29/06/2007

Capitalismo, Socialismo e a Doutrina Social da Igreja

Estarei traduzindo proximamente alguns artigos que tocam nestes assuntos. Deixo, por enquanto os links dos originais:

Opposing the Austrian Heresy, de Christopher Ferrara
Corporation Christendom: The True School of Salamanca, de Peter Chojnoswski
Economic Science an Catholic Social Teaching, de Thomas Storck


Faço isso por duas razões. Primeiramente, porque alguns artigos que estão aparecendo no MSM não tem me agradado, pelo tom e pelo superficialismo (Ver, por exemplo, A Cruz e a encruzilhada, de Carlos Reis, onde o autor equipara a encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, com o acordo de Metz entre o Vaticano e a URSS, feito por João XXIII.).

Em segundo lugar, pelas minhas próprias dúvidas sobre o Capitalismo em si. Por enquanto, vou deixar links de dois livros (em inglês) que tratam do assunto. O segundo link, se refere ao livro obra-prima de Hilaire Belloc, em que se pode reconhecer toda a influência da encíclica Rerum Novarum.

Distributism: A Catholic System of Economics, de David P. Goodman

The servile state, Hilaire Belloc


Divirtam-se.

10/06/2007

Ciência espúria e políticas públicas


Walter E. Williams



O público tem se tornado crescentemente consciente de que a ciência por trás do aquecimento global antropogênico é uma fraude. Mas talvez os americanos gostem de imposturas científicas como meio de atingir certos objetivos de política pública. Vejamos.

Muitos americanos consideram o ato de fumar irritante. Alguns acham o odor ofensivo, e outros têm alergia ou asma, que pode ser agravada pela presença de fumantes. Há poucas dúvidas de que a fumaça de cigarro causa, de fato, irritação nesses casos. Mas, se fosse só por essas situações especiais, será que os anti-tabagistas teriam tanto sucesso nos tribunais, como eles têm tido?

Uma situação de ameaça à saúde pública tinha de ser fabricada, e em 1993 a Agência de Proteção Ambiental (EPA) apareceu, para uma operação de resgate, com seu estudo falso a respeito da fumaça do cigarro (ETS) ser um carcinogênico classe A.

Por que o estudo é falso? A EPA alegou que 3000 americanos morrem anualmente como fumantes passivos, mas há um problema. Eles não conseguiram essa conclusão dentro do intervalo estatístico de confiança padrão de 95%. Eles abaixaram o intervalo de confiança do estudo para 90%. Isso teve o efeito de dobrar a margem de erro e dobrar a probabilidade de que a mera casualidade explicasse aquelas 3000 mortes.

O Serviço de Pesquisa do Congresso (CRS) disse: “De fato, é pouco usual retocar assim um estudo, abaixando o nível de confiança exigido e declarando que os resultados apóiam o efeito sugerido pela teoria.” O CRS estava sendo gentil. Esse jeito de fazer pesquisa expulsaria da universidade qualquer estudante de pós-graduação.

Em 1998, a Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer da Organização Mundial de Saúde publicou o mais completo e bem formulado estudo sobre ETS. O projeto de pesquisa durou dez anos e foi realizado em dez países da Europa. O estudo, que não foi amplamente noticiado, concluiu que não existia nenhum risco estatisticamente relevante para não-fumantes que viviam ou trabalhavam com fumantes.

No final da década de 1990, num encontro em Washington, eu tive a oportunidade de estar na presença de uma autoridade do FDA [Food and Drug Administration]. Eu o perguntei se ele aprovaria que as indústrias farmacêuticas aplicassem as técnicas estatísticas da EPA em testes de suas drogas, no que diz respeito à sua efetividade e segurança. Ele respondeu que não. Eu pergunto aos meus compatriotas americanos não-fumantes: Você apoiaria o uso de ciência fraudulenta para eliminar o desconforto causado pela fumaça do cigarro de bares, restaurantes, ambientes de trabalho e hotéis?

Você responde, “OK, Williams, a ciência é falsa, mas como nós, não-fumantes, suportaremos o desconforto da fumaça do cigarro?” Minha resposta é que depende se você prefere soluções que respeitem a liberdade ou aquelas que são mais tirânicas.

