18/11/2006

Cartas no MSM sobre meu artigo sobre software

Seguem as cartas que até agora o MSM recebeu. Algumas têm respostas minhas, outras não, a critério do editor do MSM. Há um leitor, que depois acessou o blog, sr. Afonso, cujas manifestações e minhas respostas a elas, estão nos comentários do artigo postado aqui embaixo.



Software livre
enviada em 16/11/2006

Quem disse que software livre tem que ser gratuíto? Gostaria de saber se o professor leu a FSF (Fundação do software livre), lá fala de livre acesso aos fontes para usar e modificar de acordo com suas necessidades.
Obrigado.
Mauricio Assis Lemos


Software Livre
enviada em 16/11/2006

Se o professor Antônio Emílio conhece de engenharia como ele conhece do Linux, não será capaz de colocar um tijolo sobre outro. O que ele falou é mentira, demonstrando que jamais usou ou tentou instalar uma distribuição Linux, como o Kurumin ou o Mandriva. Quem conhece essas distribuições sabem que elas são tão fáceis quanto o Windows. É questão de escolha. E aqui fala um usuário dos dois sistemas: o Linux e o M$ Windows.
Ricardo Amorim

Caro sr. Ricardo,

Fui chamado, por outro leitor, de "xiita defensor do Windows", agora de mentiroso pelo sr.

Bem, quando se dá alguma opinião sobre alguma coisa pode-se estar errado. Admito que em todas as minhas opiniões erros existirão.

Mas, se eu entendi bem, o sr. está me dizendo que eu estou mentindo dizendo que o Linux é mais difícil de operar que o Windows. Vou citar um trecho de um artigo que coloca números nas dificuldades de operação de alguns produtos tecnológicos:

"Human aptitude tends towards the bell curve. Maybe 98% of your customers are smart enough to use a television set. About 70% of them can use Windows. 15% can use Linux. 1% can program. But only 0.1% of them can program in a language like C++. And only 0.01% of them can figure out Microsoft ATL programming."O trecho é de um artigo de Joel Spolsky (http://www.joelonsoftware.com/uibook/chapters/fog0000000064.html).

Uma perguntinha, será que o Linux detém 90% do mercado e eu estou mal informado? Ou será que a maior fatia é detida pelo malvado Windows? Ah! Mas isso deve ser por causa do tal do monopólio de mercado que a Microsoft tem!

Na verdade, eu não procurei, no meu artigo, fazer nenhuma comparação técnica entre o Windows e o Linux e nem tampouco procurei comparar como usuários experientes (como parece ser caso do sr.) se relacionam com o Windows ou o Linux. O que eu disse e reafirmo é que o Linux não é de graça! Há custos envolvidos com a opção pelo software que não é somente devido ao preço da licença. Veja minha resposta ao leitor Guilherme.

E também afirmei que o Linux é um bem econômico que se insere num mercado de bilhões de dólares e é uma forma, como qualquer outra, de ganhar dinheiro, muito dinheiro.


Agora, a ira que meu artigo despertou no sr. é, de fato, interessante. Talvez ou sr. seja mesmo muito sensível aos erros (mentiras, como o sr. diz) dos outros e os procura corrigir da maneira mais enérgica possível. Pode ser. Mas, mesmo assim, fica a impressão de eu ter tocado em algo mais profundo. Será que o sr. é militante do imposto sobre computadores defendido pelo GNU Project?

Atenciosamente,
Antonio Emilio A. Araújo.


Software livre: de graça?
enviada em 16/11/2006

Eu gostaria de fazer alguns comentários a respeito do artigo "Software livre: de graça?". Infelizmente este formulário aqui não me permite enviar uma cópia integral do texto q mandei a alguns amigos comentando o artigo e ao q parece vcs não disponibilizam outra forma mais dinâmica e flexível de contato como os melhores sites do gênero onde os leitores podem comentar diretamente ao final do artigo na mesma página.
Marcelo Germano Alencar

Prezado Sr. Marcelo:

Gratos pelo seu contato.

