12/07/2010

Saindo das garras do demônio

O demônio quase nunca nos aparece com toda a sua feiúra. Ao contrário, não raro ele se mostra com uma beleza incomum e seus ardis são todos muito atraentes, tanto estética como intelectualmente. Contudo, são os baixos impulsos do nosso ser que ele procura despertar. Esta é a experiência da mística católica em todos os tempos e lugares. Ela foi inaugurada pelo próprio demônio quando tentou Jesus Cristo, nosso Salvador. Ali está o protótipo de toda a forma da tentação.

No mundo moderno, os instrumentos que o maligno tem a seu dispor são de uma variedade avassaladora. Estes instrumentos foram sendo cuidadosamente construídos, tanto estética quando intelectualmente, por homens que funcionaram como "recipientes do demônio", uma expressão que encontrei na narração da vida de uma santa muito antiga: Santa Maria do Egito. Temos aí o Renascimento (já com toda a confusão de Ockam e Duns Scoto), a Reforma, o idealismo kantiano, Hegel, Marx e companhia. Chegamos agora, em pleno século XXI e nos assustamos quando alguém consegue, apesar de tudo isso, se dizer católico, se dizer um convertido à Cruz de Nosso Senhor. Quando isto acontece, temos de dar uma festa, como aquela da volta do filho pródigo.

Pois quando isto acontece, o maligno é vencido, como o foi por Nosso Senhor. E é com o coração em festa que leio um conto, escrito por um filósofo tomista, que narra sua conversão. O conto, percebe-se, é de quem não só conhece as profundezas psicológicas do mal, mas tem também a sensibilidade para dar uma forma literária cativante à história de uma conversão, que é sempre drama e é sempre uma vitória na luta contra o mal. Imagino que meus leitores estejam querendo participar da festa. Então, é só clicar.

11 comentários:

Guilherme disse...

Caro professor Angueth,

Recomendo uma fala (acho que se trata de uma homilia, mas não tenho certeza) do Servo de Deus Fulton Sheen a respeito do demônio. Vale muito a pena conferir. Ele expõe a doutrina católica sobre o "cramulhão" com uma clareza impressionante.

Eis o link: http://www.youtube.com/watch?v=7z3-F71abro

Anônimo disse...

O visual do blogue ficou lindo!!!

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Obrigado, Ana. Estou me sentido muito bem no meio dos livros.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Anônimo disse...

"No mundo moderno, os instrumentos que o maligno tem a seu dispor é de uma variedade avassaladora."

Professor,

Sugiro:

No mundo moderno, os instrumentos que o maligno tem a seu dispor SÃO de uma variedade avassaladora.

Seu Amigo Oculto

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Amigo Oculto,

Não sei o que seria de mim sem meus amigos ocultos! Quanta vergonha eu passaria!

Obrigado.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Anônimo disse...

Sugestão:

Caro Prof. Angueth,

Sugiro-lhe escrever um artigo sobre o cristianismo com os seguintes tópicos, ou equivalentes:

1) A origem do cristianismo
2) Os fatores que podem dar-he credibilidade universal
3) Os pontos comuns entre todos os cristãos
4) As principais doutrinas divergentes
5) A Reforma feita pelo Concílio de Trento
6) A situação atual
7) Perspectivas futuras

Creio que, com um texto desta natureza, será mais fácil para todos firmarem uma posição bem informada a respeito.

Abs,
Quase-cristão

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Quase-católico (não quase-cristão),

Agradeço-lhe por me considerar tão capaz de escrever sobre isto tudo. Quem dera eu tivesse capacidade e tempo para tal tarefa.

Sugiro-lhe um livro muito bom, que cobre parte do que você deseja: Dois Amores, Duas Cidades, de Gustavo Corção.

Vou escrevendo, aqui e ali, algo a respeito de cada um dos assuntos por você sugerido.

Um abraço.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Wendy A. Carvalho disse...

Angueth, estou ansioso pela seua tradução de Heretics. Quando será que poderemos apalpá-la?

Paz de DEUS!

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Wendy,

Última notícia que tive é a de que ele estará "nas boas casas do ramo" em setembro. Chegará com e como a primavera. Que o quase-beato Chesterton interceda por nós.

Um abraço.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Arthur Franklin disse...

Caro professor,

Fui e serei seu eterno aluno durante a graduação, não sei se o sr. lembra de mim! Digo que serei seu eterno aluno pois continuo aprendendo com seu livro. Foi com muita tristeza que recebemos a notícia de que o sr. não poderia esta presente em nossa colação de grau mês passado, eu em especial fiquei muito comovido, pois iria te homenagear! Sou muito grato aos ensinamentos de Engenharia e também aos de cunho moral, pois o sr. é um grande exemplo de pessoa para mim. Tenho certeza que irá se recuperar logo, estou rezando e torcendo para isto! Boa sorte e que que Deus te ilumine nesta nova luta! Parabéns pelo Blog!
Abraços!

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Arthur,

Claro que me lembro de você. Foi mesmo lamentável eu não ter podido estar presente na formatura. Sinto ainda mais agora, por saber que você me homenagiaria. Mas seu comentário já é uma homenagem, que guardarei no meu coração.

Obrigado pelas palavras gentis sobre meu blog e pelas orações. Logo estarei de volta às lides pedagógicas e espero encontrá-lo para agradedê-lo pessoalmente.