10/12/2016

Um presente de Natal inesperado, mas muito, muito importante!



A Coisa, Por Que Sou Católico? 

Autor: Gilbert Keith Chesterton

 Neste livro Chesterton expõe seu pensamento sobre diversos temas, debates e ideias que vicejavam na cultura inglesa de seu tempo contra o catolicismo, refutando cada uma delas com inteligência, eficiência e compaixão. Em suas próprias palavras, o autor diz a razão pela qual escreveu o livro: "se nesta (minha) existência excessivamente feliz e preguiçosa descubro que meus companheiros de religião estão sendo execrados com insultos por dizerem que sua religião é verdadeira, não seria correto que eu não me colocasse na posição de ser também insultado”.

Sete anos após sua conversão do anglicanismo para o catolicismo, Chesterton se coloca na frente de batalha para ser execrado como seus irmãos católicos, que confessam sua Fé publicamente, numa Inglaterra majoritariamente anglicana e racionalista. A Coisa, - segundo o professor e tradutor do livro Antônio Angheth, - é antes de tudo uma confissão de fé.
Hilaire Belloc, seu grande amigo e companheiro de batalhas, disse a respeito do livro: “De todos os livros de Chesterton, A Coisa é o mais profundo e o mais claro. (...) Estou curioso e até meditativo a respeito do destino provável do livro. Se ele for lido pela geração agora jovem, isso significará que a Inglaterra começa a pensar. Se ele for esquecido, isso significará que a capacidade de pensar está naufragando, pois não há nenhum lugar onde o pensamento e a exposição clara esteja atualmente mais presente do que nesse livro”. 
Nos ensaios do livro, Chesterton trata de todos os assuntos na perspectiva do catolicismo: dos seus valores morais, dos seus santos, da sua doutrina, dos seus dogmas, da sua alegria.


Livro: A Coisa, Por Que Sou Católico?
Autor: Gilbert Keith Chesterton
Tradução e Notas: Antônio Emílio Angheth de Araújo
Editora Oratório
Formato:
 16X23, páginas: 228, preço: R$ 54,00
ISBN 978-85-64028-03-6
* O livro está com uma promoção de desconto de 10% até 31/12/2016, de R$ 54,00 por R$ 48,60.

14/11/2016

O Papa Francisco e eu

Uso aqui as palavras de Frei Clemente Rojão. Palavras extraordinárias que faço minhas.


Eu nunca julgo o Pontífice Romano, nunca!
Eu páro na fase de me escandalizar apenas e travo feito um Windows, aguardando a eucaristia me dar o divino ctrl-alt-del e rebutar meu sistema de crenças.

(PS - não baixem imediatamente as atualizações automáticas que vieram depois do service pack XII - S. P. XII entenderam? Ainda tem alguns conflitos de versão e back-doors de trojans vermelhos)

22/10/2016

Sidney Silveira, Josué Montello e Bob Dylan

Leio esta frase lapidar de Sidney Silveira: “O homem lúcido de qualquer época tem sempre a percepção de que este mundo está a desfazer-se, tamanha é a maldade humana.”

Tamanha é a estupidez humana, diria eu. E a este propósito, lembro-me do Prêmio Nobel de Literatura outorgado este ano a um cantor popular americano. Sou lembrado também, pelas redes sociais, que Ronaldinho Gaúcho ganhou o Prêmio Machado de Assis, da nossa Academia Brasileira de Letras. Se não me engano, juntamente com Luxemburgo.

Nessas conexões futebolísticas, lembro-me de um grande escritor brasileiro, que também recebeu o prêmio agora conspurcado. Ele foi jogador de futebol na adolescência, e mudou-se para Belém quando lá foi em viagem com seu time. Estou falando de Josué Montello, romancista, dramaturgo, contista, etc. Em seu diário, ele anota – em 4 de junho de 1953, pouco antes de completar 36 anos de idade, e na véspera de receber o prêmio da Academia por seu romance Labirinto de Espelhos – o seguinte.

Penso que o escritor verdadeiro — não o simples amador, que escreve para demonstrar que possui mais uma prenda, como quem senta ao piano para tocar de ouvido — só deve pegar a pena, diante do papel em branco, com uma intenção de eternidade. Intenção, veja-se bem. Não digo convicção. E dar tudo de si para merecer esse favor de Deus.

O Labirinto de espelhos ainda não é o romance que eu posso escrever, quer no tema, quer na técnica narrativa, quer na forma. É o romance de fora para dentro, e não de dentro para fora, como deve ser. Desenvolvi o tema, parte para adestrar a pena, parte para me distrair. E o que eu quero é o romance arrancado de meu sangue e de minha carne. O Labirinto de espelhos tem mais minha zombaria que meu sangue. Mesmo nas cenas em que procuro dar vida à Carmencita, prevalece o pendor do riso. E não é isso que eu desejo. Pretendo mergulhar mais fundo na consciência humana. Não quero ser um estilo à procura de um assunto, como se dizia de Latino Coelho; mas um escritor em busca de um assunto e de um estilo, ambos a serem extraídos de minhas mais profundas experiências. Enquanto não me encontro nem me realizo, leio.

Quantas obras nos teriam poupado os maus escritores se ao invés de escreverem, continuassem lendo.


A Academia Brasileira de Letras e a Comissão do Prêmio Nobel agora parece entender que literatura é tudo o que se espalha pelo papel, qualquer conjunto de letrinhas, e mesmo o que se espalha pelos gramados. Voltamos então à frase de Sidney Silveira, que por um tempo foi Oliveira.

25/09/2016

ELEIÇÕES E EXCOMUNHÃO OU: O PAROQUIANO BOBINHO E O PADRECO COMUNISTINHA DE MERDA.

Recebo de um leitor um belo texto pré-eleitoral. Que todos fiquem atentos.



Por Marcos Paulo
Vitória de Santo Antão-PE


Aproximam-se as eleições e, com estas também excomunhões. Milhares! Milhões! Eleições e excomunhões são como vasos comunicantes. São como a comida que se ingere e o bolor fecal que se expele. Para alguns, os "efeitos eleitorais" se encerram após uma rapidíssima contagem secreta de votos por um avançado sotfware. Quem ganhou, sorri, quem perdeu chora. O que ri, sorri, pois, terá quatro ou cinco anos de sinecura moral, intelectual e financeira pela frente - não necessariamente nessa ordem, nem tampouco só estas-, também por que é certo que neste interregno temporal virara "doutor" e "excelência". O choroso perdedor chora. Chora porque perdeu tudo aquilo que foi dito acima. Quem ganhou chora, também. Chora aquele "choro teomaníaco", aquele choro de alegria de se sentir um eleito, escolhido pelo próprio Deus para retificar a sociedade de cima abaixo Chorume! São lágrimas de chorume, as de ambos.

