29/05/2020

O que aconteceu com os católicos?

Essa pergunta me vem com o espetáculo atual de muitos católicos falantes, populares, com grande sucesso na mídia, no cenário atual de confusão extrema no Brasil e no mundo.

Eu tinha decidido não me manifestar, pois minha surpresa era tão grande que me tirava o fôlego. Mas, recentemente, tenho visto algumas declarações bombásticas que me tiram da toca. 

Sabemos todos da crise da Igreja. Sabemos o quanto o modernismo invadiu e o quanto apodreceu a Igreja. Isso tudo não é novidade. Mas não podemos deixar de nos surpreender de que católicos ditos cultos, que andam por aí indicando livros e mais livros, citando documentos e mais documentos, desconheçam a dimensão da crise, nem tampouco, a verdadeira doutrina da Santa Igreja Católica.

Há muito já observava (vejam o meu vídeo sobre a Immortale Dei, de Leão XIII, https://youtu.be/8bXrM1j5RbA) que os católicos já esqueceram o que ensina a Igreja sobre liberdade de imprensa, liberdade de consciência, democracia, etc.

Mas agora ver católicos clamar a tal "soberania do povo" como argumento contra pretensos adversários comunistas, me dá uma tristeza atroz. Mas o que me fez mesmo escrever este post foi um tweet do Chanceler brasileiro, que se diz católico, se servindo da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Revolução Francesa, para se opor aos desmandos do STF. 


Não saberá esse erudito diplomata que essa declaração é exatamente uma carta de princípios dos revolucionários de 1789, que tinham por um dos objetivos destruir a Igreja Católica? Não terá ele lido Mons. De Segur, pelo menos seu livrinho A Revolução: explicada aos jovens

Nesta obra o nobre prelado diz, sobre a declaração : 

"Depois de um preâmbulo simples e vago, no estilo enfático de Rousseau, os Constituintes declaram que emitem seus princípios 'na presença se sob os auspicios do Ser Supremo'. Esclarecemos o que era o Ser Supremo destes voltarianos: era a negação direta e pessoal do Deus vivo, do único Deus verdadeiro, do Deus dos cristãos, Nosso Senhor Jesus Cristo, vivo e reinante no mundo através de Sua Igreja e do papa, Seu vigário. Eu garanto que não é na presença de Nosso Senhor, e muito menos sob seus auspícios, que os Constituintes elaboraram sua famosa Declaração".

Eu pergunto ao nobre diplomata: o senhor está empunhando a Declaração inspirada pelo Ser Supremo, o senhor, um católico, contra os desmandos do STF? O senhor enlouqueceu ou apostatou? Tertim non datur!

3 comentários:

Isac disse...

Ele simplesmente se diz católico, porém precisa saber de que qualidade e tamanha coragem e ser mais um Judas Isacariotes, versão sec XXI, e que tipo de catolicismo entende e pratica!
Só se for da esquerdista TL-PO(padres "operarios"), como da igrejola do papa Francisco, um mix de religiões, sincrétismo, concorda?

Anônimo disse...

Verdade seja dita: o Chanceler pode ter sido infeliz, sim. Mas 99,99% dos padres, bispos e dos fieis pensam exatamente assim. E, como todos nós sabemos, 98,99% dos padres e bispos pensam coisas piores, inclusive o próprio Bispo de Roma.

Antonio Fernando disse...

Será tão mau assim expor para os revolucionários as suas próprias contradições? Se o referido chanceler citasse um santo ou a Bíblia ou pior ainda uma encíclica ou qualquer outro documento papal seria dilacerado vivo por todo o establishment notoriamente comunista.