26/03/2012

O Tempo da Paixão

1. O significado deste tempo. Com o Domingo da Paixão (ontem), iniciamos a terceira fase da preparação para a Páscoa. A Igreja concentra toda a sua atenção no Senhor que padece, e O acompanha em seu caminho de dores, que, pelo ódio e pelas hostilidades dos judeus, conduz até o Calvário. Assistimos ao conflito entre o Salvador e os seus inimigos que Lhe recusam acolhimento. O ódio destes já não procura dissimular-se e, cada vez mais crescente, prorrompe em grosseiras injúrias contra Aquele que, qual bom Samaritano, vai curar-lhes as feridas e libertá-los da morte eterna. O Salvador, às injúrias que Lhe fazem, chamado-O de sedutor, blasfemo, possesso do demônio, responde com toda a calma. Ele bem sabe por que assim o fazem. É a vontade de seu Pai que Ele sofra por aqueles que assim O perseguem. Na realização de seus desígnios, os adversários do Cristo são apenas instrumentos de que Deus se utiliza para a execução de seus eternos decretos. Sobre o Madeiro da Cruz, Jesus alcança a vitória final.

2. Nossos sentimentos durante este Tempo. Embora Deus, Jesus Cristo sofreu todas as atrocidades das dores físicas e morais. A natureza humana padece, geme, procura a salvação. Neste sentido a Igreja compreende os Cânticos das Missas destes quinze dias. E nós, com toda a confiança que temos na vitória final, não deixamos de abismar-nos nas dores de nosso Salvador. Aumente em nós a dor por nossos pecados que Lhe custaram tantos padecimentos. Aumente em nós o amor por nosso Jesus que tanto sofreu por todos os homens!

3. Particularidades deste Tempo. Para bem demonstrar a sua compaixão pelo Esposo, a Igreja omite nestes dias todas as demonstrações de alegria. Não se diz o salmo Judica, ao pé do altar, nem o Gloria Patri. São veladas nas igrejas as imagens e os próprios Crucifixos, em sinal de tristeza. Desaparecem, quase por completo, nestes dias, as referências aos catecúmenos e às igrejas estacionais. A Igreja quer que nos concentremos o mais intensamente possível sobre a Paixão de Jesus e gravemos profundamente em nossas almas o Mistério de nossa Redenção.

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

2 comentários:

Maria Guerra disse...

Professor, estou com um amigo que se diz seguidor do islamismo. Aí ele fala que é a religião mais antiga, fala que Jesus não é nada do que a Santa Igreja fala, diz que a Igreja esconde muito documento e usa muito muito o suposto evangelho de São Tiago. Queria saber se você poderia indicar algum documento falando principalmente desse evvangelho e do islã?
Deus abençoe!

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Cara Maria,
Salve Maria!

Seu amigo é muito ignorante. Ele desconhece história e assim fica muito difícil discutir com ele. O Islã nasceu com Maomé, que viveu no século VI d.C. Ou seja, o Islã nasceu seis séculos depois que Cristo fundou a Sua Igreja.

Sobre o que ele fala de Jesus, é preciso saber em que se baseia para isso. Quais os documentos que ele cita. O proto-evangelho de Tiago, que ele cita, é um documento apócrifo, portanto não é livro inspirado e não faz parte das Sagradas Escrituras. Por outro lado, não há prova inequívoca de que ele tenha sido escrito por Tiago Menor, filho de Zebedeu, como querem crer alguns.

A discussão com este tipo de gente tem de ter um propósito e você não pode aceitar a discussão a qualquer custo. Aceite a discussão apenas em duas hipóteses: ou você espera converter o fulano, ou você espera converter a quem assiste a discussão. Fora isto, não discuta; é perda de tempo. Não discuta também se você não conhece a matéria, pois você fará mais mal do que bem.

Sugiro que você leia alguns posts da aba “Resposta a leitores” do blog. Pode ser que encontre algo que valha a pena.

Ad Iesum per Mariam.