No entanto, para um sujeito mais curioso, para um cabra que não "abandone os fatos à superfície", os efeitos eleitorais - preponderantemente deletérios - não se restringem só no prestígio perdido e ou na frustração psicológica. Há um dano maior do que estes, invisível é verdade; indolor com certeza - ao menos momentaneamente - mas devastador quando viver-se-á em um "local" onde o movimento não será contado por meio dos ponteiros de um relógio analógico nem tampouco pelos saltos quânticos do "césio". Estou falando da eternidade. Eternidade: "temor e tremor".

Todo este nariz de cera acima foi utilizado por mim para dizer que um Católico Apostólico Romano não pode votar em certas siglas políticas que defendam, mesmo que em doses hahnemannianas, aquilo que a Santa Igreja pontifica serem danosas para a salvação das almas. Salvação das almas! Quanto tempo não se fala disso nas igrejas, nas campanhas da fraternidade, nos encontros do clero: "Salus animarum suprema lex est!"

Deve, o Católico, prestar atenção às sopinhas de letras que componhem certas candidaturas para não incorrer na pena da "excomunhão latae sententae". "Ah!, mas eu não voto no partido, voto no candidato", dirá um desses experts em bolinhas de sabão. Estoure sua bolhinha meu filho, não há candidaturas individuais em nosso regime. Não há o partido do eu sozinho. No mais, "quem casa com a moça, casa com a família inteira", diz o ditado.

"O padre lá da minha paróquia me disse que a CNBB disse que devemos votar sempre tendo em vista a "opção preferencial pelos pobres", diz o obediente católico. Caro paroquiano plagiando e adaptando a Peppa Pig, eu te digo: paroquiano bobinho! A autoridade da CNBB em assuntos teológicos é menor do que a de um segurança de prostíbulos. A CNBB é um mero sindicato. Teologicamente não é nada. Ah, é sim, uma pedra de tropeço na vida da grande maioria dos católicos que não tendo tempo para se instruírem, tempo para ler certa leitura especializada, acreditam, o que não deveria ser diferente, integralmente no que diz o seu pároco na missa dominical. Sabia-se que no próximo domingo, na próxima missa o padre nos diria A VERDADE: "Aquela beleza tão antiga e tão nova" da qual falava Santo Agostinho. Hoje em dia... "Missas" quase não há mais...

Algum enfezadinho já deve estar me rotulando de "blasfemo", "herético", "caluniador" ou filho de mulher de má fama. Sou um pobre miserável, pois não. Mas não é por não ter a capacidade de ser um bom cristão - essa graça Deus já lha deu-me, eu é que sou tíbio mesmo - que vou me calarei diante de certas omissões que custam uma alma.

Padres, bispos e Papa não devem militar em favor de político ou sigla alguma. Mas tem sim, o dever irrecusável de dizer quais são os partidos e políticos que conspiram contra os valores católicos sob pena de eles mesmos estarem excomungados.

"Mas que violência", dirão alguns; "que desrespeitoso" dirão outros; "Ele não sabe "dialogar", dirá o dialogador defensor de totalitarismos; "É um conservador ultra-direitista", dirão os geógrafos do espectro político. Não precisam ir tão longe. Eu mesmo me defino: sou um mau católico, um pecador consciente e que só não irei para o inferno pela intercessão da Sempre Santíssima Virgem Maria e pela piedade Divina, da Qual tanto abuso. Mas não sou eleitor de abortista, comunista, socialista, anarquista, liberal, de defensores de direitos animais e coisas do tipo.

Um pouco de CNBB. Esse negócio foi uma invenção do senhor Helder Câmara, Padre e Bispo (estes títulos não se podem retirar dele, pois, são Digitus Dei). Como dele, também, foi a invenção de um tal "Pacto das Catacumbas". Ele, o dom Helder, juntou-se com mais umas três dezenas de bispos de todos os continentes no período em que se gestava o trevoso Concílio Vaticano II para se irmanarem "nesse pacto" que consiste na cenoura de burro: "por uma Igreja pobre e servidora". Um mero flatus vocis, ou, em resumo de mesa de bar, "um peido pela boca" repetido por um monte de bobocas que esquecem o óbvio: para ajudar a alguém, você tem de ter algo que esta pessoa não possui. Logo, para dar você tem que ter. Criaram até um símbolo: um anel feito de tucum. Segundo eles, era para demonstrar a humildade! Mas dizer-se humilde não é uma atitude de não humildade?
Criada a CNBB, ficou mais fácil fazer a articulação entre os "bispos humildes" e certos "padres de passeata". É claro que nem todos os bispos, desde a criação desse troço até hoje eram/acintiam com o que os dons helderes pensavam. Mas, por questão de polidez, para não ferir os brios de ninguém, para não confundir os fiéis, se filiaram a estes sacerdotes celerados, dando assim um ar de oficialidade ao departamento petista para assuntos "espirituais".

Ao valer-me do vocábulo celerado, não me creiam hiperbólico nem muito menos difamador. O termo vai na sua mais precisa acepção psiquiátrica mesmo. Sem temer ser alcunhado de "Alienista" abilolado, à la Simão Bacamarte, duvido da sanidade mental de quem não veja insanidade em um sujeito que se diz católico e "reescreve" o Pai-Nosso, onde expressa suas parafilias, como o "frei" Betto, para quem Deus é pai no céu, mãe na terra e ambos praticariam um ménage à trois, servindo de oráculos para as formiguinhas do seu jardim. Toda editora e livraria católicas que publicassem ou vendessem livros deste maluco deveriam sofrer penas canônicas.

Ele não é o único da "gang" que é doidinho de pedra.

Peguemos o mais famoso deles, Dom Helder Câmara. Helder Câmara foi "integralista", Padre, Bispo, comunista, demagogo e tinha pendores poéticos. Sua poesia é, podemos dizer piromaníaca. Uma das suas carbonárias estrofes diz: "Sonhei que o Papa enlouquecia/E ele mesmo ateava fogo ao Vaticano/E à Basílica de São Pedro. Loucura sagrada!" Um Papa louco? Um Papa clown de Shakespeare? Loucura há. Loucura utilizada com método científico para desorientar o rebanho católico.  

Assim caro leitor católico, quando o padre de vossa paróquia, em vésperas de eleição, vier com evasivas e diversionismos e ficar cheio de cuidados, de arrodeios, teorizar muito para responder se um católico pode votar em pessoas ou partidos que defendam valores anti-católicos, com certeza apodítica você estará diante de um traidor, pois: "Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna (Mateus 5:37).


Apesar de tudo fiquemos felizes, aquela felicidade católica; aquela que está "lá", tendo a certeza de que as coisas que "cá" acontecem são o cumprimento das profecias! "Stat Crux dum volvitur orbis"! Viva Cristo Rei! Salve Maria!

