21/12/2008

Lições das Missas dominicais pós-Vaticano II – Parte XII

O Evangelho deste domingo, 21/12/2008, na Missa de Paulo VI é Lc. 1, 26-38, a Anunciação. “O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo’. Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.”

Pe. Nilo Luza, em seu artigo ao final do folheto, diz: “Ela é convidada a colaborar com Deus na geração de um filho. Obediente e atenta aos projetos de Deus, embora inicialmente relutasse um pouco, aceita a proposta do anjo.”

O que chama a atenção é o entendimento de pe. Luza sobre Maria relutar em aceitar a “proposta” de Deus. Será que Maria relutou em aceitar ser mãe do Salvador?

O versículo 29 na Vulgata é “quae cum vidisset turbata est in sermone eius et cogitabat qualis esset ista salutatio”. Assim, o verbo é turbada, do verbo turbar (turvar, perturbar, agitar, revolver). Maria ficou agitada, confusa com as palavras do anjo (sermone eius).

Dois comentários da Catena Áurea nos ajudam a entender a situação.

“Conheceu-se a Virgem por seu pudor, porque se turbou. Agitar-se é próprio das virgens, o sobressaltar-se quando um homem se aproxima e o temer todo contato com homens. Aprendam, todas as virgens, a evitar toda licenciosidade de palavras. Maria se perturbava até com a saudação do anjo”. (Santo Ambrósio)

“Como ela estava acostumada àquele tipo de aparições, o evangelista não atribui a turbação ao que ela vê, mas ao que ouve, dizendo: ‘Se turbou com as palavras do anjo.’ O evangelista considerava o pudor e a prudência da Virgem, ao mesmo tempo que a voz do anjo. Ouvida a alegra notícia, ela examina o que se havia dito e não resiste abertamente por incredulidade, nem se submete apressadamente, evitando a pressa de Eva e a resistência de Zacarias. Por isso continua: ‘E pensava que saudação seria esta’, não sobre a concepção. Pois ignorava a profundidade do mistério. Mas será a saudação libidinosa, como a que um homem dirige a uma virgem? É Divino, pois se faz menção a Deus, dizendo: ‘O Senhor está contigo’.” (Griego)

Assim, Maria não reluta em aceitar a “proposta” de Deus. Ela “pensava que saudação seria esta”. Ela não pensava “sobre a concepção”. Em toda a Escritura, os homens saúdam os anjos. Agora um anjo veio saudar Maria. Quem, em pleno uso da razão, não se turbaria na situação de Maria? Maria, além do pudor virginal, estava exercitando o “discernimento dos espíritos”. E, claro, quando ela compreendeu a situação, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.”

Para ver outros comentários, clique: Parte I, Parte II, Parte III, Parte IV, Parte V, Parte VI, Parte VII, Parte VIII, Parte IX, Parte X, Parte XI

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2 comentários:

Anônimo disse...

Prof. Angueth,
Salve Maria!

Se realmente Nossa Senhora tivesse relutado como disse o Pe, o anjo não a teria chamado "Cheia de graça". A formação destes Padres, é péssima. Fique com DEUS.

Abraço

Anônimo disse...

Professor,

Dê uma olhada nesse texto sobre o Natal publicado pelo Instituto Mises Brasil. Achei muito bom. Abraços!

As lições econômicas de Belém
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=212