O MSM não disponibiliza comentários nos artigos porque não é um blog, e sim um site. O sr. pode enviar comentários para este mesmo mecanismo de contato, contanto que não sejam mensagens muito longas, o que impede seu envio.
Atenciosamente,


Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA.



Falta de informação
enviada em 16/11/2006

Indignação foi o que senti ao ler o mais recente "artigo" do Sr. Antônio Emílio A. de Araújo.Totalmente mal informado, ele não pode nem ao menos ser chamado de defensor xiita do Windows, pois raramente esse usa argumentos tão falhos para defender o sistema operacional da Microsoft.Há dezenas de distribuições do Linux gratuitas sim e, da suíte de escritório ao gerenciador de e-mails, são 100% gratuitas.Uso uma dessas distribuições, o ubuntu, há meses e nunca precisei gastar um tostão com ela. Tenho todos os softwares que necessito à mão, além de uma estabilidade, segurança e desempenho que nunca experimentei no Windows.Aliás, esse sim requer um senhor investimento, pois além do custo do sistema e da suíte de escritório da Microsoft, há a necessidade de um anti-vírus, um anti-spyware, um firewall e, de vez em quando, um técnico de informática.Sugiro ao Sr. Antônio Emílio A. de Araújo que se informe antes de publicar qualquer tipo de texto, principalmente na internet. Sugiro também que faça uma pesquisa para apurar quantos usuários do Windows possuem cópias ilegais.Caso desejem um artigo de qualidade sobre o Linux, ficarei contente em redigi-lo, de forma imparcial, e encaminhá-lo a vocês.
Sinceramente,
Guilherme Degasperi

Caro Guilherme,

Estou esperando ansiosamente seu artigo "imparcial" sobre o Linux no MSM.

Quanto à sua mensagem, digo o seguinte. Eu dei o Linux como exemplo de software livre e não fiz nenhuma comparação técnica entre ele e o Windows. Não seria capaz de fazê-lo. Nem mesmo me coloquei contra o software livre em si. Acho que o software livre é uma estratégia mercadológica muito bem sucedida de ganhar dinheiro, e não há mal nenhum nisso! Aliás é o que admite o GNU Project(http://www.gnu.org/gnu/manifesto.html), uma das grandes "fábricas" de software livre:
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"Programmers need to make a living somehow."

In the short run, this is true. However, there are plenty of ways that programmers could make a living without selling the right to use a program. This way is customary now because it brings programmers and businessmen the most money, not because it is the only way to make a living. It is easy to find other ways if you want to find them. Here are a number of examples.
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Veja que parte do custo do software livre que eu mencionei estão listados aí [cometo aqui um lamentável erro de concordância, pelo qual peço desculpas]. A estratégia aqui é, ao invés de ganhar dinheiro vendendo o software x ou y, vendo aplicativos dele, dou consultoria sobre seu funcionamento, vendo a instalação dele, dou curso sobre seu funcionamento. Foi exatamente disso que falei. Mas, software livre não é obra de caridade e toda a idéia tem sido usada como "ideologia travestida de técnica". Para ver isso, basta observar a defesa que faz o GNU Project de um imposto sobre computadores, para ser usado no desenvolvimento de software:
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All sorts of development can be funded with a Software Tax: Suppose everyone who buys a computer has to pay x percent of the price as a software tax. The government gives this to an agency like the NSF to spend on software development.

But if the computer buyer makes a donation to software development himself, he can take a credit against the tax. He can donate to the project of his own choosing--often, chosen because he hopes to use the results when it is done. He can take a credit for any amount of donation up to the total tax he had to pay.

