Parece que estão deixando o Olavo numa situação vexamosa. Com tantos católicos que dizem defender a Tradição da Igreja, só o gnóstico Olavo tem defendido o Papa Bento XVI na imprensa brasileira, com seus artigos no Jornal do Comércio de São Paulo.
Já em 1998, Olavo reclamava ter de assumir o papel de padre para dizer coisas que “os convicentes não dizem” [Verdade sem dono, Imbecil Coletivo II].
Bem, seguem aí alguns (apenas alguns) artigos de Olavo, defendendo o Papa e a Igreja dos ataques de seus inimigos. Coisa espantosa, única na história da humanidade, um gnóstico defendendo a Igreja e o Papa. Esse Olavo é danado mesmo!
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12 comentários:
Prezado Antônio Emílio,
Que tal enviar seu comentário para o Prof. Orlando Fedeli?
Reconheço que o Olavo, apesar de esquisito, está prestando um corajoso serviço ao Papa e à Igreja Católica.
José
Caro José,
Não tive a intenção de polemizar como o prof. Orlando. Mesmo porque ele não aceita o rótulo de católico tradicionalista. Ele se diz, com muito acerto, católico apostólico romano.
Conheço o professor e o admiro muito. Sei que ele considera Olavo um gnóstico, no que discordo dele. Mas, José, ele foi um dos responsáveis pela minha conversão, senão o principal responsável. Seu sítio é um local que visito diariamente e aprendo muito lá. Rezo por ele todos os dias e espero que ele ainda tenha uma longa vida.
Muita gente admira Olavo e odeia Orlando, ou vice-versa. Temos olavetes e orlandetes.
Eu admiro muito os dois e, para mim, eles são homens essenciais para o Brasil. A propósito, rezo diariamente pelo Olavo também.
Um abraço.
Antônio Emílio Angueth de Araújo.
Caro Professor,
Você está sendo sensato. Respeita as duas personagens que, embora se contradigam, você percebe que têm algo de essencial em comum.
Desta forma, considero que a sua rejeição da esquerda atéia é verdadeira. Lá o interesse é sempre vencer o oponente no "papo", sem analisar tudo e ficar apenas com o que é bom (apóstulo Paulo).
Parabéns pela sua posição!
José
Ja fui aluno do Olavo e hj assisto as aulas do professor Fedeli. De fato, o Olavo defende a Igreja, pois valoriza a religião, e é esse seu maior problema. É ecumenico.
Nao faz uma defesa da Igreja pela Igreja, mas sim pela religiao, a qual entende, como já afirmou em diversos momentos, que leva a salvação independente de qual seja.
E vero q diversos retornaram a religiao por causa dele, mas desconheço quem tenha se convertido ao catolicismo por conta de suas aulas. Para ele tanto faz ser protestante, budista ou espirita. Ng se torna catolico por suas aulas, mas apenas religioso.
Assim, se entregar de corpo e alma às aulas do Olavo e um caminho
temeroso, pois pode descambar numa falsa religiosidade se a pessoa nao busca se aprofundar no catolicismo.
Caro anônimo,
Nunca vi ou ouvi Olavo defender Lutero, Calvino ou Zwingli. Na verdade, já o ouvi criticar duramente Lutero. Mas a questão não é essa. Olavo não é um pregador, não se dá a missão de conversão dos hereges. Ele se considera, e é, filósofo. Ele tem uma compreensão original dos problemas filosóficos e por isso ele ensina. Ele não ensina só a filosofia dos outros (embora também faça isso) mas, sobretudo a sua.
Bem, se você não conhecia ninguém que tivesse sido convertido por Olavo (e muitos outros), você está conhecendo agora: eu.
Vamos, por hipótese, dizer que o Olavo defenda o ecumenismo. Se você o excluir da lista de católicos, ou dos verdadeiros católicos, você terá de incluir na sua lista 99,99% dos católicos do mundo, incluindo toda a hierarquia da Igreja, inclusive o Papa reinante. Isso é que é muitíssimo perigoso.
Contudo, não sei, pelo que li e ouvi dele, que ele tenha uma concepção ecumênica da Igreja. Sequer conheço suas posições sobre os documentos do Concílio Vaticano II. Se que ele é um crítico impiedoso do CVII.
Finalmente, quem for buscar religiosidade em Olavo, está lascado. Àqueles interessados em buscar o caminho doutrinal católico, deve ler o prof. Orlando Fedeli, para começar. Mas também não pode ficar só aí.
Antônio Emílio Angueth de Araújo.
"Ele não ensina só a filosofia dos outros (embora também faça isso) mas, sobretudo a sua."
