30/12/2011

Orgulho nacional: cada um escolhe o seu.

Há algum tempo escrevi aqui um texto agradecendo ao filósofo Olavo de Carvalho e dizendo que ele é um dos poucos motivos de orgulho nacional que o pobre brasileiro ainda dispõe. Falava então do debate que ele travava – debate agora encerrado – com Dugin.

O prof. Olavo produziu, em sua carreira jornalística e de filósofo, textos fundamentais, sem os quais o que está ocorrendo no Brasil é completamente incompreensível a quem observa esta sociedade a caminho da extinção intelectual. Ninguém entenderá a história atual do Brasil se não se debruçar nos textos de Olavo, agora e no futuro. Nossa dívida com ele só está aumentando. Um dia ainda faço uma antologia pessoal dos textos fundamentais deste autor e publico aqui. Um destes textos, que já citei aqui várias vezes, é aquele que explica a origem da santificação da bandidagem que há no país hoje. Leiam Bandidos e Letrados e vocês verão porque adoramos, protegemos, glamourizamos, endeusamos e elegemos bandidos sobre cuja culpa não temos a menor dúvida.

Olavo escreve mais um texto imperdível, embora curto, pois jornalístico: Glórias acadêmicas lulianas. Lá está condensada toda a vida que se passa na academia brasileira na atualidade. Lá se encontra toda a dinâmica da vida dos professores universitários: suas motivações, seus valores, suas mais recônditas intenções.[1] Lá se encontra também um personagem real, o Sr. Moleira, que considera orgulho nacional os vários títulos acadêmicos com que o Sr. Lula tem sido agraciado.

Compartilho uma frase antológica do artigo, frase que deve ser memorizada e que será citada por muitos no futuro, se o Brasil tiver algum futuro: “Ao contrario do que diz o sr. Moleira, o que faltou a este último [ao Sr. Lula] não foi a educação formal, foi justamente a educação informal, aquela que um trabalhador impedido de freqüentar escola adquire em casa, em ônibus, em trens ou no metrô, lendo livros.” É uma frase, eu diria com segurança, tipicamente chestertoniana.

Leiam o artigo e agradeçam de coração a seu autor. Ainda temos inteligência se expressando em nossa língua. Até quando, eu não sei.

[1] Leiam também, se desejarem, Como Fazer Dinheiro e Fama como Cientista.

Nenhum comentário: