27/02/2011

Laodicéia é aqui!

Jesus fala, no Apocalipse, coisas terríveis à Igreja de Laodicéia. Que Igreja hoje, em todo o Ocidente, não mereceria ouvir tais palavras arrasadoras? Anotemos bem estas palavras e meditemos se não somos católicos mornos, nem quentes nem frios, que serão vomitados da boca do Senhor. Note que Jesus fala aos católicos, não aos judeus, não aos fariseus, mas a nós católicos que supostamente somos membros da Sua Igreja.

Ap, 3:15-17 – Conheço as tuas ações; sei que não és nem frio nem fervente. Oxalá fosses frio ou fervente! Assim, porque és morno, nem fervente nem frio, estou para te vomitar da minha boca. Visto que dizes ser rico, cheio de bens, que de nada precisas, e não sabes que és um infeliz, um miserável, pobre, cego e nu, aconselho-te a comprares de mim ouro acrisolado no fogo para te enriqueceres, e vestes brancas para te cobrires, a fim de não se ver a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os teus olhos, para enxergares.

Laodicéia ficava a cerca de 160 km a leste de Éfeso, entre Colossos e Hierápolis na Frígia. Era um centro rico e ativo da indústria têxtil e tinha por especialidade a produção de um pó medicinal, usado como colírio no tratamento da vista. Essas particularidades dão-nos a compreender que o comportamento dos laodicenses (que, comprazendo-se na própria prosperidade temporal, não sentiam nem consideravam a sua miséria espiritual), que a linguagem figurada sob a qual é expressa a repreensão e a exortação que lhes é dirigida.

Mensagem aos meus leitores protestantes que acreditam na Sola Fide: “Conheço as tuas AÇÕES; sei que não és nem frio nem fervente.” São as ações dos laodicenses que os farão ser vomitados da boca de Nosso Senhor; é o próprio Senhor que diz isto!

24/02/2011

Duas repercussões do livro que escrevi

O livro que escrevi teve já duas repercussões em sites católicos, pelo que sei. Uma foi no FratresinUnun e outra na rádio A.N.S.R. Lepanto. Já agradeci ao Ferreti em privado, mas faço agora também em público pela nota no Fratres e aproveito para agradecer ao Sérgio Velloso da rádio A.N.S.R. Lepanto.

Se algum leitor, que tenha comprado o livro, quiser fazer algum comentário ou crítica a seu respeito, o blog terá o prazer de publicar.

21/02/2011

Missa Tridentina em S.J. do Rio Preto, SP

O amigo André Cruz escreve ao blog para informar sobre a Missa Tridentina em S.J. do Rio Preto, interior de São Paulo. Horários e local seguem abaixo.

Os horários: quartas, 19:30 e domingos 9:00
Capela São Faustino e Jovita
Rua Calixto Fauaz, 497
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
próxmio a Unesp
São José do Rio Preto, SP

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

20/02/2011

SANTO AFONSO SOBRE A VOCAÇÃO SACERDOTAL

Nota: O trecho que vai abaixo está contido no capítulo XI [Quem ama Jesus Cristo procura desprender-se de todas as criaturas] do livro A PRÁTICA DO AMOR A JESUS CRISTO, 18ª edição, Editora Santuário. É um trecho muito oportuno, dado o que vemos acontecer com o clero, no Brasil e no mundo.

Note-se ainda que, assim como corre grande perigo de condenar-se quem não segue o chamado de Deus só para satisfazer os pais, também corre grande risco que se ordena padre sem vocação, só para agradar seus parentes. São três os principais sinais para se conhecer a verdadeira vocação sacerdotal: a ciência competente, a reta intenção de buscar só a Deus, e a boa conduta de vida.

