02/04/2010

Oh! Virgem piedosíssima, amorosíssima e desconsoladíssima!

Padre Manuel Bernardes


Com que inteira vontade e com que fiel rendimento oferecestes ao Altíssimo esse precioso holocausto! Como se ajuntaram perfeitamente as duas metades desse místico pomo, com que foi reparado, cravando-se a vossa metade nas mesmas pontas das setas com que a de Jesus estava traspassada! E em quanta obrigação vos está o mundo, por haverdes sido a tanto custo correndentora sua! Bendito seja Deus, que tanto vos comunicou de sua imensa caridade. Oh! seja eu, por intercessão vossa e dignação sua, admitido à participação dessas penas suas e vossas – que só por serem vossas e suas, só por serem penas de Jesus e de Maria, penas do Filho de Deus e da Mãe de Deus, merecem todo o meu desejo e suspiro, e em si têm o prêmio de si mesmas. Ditoso de mim, se quando Jesus é afrontado e perseguido, eu também fora digno de padecer por Jesus perseguições e afrontas! Ditoso de mim, se quando a inocente pomba Maria é sacrificada e no candor de suas penas se vêem as salpicas do sangue de suas lágrimas, eu também pudesse juntar alguma coisa a esse sacrifício e acompanhar essas lágrimas. Essa fora, sem mais outra glória, a glória de minha alma: padecer sentir e arder meu pobre coração na doce companhia desses dois corações de Jesus e de Maria.

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