The total tax rate could be decided by a vote of the payers of the tax, weighted according to the amount they will be taxed on.
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Este tipo de custo eu não mencionei em meu artigo, mas veja que um dos maiores produtores de software livre o advoga sem meias palavras. A conversinha que começou com moços muito bem intencionados, produzindo graciosamente coisas para todo mundo, pode acabar com o uso da mão pesada do Estado para assaltar nossos bolsos. Governo cuidando de desenvolvimento de software? Muito obrigado. Prefiro Bill Gates.

Você pode entender de Linux bem mais que eu. Mas, aprendi com a vida e com muito esforço de leitura e reflexão que tem muita gente querendo vender ideologia vagabunda e perigosa como se ciência/técnica fosse.

Quero crer que sua "indignação" não seja um reflexo de sua posição de militante pela causa exposta pelo GNU Project. Também não posso crer que seu ataque pessoal a mim ("defensor xiita do Windows") possa ser interpretado como a prova de um sentimento ideológico ferido. Aliás, o próprio título do documento da GNU, "manifesto", lembra outro documento com o mesmo título, mais famoso, mais antigo e, até agora, muito mais mortífero.
Atenciosamente,
Antonio Emilio A. Araújo.


Linux?
enviada em 16/11/2006

Ao ler o artigo do Antônio Ermínio de A. Araújo, percebi uma falácia notável: a idéia de que uma pessoa, ao comprar Windows por R$ 400,00 (nunca vi por esse preço), vai operar imediatamente sem maiores problemas. Na minha experiência de suporte a usuários, posso afirmar que isso é conversa para boi dormir. Entendo a noção do autor. A sua falha é a seguinte: a percepção de esforço aumenta consideravelmente quando estamos lidando com algo novo. A situação piora quando é algo diferente daquilo a que estamos acostumados. Nesse caso, tudo parece muito mais difícil, e tudo parece ser culpa do que é novo. Veja que esta não é sequer uma defesa incondicional do Linux. É uma simples constatação de um fato. Se Windows fosse tão fácil assim, não haveria tanta necessidade de suporte técnico. Acredite, só parece fácil porque utilizamos há vários anos os mesmos sistemas.Sou a favor do Linux, não para eliminar o bicho-papão da Microsoft, mas porque sou capitalista, e gosto de alternativas. A Microsoft melhorou muito nos últimos anos justamente porque foi forçada a isso por uma concorrência maior, e o mesmo vale para o Linux.
João Marcus



Peguntas a Antônio Emílio de Araújo
enviada em 16/11/2006

-O senhor sabe a diferença entre um software livre e um código aberto?
-Sabe o que é uma distribuição de linux? Sabe que o preço delas varia de 50 a 150 dólares?
-Sabe o que é um sistema operacional e um GUI, e que no linux os dois não vêm juntos?
-Notou que o Windows tem tantos softwares e hardwares adequados porque se popularizou, e que o linux está se popularizando?
-Sabe que uma imensa quantidade de aplicativos do Windows têm versão gratuita, até o media player?-Conhece a estratégia usada por Bill Gates para popularizar o windows, e o preço comparativo entre o Windows 3 e o XP (proporcional aos respectivos anos e à tecnologia deles)?
-Sabe que qualquer configuração mais avançada desse sistema operacional leva mais tempo, time and money que uma do linux?
-Sabe que o Windows é ridiculamente fácil de ser acessado por vírus e hackers, e que os seus desenvolvedores não se importam?
-Sabe o que a Fundação Bill e Melinda Gates,do dono da empresa "malhada pela esquerda", tentou fazer? Veja em http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4617&language=pt
Muito obrigado

Afonso Sampaio



software livre: de graça? Calma, há sistemas operacionais para todos os gostos
enviada em 16/11/2006

