31/10/2014

Leitora anônima se orgulha do dia da mulher!

Recebi um comentário, no post Dia 8 de março: o que comemorar?, de uma anônima (imagino que seja mulher!) que não publicarei, mas que responderei brevemente aqui.
 
Ela diz:
 
“Professor, é com muito orgulho que comemoro o dia da mulher. Agradeço todas as conquistas obtidas por outras mulheres ao longo da história que me permitiram hoje ter liberdade para escolher como me vestir, agir ou estudar.
“A luxuria e a crueldade obviamente são inerentes ao ser humano e não ao paganismo ou à mulher. Muitos mataram e torturam em nome de Deus e da moral, queimando "bruxas". Hoje, muitos continuam a fazer isso por meio do discurso.”
 
É de pasmar que com tantas conquistas uma mulher se esconda atrás do anonimato para se dizer orgulhosa do dia da mulher. Leitora anônima, será que dentre todos os direitos da mulher se esconde a covardia? Mas ela se mostra completamente doutrinada nas mentiras que se conta sobre a Inquisição e a caça às bruxas (ela coloca a palavra entre aspas como se elas não existissem!).
 
Depois ela finge que leu o post, ou se leu não entendeu, ao dizer que a luxúria e a crueldade são inerentes ao ser humano. Ela está a ensinar a um católico acerca do Pecado Original, vejam só que empáfia! É claro que eu não disse que a crueldade e a luxúria é obra do paganismo, pois li o Gênesis e, com a graça de Deus, entendi bem o recado. Eu disse apenas que o paganismo faz desses dois pecados um sistema, tanto o paganismo anterior quanto o atual.
 
Bastava a essa moça ler um pouquinho mais, além das besteiras que lê, para se informar de como a situação da mulher melhorou na Idade Média, em relação à antiguidade, e piorou muito a partir da Renascença, desembocando no que é hoje. Para não esgotar as energias mentais da leitora, sugiro que ela leia um texto curto, escrito por uma pesquisadora, grande historiadora, que não tinha motivos para enaltecer o sistema medieval católico, pois era protestante. Refiro-me ao texto Mulher sem Alma, de Regine Pernoud. Lá a orgulhosa e anônima leitora encontrará informações históricas precisas que poderão até causar-lhe uma exaustão mental: por exemplo, a mulher (inclusive e principalmente as casadas) medieval votava e exercia profissões das mais variadas (professora, médica, boticária, estucadora, tintureira, copista, miniaturista, encadernadora, etc.) Saberá ainda que foi na Renascença, esta época pintada pelas mentiras históricas clássicas como da liberdade e emancipação, que a mulher começou a ser considerada inferior ao homem. De lá para cá, com o iluminismo e a Revolução Industrial a situação piorou muito e só o catolicismo pode salvar a mulher do naufrágio completo.
 
Pois é, a leitora ainda me dá uma “lição” quando diz: “Não cabe mais a pessoas conscientes pensar que a mulher é uma "santa" ou um "víbora", pois esse pensamento maniqueísta não explica a complexidade que nós- humanos- possuímos.”
Viram como ela me chama de maniqueísta? Ai, ai, ai! Será que ela já leu alguma sobre o maniqueísmo, meu Deus? Ela acha que maniqueísmo é um sistema que classifica as pessoas entre santas e víboras e levanta contra esse “sistema” a complexidade dos seres humanos. Meu Deus!, quanta ignorância numa só frase (ou duas)! É incrível como as heresias antigas conseguem ter sobrevida na atualidade! Viva o profeta persa Mani! À leitora sugiro uma leitura de maior fôlego do que a que sugeri acima: lei Santo Agostinho contra os maniqueístas. Leia Santo Ireneu contra os hereges. Leia As Grandes Heresias, de Hilaire Belloc.
Vou poupar os leitores das asneiras mais candentes que a leitora consigna no comentário, razão pela qual não o publico.

Um comentário:

Junior Ribeiro disse...

É impressonante o quanto, nessa nova era pagã, onde o homem é deus e o relativismo é seu dogma máximo, as pessoas se auto imponham a mentira e a ignorância, e a defendem com unhas e dentes! O marxismo cultural realmente é um lixo alienante.