13/07/2016

Verbum, a nova revista católica.






Compras: http://www.revistaverbum.com.br/revista-verbum-ed-01

27/06/2016

As aparições de Fátima e os males do comunismo

Quando Nossa Senhora nos alertou, em Fátima, sobre os males do comunismo e como evitá-los, não tínhamos a menor ideia do que seriam esses males. Hoje nós temos; ah! e como temos! 

No vídeo abaixo, vocês verão como a teia comunista se espalha pelo mundo. O Mercado Comum Europeu é a maior teia comunista construída no mundo livre, é uma superestrutura (palavrinha que os comunista adoram!) que esmagará o Ocidente. O grito dos ingleses é o primeiro e esperamos que outros venham de países que ainda não perderam todo o senso comum!


19/06/2016

A Verdadeira História do Brasil, por Sidney Silveira e Sérgio Pachá

Atenção amigos, depois desta iniciativa não há desculpas para o desconhecimento de nossa história. Eis o vídeo inicial do excelente curso que está começando.


18/06/2016

O liberalismo é pecado, nos explica Dr Javier Barracoya

Grande católico e tomista espanhol nos explica no vídeo abaixo o que é o liberalismo e porque ele é pecado.


02/04/2016

Curso de Olavo de Carvalho sobre Política e Cultura no Brasil

Acompanho a obra do filósofo Olavo de Carvalho há quase duas décadas, lendo seus livros, fazendo alguns de seus cursos; principalmente o curso de filosofia (COF). Quem lia, como eu, o filósofo, nos finais dos anos 1990 e início dos anos 2000, sabia o que ia acontecer no Brasil do PT e pode, agora, estar triste mas não surpreso. Quem o lê até hoje sabe como a CNBB pariu o PT, nutriu a criança, perverteu-a e hoje protege a cria delinquente. Quem leu Olavo, no início de 2015, sabia no que podia se transformar as passeatas e aqueles líderes que a mídia escolheu "para chamar de seu". 

Mas não é só a política e a cultura daqui que ocupa a mente do filósofo e quem o lê entende muito bem o que está se passando nos EUA e na Europa de hoje.

Agora, Olavo de Carvalho oferece um curso sobre Política e Cultura no Brasil e eu o recomendo a todos os interessados em entender a realidade. Viver de olhos abertos à realidade que nos cerca é a coisa mais difícil de se conseguir e a coisa que todos os santos procuram nos ensinar; Olavo nos ajudará a não dormir diante da assustadora realidade que nos cerca. O link das inscrições segue abaixo. Eu vou me inscrever.

http://www.seminariodefilosofia.org/produto/cultura-e-politica-no-brasil-historia-e-perspectivas/

17/03/2016

Evolução: o Deus dos ateus.

Publiquei, há algum tempo, um post intitulado Por que a Academia adota a Evolução?. Nele descrevo as razões mais torpes de grandes cientistas e pensadores para acreditarem na "teoria" da evolução. Mas nem sempre estes homens são tão francos. Há os que enfeitam seus discursos com palavras menos torpes e mais enganosas. Abaixo transcrevo um pequeno texto escrito por Stephen Jay Gould e a resposta a ele, dada por David Berlinsk, nas páginas 293 e 294 de seu livro Black Mischief.

Diz Gould: Chimpanzés e gorilas têm sido, há tempos, o campo de batalha de nossa busca por exclusividade, pois se pudermos estabelecer uma distinção inequívoca -- de espécie, não de grau -- entre nós e nossos parentes próximos, podemos encontrar a tão ansiada justificação para a nossa arrogância cósmica. As pessoas educadas aceitam, atualmente, a continuidade evolucionária entre humanos e macacos. Mas estamos tão apegados à nossa herança filosófica e religiosa que ainda procuramos um critério para uma divisão clara entre nossas habilidades e as dos chimpanzés.

Antes da resposta de Berlinsky, duas observações: que vê distinção entre macaco e homem, não é um homem de bom senso; é, segundo Gould, um arrogante cósmico. Outra coisa, a barreira que os homens, aqueles que não são educados, têm para não ver a realidade de nosso parentesco extremo com os macacos é a Filosofia e a Religião que herdamos: ou seja, a filosofia platonica-aristotélica-tomista e a religião Católica.

Bem, agora vamos à resposta de Berlinsky:

Nenhuma distinção em espécie, mas em grau, entre nós e os chimpanzés? Nenhuma distinção? Sério, pessoal? Eis um simples teste operacional: Os chimpanzés são os que estão invariavelmente atrás das grades de suas jaulas. Lá eles se sentam, mastigando solenemente bananas, catando piolhos, andando em círculos, chupando balinhas, esperando o início dos experimentos. Nenhuma distinção? Chimpanzés não podem ler ou escrever; não pintam ou compõem música, ou entendem matemática; não formam comunidades reais, apenas tribos andarilhas sem coesão; não toma refeição e não cozinham; não há registro de suas realizações; acima do puramente superficial, eles mostram pouca curiosidade; nascem, vivem, sofrem e morrem.

Nenhuma distinção? Nenhuma espécie do reino animal se organiza de modo complexo, denso e difícil como é típico das sociedades humanas. Não há algo parecido como uma cultura animal; animais não assume compromisso e não podem contar; não há nenhum traço, no reino animal, de virtualmente nenhuma das poderosas e mal compreendidas capacidades e propriedades da mente humana; em toda a história, nenhum animal contemplou o céu noturno em desconcertado e respeitoso assombro. Os chimpanzés são criaturas estáticas, solenemente ciscando por comida com seus pauzinhos, inspecionando um ao outro a procura de pulgas. Sim, eles são pacíficos se alimentados, e olhando para seus ingênuos olhos castanhos pode-se ver sinais de um grito biológico universal (uma bela manobra que envolve ouvir o que se vê), mas, e daí?

Pois é, e daí? Daí que hoje vivemos um grande dilema: a maior ignorância está na mente dos maiores "intelectuais", professores e cientistas. Este é hoje o dilema do homem comum.

São Patrício, rogai por nós!

01/03/2016

Oração Segundo Santo Afonso - Parte 2

Palestra proferida no dia 04/10/2015, no Colégio Santa Maria em Belo Horizonte. Para assistir a Parte I, clique aqui.


24/02/2016

Lançamento da biografia de Santo Tomás de Aquino.

Esta palestra foi proferida no dia 6 de dezembro de 2015 e se refere à edição da Editora Ecclesiae da biografia de Santo Tomás


23/12/2015

Mensagem de Natal

Que a Mãe Santíssima e seu Filho no estábulo de Belém nos abençoem a todos neste Natal. É no estábulo de Belém que já se encontra a promessa de nossa redenção, a Cruz de Nosso Senhor. Natal é tempo também de pensarmos na Cruz d'Ele e nas nossas e de procurarmos oferecer as nossas para aliviar as dores da d'Ele.

