30/12/2011

Indulgências plenárias: dias 31 de dezembro e 1 de janeiro.

Os católicos podemos ganhar indulgências plenárias em cada um dos dias deste final de semana. O texto que vai abaixo é do Manual de Indulgências em vigor. No mesmo manual lê-se: indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa. A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados.

O manual ainda esclarece que: Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo o afeto a qualquer pecado até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da indulgência e o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice.


60.Te Deum

(A vós, ó Deus)

Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar o hino Te Deum (A vós, ó Deus) em ação de graças, e será plenária, quando recitado em público no último dia do ano.

A vós, ó Deus, louvamos,a vós, Senhor, cantamos.A vós, eterno Pai, adora toda a terra. A vós cantam os anjos, Os céus e seus poderes: Sois Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo! Proclamam céus e terra A vossa imensa glória. A vós celebra o coro glorioso dos Apóstolos. Louva-vos dos Profetas A nobre multidão e o luminoso exército dos vossos santos mártires. A vós por toda a terra Proclama a Santa Igreja, Ó Pai onipotente, de imensa majestade. E adora juntamente O vosso Filho único, Deus vivo e verdadeiro, e ao vosso Santo Espírito. Ó Cristo, Rei da glória, Do Pai eterno Filho, nascestes duma Virgem, a fim de nos salvar. Sofrendo vós a morte, Da morte triunfastes, abrindo aos que têm fé dos céus o reino eterno. Sentastes à direita De Deus, do Pai na glória. Nós cremos que de novo vireis como juiz. Portanto, vos pedimos: salvai os vossos servos, que vós, Senhor, remistes com sangue precioso. Fazei-nos ser contados, Senhor, vos suplicamos, Em meio a vossos santos Na vossa eterna glória.

(A parte que segue pode ser omitida, se for oportuno.)

Salvai o vosso povo. Senhor, abençoai-o Regei-nos e guardai-nos Até a vida eterna. Senhor, em cada dia, Fiéis, vos bendizemos, Louvamos vosso nome Agora e pelos séculos. Dignai-vos, neste dia, Guardar-nos do pecado. Senhor, tende piedade de nós, que a vós clamamos. Que desça sobre nós, Senhor, a vossa graça, porque em vós pusemos a nossa confiança. Fazei que eu, para sempre, não seja envergonhado: Em vós, Senhor, confio, Sois vós minha esperança!


61. Veni Creator

(Ó vinde, Espírito Criador)

Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar devotamente o hino Veni Creator (Ó vinde, Espírito Criador). A indulgência será plenária no dia primeiro de janeiro e na solenidade de Pentecostes, se o hino se recitar publicamente.

(Tradução oficial:) Ó, vinde Espírito Criador, As nossas almas visitai E enchei os nossos corações Com vossos dons celestiais. Vós sois chamado o Intercessor Do Deus excelso o Dom sem par, A fonte viva, o fogo, o amor, A unção divina e salutar. Sois doador dos sete dons, E sois poder na mão do Pai, Por ele prometido a nós, Por nós seus feitos proclamai. A nossa mente iluminai, Os corações enchei de amor, Nossa fraqueza encorajai, Qual força eterna e protetor. Nosso inimigo repeli, E concedei-nos vossa paz; Se pela graça nos guiais, O mal deixamos para trás. Ao Pai e ao Filho Salvador Por vós possamos conhecer. Que procedeis do seu amor Fazei-nos sempre firmes crer.

Orgulho nacional: cada um escolhe o seu.

Há algum tempo escrevi aqui um texto agradecendo ao filósofo Olavo de Carvalho e dizendo que ele é um dos poucos motivos de orgulho nacional que o pobre brasileiro ainda dispõe. Falava então do debate que ele travava – debate agora encerrado – com Dugin.

