01/05/2015

Como a Maçonaria planejou, no século XIX, destruir a Igreja.

Transcrevo abaixo um trecho do extraordinário livro de Mons. Henri Delassus (que ainda estou lendo) A Conjuração Anti-Cristã, escrito em 1910 e agora editado pela Editoria Castela. Ainda comentarei este livro no blog.

Frente a esta conjuração, Antonio Gramsci parece um iniciante bem chinfrim. Todos que já leram sobre a infiltração comunista nos EUA sabem como o modelo das sociedades secretas foi usado amplamente. Leiam, por exemplo, Witness, de Wittaker Chambers (aqui e aqui).

O que vocês lerão é um trecho de um dos documentos da Alta Venda, grupo secretíssimo, que controlava tanto a Maçonaria quanto os Carbonários. Ninguém, nesses dois grupos auxiliares sabia da existência desse grupo superior, constituído de 40 membros, cujo controlador-mor era alguém, na época, conhecido como Nubius. O plano traçado então era destruir a Igreja com o concurso de um Papa. Vejam o que dizia o documento.

No caminho que traçamos para nossos irmãos encontram-se grandes obstáculos a vencer, dificuldades de mais de uma natureza a suplantar. Triunfaremos pela experiência e pela perspicácia; mas o objetivo é tão belo que importa abrir todas as velas ao vento para alcança-lo. Procurai o Papa cujo perfil acabamos de traçar. Estendei vossas redes no fundo das sacristias, dos seminários e dos conventos. O pescador de peixes torna-se pescador de homens; vós, vós conduzireis amigos (nossos) para junto da Cadeira Apostólica. Tereis pregado uma revolução com tiara e capa, marchando com a cruz e o estandarte, uma revolução que precisará ser apenas um pouco estimulada para pôr fogo nos quatro cantos do mundo. Que cada ato de vossa vida tenda, pois, à descoberta dessa pedra filosofal.

Em outra parte do documento se diz que bastava ter

o dedo mínimo do sucessor de Pedro comprometido com a conjuração, e esse dedo mínimo vale, para essa cruzada, todos os Urbanos II e todos os São Bernados da cristandade.

Sabendo o que sabemos sobre a crise da Igreja e os efeitos do Concílio Vaticano II, não podemos deixar de admirar o grau de profetismo, da capacidade de trabalho demoníaco e do sucesso que tais planos alcançaram em pouco menos de um século.


4 comentários:

Anônimo disse...

Interessante que hoje mesmo li artigo semelhante: "Quand Satan rêve tout éveillé"
Em : http://www.dominicainsavrille.fr/le-sel-de-la-terre-n92/

Luiz

Junior Ribeiro disse...

Acabei de adquiri esse grande livro. Depois das Sagradas Escrituras, um bom catecismo e um livro mariano escrito por um Santo Doutor, afirmo sem medo de errar que a Conjuração Anticristã é fundamental para qualquer consciente católico ter em sua estante.

Anônimo disse...

As correspondências entre Vindice e Nubius são interessantes nesse sentido; também, como maçônicos e mesmo no caso acima, Satã mesmo é que está por detrás de tudo, a Serpente do Éden, do atual deus-homem das ideologias do sec XXI, como as revolucionarias marxistas, subsidiarias da maçonaria...
Henoc

Junior Ribeiro disse...

Outro exemplo mostrado de como a maçonaria revolucionaria perseguiu as Ordens Religiosas:

"No século XV como hoje (começo do século passado), os monges foram atacados pelos humanistas da Renascença, porque eles representavam o ideal cristão da renúncia. Os humanistas levaram o individualismo ate ao egoísmo; por seu voto de obediência e de permanência, os monges combatiam o egoísmo e o suprimiam. Os humanistas exaltavam o orgulho de espírito; os monges exaltavam a humildade e a abjeção voluntárias.

Os humanistas glorificavam a riqueza; os monges faziam voto de pobreza. Os humanistas, enfim, legitimavam o prazer sexual; os monges mortificavam a carne pela penitência e pela castidade. A Renascença pagã percebeu tão bem essa oposição que ela se encarniçou contra as Ordens Religiosas com tanto ódio quanto nossos modernos sectários.

Quanto mais rigorosa era uma observância religiosa, mais ela excitava as cóleras do humanismo. (L'Eglise et les Origines de la Renaissance, por Jean Guéraud, p. 305)

Os enciclopedistas tiveram relativamente aos religiosos os mesmos sentimentos dos humanistas.

Em 24 de março de 1767, Frederico II, rei da Prússia, escrevia a Voltaire: 'Percebi, e, como eu, outros, que os lugares onde há mais conventos de monges são aqueles em que o povo está mais cegamente preso à superstição (ao cristianismo). Não há dúvida de que, se se conseguir destruir esses asilos de fanatismo, o povo se tornará um pouco indiferente e morno a respeito dos objetos que atualmente são os de sua veneração. Seria preciso começar a destruir os claustros, pelo menos começar a diminuir-lhes o número...'"

(Mons. Henri Delassus, A Conjuração Anti-cristã, Cap VII, glosa 2)