sino seguir las orientaciones de S.S. Benedicto XVI y de los más altos personeros de la secretaría de Estado del Vaticano quienes antes, durante y después del reciente viaje papal a Cuba solicitaron el levantamiento del embargo comercial estadounidense. Sí, es lo más grave y lo más perturbador porque los más altos Pastores de la Iglesia católica, a los ojos del rebaño pasan a ser vistos como la punta de lanza diplomática más eficaz para salvar del derrumbe al régimen castrista, a cualquier costo. Aún resuena la advertencia del fallecido arzobispo de Santiago de Cuba, monseñor Pedro Meurice, realizada en 1986: "Nos consideraban una Iglesia de mártires y ahora algunos dicen que somos una Iglesia de traidores".

7. Esa situación, y otras similares por las que atraviesa la historia de la Iglesia cubana desde hace décadas, de colaboracionismo con el régimen castrista, parecieran ilustrar palabras de Paulo VI sobre la autodemolición y el humo de Satanás en la Iglesia.

8. Hace años, en un simposio donde se recordaron los peores crímenes comunistas, oí el dramático caso de un sacerdote de un pueblito del Este europeo, tenido como respetable por todos sus fieles, quien un día, durante una Misa, dijo que en realidad él no creía en la Iglesia, que había perdido la fe y que había adherido a la siniestra “fe” comunista. Comenzó a sacarse sus paramentos, pieza sagrada por pieza sagrada, dejándolas una por una encima del altar, hasta quedarse en ropas civiles. Sus feligreses, atónitos, muchos de ellos llorando desconsolados, de repente se pusieron de pie y comenzaron a rezar y cantar el Credo. Creían y esperaban ellos, según el consejo de San Pablo, contra toda esperanza.

9. Que la Virgen de la Caridad del Cobre, Patrona de Cuba, fortifique hasta un grado heroico la fe del rebaño cubano, dentro y fuera de Cuba. Y que a todos nos dé fuerzas para que, pese a tantas pruebas espirituales causadas por actitudes desconcertantes de tan altos eclesiásticos, continuemos rezando el Credo y esperando contra toda esperanza, con la certeza de que las puertas del infierno no prevalecerán.

Armando Valladares, escritor, pintor y poeta. Pasó 22 años en las cárceles políticas de Cuba. Es autor del best-seller "Contra toda esperanza", donde narra el horror de las prisiones castristas. Fue embajador de los Estados Unidos ante la Comisión de Derechos Humanos de la ONU bajo las administraciones Reagan y Bush. Recibió la Medalla Presidencial del Ciudadano y el Superior Award del Departamento de Estado. Ha escrito numerosos artículos sobre la colaboración eclesiástica con el comunismo cubano y sobre la "ostpolitik" vaticana hacia Cuba.

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01/05/2012

Primeiro de Maio: hoje festa pagã, como no passado pré-cristão.


Maio é o mês mariano, um fato agora esquecido por não católicos e por muitos católicos também. Na Europa, continente antigamente católico, o primeiro de maio e “celebrado” como o dia do Trabalhador, oficialmente celebrado em mais de 80 países, embora nos EUA e Canadá não estejam entre estes. A Igreja (começando em 1956) agora celebra o primeiro de maio como o dia de São José Operário, o que pode parecer a alguns como uma acomodação ao período da Guerra Fria, durante o qual o comunismo e socialismo foram muito favoráveis à Doutrina Social da Igreja, que estava em crescente desprestígio. Antes de 1956, o primeiro de maio era o dia da festa dos apóstolos São Felipe e São Tiago. No passado pré-cristão, este dia era o de um festival pagão na maior parte da Europa; só no final do século XIII que a Igreja começou a dedicar o mês de maio a Maria, e livros alimentando essa devoção não apareceram antes do século XVI, quando a arte da impressão tornou possível a difusão relativamente ampla de livros. Foi a Companhia de Jesus que popularizou a devoção, a partir do século XVIII.

Todavia, o “festival” pagão de demonstrações por “trabalhadores” e seus patrões políticos agora quase completamente eclipsou tanto os festivais pré-cristãos quanto a devoção católica a Maria; a festa de “São José Operário” é uma “tradição” recente que, para ser honesto, não passa de um exercício pio de futilidade em países antes católicos, mas agora firmemente dominados por materialistas seculares, cujas promessas de um paraíso terrestre para a classe trabalhadora provou ter um apelo popular muito maior. Uma vez mais, a Sagrada Família descobre que nas sociedades que foram criadas e sustentadas por seu exemplo não há para eles “lugar na estalagem”.


Trecho do artigo “Primeiro de Maio”, de Timothy J Cullen, The Remnant Magazine, 30 de abril de 2012.