01/10/2009

Blog responde a comentário anônimo

Vez por outra tenho respondido a alguns comentários por meio de posts e não somente na seção de comentários, como faço usualmente. Penso que as respostas a estes comentários possam ser, de alguma forma, útil a outras pessoas.

Este é o caso do comentário ao post Lições das missas dominicais pós-Vaticano II– Parte XXIII que transcrevo, abaixo, como veio, e que não aparecerá na seção de comentários:
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Caro Angueth, dê uma lida neste artigo e tire suas próprias conslusões com relação a igualdade de erros entre modernistas e tradiocinalista. A linha que separa estas duas HERESIAS é bem mais fina do que muiot pensam. (http://www.diocesedeanapolis.org.br/ )

A humildade é das mais belas virtudes, e no visto esta te falta. Viva Santa Missa de PAULO VI. VIVA BENTO XVI!!!
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Começando pelo fim, eu diria ao meu comentarista que não é só a virtude da humildade que me falta. Faltam-me muitas outras e por isso eu me penitencio diariamente perante Deus, pedindo-O perdão. Mesmo assim, agradeço a você por ter me lembrado disso. É que às vezes nos esquecemos e quase, eu disse quase, nos orgulhamos da nossa humildade. Com leitores como você, estou certo e feliz de não me esquecer da minha falta de humildade.

Antes de prosseguir, apenas uma correção: a humildade não é uma das mais belas virtudes, ela é a principal virtude cristã. O vício correspondente, a soberba, é o único pecado puramente espiritual, que vem diretamente de satanás. Não é por outra razão que Jesus falou na primeira bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres de espírito ...”. A escolha não foi casual, como nada em Deus é casual!

Pelo tom de seu comentário, contudo, fico com a impressão de que você está confundindo a humildade com outra coisa. Isso é típico do espírito moderno e do espírito modernista. Chesterton diz, em Ortodoxia, que no mundo moderno, “a modéstia deslocou-se do órgão da ambição” para o da convicção. Chesterton prossegue: “Pois a antiga humildade fazia o homem duvidar de seus esforços” e “a nova humildade faz o homem duvidar de seus objetivos”.

O homem moderno (e também modernista) quando vê alguém criticando a opinião de outro homem, apresentando argumentos e dizendo que ele está errado, logo pensa que ele está faltando com a humildade. O homem para ser humilde hoje precisa dizer-se incerto, incapaz de criticar alguém, pois todo mundo tem direito a uma opinião e, como todos sabem, a verdade é relativa. Assim, faltei com a humildade por ter desmascarado Pe. Bortolini, que interpretava erroneamente as palavras de Cristo no Evangelho. Eu devia ter ponderado que o Pe. Bortolini tem a sua verdade e eu a minha e que uma crítica a ele seria uma falta grave. Acontece que o Pe. Bortolini está deformando uma verdade que não é apenas uma opinião minha, mas são as palavras de Cristo. A opinião que ele expressou em seu artigo não se sustenta quando a confrontamos com as palavras de Cristo. E ele o faz segundo a agenda modernista, tão conhecida de todos nós!

Por isso, caro anônimo, caso você queira discutir o meu post, seja mais prolixo, pois suas palavras, afirmando minha falta de virtudes são por demais modestas para merecerem uma discussão mais longa.

Agora, sua sugestão para visitar o site da Diocese de Anápolis eu não entendi. Mas uma coisa boa você acabou admitindo no início de seu comentário: os modernistas são hereges. Isso já é um bom começo e nos dá esperança.

9 comentários:

peregrino disse...

Como me falta talento literário para elogiar devidamente sua resposta ao anônimo, uso a brilhante Palavra de Deus: "Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus." Mateus 5,16.

Humildade sim, mas não obscuridade.

Daniel Quélhas

Geraldo Correa Filho disse...

Caríssimo Angueth,

Belíssima e ponderada resposta ao Anônimo humilde.
Parabéns pelo blog, que visito diariamente, e que o Senhor abençoe seu trabalho que muito tem me orientado. Sou-lhe imensamente agradecido por ele.
Um grande abraço e votos de contínuo sucesso no evangelizar pela web.
Deus lhe pague.

Geraldo Correa Filho, SJDR, MG.

Anônimo disse...

Muito boa resposta, caríssimo professor!

Anônimo disse...

Sou o Anônimo!
Caro Angueth, eu te admiro. Gosto muito dos seu blog e de suas traduções de Chesterton!

Caro, o que critiquei foi a posição que muitos tem com relação a Santa Missa de Paulo VI e que muito "tradiocionalista" e "Pseudo-Tradicionalista" criticam. Claro que há muitos erros, mas criticar a decisão da maior autoridade da Igreja na terra com relação a aalgo que é de sua estrita competência é tolice.

Te desejo, então muita humildade e conte com minhas orações.

Eu realmente gosto de você e não tenho nada contra sua pessoa. Apenas sou contra a esses tradiocionalista que batem em seus peitos dizendo que sabem mais que o PAPA!!

Do anônimo quase prolixo!

Anônimo disse...

Dizem que a mercê que a verdade presta a caridade é a clareza - mas muitos teimam em andar nas sombras do anonimato...
É um dever de estado - e estado de católico! - promover a Correção Fraterna doa a quem doer: a nós, já que podemos ser agüidos em nossas "opiniões"; aos outros, já que podem estar errados em suas "afirmações".
Desprezar ou, mesmo que sutilmente, escarnecer da Correção Fraterna é pecado contra a caridade, pois não visa a verdade, mas uma idéia "atual"; a saber: a defesa do que se quer que seja verdade...
Esse voluntarismo cego que maneja as coisas e as pessoas como se fossem meros objetos intencionais de desejos mais ou menos válidos pelo critério da quantidade e da circunstância, isto é, pelo "assim é se lhe parece" e o "hoje em dia todo mundo acha assim", é o atestado mais que inconteste de que o modernismo grassa e desgraça a mente dos ditos fiéis comuns da Igreja - e isso sem a menor percepção dos incautos "em perfeita comunhão"...
A Correção Fraterna é direito de quem erra e é dever de quem corrige: não pode ser mitigado e/ou contornado pelo simples - e simplório! - "respeito humano", mas deve ser acatado com humildade, já que esta virtude nos torna capaz de Deus. Fugir dela ou acusá-la de impertinente é inverter os fins e os meios, já que troca a verdade pela opinião e censura o remédio em prol da doença.
Mais detalhes aqui http://www.veritatis.com.br/article/1987

MMLPimenta

p.s.: Professor, quando retorna à tradução do Hereges?...

Anônimo disse...

Ao Anonimo quase prolixo

Puxa Anonimo, me desculpa, mas como vc pode defender uma missa, um Concílio e uma pastoral que só fazem as pessoas se afastarem da Igreja ?

Att, Anonimo menos prolixo

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro MMLPimenta,

Aguarde para breve uma surpresa em relação a Hereges. Obrigado pela visita e pelo interesse.

Antônio Emílio Angueth de Araujo.

Anônimo disse...

Caríssimo prof. Angueth, agradeço a informação.
Aguardo - melhor seria "aguardaremos", já que muitos são os expectantes! - para logo novas e boas notícias!!!

Tenho feito uma "propaganda" sua lá no Orkut, na Comunidade de Chesterton!...

Com estima imensa e gratidão incomensurável; MMLPimenta.

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Pimenta,

Deus te pague pelas palavras e pelo estímulo.

Antônio Emílio Angueth de Araújo