A solução amiga da liberdade tem de considerar os direitos de propriedade, pelos quais o proprietário toma a decisão se ele permitirá fumantes ou não-fumantes, no recinto de sua propriedade. Se alguém é não-fumante, ele simplesmente não faz negócio com um bar ou restaurante onde é permitido fumar. Um fumante poderia exercer o mesmo direito se um bar ou restaurante não permite fumar. Os lugares públicos, como bibliotecas, aeroportos e prédios municipais, onde a propriedade não é bem definida, é um desafio.

A solução tirânica é aquela onde um grupo usa o sistema político para impor suas preferências aos outros. Você pode ser tentado a objetar a respeito do termo “tirânico”, mas suponha que você tenha um restaurante onde você não permitisse que fumantes e não-fumantes usassem o sistema político para criar uma lei que forçasse você a permitir o fumo. Estou certo de que você chamaria de tirânica essa solução.

O debate sobre a política pública a respeito do ato de fumar foi decidido por meio de uma ciência espúria. Minha perguntar é, será que desejamos que outras políticas públicas façam uso de ciência espúria para se implantarem, tais como as restrições ao crescimento econômico, em nome da luta contra o aquecimento global?




Publicado por Townhall.com

07/06/2007

02/06/2007

Economia e o ato de fumar


Walter E. Williams


O princípio mais fundamental da Economia é a lei da demanda, que postula que quanto mais alto o preço de um comportamento, menor o número de pessoas que o adota, enquanto que quanto menor seu preço, maior o número de pessoas que o adota. A lei da demanda funciona para qualquer comportamento, e vou aplicá-lo ao comportamento anti-fumo. Primeiramente, livremo-nos do argumento da saúde, porque ele não tem relevância ao princípio particular sob exame, que é como as pessoas respondem ao custo de alguma coisa.

O custo para os não-fumantes da imposição de sua vontade sobre os fumantes, digamos, num restaurante, bar ou avião, é zero, ou perto disso. Basta que eles consigam que o legislativo vote as leis restritivas. Quando o custo de alguma coisa é zero, há uma tendência das pessoas a consumirem excessivamente. Você diz, “Williams, no meu caderno, não há ar excessivamente livre de fumaça!” Eis um pequeno teste. Digamos que acabe a gasolina de seu carro numa nevasca. Você me acena pedindo socorro. Eu digo, “Terei prazer em lhe dar uma carona, mas estou fumando.” Será que você recusará a carona na tentativa de evitar a fumaça do cigarro? Você pode ser tentado a argumentar, “Isso é diferente”. Não é diferente em absoluto. O custo de um ambiente livre de fumaça não é o que você está disposto a pagar.

Digamos que você não permita que se fume em sua casa. Quanto eu o visito, ofereço a pagá-lo 100 dólares por cada cigarro que você me permita fumar. Instantaneamente, levanto a questão do custo de manutenção de seu ambiente livre de fumaça. Manter sua casa livre de fumaça custará 100 dólares. É claro que posso lhe oferecer um montante maior, e a teoria econômica prediz que, em algum patamar, você concluirá que seu ambiente 100 por cento livre de fumaça não valerá a pena

Ar 100 por cento livre de fumaça ou 100 por cento repleto de fumaça é provavelmente sub-ótimo. A preço zero, haverá excesso de fumaça ou muito pouca fumaça. O problema em nossa sociedade é que as leis criaram um ar com muito pouca fumaça. Em grande medida, isso é culpa dos fumantes, que não criaram um custo para o ar livre de fumaça.

Minha regra não é absoluta. Há circunstâncias em que suporto ambientes com ar livre de fumaça a custo zero, e há circunstância que não suporto. Tudo depende do custo para mim. Penso que outros fumantes devem adotar a mesma agenda. Digamos que lhe pedem para fazer algum trabalho voluntário. Você pode dizer, “Sim, se me permitirem fumar.” Essa estratégia pode também ser uma boa forma de se livrar de alguma coisa sem ter de dizer não. Apenas pergunte se será permitido fumar.

A lição econômica a ser extraída de tudo isso é que preços nulos levam a resultados sub-ótimos, e que isso não se aplica somente à questão do ato de fumar. O que você acha de preços zero no supermercado ou na boutique? Se isso ocorresse, como você acha que estariam as prateleiras das lojas quando você chegasse? Se você respondeu, “Sem nada, pois as pessoas teriam tirado delas uma quantidade excessiva de produtos”, você tirou nota 10.

Publicado por Townhall.com