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02/01/2013

Decisões de ano novo!


Escrevi ano passado, no post Ano novo, vida nova! Será?, que a festa de ano novo é uma festa pagã e que nosso ano novo, o ano novo católico começa com o Advento. E sabiamente a Igreja começa o ano novo recomendando penitência, recomendando-nos de que nos lembremos da primeira vinda de Nosso Senhor, mas que não nos esqueçamos da segunda vinda d’Ele, do Juízo Final, com tremor e temor.

Penitência é normalmente a privação voluntária de algo na esperança de que essa privação possa ser vista, pela infinita misericórdia de Deus, em conjunto com os sofrimentos do Nosso Senhor, e que isto possa nos servir na hora gravíssima de nossa morte (nunc et in hora mortis nostrae). Podemos oferecer também nossa penitência em sufrágio pelas almas do Purgatório, prática recomendada como muita insistência por todos os santos e santas.

Há vários períodos de penitência e jejuns recomendados pela Igreja; por exemplo, a abstinência de carne às sextas-feiras. As quartas-feiras também são dias de abstinência de carnes. Há as penitências e jejuns da quaresma. Mas há também penitências que podemos fazer no nosso dia a dia, em lembrança da Paixão de Nosso Senhor, para não nos esquecer de nossa fragilidade e dependência de Deus. Não é preciso nada de muito elaborado. Um pequeno desconforto que passamos e o oferecemos a Deus, já basta para agradarmos ao Coração Amantíssimo de Deus. Uma sede cuja satisfação adiamos voluntariamente por alguns minutos, lembrando a pena dos sentidos que as almas do Purgatório sofrem, é já uma penitência muito boa.

A privação de confortos de que dispomos pode ser uma fonte de penitências quase inesgotável. Uma coisa que deixamos de comprar, embora tenhamos os meios e o desejo, um banho mais frio do que o que gostaríamos de tomar, um dia de calor que passamos sem o ar condicionado ou o ventilador ligado, etc. Se tudo isso for feito e oferecido a Nosso Senhor, a penitência terá sido feita. Santa Teresinha do Menino Jesus fazia uma penitência silenciosa muito simples: ela ficava por cinco minutos, sentada, sem mexer um só músculo do corpo e oferecia o desconforto a Nosso Senhor.

Pe. Faber fala sobre isso, e muito mais, quando, falando da devoção à Sagrada Humanidade de Nosso Senhor, fala-nos do amor afetivo, efetivo e passivo. Com relação ao amor efetivo, ele nos diz: “O amor efetivo faz-nos ver a imagem viva de Jesus, representando em nossa própria vida os estados, mistério e virtudes da Sua. Trazemos exteriormente essa imagem pela contínua mortificação, diminuindo e apertando o conforto corporal, regulando os sentidos, derrubando as exigências extravagantes do mundo e da sociedade, pela ciosa moderação dos afetos e dos prazeres inocentes, e pela perpétua repressão de toda vaidade e arrogância.”

Comecemos o ano novo atentos à palavra de Pe. Faber e decididos a pelo menos “diminuir e apertar o conforto corporal, regular os sentidos, derrubar as exigências extravagantes do mundo e da sociedade”.

Que o Advento de 2013 nos encontre mais mortificados, mais devotos à Sagrada Humanidade de Nosso Senhor!

28/12/2011

Ano novo, vida nova! Será?


Bem, para os católicos, o ano começa no primeiro domingo do Advento que, neste ano de 2011, caiu no dia 27 de novembro. O que se chama réveillon é festa tipicamente pagã e nada tem a ver com nossa Religião. No dia 1 de janeiro, estamos na oitava de Natal e comemoramos a Circuncisão de Nosso Senhor.

Mas para tentar tirar algo de bom da festa pagã, vou sugerir uma decisão de “final de ano”, para cumprirmos no ano civil de 2012, 2012 anos depois de Cristo, do nascimento de nosso grande Mediador perante Deus. Não será perder alguns quilinhos, ou fazer ginástica, ou tentar salvar a natureza, ou reciclar o lixo doméstico, ou economizar energia elétrica ou água para o bem do planeta, ou andar menos de carro para poluir menos o ar, ou ir mais ao teatro e ao cinema, ou fazer ioga, ou abraçar árvores e andar descalço, ou qualquer destas coisas com que a CNBB está sempre preocupada nas famigeradas campanhas da fraternidade, fraternidade que paradoxalmente parece existir sem a Paternidade.

Vamos lá! O fundamento de minha sugestão é uma insistência que me parece muito significativa de Nosso Senhor. Duas vezes no Evangelho, Jesus nos diz: Quem se prende à sua vida perdê-la-á; e quem perdê-la por causa de mim, acha-la-á (Mt 10,39); Porque quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa encontra-la-á (Mt 16, 25; Lc 9,24; Mc 8,35). Todas as palavras de Jesus são significativas, pois são fonte de Vida que não se acaba. Então, quando Ele repete algo, penso que devemos nos atentar para o fato: a coisa deve ser de fundamental e urgente importância.

E Jesus se expressa de uma maneira divinamente paradoxal: perder a vida para encontrá-la; desprezá-la para valorizá-la; entregá-la para recebê-la, despreocupar-se dela para tê-la em abundância. O estilo de Nosso Senhor é inconfundível e Seu mistério é muito mais claro que qualquer explicação humana. A Catena Aurea, composta pelo Doutor Comum, pelo Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino, nos diz o seguinte.

Chrisostomo: Por que você resiste em desprezar sua vida? Porque você a ama? Ora, por esta mesma razão você a deve desprezar, pois assim você lha prestará o mais elevado serviço.
Remigio: A vida, neste versículo, não é para ser entendida como substância, a alma, mas como o presente estado de ser; e o sentido é: aquele que encontrar sua vida, i.e., esta vida presente, aquele que tanto ama esta luz, suas alegrias e prazeres, a tal ponto de desejar sempre mantê-los, prepare sua alma para perdição eterna.
Rabano: Ao contrário, aquele que procura a vida eterna, não hesita em perder esta vida, isto é, oferecê-la à morte.

Minha decisão de “final de ano” que quero compartilhar e sugerir é esta: percamos nossa vida por causa d’Ele. Deixemo-nos guiar por Ele, tomemos nossa cruz e o sigamos. Que esta decisão sirva de reparação às inumeráveis ofensas que certamente serão dirigidas ao Imaculado Coração da Virgem Santíssima ou ao Sacratíssimo Coração de Nosso Senhor durante a festa pagã do réveillon de 2011-2012.

Que Nosso Senhor aceite nossas pobres vidas em troca da Vida que não se acaba!