O prof. Olavo produziu, em sua carreira jornalística e de filósofo, textos fundamentais, sem os quais o que está ocorrendo no Brasil é completamente incompreensível a quem observa esta sociedade a caminho da extinção intelectual. Ninguém entenderá a história atual do Brasil se não se debruçar nos textos de Olavo, agora e no futuro. Nossa dívida com ele só está aumentando. Um dia ainda faço uma antologia pessoal dos textos fundamentais deste autor e publico aqui. Um destes textos, que já citei aqui várias vezes, é aquele que explica a origem da santificação da bandidagem que há no país hoje. Leiam Bandidos e Letrados e vocês verão porque adoramos, protegemos, glamourizamos, endeusamos e elegemos bandidos sobre cuja culpa não temos a menor dúvida.

Olavo escreve mais um texto imperdível, embora curto, pois jornalístico: Glórias acadêmicas lulianas. Lá está condensada toda a vida que se passa na academia brasileira na atualidade. Lá se encontra toda a dinâmica da vida dos professores universitários: suas motivações, seus valores, suas mais recônditas intenções.[1] Lá se encontra também um personagem real, o Sr. Moleira, que considera orgulho nacional os vários títulos acadêmicos com que o Sr. Lula tem sido agraciado.

Compartilho uma frase antológica do artigo, frase que deve ser memorizada e que será citada por muitos no futuro, se o Brasil tiver algum futuro: “Ao contrario do que diz o sr. Moleira, o que faltou a este último [ao Sr. Lula] não foi a educação formal, foi justamente a educação informal, aquela que um trabalhador impedido de freqüentar escola adquire em casa, em ônibus, em trens ou no metrô, lendo livros.” É uma frase, eu diria com segurança, tipicamente chestertoniana.

Leiam o artigo e agradeçam de coração a seu autor. Ainda temos inteligência se expressando em nossa língua. Até quando, eu não sei.

[1] Leiam também, se desejarem, Como Fazer Dinheiro e Fama como Cientista.

28/12/2011

Ano novo, vida nova! Será?


Bem, para os católicos, o ano começa no primeiro domingo do Advento que, neste ano de 2011, caiu no dia 27 de novembro. O que se chama réveillon é festa tipicamente pagã e nada tem a ver com nossa Religião. No dia 1 de janeiro, estamos na oitava de Natal e comemoramos a Circuncisão de Nosso Senhor.

Mas para tentar tirar algo de bom da festa pagã, vou sugerir uma decisão de “final de ano”, para cumprirmos no ano civil de 2012, 2012 anos depois de Cristo, do nascimento de nosso grande Mediador perante Deus. Não será perder alguns quilinhos, ou fazer ginástica, ou tentar salvar a natureza, ou reciclar o lixo doméstico, ou economizar energia elétrica ou água para o bem do planeta, ou andar menos de carro para poluir menos o ar, ou ir mais ao teatro e ao cinema, ou fazer ioga, ou abraçar árvores e andar descalço, ou qualquer destas coisas com que a CNBB está sempre preocupada nas famigeradas campanhas da fraternidade, fraternidade que paradoxalmente parece existir sem a Paternidade.

Vamos lá! O fundamento de minha sugestão é uma insistência que me parece muito significativa de Nosso Senhor. Duas vezes no Evangelho, Jesus nos diz: Quem se prende à sua vida perdê-la-á; e quem perdê-la por causa de mim, acha-la-á (Mt 10,39); Porque quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa encontra-la-á (Mt 16, 25; Lc 9,24; Mc 8,35). Todas as palavras de Jesus são significativas, pois são fonte de Vida que não se acaba. Então, quando Ele repete algo, penso que devemos nos atentar para o fato: a coisa deve ser de fundamental e urgente importância.

E Jesus se expressa de uma maneira divinamente paradoxal: perder a vida para encontrá-la; desprezá-la para valorizá-la; entregá-la para recebê-la, despreocupar-se dela para tê-la em abundância. O estilo de Nosso Senhor é inconfundível e Seu mistério é muito mais claro que qualquer explicação humana. A Catena Aurea, composta pelo Doutor Comum, pelo Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino, nos diz o seguinte.

Chrisostomo: Por que você resiste em desprezar sua vida? Porque você a ama? Ora, por esta mesma razão você a deve desprezar, pois assim você lha prestará o mais elevado serviço.
Remigio: A vida, neste versículo, não é para ser entendida como substância, a alma, mas como o presente estado de ser; e o sentido é: aquele que encontrar sua vida, i.e., esta vida presente, aquele que tanto ama esta luz, suas alegrias e prazeres, a tal ponto de desejar sempre mantê-los, prepare sua alma para perdição eterna.
Rabano: Ao contrário, aquele que procura a vida eterna, não hesita em perder esta vida, isto é, oferecê-la à morte.

Minha decisão de “final de ano” que quero compartilhar e sugerir é esta: percamos nossa vida por causa d’Ele. Deixemo-nos guiar por Ele, tomemos nossa cruz e o sigamos. Que esta decisão sirva de reparação às inumeráveis ofensas que certamente serão dirigidas ao Imaculado Coração da Virgem Santíssima ou ao Sacratíssimo Coração de Nosso Senhor durante a festa pagã do réveillon de 2011-2012.

Que Nosso Senhor aceite nossas pobres vidas em troca da Vida que não se acaba!

25/12/2011

Louvor a Deus


Senhor, tu és grande e digno de todo o louvor. Grande é a tua virtude e a tua sabedoria não tem limites. Quer o homem louvar-te, ele que é uma parte da tua criação, o homem que irradia a sua mortalidade, que irradia o testemunho do seu pecado e o testemunho de que tu resistes aos orgulhosos; e contudo quer louvar-te o homem que é uma parte da tua criação. És tu que fazes com que ele se delicie em louvar-te, porque tu nos fizeste para ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti. Senhor, faz com que eu saiba e compreenda se devo invocar-te primeiro ou louvar-te, se primeiro devo conhecer-te ou invocar-te. Mas quem te invoca sem te conhecer? Porque sem saber pode invocar uma coisa por outra. Ou, pelo contrário, será que és invocado para seres conhecido? Mas como hão-de invocar aquele em quem não creram? Ou como crêem se não houver pregador? E louvarão o Senhor aqueles que o procuram. Pois quem o procura encontra-o, e quem o encontra louvá-lo-á. Que eu te procure, Senhor, invocando-te, e te invoque crendo em ti: pois a nós já foste pregado. Invoca-te, Senhor, a minha fé, a fé que tu me deste e me inspiraste pela humanidade do teu Filho, pelo ministério do teu pregador. (Confissões: I, 1.)

23/12/2011

Missa Tridentina de Natal em Contagem/MG


Qual Igreja? São Geraldo.
Fica onde? Rua Cruzeiro do Sul, nº. 410, bairro Novo Progresso, esquina com Rua Balneário.
Qual horário? As 10:00.
 
Quem será o padre? Padre Jair Gonçalves Filho
Haverá confissão antes da missa? Sim, as 9:30.

E se eu for de ônibus... Deve pegar o 2110 na Avenida Paraná (esquina de Carijós e Tupinambás) no Centro de Belo Horizonte ou 2150 na Avenida Augusto de Lima, próximo ao Mercado Central.
E desço onde? No útimo ponto da Rua Cruzeiro do Sul.
Com quem posso manter contato para maiores informações? Com o Rafael Horta no telefone (31) 9991-1622.
Tem mapa? Sim, clique aqui.

22/12/2011

Ó! Ó Tormento Sem Fim!

Madre Teresa de Ávila
Santa e Doutora da Igreja
Exclamações

Mensagem de Santa Teresa a todos os padres e bispos que negam a existência do Inferno: 
Ó Senhor! quem pôs tanto lodo nos olhos desta alma, que nada disto ela tenha visto até que se viu ali?