Um santo Natal a todos e um 2016 pleno de fé, caridade e esperança.

Ad Iesum per Mariam.

03/12/2015

Palestra de lançamento da Biografia de Santo Tomás, de Chesterton, neste domingo, após a Missa.

O lançamento do livro será feito após a Missa do dia 06 de dezembro, domingo, quando haverá uma PALESTRA proferida pelo tradutor.

Nessa ocasião serão postos a venda 20 exemplares do livro, ao preço unitário de R$35,00. A renda será revertida para pagamento dos estudos do Diácono Thiago Bonifácio. 

Mais detalhes sobre a paletra em http://missatridentinabh.blogspot.com.br/ .

19/11/2015

Chesterton sobre Santo Tomás


Acaba de sair publicado a extraordinária biografia que Chesterton escreveu sobre Santo Tomás. Chesterton escreveu grandes biografias, além de sua autobiografia. Mas a que ele dedicou a Santo Tomás receberia certamente a benção do Doutor Angélico.

Traduzi o livro e escrevi o prefácio, cujo último parágrafo reproduzo aqui:

"Este livro poderia ter muitos títulos, além do título singelo que lhe deu Chesterton. Talvez o melhor título alternativo seja a essência do tomismo. Isto porque este livro é, entre outras coisas, a melhor introdução à filosofia de Santo Tomás de Aquino. Todos os interessados na filosofia do santo, a filosofia do senso comum, na expressão de Chesterton, devem mergulhar no livro. Desse mergulho, os leitores sairão com muito mais que uma introdução ao pensamento de um santo, sairão com a compreensão do que seja santidade, do que seja sanidade."

14/11/2015

Estudos provam que...

Este é o título de duas crônicas de Thomas Sowell que traduzi para o Mídia Sem Máscara em 2006. Elas surgiram em minha memória quando li uma matéria na Veja online, acerca da descoberta de um risonho cientista que descobriu, assim parece, que “Pode parecer um milagre, mas, de acordo com pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos e da Universidade do Colorado, o movimento do vento descrito na Bíblia [que dividiu as águas sob o comando de Moisés] pode ter, de fato, afastado as águas sem quebrar nenhuma lei da física.

Bem, bem, bem! Lembro aqui o que disse Sowell. Diz ele:

Meu falecido orientador, economista prêmio Nobel George Stigler, costumava dizer que é muito instrutivo gastar algumas horas numa biblioteca, checando estudos que foram citados como fontes em outros trabalhos. Quando comecei a fazer isso, achei não só instrutivo mas decepcionante.

Uma nota de pé de página num texto sobre economia do trabalho citava seis estudos que apoiavam suas conclusões. Mas, depois que fui à biblioteca e consultei esses seis estudos, descobri que eles citavam um outro estudo – o mesmo em todos os seis.

Agora que os seis estudos tinham se reduzido a um, fui a ele – e descobri que era um estudo de uma situação muito diferente da discutida no texto sobre economia do trabalho.

As grandes redes de televisão e a mídia impressa têm amplos recursos financeiros para conferir as alegações, antes de apresentá-las ao público como “notícias”. Mas não espere muita preocupação com os fatos quando isso puder estragar uma grande história ou a distorção política ou religiosa que a acompanhe. Quando somente pessoas com determinadas visões podem conduzir certos estudos, não se surpreenda se “estudos provarem que” aquele conjunto de visões é verdadeiro.

A frase “pode parecer um milagre” já aponta qual a visão de quem conduziu o estudo. Visão contra o milagre e também uma ignorância a respeito do que seja um milagre. Deus usa a natureza, que Ele criou, para produzir prodígios; Ele não a contradiz! O milagre do Sol, ocorrido em Fátima, outro milagre que a “ciência” parece não aceitar, não contradiz os princípios fundamentais do Universo, apenas aquela parcela que a ciência tem acesso e que considera tudo que existe. Uma lei física é apenas um padrão de repetição que é identificado pelo homem. Desse padrão se pode deduzir um punhado de coisas e delas fazer uso para um punhado de outras coisas. Mas a identificação do padrão nada diz sobre a possibilidade de a natureza poder, eventualmente, agir de outra forma, quando sob a ação de forças que estão acima dela.

Aliás, Deus quando age, na maioria das vezes, é através de causas segundas, não só para produzir prodígios naturais, mas também para produzir prodígios humanos pessoais. Um santo é um prodígio tão espetacular quanto o milagre do Sol, talvez mais. Só em ocasiões muito especiais Deus age como causa primeira.

Mas eu tenho uma listinha de milagres para a ciência desvendar: as ressurreições empreendidas por Nosso Senhor e pelos seus mais destacados santos, ao longo da história; as centenas de corpos incorruptos que existem atualmente no mundo, Hóstias que atualmente sangram permanentemente e que estão espalhadas em vários lugares da Terra (tome como exemplo a Hóstia de Lanciano, que sangra desde o século VIII); os estigmas de Padre Pio, que o vitimaram durante 50 anos, sangrando permanentemente, sem infeccionar, sem matar o santo. Para por aqui, só para não sobrecarregar muito a “ciência”.


10/11/2015

Oração segundo Santo Afonso: parte I

Palestra proferida no dia 06/09/2015, no Colégio Santa Maria em Belo Horizonte.

04/11/2015

Palestra próximo domingo. Oração segundo Santo Afonso: Como e o que pedir a Deus?

Darei uma palestra no próximo domingo, depois da Santa Missa no Rito Tridentino, por volta das 10h (com aproximadamente 1h de duração), no colégio Santa Maria (endereço abaixo). A palestra será sobre "como e o que pedir a Deus" e eu me basearei no livro de Santo Afonso Maria de Ligório, intitulado Oração. É a segunda palestra sobre o tema. Estão todos convidados. Tentarei gravar a palestra e depois a publicarei aqui.

Local: Capela Nossa Senhora do Líbano (Colégio Santa Maria - Floresta)
Endereço: Rua Pouso Alegre, 659 - Floresta - Belo Horizonte, MG.

O que os leigos podemos fazer atualmente, dada a crise da Igreja?


Fica difícil fazer a devoção em lugares como aquele onde moro que não possuem padre da Tradição todos os dias (só uma vez por mês) e quando apelar à Igreja conciliar para receber a comunhão está fora de opção (pela incerteza na validade da transubstanciação).

