25/12/2011

Louvor a Deus


Senhor, tu és grande e digno de todo o louvor. Grande é a tua virtude e a tua sabedoria não tem limites. Quer o homem louvar-te, ele que é uma parte da tua criação, o homem que irradia a sua mortalidade, que irradia o testemunho do seu pecado e o testemunho de que tu resistes aos orgulhosos; e contudo quer louvar-te o homem que é uma parte da tua criação. És tu que fazes com que ele se delicie em louvar-te, porque tu nos fizeste para ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti. Senhor, faz com que eu saiba e compreenda se devo invocar-te primeiro ou louvar-te, se primeiro devo conhecer-te ou invocar-te. Mas quem te invoca sem te conhecer? Porque sem saber pode invocar uma coisa por outra. Ou, pelo contrário, será que és invocado para seres conhecido? Mas como hão-de invocar aquele em quem não creram? Ou como crêem se não houver pregador? E louvarão o Senhor aqueles que o procuram. Pois quem o procura encontra-o, e quem o encontra louvá-lo-á. Que eu te procure, Senhor, invocando-te, e te invoque crendo em ti: pois a nós já foste pregado. Invoca-te, Senhor, a minha fé, a fé que tu me deste e me inspiraste pela humanidade do teu Filho, pelo ministério do teu pregador. (Confissões: I, 1.)

Um comentário:

Wendy A. Carvalho disse...

Tô lendo Confissões. Magnífico! Não conheço ninguém que consiga fazer tantas referências bíblicas como o Agostinho. Não que isso seja tão importante, né? Tenho muito o que aprender com Agostinho.