O Concílio de Trento, falando especialmente da boa conduta, mandou aos bispos que não promovam às ordens sacras a não ser os já aprovados na virtude e bons costumes. Isso já tinha sido estabelecido por antigas prescrições canônicas. Isso se entende principalmente da constatação externa que o bispo deve fazer a respeito da boa conduta de quem vai ser ordenado. Mas, não se põe em dúvida que o Concílio exige e pede tanto a probidade exterior como a interior. Sem a interior, a probidade exterior não passa de um puro engano e fingimento. Por isso admoesta o Concílio: “Saibam os bispos que ninguém deve ser promovido às ordens sacras sem ser digno, e sem que seu procedimento esteja de acordo com a probidade de vida.” Com a mesma intenção de ter provas completas sobre aquele que vai ser ordenado, o Concílio estabeleceu ainda intervalos entre os diversos graus das ordens “para que aumente neles, juntamente com a idade, a maturidade da vida e a abundância do saber.”

Santidade da vida

Quem é ordenado, é destinado ao ministério de servir a Jesus Cristo na Eucaristia: por isso – diz Santo Tomás – a santidade do sacerdote deve ser maior do que a do religioso. Acrescenta ainda que as “ordens sacras” preexigem santidade. A palavra “preexigem” supõe que o jovem deve ser santo já antes de ser ordenado. Indica, então, o santo a diferença entre a vocação religiosa e a vocação de quem recebe as ordens sacras. Na vida religiosa se purificam os vícios, mas querendo alguém receber as ordens sacras, é preciso que se encontre já purificado por meio de uma vida santa. Explicando esse mesmo pensamento, diz ainda Santo Tomás: “Como os que recebem as ordens sacras são colocados acima do povo, assim devem eles estar acima pelo mérito da santidade.” O santo exige essa santidade de vida antes da ordenação, porque a julga necessária não só para que se possa exercer dignamente as ordens sacras, mas também para que se possa contar dignamente entre os ministros de Cristo. Finalmente conclui: “Na ordenação lhes é concedida maior abundância de graça para que, por meio dela, possam tornar-se idôneos para as coisas maiores.”

Notemos a expressão “para coisas maiores”. Santo Tomás declara que a graça do sacramento, que depois se confere, não será inútil, mas dará ao ordenado maiores auxílios para que se torne capaz de conquistar maiores méritos. Mas exprime que no ordenando se requer a graça precedente, suficiente para torná-lo digno de ser contado entre os membros do povo de Cristo.

Boa conduta

Sobre esse assunto, escrevi [Sto. Afonso, Teologia Morale, I. 6, c. 2, ex num. 63] uma longa exposição provando que se alguém recebe uma ordem sacra sem a experiência de uma vida exemplar, não pode se isentar de uma grave culpa. Isso porque abraça um estado de vida sem a vocação de Deus. Não se pode dizer chamado por Deus quem se ordena sem estar livre de todo o vício habitual, especialmente contra a castidade. Embora possa receber o sacramento da Penitência, por estar preparado através do arrependimento, em tal estado ainda não está capacitado para receber as ordens sacras. Além disso, é necessária já antes a boa conduta, comprovada com a experiência há mais tempo.

Não pode, igualmente, se isentar de pecado mortal quem, por grande presunção, assume os sagrados ministérios sem a devida vocação. Grande perigo de condenação corre em semelhante caso, ao se expor assim. “Quem conscientemente, sem ter em conta a vocação de Deus” – como o faz um habituando a qualquer vício – “entra como intruso no sacerdócio, coloca-se em evidente perigo de condenação.”

Falando sobre o sacramento da ordem, Soto afirma: “Embora a boa conduta não seja da essência do sacramento, ela é absolutamente necessária por preceito divino ... Tal idoneidade de costumes não se identifica com a disposição geral exigida na recepção de qualquer sacramento para que a graça não encontre obstáculo. O homem que abraça o sacerdócio não só recebe a graça, mas abraça um estado de vida mais sublime. Exige-se, pois, dele a honestidade de vida e o brilho das virtudes.” O mesmo afirmaram Tomás Sanchez, P. Holsman, e os Salmanticenses.

O que acabo de escrever não é opinião de algum doutor particular, mas opinião comum: todos se fundamentam na doutrina exposta por Santo Tomás.

14/02/2011

Leitor pergunta sobre as 5 solas do protestantismo

O leitor Daniel Coelho pergunta: “Prof. é com muito respeito que entro neste espaço e peço que comente sua posição sobre as 5 Solas do protestantismo”. Seu cometário completo pode ser lido aqui.

Daniel, respondo parcialmente sua pergunta; comento sobre a sola scriptura, que é a doutrina segundo a qual a Bíblia contém tudo que é necessário para a salvação, além do detalhe de que qualquer um pode interpretá-la como desejar.

Aqui já há uma ilogicidade, pois a Bíblia, com a interpretação particular de cada um, não seria única. Mas a coisa fica pior se considerarmos que se fosse verdade que a Bíblia contivesse o necessário e o suficiente para nossa salvação, a doutrina da sola scriptura teria de estar contida na Bíblia, o que não é verdade. Seria de se esperar que Jesus Cristo nos tivesse alertado para isto, tivesse dito aos apóstolos que ensinassem a sola scriptura e o livre exame. Por que razão Jesus Cristo esperaria 16 séculos para iluminar a humanidade com o verdadeiro caminho da salvação? Por que, nestes 16 séculos, Jesus deixou que os maiores pensadores da humanidade, os maiores filósofos, os maiores santos, os melhores homens e as mulheres, fossem enganados e pensassem que o Depósito da Fé era uma parte importante de nosso caminho para a salvação?

A sola scriptura e o livre exame só nascem da mente doentia de Lutero, Calvino e tutti quantti porque estes objetivavam destruir a Igreja de Cristo. Muita gente gostou da coisa, pois isto lhes livraria do peso das responsabilidades morais que a autoridade da Igreja impõe a cada um de seus fiéis. Podendo-se interpretar a Bíblia ao bel prazer, pode-se fazer tudo que se desejar. É o vale-tudo doutrinário-religioso que destrói, na mente de milhões, o conceito de verdade objetiva, criando a mais funesta das filosofias que é o kantismo. Pois se a Verdade mais alta que Deus nos quer ensinar é interpretável livremente por cada um de nós, qualquer outra verdade vem com o selo do relativismo muito mais evidente. Do relativismo escritural ao relativismo moral é só um pulo. Deste para todo tipo de licenciosidade comportamental é um pulinho. E assim foi formado o mundo moderno. Um exemplo nojento de que as pessoas (e pessoas importantes) preferem acreditar em inverdades apenas para não acreditar na Lei Moral que Deus nos ensinou pode ser visto aqui.

Esta é, resumidamente, a historinha da funesta sola scriptura e suas conseqüências.

09/02/2011

Deus lhes pague!

Cumprimos, eu e minha família (minha esposa Ângela Maciel e meus filhos Thiago e Henrique), o prazeroso dever de agradecer a todos que responderam ao pedido de ajuda feito – em meu nome, pela minha família – no sentido de encontrarmos uma cama hospitalar motorizada, que suportasse o meu peso. É de cima dela, graças a Deus e a todos vocês, que escrevo este agradecimento.

Agradeço também as orações que muitos fizeram para o sucesso da operação pela qual passei e peço que as mantenham para que Deus me dê força e paciência no período de recuperação, que não será tão curto assim.

Agradeço também as várias manifestações de apreço com que fui brindado (exemplo disto, ver aqui. Deus lhe pague, Sidney.), as várias ligações telefônicas e e-mails recebidos, de amigos, alunos, conhecidos (e até desconhecidos) e leitores do blog. Estas manifestações tocaram fortemente meu coração e de minha família.

Deus lhes pague o bem que nos fizeram; e Ele sempre assim o faz.

P.S. O blog voltará ao normal à medida da recuperação de meus dois joelhos.