Respondi o comentário brevemente, mas desejo fazer alguns comentários mais gerais.
Em primeiro lugar, todo católico consciente está perplexo com tudo o que está ocorrendo com a Igreja. Os católicos antigos contavam com a lentidão ou a inexistência da tecnologia para desconhecerem muito do que estava acontecendo em Roma. As crises chegavam ao conhecimento muito lentamente, quando chegavam e, às vezes, num momento em que já estavam resolvidas. Os fiéis leigos continuavam sua vida de fé, de oração, de devoção, sem saberem o que estava acontecendo nas altas esferas eclesiásticas. Hoje, infelizmente, isso não é mais possível. Qualquer respiro papal nos é informado imediatamente. O espírito católico nos recomenda nunca sermos rápidos em nossas respostas a qualquer estímulo externo, sobretudo no que diz respeito à doutrina e fé católicas. É São Tiago que nos recomenda: Sit autem omnis homo velox ad audiendum, tardus autem ad loquendum et tardus ad iram. Devemos ser rápidos no ouvir, mas lentos no falar e no reagir com ira.

Então, quando falamos do Sacramento da Ordem e de tudo que ouvimos acerca do que está acontecendo nos seminários católicos, devemos ser cautelosos. Não podemos ser rápidos ao afirmar, o que seria uma temeridade, que tal Sacramento é inválido. Quem somos nós para afirmar isso? A invalidade ou validade de um Sacramento é assunto que está fora da esfera de decisão de qualquer leigo e só os mais experientes devem entreter alguma pretensão até mesmo de discutir o assunto. O mesmo, e em nível muito superior, se deve dizer da validade ou não da Consagração da Hóstia. Não seremos nós, leigos, que iremos supor, sem conhecimento algum, que tal ou qual Consagração seja inválida. Isso é assunto de uma complexidade teológica que foge completamente da esfera dos leigos e não devemos tratar desse assunto com leviandade, quanto mais tomar decisões baseadas em fofoca. É bastante conhecida a técnica do demônio de nos afastar dos Sacramentos, colocando em nossas cabeças dúvidas sobre eles. Os escrúpulos, que ocuparam tantos santos e diretores espirituais, não são nada mais que técnicas demoníacas para afastar católicos da Comunhão. Lembremos que a crise atual é de natureza demoníaca e é o príncipe do mundo que está no comando. Não nos deixemos cair em suas redes!

Fala-se muito atualmente sobre um possível cisma na Igreja, com o Sínodo da Família. O que devemos pensar sobre isso. Ora, nada. Primeiro porque cisma se dá na esfera eclesiástica, não na massa dos leigos. Em segundo lugar, o que podemos fazer na situação de cisma? Exatamente nada! Devemos nos manter católicos, com nossas orações, com nossas devoções. Como será resolvido, no futuro, tal cisma, se ocorrer? Não sabemos, não temos como saber. Vale a pena colocar em risco a salvação de nossas almas tentando tomar posições que não nos competem?

Outro assunto que reverbera nos meios católicos são as recentes canonizações. O que dizer? Nada, exceto que devoções particulares a qualquer santo não é obrigatória. A única devoção obrigatória é a Nossa Senhora. Ah, mas e se determinado canonizado o tiver sido de modo inválido? Se tiver sido o caso, nada podemos fazer, exceto, em particular, recusar a devoção a tal santo. No futuro, se tal assunto tiver solução, esta virá das autoridades eclesiásticas, de Roma, do Papa.

Ah, na minha cidade não tem Missa Antiga! Então vá na Missa Nova e escolha a menos barulhenta, o padre mais piedoso. Não duvide dos Sacramentos, pois Nosso Senhor está no comando dessa área; a distribuição de Suas graças é tarefa d’Ele e de Nossa Senhora. Nunca deixe de rezar, inclusive e principalmente, pelo clero.

Tardus ad loquendum, tardus ad iram! São Tiago está falando para nós, católicos do século XX, mergulhados em toda a atual crise da Igreja. Não esqueçamos desse conselho do grande Apóstolo. Rezemos pelo clero, rezemos pelo Papa! 

31/10/2015

O Sínodo sobre a família é consequência lógica do CVII. É complementação do silogismo conciliar.

Depois do Concílio Vaticano II, com seus documentos escritos em linguagem dúbia, com afirmações inaceitáveis segundo a Tradição da Igreja, com todos os hoje conhecidos golpes políticos durante o desenrolar das reuniões conciliares, golpes de corte marxista e que eram e são comuns em qualquer congressozinho de agremiações de esquerda mundo afora, o que os católicos esperávamos do Sínodo da Família, sob o reinado do Papa Francisco?

O CVII mudou a Missa e, portanto, a prática católica tradicional. Foi a destruição do principal Sacramento: a Eucaristia. A Confissão, nos anos posteriores, foi destruída e se transformou num bate-papo entre um padre de camiseta e o fiel, isso quando os padres aceitam ouvir confissões. O Sacramento da Ordem foi destruído por meio da destruição dos Seminários, que se tornaram antro de esquerdismos, filosofismos e, dolorosamente, de homossexualismos. O Sacramento da Crisma, bem, que conhece, hoje, este Sacramento? Qual moribundo católico sente a necessidade de solicitar a presença de um padre no momento mais crítico de sua vida, de pedir a Extrema-Unção? Todo o rito do Sacramento do Batismo foi mudado depois do CVII, amenizando a linguagem e despachando o Demônio para o confortável lugar da inexistência. Por que algo diferente aconteceria ao Sacramento do Matrimônio? Que esperávamos nós católicos?

A vida de Nosso Senhor Jesus Cristo jorra em sua Igreja através dos Sacramentos. Somos uma Igreja Sacramental porque Igreja de Cristo. Não apenas seguimos Seus amargos e doloridos passos, mas recebemos Sua Vida. Sem isso não há Graça e não há vida eterna. Acabem com isso, e iremos todos para o Inferno. A corrupção prática dos Sacramentos é um movimento contra a salvação das almas, contra a obra de Nosso Senhor; uma obra a favor de Satã, que quer fazer perder todas as almas. Esta obra satânica está em operação vigorosa no interior da Igreja, que sangra como Nosso Senhor na Cruz.


Somos, na expressão do grande criador da Fraternidade São Pio X, os católicos perplexos. Embora eu creia que hoje há muito menos perplexidade entre os católicos já anestesiados, já divorciados da Vida Sacramental, já sem acesso a esse prenúncio de Vida Eterna. Aos que ainda conseguem ver a realidade, um conselho: voltem os olhos para Fátima. Nossa Senhora deu a receita para os fiéis, embora também tenha dado à hierarquia da Igreja, que não deu bola para o que Nossa Mãe disse. Mas nós, fiéis, não podemos desconhecer os conselhos de tão boa Mãe: a reza do Rosário e a Devoção dos cinco primeiros sábados. Se há alguma tábua de salvação nesse naufrágio, Deus, por meio de Sua Mãe, está nos oferecendo esta. Não somos hierarquia da Igreja, mas somos seus fiéis e temos de dar um testemunho que há ainda Fé neste mundo e responder àquela dolorosa pergunta de Nosso Senhor, que duvidava que em Sua volta encontraria alguém com alguma fé.