Não cabe dúvida de que o colunista Antônio Emílio A. de Araújo colocou de forma clara, iniludível, a questão dos softwares. LIVRE significa apenas uma coisa - você COMPRA numa loja de informática um sistema operacional como o Linux (existem distribuições para todos os gostos e necessidades). Eu disse - COMPRA, ou seja, NÃO GANHOU, NÃO FOI GRATUITO. Mas o Linux tem uma particularidade - ele é LIVRE, ou seja, os códigos de acesso a seu núcleo (o Kernel) estão disponíveis para todos que queiram mexer e adaptar o sistema às suas necessidades específicas. Quanto ao outro aspecto, a facilidade de manuseio, de operação, é outra história - os produtos da Microsoft não são mais FÁCEIS, é que estão disponíveis há mais tempo no mercado e EXISTEM MILHARES DE CURSOS DE INFORMÁTICA a preço de banana em tudo quanto é esquina do País. Eu aprendi a usar o Windows, por exemplo, no tapa, comprei revistinhas a 10 "merréis" em bancas e comecei a destrinchar a coisa toda. MAS... nunca aprendi a mexer no Kernel, que é o núcleo central do sistema.. e qual o motivo? Simplesmente porque os cursos são CARÍSSIMOS, eu tenho de fazer até curso superior e muitos deles patrocinados pela Microsoft. Quanto ao Linux, se eu tenho um verniz de Windows, posso sim sem susto começar a usar o Linux. Tanto que durante mais de 10 anos usei esse sistema dentro da empresa antes de aposentar. E comecei a usar desde o boot, não vendo maiores dores de cabeça. Nunca tive problemas com o Windows (que uso em casa, bem entendido) ou com o Linux na empresa. É preciso separar bem as coisas para não passar a impressão de que isso é um assunto religioso, ou esotérico, a que têm acesso apenas iniciados. Não se trata de queimar incenso no altar em louvor ao Linux que, como QUALQUER sistema operacional, tem seus problemas; nem é preciso fazer um pacto com o "demônio" Bil Gates para chegar diante de um teclado e começar a trabalhar. Mais coisas eu diria, mas o espaço é curto. Só uma coisa - EXISTEM SISTEMAS OPERACIONAIS PARA TODOS OS GOSTOS E FINALIDADES. Sem fanatismo nem ideologias, por favor...
José Rodrigues Filho



Software livre: de graça?
enviada em 16/11/2006

Apesar de algumas pessoas realmente verem essa Microsoft x Open Source como uma luta de classes, a discussão mais profunda não é essa. Windows funciona bem para usuários leigos, como uma estação de trabalho comum, ou como plataforma para jogos. Mas no mundo corporativo, onde 1 minuto de downtime significa perda milhões de dólares, Windows é motivo de chacota entre os profissionais de IT. São absurdamente mais vulneráveis (tb conhecido como swiss cheese - cheio de buracos), lentos, e requerem bem mais manutenção, do que seus concorrentes UNIX. Para estes consumidores, não é o preço da licença que importa... Para um cluster de 32 processadores, pagar 2 mil dólares numa licença de software não significa nada. Um dos motivos dessa diferença brutal de qualidade entre sistemas operacionais livres (não grátis) e o Windows, é que a Microsoft não disponibiliza seu código fonte. Tudo bem, esta dentro dos seus direito. Mas isso significa que somente seus programadores podem fazer auditoria no código fonte... Como o código fonte do linux, BSDs, e até mesmo Solaris (da Sun), são abertos, outras milhares de pessoas podem ver, auditar, e modificar o código fonte de acordo com suas vontades ou necessidades. O que a Microsoft faz, seria o equivalente a que a Ford nos proibisse de trocar as rodas dos veículos que ela nos vende. De novo, a Microsoft tem o direito de fazer isso, mas dificilmente profissionais de IT que realmente são sérios utilizarão essa plataforma nos seus servidores.
Abraços.

Gustavo Baratto

Um comentário:

Anônimo disse...

Essas pessoas não identificam que o que está sendo tratado é Economia e não Informática.

Já a comparação do software proprietário com um automóvel no último email é tão velha, batida e ridícula como os argumentos dos esquerdistas. Coincidência?