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Ó! Valha-me Deus! oh! valha-me Deus! que grande tormento é para mim quando considero o que sentirá uma alma que sempre aqui foi tida em conta, querida, servida, estimada e regalada, quando, acabando de morrer, se veja já perdida para sempre e entenda claro que não há de ter fim – pois ali de nada lhe valerá não querer pensar nas coisas da fé, como aqui tem feito – e se veja apartada do que lhe parecerá que ainda não tinha começado a gozar! E com razão, porque tudo o que se acaba com a vida é como um sopro; e rodeada daquela companhia disforme e sem piedade, com a qual sempre terá de padecer; metida naquele lago hediondo, cheio de serpentes, e a que mais puder, maior bocado lhe dará a sofrer; naquela miserável escuridão, onde não há de ver senão o que lhe dará tormento e pena, sem ver luz a não ser de uma chama tenebrosa... Oh! que pouco encarecido vai para o que é!

Ó Senhor! quem pôs tanto lodo nos olhos desta alma, que nada disto ela tenha visto até que se viu ali? Ó Senhor! quem tapou seus ouvidos para não ouvir as muitas vezes que isto se lhe disse e a eternidade destes tormentos? Ó vida que não se acabará! Ó tormento sem fim! ó tormento sem fim! como é vos não temem os que temem dormir em uma cama dura para não magoar o corpo?

Ó Senhor, meu Deus! Choro o tempo em que não o entendi! E pois sabeis, meu Deus, o que me aflige ver os muitíssimo que há que não o querem entender, ao menos um, Senhor, ao menos um, que eu agora Vos peço, alcance a luz de Vós, para que muitos a venham a ter. Não por mim, Senhor, que não o mereço, mas pelos méritos de Vosso Filho. Vede suas chagas, Senhor, e, pois Ele perdoou aos que Lhas fizeram, perdoia-nos, Vós, a nós também.

[Negritos meus.]

19/12/2011

Mensagem de Natal: um pensamento acerca do Inferno

Pe. Frederick William Faber

 Este ano a mensagem de Natal do blog versa sobre o Inferno. O que tem a ver o Inferno com o menino-Deus que nasceu no estábulo em Belém? O blogueiro não está sendo muito lúgubre tentando manchar toda a alegria da estação com este pensamento tão antiquado? Veja que até, diria um hipotético leitor não muito conformado com este post, até um bispo da Igreja – este sim, um homem moderno – tem negado a existência de tal desprazeroso lugar. Bem, Jesus nasceu, Deus se encarnou, para nos salvar justamente do Inferno. Quem nega a existência do Inferno, nega – além das muitas afirmações de Jesus sobre tal lugar – a obra da Redenção. Se não há Inferno, não há justiça divina, não há Deus. O Inferno afirma a existência de Deus, de Seu Filho e da Redenção. Podemos dizer que como parte da Criação, o Inferno canta as glórias de Deus.

Pe. Faber, e com ele todos os santos e teólogos da Igreja, afirma, no texto que se segue, que o pensamento acerca da realidade do Inferno é uma das mais potentes armas contra os ataques do demônio que, segundo São Pedro, anda por aí a rugir. Não custa lembrar que Nosso Senhor é o nosso caminho para o Céu, ou seja, para um lugar que está infinitamente, na ordem da graça, longe do Inferno. Bem, a história de nossa Redenção começa exatamente num estábulo de Belém.

Que todos tenham um santo Natal, mais próximo de Jesus, mais longe do Inferno.



É incrível quão querida a glória de Deus se torna para aqueles que continuamente a procuram. A busca já lhes dá novos sentidos pelos quais podem encontrá-la, ao passo que o amor diariamente crescente aguça perpetuamente seu discernimento. “A terra está plena de Vossa glória”. Que alegria para um coração ardente de amor! Não basta que o Céu transborde e que a terra se encha com a bem-aventurada inundação de Sua glória. Nós de bom grado desejaríamos que não houvesse rincão na criação que não fosse repleto dela. Contudo, há um lugar onde esta glória parece frustrada, um lugar do qual não se eleva nenhuma planta da oração, nenhuma alegria da adoração, nenhum abençoado agradecimento, nenhuma aspiração do desejo. É a casa daqueles que foram julgados e foram condenados, e que por isso perderam Deus para sempre.

