04/01/2013

Historinha do Purgatório


Dando prosseguimento ao post anterior, conto abaixo uma história que li no extraordinário livro do Pe. Francisco Xavier Schouppe, S.J., “Purgatório Explicado pela Vida e Revelações dos Santos”, publicado no século XIX, com Imprimatur de 1893 (edição em inglês da TAN Books, edição resumida, e muito bem traduzida, em português, pela Editora Artpress). O texto que se segue é o da tradução de Afonso de Souza, da edição da Artpress.

Copo de água oferecido ao Anjo da Guarda livra religiosa do Purgatório

No convento dominicano de Vercelli, onde a Beata Emília (festa a 17 de agosto) era Priora, era da Regra nunca beber entre as refeições, salvo permissão expressa da Superiora. Essa permissão, a Bem-aventurada Priora não costumava dar. Ela pedia às irmãs para fazer alegremente um pequeno sacrifício em memória da ardente sede que Nosso Senhor tinha sofrido por nossa salvação, na Cruz. Para encorajá-las a isso, sugeria-lhes que confiassem essas poucas gotas de água aos seus Anjos da Guarda, para que as guardassem até a outra vida, para temperar-lhes depois o calor do Purgatório. O seguinte incidente mostrou quão agradável essa piedosa prática foi a Deus.

Uma irmã chamada Cecília Avogadra veio um dia pedir permissão para refrescar-se com um pouco de água, porque estava abrasada de sede. “Minha filha – disse-lhe a Priora – faça esse pequeno sacrifício por amor de Deus, e na consideração do Purgatório”. Respondeu Cecília: “Madre, esse sacrifício não é pequeno, porque estou morrendo de sede.” No entanto, apesar de um pouco molestada, obedeceu o conselho da Superiora. Esse duplo ato de obediência e mortificação foi precioso aos olhos de Deus, e a Irmã Cecília logo recebeu sua recompensa.

Poucas semanas depois ela faleceu, e três dias depois apareceu, resplandecente de glória, à Madre Emília: “Ó Madre! Quão grata vos sou! Eu estava condenada a um longo Purgatório, por ter tido afeição muito grande à minha família. E eis que, dois dias depois de lá estar, vi meu Anjo da Guarda entrar em minha prisão com o copo de água que vós me pedistes para oferecer como um sacrifício ao meu divino Esposo. Meu Anjo então derramou essa água sobre as chamas que me devoravam, extinguido-as imediatamente, e assim libertando-me. Eu voo agora para o Céu, onde minha gratidão nunca vos esquecerá.”

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