sexta-feira, setembro 18, 2009

SANTA CATARINA DE GÊNOVA

Do livro Tesouro de Exemplos.

Esta Santa, falecida em 1510, não foi santa desde seus primeiros anos de vida.

Nasceu rica, viveu entre as diversões e nos dias de sua mocidade não foi lá muito piedosa, não. Era como tantas moças de hoje, que pensam ser muito santas, só porque vão à missa de preceito e não dão graves escândalos.

Casou-se, afinal, com um moço muito rico, o qual de cristão tinha apenas o nome. Isso bem o sabia ela antes de casar-se; mas, como acontece, deixou-se fascinar pelas riquezas, pela elegância e até pelas audácias daquele aventureiro do amor.

E sucedeu o que era de esperar: aquele homem, por causa de sua vida licenciosa, não pôde fazê-la feliz. Enquanto ela, em casa, chorava a sua desgraça, ele, como louco, corria de orgia em orgia. Esquecida de Deus, a pobre mulher maldizia a hora em que se casara com um vilão como aquele.

Menos mal. Morreu o canalha (e dizem que morreu convertido), e a jovem viúva pôde respirar. Buscou ainda a felicidade nas diversões, reuniões barulhentas e nos espetáculos. Tinha uma fome canina de felicidade, e cada dia se sentia mais desgraçada.

Certo dia ouviu uma voz interior que lhe dizia:
- Catarina, só em Deus acharás o verdadeiro amor e a felicidade.

A jovem viúva ficou muito comovida. Parecia-lhe, porém, impossível que a felicidade estivesse escondida atrás das grades de um convento e debaixo de um grosseiro hábito religioso. Não entrava em sua cabeça que o amor pudesse viver no silêncio do claustro e entre cilícios e disciplinas.

Catarina tinha uma irmã, que, mais piedosa do que ela, se fizera religiosa e vivia contentíssima no convento. Quantas vezes esta santa religiosa, prostrada aos pés do sacrário, havia pedido a Jesus por aquela irmãzinha sua, que andava pelo mundo, tão fútil, tão infeliz!

Deus atendeu a sua oração. Um dia Catarina foi visitá-la. Estava triste como nunca a pobre viúva. E ali, no regaço de sua santa irmã, deixou correr lágrimas muito amargas. Disse-lhe: Sou uma desgraçada; o mundo é um impostor; o amor não é mais que egoísmo brutal; não, não agüento mais! quero morrer.

A santa irmã deixou que ela se desabafasse e, enxugando as lágrimas, disse-lhe:
- Catarina, parece mentira que andes tão louca e enganada. Já não te disse mil vezes que só Deus é a verdadeira felicidade e que só nele encontrarás o amor puro que não deixa na alma remorsos e desengano?. Deus te chama ao seu amor e tu te empenhas em fazer-te surda às suas vozes amorosas. Resolve-te de uma vez a consagrar-te a Deus e encontrarás a paz e o amor. Faze uma boa confissão e confia na divina misericórdia. Estou certa de que Nosso Senhor te fará feliz.

A dor e os desenganos, e mais que tudo a mesma graça de Deus haviam preparado já o coração de Catarina. Caiu de joelhos diante da imagem de Jesus crucificado e chorou amargamente, dizendo: Meu Jesus, não mais pecar, não mais pecar. Jesus, Amor infinito das almas, toma o meu coração. É teu.

E assim, banhada em lágrimas, ajoelhou-se aos pés de um santo confessor. Ali esteve longo tempo. Quando se levantou, já era outra.

Ajoelhara-se pecadora, levantara-se santa, porque esse foi o dia de sua definitiva conversão. Dai em diante, viveu e morreu como santa.

Festa: 22 de março.

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Quando a Vozes ainda era uma editora católica

Um comentário:

Junior Ribeiro disse...

Muito linda a história de conversão de Santa Catarina. Que mais moças atuais que vivem a ilusão da felicidade desse mundo façam o mesmo, seguindo tão sublime exemplo!