Ali está a graça que não deu fruto, ou cujos frutos apodreceram na árvore. Ali estão os Sacramentos que foram em vão. Ali a Cruz fracassou e os propósitos amorosos de Deus sofreram uma resistência bem sucedida e foram completamente vencidos. Ainda assim, é de fé que Deus colhe imensa glória dessa inexprimível escuridão, pois a alma perdida é um louvor involuntário à justiça de Deus, tanto quanto a alma convertida é um louvor ao Seu amor. Tampouco os interesses de Jesus são inexistentes ali; pois as dores, tão indescritíveis como são – ah! o mais breve pensamento delas é intolerável – são menores do que o mérito do pecado, menores do que a justeza da medida de punição, e assim o são por causa d’Ele. O Precioso Sangue, em certo sentido, se faz presente até mesmo ali.

Tampouco aquele lugar horrível deixa de ter os mais abençoados resultados para a salvação de muitas almas, por meio do santo e salutar temor que alimenta nelas e da necessária correção das frouxas e distorcidas noções acerca de Deus por elas mantidas. Quando Nosso Senhor mostrou à Irmã Francisca do Santíssimo Sacramento, uma carmelita espanhola, a perda de uma alma, e diversas vezes numa visão a compeliu a positivamente considerar as diferentes torturas daquele lugar, Ele a repreendeu por chorar: “Francisca! Por que choras?” Ela caiu prostrada aos Seus sagrados pés e disse: “Senhor! Pela danação daquela alma, e o modo em que ela se perdeu.” Ele disse condescendente: “Filha! Ela escolheu se perder; Eu lhe proporcionei muitos auxílios da graça para ela se salvar, mas ela não aproveitou. Agrada-me vossa compaixão, mas prefiro que ames Minha justiça.” Outra vez, quando ela foi compelida a fixar seu olhar sobre aquelas dores, os Anjos lhe disseram: “Ó Francisca, esforce-se sempre pelo santo temor de Deus!” Quem pode duvidar que milhares e dezenas de milhares que estão, neste momento, desfrutando as delícias no Céu, lá não estariam se não houvesse o Inferno. Ele é, infelizmente, uma repreensão aos corações insensíveis dos homens, mas afinal, a Cruz de Cristo não tem tido melhor auxílio na terra que o insuportável fogo do Inferno.

Verdadeiramente é bom para nosso próprio bem que pensemos algumas vezes sobre aquele lugar horrível. Tal como a bela França se estende além do Canal,[1] tal como o sol brilha sobre brancos muros, frescas pontes, brilhantes jardins, palácios de muitos andares em sua belíssima capital, tal como milhares de homens e mulheres lá vivem vidas reais, cumprindo diferentes destinos, assim também há um lugar como o Inferno, todo cheio de vida neste exato momento, com numerosas almas sofrendo incontáveis agonias e inumeráveis gradações de desespero. Exceto a dos bem-aventurados no Céu, nenhuma vida é tão intensa e consciente quanto aquela de milhões de almas arruinadas. Não é impossível que rumemos para lá. Não é impossível que já tenhamos mandado alguém para lá. Quando andamos pelas ruas, vemos, não raro, aqueles que habitarão lá para sempre. Há alguns lá agora que não estavam lá uma hora atrás. Há alguns agora nos verdes campos, ou nas movimentadas cidades, em confortáveis camas, ou em ensolaradas praias, que na próxima hora, talvez, terão ido para lá. Esta é uma verdade extremamente real.

Mas, e se houver ainda mais verdades sobre isso? E se tiver havido um dia em que nós teríamos ido para lá se tivéssemos morrido? E se neste momento, lá estiverem meninos e meninas que pecaram muito menos que nós, ou ainda, que pecaram talvez uma só vez, enquanto nós temos pecado milhares de vezes? Ó, mas devemos nos humilhar ainda mais. Quanto tempo perseveraríamos no serviço de Deus se tivéssemos certeza que o Inferno não existia? Teríamos deixado nossos pecados, se não fosse pelo Inferno?[2]
 
Ó, que coisa boa é estar sobre esta boa terra, cercados por toda esta vida promissora, embora tenhamos realmente, por nossas próprias mãos e olhos, palavra, pensamento e diligente malícia, logrado o direito a esse infortúnio eterno. Ah! Tal como a névoa que surge do mar estéril – onde o milho não cresce e as videiras não dão frutos – que forma as nuvens que vão se desfazer em chuvas sobre vales e colinas, assim também daqueles amplos mares de fogo e maldição a Compaixão Divina surge como uma nuvem para derramar torrentes de graças sobre as almas dos homens que ainda vivem.

Que ninguém se afaste da visão do Inferno para que, pouco a pouco e por muito pouco, uma opinião positiva de si mesmo não cresça dentro de sua alma e o mande, por fim, para aquele sombrio exílio. Com efeito, é bom, muito bom, pensar sobre o Inferno, e nesta maravilha que é não estarmos lá neste exato momento. Não, não se assuste: o que você vê é, na verdade, a luz branca do sol que ilumina a terra. Nada tema: aquele som é o vento que agita os ramos das árvores. Seus olhos não o enganam: aqueles são os telhados das casas da cidade que estão dormindo envoltos na neblina, compondo um calmo cenário. Tudo está ainda bem. Estamos aqui e estamos livres; mas devíamos estar lá, e ser escravos!

Aqueles que servem a Jesus por amor não esquecem tais coisas. Não, eles delas se lembram tão mais frequentemente quanto mais O amam.


[1] Pe. Faber morava na Inglaterra. (N. do T.)
[2] Este é exatamente o fundamento da ação demoníaca para nos convencer da inexistência do Inferno. (N. do T.)

16/12/2011

Palestra no próximo domingo, 18 de dezembro.

Proferirei, dia 18 de dezembro, no Colégio Monte Calvário, após Missa Tridentina na capela do colégio, uma palestra sobre o São Francisco Xavier, o grande taumaturgo e apóstolo das Índias e Japão. Estão todos convidados.


O vídeo da palestra será oportunamente aqui disponibilizado.

14/12/2011

Santo Alberto Magno - Doutor Universal e patrono das Ciências.

Proferi, como havia antecipado aqui no blog, palestra sobre a vida de Santo Alberto Magno, no Colégio Monte Calvário, dia 20 de novembro passado, logo após a Missa Tridentina. O vídeo da palestra vai abaixo.


12/12/2011

Segunda Missa Tridentina em Contagem/MG


A Santa Missa será celebrada na Igreja de São Geraldo, no dia 14 de dezembro, quarta feira, as 19:30 e o padre estará disponível para atender confissões uma hora antes da missa.

Onde? Contagem/MG.
Qual Igreja? São Geraldo.
Fica onde? Rua Cruzeiro do Sul, nº. 410, bairro Novo Progresso, esquina com Rua Balneário.
Qual dia? Dia 14 de dezembro de 2011
Qual horário? As 19:30.
Quem será o padre? Padre Jair Gonçalves Filho
Haverá confissão antes da missa? Sim, as 18:30.
E se eu for de ônibus... Deve pegar o 2110 na Avenida Paraná (esquina de Carijós e Tupinambás) no Centro de Belo Horizonte ou 2150 na Avenida Augusto de Lima, próximo ao Mercado Central.
E desço onde? No útimo ponto da Rua Cruzeiro do Sul.
Com quem posso manter contato para maiores informações? Com o Rafael Horta no telefone (31) 9991-1622.
Tem mapa? Sim, clique aqui.