Isso é muito perigoso. Se pelo menos ele fosse parecido com Sócrates - a quem defende no Projeto Socrático - tudo bem.
Sócrates queria aprender. Então, ele se especializou em fazer boas perguntas. Em seguida procura as respostas.
Mas, querer ter respostas para quase tudo, como faz o Olavo, é muita pretensão. De fato ele não é só um filosofólogo - aquele que repete a filosofia alheia -. Ele tenta ser um filósofo. E nisto reside o seu maior perigo.
Se ele voltar-se para Sócrates, realmente, sou até capaz de segui-lo. Esse negócio de ser ou não gnóstico não é o que o desqualifica.
Mas, certamente, a sua excessiva valorização, assim como condenação, deve, sobretudo, à ignorância dos seus alunos e juízes.
Ser filósofo significa só e somente só "ser amigo do conhecimento e buscá-lo com determinação". Não tem nada a ver com a quantidade de informação armazenada no HD do cérebro.
Calma professor.
Nao o estou criticando por admirar o Olavo. So acho que nao devemos endeusa-lo e que demos perceber que ele tem limitações intelectuais em doutrina catolica, levando as pessoas a um caminho temerario se o seguem nesse sentido.
Um ex crasso de quem e aluno dele e ficar muito ligado a politica, preocupado com o PT, com o forum de SP etc, que sao coisas que nao divirjo do Olavo em relação a suas posições, mas que nao tem muita importancia pra quem quer se voltar a Deus.
Qto ao Lutero p ex, numa aula aqui em SP sobre mentalidade revolucionaria, coloquei a questao de ser possivel incluir o protestantisnmo como um corrente revolucionaria em seu tempo. Enfim do protestantismo ter participado desse movimento de mentalidade revolucionario, q ele mesmo afirmara teria começado no sec XVI
Concordo com o Olavo em muita coisa, mas quando ele fala de politica fico de pe atras. Por ex a mentalidade revolucionaria
Para nao se indispor com os protestantes na aula, disse q o protestantismo apos a tomada de poder passou a agir de modo conservador. Uma resposta vaga q nao aproxima ng do catolicismo.
Fico feliz q o senhor tenha se convertido, pois e sempre um imenso prazer ler seu blog. Mas estou certo q o senhor deveria ter sido ateu e depois do Olavo passou a ser religioso, como sempre acontece com seus alunos.
Um agrande abraço
Caros anônimos,
Coloquei no plural porque parece haver dois anônimos postando comentários. Se for apenas um, é só ajuntar minhas observações.
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Ao primeiro anônimo.
Fico sabendo agora que tentar ser filósofo é um perigo! Achava eu, cá com os meus botões, que o objetivo de ser filósofo era um dos mais altos a que o homem podia se dedicar; mais alto do que isto, só mesmo o objetivo de ser santo.
Sua definição de filosofia é mesmo muito elementar e dúbia; por exemplo, qualquer cientista de meia tigela é filósofo para você, pois que amigo do conhecimento e seu buscador permanente. Para começar a falar algo sobre filosofia, falta-lhe a distinção entre conhecimento e sabedoria. Não dá para criticar o Olavo demonstrando desconhecer essa distinção.
Você diz que os alunos e juízes do Olavo, porque ignorantes, o admiram tanto. Sendo eu aluno dele, me incluo nesta ignorância. Mas escrevi há poucos dias um post, "Olavo de Carvalho e eu" em que exponho minhas impressões dele. Seria bom que você tentasse rebater meus argumentos, dizendo em que aspectos eles são falhos.
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Ao segundo anônimo.
Estou calmíssimo. Se dei outra impressão, desculpe-me.
Afirmo novamente: quem quiser procurar caminho seguro a respeito de doutrina católica, procure ler os documentos da Igreja, seus Padres e Santos. O Olavo não é fonte de doutrina católica. Mas digo para você que ele entende de doutrina da Igreja muito mais que qualquer bispo ou cardeal brasileiro. Não é fácil encontrar alguém no Brasil que entenda mais que ele. Eu seria capaz de citar não mais que cinco pessoas. Mas, de novo, ele não é fonte segura para a questão doutrinal do catolicismo.
Ora, o Olavo não querer se indispor com uma parte de sua audiência numa aula de filosofia, nada depõe contra ele. Ele tem como ganha-pão o ofício de ensinar filosofia, não religião. Se ele tem alunos protestantes, que ele os trate bem. Não vejo nada de mal nisso.