18/10/2015

O dia que Santo Tomás visitou Belo Horizonte.

Foi dia 17 de outubro, sábado passado, que Santo Tomás esteve entre nós. Estávamos sob a proteção de Santa Margarida Maria Alacoque, a santa do Sagrado Coração, a quem Nosso Senhor permitiu que recostasse em Seu Sagrado Peito e sentisse o fogo de Seu Divino Amor, como fez tantas vezes São João Apóstolo. Estávamos sob a proteção de uma santa do século XVII, mas sob a ação do Doutor Comum do século XIII.

Estávamos sob a ação das definições escolásticas precisas, das intuições santíssimas de Santo Tomás. Pudemos sentir em nosso coração a sutilíssima tese da primeira questão da Suma: a filosofia é serva da teologia. E se unimos a teologia com a devoção, experimentamos um pedacinho do Céu. Não é exagero dizer que estivemos na antessala do Paraíso.

Estava muito calor, éramos quase cinquenta pessoas numa sala não muito grande. Quem nos conduzia era o prof. Sidney Silveira. E ficamos sabendo sobre as quatro virtudes cardeais: Prudência, Temperança, Justiça e Fortaleza. Sem elas não há vida feliz, não há vida que viver, não há razão de viver. São virtudes que o paganismo conheceu e o alto paganismo viveu. São virtudes que foram abrasadas pelo amor de Nosso Senhor e com o cristianismo ganhou a dimensão certa quando conjugadas com as virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. Sem estas três, o máximo que o homem atingiria, o ponto mais elevado possível, seria o estoicismo. Mas com a Encarnação, tudo se divinizou, inclusive as virtudes cardeais.

Neste sábado calorento de Belo Horizonte, o que sentimos foi o fogo do amor de Santo Tomás, do amor de Nosso Senhor, tudo sob a proteção de Santa Margarida Maria Alacoque.

Deus lhe pague, meu amigo e irmão Sidney Silveira, por trazer Santo Tomás a Belo Horizonte.

Santo Tomás, rogai por nós.

Santa Margarida Maria Alacoque, rogai por nós.

03/09/2015

Palestra no próximo domingo: Oração, primeira obrigação de todo católico!

Darei uma palestra no próximo domingo, depois da Santa Missa no Rito Tridentino, por volta das 10h (com aproximadamente 1h de duração), no colégio Santa Maria (endereço abaixo). A palestra será sobre a Oração e eu me basearei no livro de Santo Afonso Maria de Ligório, intitulado Oração. Farei umas três palestras sobre o livro, sendo que a primeira abordará o tema a Necessidade da Oração. Estão todos convidados. Tentarei gravar a palestra e depois a publicarei aqui.

Local: Capela Nossa Senhora do Líbano (Colégio Santa Maria - Floresta)
Endereço: Rua Pouso Alegre, 659 - Floresta - Belo Horizonte, MG.


Em 12/11/2015 - Para o vídeo da palestra clique aqui.

20/08/2015

Saibam procurar os que desejam autoajuda.

A pequena introdução ao romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, contém mais sabedoria que todos os livros do acadêmico Paulo Coelho (lamentavelmente, membro da Academia que Machado fundou e que, como tudo o mais no Brasil, desceu a ladeira da mediocridade), se é que eles contêm alguma. Este romance é considerado por Sidney Silveira o maior romance já escrito no Brasil. Aliás, Sidney está ministrando, com o prof. Sérgio Pachá, um extraordinário e imperdível curso sobre Machado.

A introdução vale também como uma aula de como escrever, de como expressar, com pouquíssimas linhas, todo um modo de ser, de ver o mundo, de interpretar as relações humanas e sociais, de, enfim, se colocar no mundo como observador e crítico. Vamos ao texto, então. Divirtam-se! Os negritos são meus. Não os pude evitar!

Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará, é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte, e quando muito, dez.. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevia-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião. 

 Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos coisas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.
Brás Cubas


14/08/2015

Assunção segundo Corção: é rima e é solução

O dogma da Assunção

A 15 de agosto, como todo o povo católico sabe, a Igreja comemora a Assunção de Nossa Senhora. Esta festividade litúrgica se situa, no ano eclesiástico, na grande planície que fica entre as grandes festas do Cristo e do Espírito Santo. De Pentecostes até natal há uma espécie de campo juncado de santos mortos que um dia ressuscitarão e terão um corpo de glória. Ora, o que a Igreja ensina cantando, neste dia 15 de agosto, é que a Mãe de Deus, por favor especial, pelo fato de ter sido escolhida para a consumação do mistério da encarnação, e pelo fato de ter sido isenta do pecado original, mereceu entrar na glória, de corpo e alma, antes do grande dia em que todos os santos verão Deus com sua carne e seus ossos, como reclamava o paciente e impaciente Jô.

Desde 1o. de novembro de 1950, a crença na Assunção da Virgem Santíssima está incorporada à dogmática católica. Embora tenha sido sempre um hábito difundido, uma convicção digamos assim oficiosa da tradição católica, foi naquela data que o Papa Pio XII definiu o dogma da Assunção, e proclamou que a crença na subida de Maria aos céus, em corpo e alma, tem fundamento na revelação e portanto na fé divina. O Papa absteve-se de determinar o modo, as circunstâncias, os pormenores de tão misterioso e importante acontecimento, limitando-se a proclamar o dogma da Assunção no seu aspecto central e principal. A Sagrada Congregação dos Ritos, na mesma data, deu ao dogma, à verdade teológica que constitui o enunciado do dogma, uma roupagem de sinais litúrgicos, de referência escriturísticas, de imagens que formam o atual texto da festa máxima que glorifica a Rainha dos Céus e da Terra. A Mulher glorificada pelo Apocalipse, a Filha do Rei vestida de ouro do salmo 44, a Mãe que com seu Filho será inimiga vitoriosa do Demônio segundo o Gênesis, a cantora do Magnificat, todas essas imagens que se aplicam semelhantemente à Virgem Santíssima e à Igreja, esposa de Cristo, procuram tornar visível, na luz da fé, (que é um começo, um lampejo da luz da Glória), esse mistério que passa a medida de nossa inteligência natural.

O mundo descrente, diante da proclamação do dogma, que foi um dos mais belos atos do grande Papa Pio XII, mostrou-se escandalizado e houve até manifestações grosseiras de homens tidos por muito inteligentes. Parecia-lhes que a Igreja, com essa proclamação que se lhes afigurava inteiramente inoportuna, lançava um desafio às modernas luzes da moderníssima cultura.