Eu não era ateu quando me re-converti ao catolicismo; eu era exatamente gnóstico. Foi disto que o Olavo (e outros) me curaram. Além disso, não sou hoje religioso, sou católico, graças a Deus, à Virgem Santíssima, ao Olavo, ao prof. Fedeli e a muitos outros vivos e mortos que estão continuamente me alimentando com a sã doutrina.
Obrigado pelos elogios ao meu modesto blog, cujo sucesso (será?) já supera muito minhas primeiras expectativas, quando tive a idéia de criá-lo.
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Um apelo final aos dois anônimos: favor se identificarem, para que eu posso me dirigir a vocês chamando-os de seus respectivos nomes.
Antônio Emílio Angueth de Araújo
Sobre filosofia
Sócrates foi o melhor filósofo, pois não criou um sistema filosófico fechado. Ele era amigo do conhecimento, mas privilegiou o conhecimento da alma. Quanto ao mais, ele usava, mas não dava importância além do seu valor instrumental.
Quando digo que é perigoso ser filósofo, refiro-me à deturpação do termo. Aqueles que resolveram ser filósofos profissionais criaram sistemas filosóficos. Ai é que mora o erro. Todos os sistemas filosóficos, até hoje, mostraram-se uma espécie de cilada contra a inteligência humana.
Então, sou a favor do amigo do conhecimento, em todas as áreas, e preso especialmente os que se preocupam com suas almas. Quanto a isso, Sócrates e Jesus são os modelos máximos.
Idealmente, todo filósofo deve incluir o conhecimento da alma em sua agenda. Newton, por exemplo fez isso. Einstein também. Aqueles que ignoram essa agenda, na minha opinião, nem bons cientistas são.
Você, por exemplo, está tentanto ser um filósofo no bom sentido do termo. Olavo, em sua essência, está tentanto ser um bom filósofo. Só discordo quando alguns vêm nele - não sei se ele se considera assim - um criador de um sistema filosófico. Se for essa a pretensão dele, então ficarei atento, pois nisso mora o perigo.
Quanto a me identificar, estou tentanto, antes, entender se as ideias podem mesmo ser julgadas sem que sejam contaminadas pelo critério da autoridade. É um experimento. Todos os grandes sistemas filosóficos demonstraram que não eram verdadeiros exatamente porque não sobreviveriam sem os seus donos.
Pode chamar-me de G
G, de gnófilo, isto é, amigo do conhecimento.
Sr. G,
Sabemos então que o senhor é uma autoridade, pois diz não querer revelar seu nome para que a discussão aqui não seja contaminada pelo critério da autoridade.
Infelizmente, não me proponho a participar deste seu experimento. Caso o senhor queira continuar a discussão, favor se identificar.
Como publico seu comentário (será o último sem a devida indentificação), sinto-me confortável em lhe responder.
Sua frase "Sócrates foi o melhor filósofo" só tem um sentido, digamos, de frase de efeito. Ele foi sim muito grande, porque foi pioneiro de um empreendimento monumental, que continuou com seus discípulos, sem os quais ninguém teria notado a existência de Sócrates. Ou seja, ele só é grande porque dele falaram Platão (sobretudo) e Aristóteles. Mas não dá para comparar a amplitude da filosofia de Platão e Aristóteles com a experiência socrática, por mais que ela tenha sido extraordinária.
Quando a não criar sistema filosófico, não conheço nenhum filósofo que não criou um, a começar por Sócrates. Isto é o mesmo que afirmar que o verdadeiro cientista é aquele que não descobre nenhuma teoria ou não contribui, com seus estudos, para nenhuma estrutura científica. Newton e Einstein, citados por você, criaram as mais influentes estruturas científicas da ciência (juntamente com a Mecânica Quântica).
Sócrates criou o início da grande estrutura da filosofia platônica e depois aristotélica. Bem, Jesus criou e ainda mantém a maior de todas as estruturas existentes: a Igreja Católica. De estrutura em estrutura estamos indo bem.
Eu sou estudante de filosofia, um estudante meio relapso, meio tapado. Desta forma, não posso avaliar se o Olavo tem ou não um sistema filosófico bem formado. Sei que ele tem um conjunto de idéias filosóficas e que ele as ensina, pois sou seu aluno.
Senhor G., por enquanto é só.
Antônio Emílio Angueth de Araújo.
Professor
Apenas para efeito de transparencia e esclarecimento nao sou o anonimo G.
Sou o anonimo das intervencoes de 10:16 e de 14:16.
Porem prefiro me manter anonimo e tb um assiduo leitor de seu blog
Um agrande abraço
Professor, obrigado pela indicação deste artigo. Não somente pelos links para os textos do Otávio, mas pelas suas opiniões aqui registradas. Edificantes, claras, preciosas.
Mais uma vez obrigado.
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