E agora permitam-me dizer uma coisa. Eu acho que eles tiveram razão de se escandalizarem. Realmente, para o mundo que anda entretido com as coisas da hora que passa, com as idéias em voga, com os problemas efêmeros, respeitáveis uns, menos respeitáveis outros, para o mundo que só é mundo, que só cuida do que não permanecerá, que só pensa em fumaça, que só ama o que é inconsistente e frágil – para esse mundo a palavra da Igreja, interpretação e tradução da palavra de Deus, deve ter uma estranha dureza. Todos os dogmas são duros; mesmo o dogma que é pão teve para os ouvidos descrentes dureza de pedra. “Essas são palavras duras...” murmuraram os fariseus no dia em que Jesus lhes ensinou que Ele era comida, que Ele era pão.

E nós mesmos, em nossa imperfeitíssima fé, freqüentemente achamos esquisita a palavra de Deus e freqüentemente temos medo de encarar de frente um de nossos artigos de fé. E é por isso que a Igreja nos incita a estudarmos a doutrina revelada e a meditarmos sobre as suas conclusões. A teologia, sob certo ponto de vista, é uma especialidade para os doutos; mas, tomada no sentido mais amplo, deve ser estudada por todos; e o estudo do dogma é gerador de piedade, isto é, tonificador da alma; é fortificante espiritual e, sobretudo, integrador intelectual. Que quer dizer isto? Que sentido vital terá essa palavra? Como devemos fazer para pensarmos no dogma da Assunção, com as luzes da fé, mas também com as luzes naturais da razão, e não apenas com a inclinação afetiva que é boa, mas que só é boa quando estiver submetida à razão e à fé? Se o leitor tiver um pouquinho de paciência, já lhe darei um resumo da idéia contida naquela expressão.

O estudo teológico da sagrada doutrina é diferente do estudo do puro catecismo por ser mais desenvolvido e mais orgânico. Enquanto o catecismo nos dá uma lista, por assim dizer, de artigos de fé, a teologia nos ensina a ligar, a tomar como conexos os ditos artigos, a contemplar o grande corpo luminoso da dogmática conjunta e global. E quem estudar a doutrina com tal orientação verá uma coisa maravilhosa: os artigos que pareciam estranhos e dificilmente aceitáveis enquanto vistos isolados, destacados, tornam-se luminosos, claros, belos, invencíveis, inevitáveis, inegáveis, quando são vistos no grande conjunto, no grande corpo que é uma das formas do próprio Corpo de Deus.

É certo que mesmo assim não temos ainda, no que concerne aos mistérios de Deus, a luz plena que só teremos no dia da Glória. Por enquanto vivemos de fé, do lumen Christi, que tem algo de noturno, e vemos tudo em sinais e enigmas; depois, no céu, teremos o lumen gloriae, que é o fulgor do próprio Deus desvendado e visto face a face. Antes disso, estamos um pouco no escuro, no deserto, no mundo cuja figura passará. Mas aqui mesmo, na caminhada e na obscuridade, já teremos uma estrela de Belém, com luz mais viva, se estudarmos e meditarmos nas verdades religiosas, e se pouco a pouco conseguirmos descobrir os lineamentos, os contornos, do grande conjunto doutrinal. Então teremos uma estranha, uma curiosa sensação: antes do estudo e da meditação, cada artigo de fé era esquisito em seu isolamento, cada palavra do catecismo era uma palavra disciplinar e dura; depois do estudo, o conjunto se impõe de tal forma, com tal força, com tal remuneração para as aflições do espírito, que agora o que nos parece esquisito, estranhíssimo, bizarro, é o fato de existirem pessoas que não crêem em Cristo Jesus, nos seus mistérios, na sua Igreja, nos seus dogmas, na Assunção da Maria Virgem.

O dogma da Assunção, na verdade, não tem nada de especialmente repugnante ao bom senso, como andaram dizendo. Para começo de argumentação devo dizer que devia repugnar ao bom senso a idéia mesquinha que pretende reduzir toda a Realidade aos fenômenos sensíveis e à rotina dos dias que passam diante de nossa observação. E o resto? E as origens de tudo? E o fim de tudo? Será sensato não pensar nessas coisas? Não creio que alguém se possa gabar de ter na vida a famosa atitude do avestruz. Além disso, o dogma da Assunção não é tão bizarro, tão novo, tão incôngruo como parece a quem só tem notícia da doutrina católica por alguns boatos esparsos. Não. O dogma da Assunção se prende teologicamente ao dogma do pecado original, e ainda mais diretamente, ao dogma da encarnação. A descida de Deus à humana condição pôs no mundo da Carne um princípio de levitação divina com todas as suas numerosas conseqüências. Uma delas é a própria Ascensão do Senhor. Outra, que vem com a super-lógica dos divinos mistérios, é a Assunção de Maria. Prende-se a Assunção a Pentecostes, à vida da Igreja com sua coroa de sacramentos, que são por assim dizer estilhaços da divina explosão, ou que são o Cristo socializado; e prende-se à estrutura psíquica sobrenatural da piedade individual, pela qual imitamos Maria sendo gruta para o Cristo que nasce em nós, e sendo um corpo que sobe de claridade em claridade, como dizia o apóstolo. Prende-se à Liturgia, que é uma espécie de assunção, todos os dias e horas realizadas na missa e no ofício divino. E finalmente se prende a Assunção de Maria ao grande dogma da Ressurreição da Carne. Maria é uma antecipação, e todos nós sabemos que nas coisas eternas uma antecipação no tempo não traz modificação profunda. Se já era crença nossa a ressurreição da carne, porque se admira alguém do fato de proclamarmos uma ressurreição da carne? No fundo, a esperança do mundo descrente, do mundo que só é mundo, a esperança dos desesperados é que nossa religião seja apenas um hábito de falar e de gesticular. E um hábito de falar palavras vazias e inconseqüentes. Enquanto falamos na ressurreição em termos vagos, e ainda não verificados, o mundo nos deixa falar com complacência. Mas quando o dogma recentemente definido e proclamado, ou melhor, quando o dogma que já existia implícito, adormecido como a bela do bosque no castelo das verdades de Deus, se torna explícito, concreto, referindo-se a um fato ocorrido com uma pessoa... então o mundo se irrita, ou descobre espantado que não eram tão inconseqüentes e tão estéreis e tão estéreis como pensavam os outros artigos já conhecidos.

Assunção de Maria e ressurreição dos mortos são verdade articuladas como a mão no pulso e no braço, e ambas se prendem à encarnação como o braço se prende no tronco, e todas se nutrem do mesmo sangue e do mesmo sacratíssimo coração de Jesus. Quando se diz que a Igreja é Una, Santa, Católica, também se diz que é Una, Santa, Católica, a doutrina composta de muitos artigos de Fé. A divisão deles, a tendência e o perigo do despedaçamento, vem de nossa fraqueza mental, de nossa condição carnal. Por causa da natureza humana ser o que é, temos de aprender a doutrina ponto por ponto, andando, caminhando, somando, colecionando; mas só aprendemos bem e só começamos a tirar forças do dogma, quando começamos a aprender a grande lição da unidade. E então, maravilhosamente, a inteligência se alegra com a proclamação de um dogma que vem completar, que vem tornar explícito o que já estava implícito. E então a alma agradece a Deus que a engrandeceu, como engrandeceu Maria. O Magnificat torna-se nosso, oração nossa; e a Assunção de Maria torna-se nossa, assunção nossa. Já no Cristo tínhamos no céu a nossa pobre e amada carne. Agora temo-la de um modo que, por ser menos divino, se torna mais próximo de nós, resultando em nos tornar por isso mais divinos.

Assumpta est Maria in caelum. Os anjos alegram-se e bendizem o Senhor. E o salmo cantado nas Vésperas acrescenta: “Iremos atrás de ti levados pela recendência de teus aromas...”

Além disso, o dogma da Assunção, com toda a sua aparente incongruência, responde aos instintos mais profundos gravados em nossa natureza. Deus não nos fez para a morte e para a corrupção. Não só o espírito, mas a própria carne humana grita por vida eterna e clama contra a morte. Maria é a mulher vitoriosa. É a mãe que se debruça em nosso sonho de angústia, em nossas insônias de desespero, e nos diz, como quando éramos pequeninos e tínhamos medo do escuro: “Sou eu...” repetindo a palavra de seu Filho naquela noite em que os discípulos se assustaram quando o viram chegar por sobre as águas. Maria repete Jesus. “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que guardam as minhas palavras” disse Jesus aos discípulos e ao povo que queria reduzir a maternidade de Maria ao nível das coisas naturais, e, por conseguinte, queria esquecer a transcendência de sua divina missão. Mas é a própria Maria quem melhor guarda as palavras de seu Filho. Repete Jesus nas palavras de verdade, nas palavras de misericórdia. E repete Jesus na subida aos céus.

Alegremo-nos, porque o nosso mais profundo susto, o nosso mais terrível medo, o nosso mais angustiado anseio é atendido por esse sinal maravilhoso que apareceu no céu: Signum magnum apparuit in coelo. Uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Cantai um cântico novo.

Cantemos. Alegremo-nos. A humanidade geme sob a ameaça da morte. Nem sempre se fala nisso. Na maior parte das vezes a gente acha melhor desconversar, fingir que ela não existe, esquecer. De repente ela aparece e rouba uma pessoa amada, e então a gente grita, como Jó, que não quer morrer, que quer ver Deus estando em sua carne e seus ossos; ou chora como o bom pai que quer ver de novo, belo, jovem, resplandecente, o filho que um dia lhe trouxeram frio e despedaçado...

Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, dos que a morte e a frágil vida separaram, consolai os aflitos, intercedei pelos que sofrem injustiças, abrigai os pecadores. Rainha assunta ao céu, rogai, rogai por nós!

Roguemos também à Santa Mãe de Deus que interceda pela sorte do mundo e pela sorte de nosso infortunado país. Roguemos que a Misericórdia Suplicante obtenha de Deus a confusão de seus inimigos e a purificação de nossos costumes, de nossas instituições, e de nossos homens públicos. Há muito sofrimento nestas terras maltratadas, Santa Mãe de Deus; rogai por nós, vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

(revista A ORDEM, out. 1960)

Fonte: Permanência

16/07/2015

Primeiro Congresso Monfort de Minas Gerais: OS CATÓLICOS E O FALSO DILEMA ENTRE DIREITA E ESQUERDA.

Segue a programação do primeiro Congresso Montfort em Belo Horizonte, conforme:
 
 
TEMA:
 
“OS CATÓLICOS E O FALSO DILEMA ENTRE DIREITA E ESQUERDA”
 
 
Data e horário:
Dia 1º de agosto de 2015 (sábado)
Início às 9 horas da manhã e término com a Santa Missa que começa às 17 horas.
 
Local:
Colégio Santa Maria – Unidade Nova Suíça.
Rua Lindolfo de Azevedo, 345 – Nova Suíça – Belo Horizonte. (ônibus 9202, 4150, 8203, S21) *
Referência: 4 quarteirões atrás do Cefet da Av. Amazonas
O estacionamento interno está liberado para os participantes do evento.
 
 
 
PROGRAMAÇÃO:
 
1.ª AULA: 9:00 às 10:30
DIREITA E ESQUERDA: DUAS FACES DA MESMA MOEDA
Palestrante: Prof. Dr. Antonio Emílio Angueth de Araújo
 
CAFÉ: 10:30 às 10:45
 
2.ª AULA: 10:45 às 12:15
A IMPORTÂNCIA DA QUESTÃO DOUTRINAL NA LUTA DA REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA CATÓLICA
Palestrante: Prof. Dr. Alberto Zucchi
 
 
ALMOÇO – 12:15 – 13:45 (Restaurante “self service” ao lado do colégio)
 
 
3.ª AULA: 13:45 às 15:15
LIBERALISMO COMO AGENTE DESAGREGADOR DA SOCIEDADE CIVIL E DA IGREJA
Palestrante: Subdiácono Thiago Bonifácio, IBP
 
CAFÉ: 15:15 às 15:30
 
4ª. AULA: 15:30 às 17:00
A ILUSÃO DA REVOLUÇÃO DE 64
Palestrante: Prof. Marcelo Andrade
 
 
Ao final do Congresso, às 17:00h, será celebrada a Santa Missa na Capela do Colégio.
 
 
 
INSCRIÇÃO:
 
Enviar e-mail para: cartas@montfort.org.br ou respostacatolica1@gmail.com, com o título CONGRESSO MONTFORT MINAS GERAIS, contendo as seguintes informações:
 
  1. Nome Completo
  2. E-mail
  3. Cidade / UF
  4. Telefone para contato
  5. Se fizer parte do clero ou ordem religiosa, informar qual sua Diocese e a qual Ordem/Congregação pertence.
 
 
Será enviado e-mail de retorno confirmando a inscrição.
 
O valor da inscrição é de R$20,00. Nesta taxa estão incluídos o material do Congresso além dos dois ‘coffee-breaks’.
 
O almoço não está incluso no valor da inscrição. Será indicado um restaurante bem próximo ao local do Congresso.
 
Clérigos e Religiosos são isentos de taxa de inscrição.