27/08/2013

Koch admite: a Missa Nova é uma ruptura com a Tradição.




O Cardeal Kurt Koch, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, numa palestra em um congresso sobre o Summorum Pontificum ocorrido em 15 de maio de 2011, admitiu que “a reforma litúrgica pós-conciliar é considerada, em largos círculos da Igreja Católica, como uma ruptura com a tradição e como uma nova criação” e que, no Novus Ordo Missae, “aquela sacralidade que atrai tanta gente ao antigo uso deve se manifestar mais vigorosamente.” (Zenit, 17 de março de 2011.) 
 
Esta declaração é muito modesta, mas pelo menos é um reconhecimento de que, na mente dos fiéis, há um problema real com o Novus Ordo. Isso é o que temos dito desde sempre! O problema da nova liturgia é uma ruptura doutrinal. 
 
O Cardeal Koch explicou que é o desejo do Papa (então Bento XVI) de que a Missa tradicional seja uma “ponte ecumênica”, pois, por meio dela, o Papa
 
deseja contribuir para a solução dessa disputa e para a reconciliação dentro da Igreja: o Motu Proprio promove, por assim dizer, um ecumenismo intra-católico... se o ecumenismo intra-católico falha, a controvérsia católica acerca da liturgia se estenderá ao ecumenismo, e a antiga liturgia não será capaz de cumprir sua função ecumênica de ponte. (op. cit.)
 
O propósito da instrução sobre o Summorum Pontificum seria consequentemente forçar todos os católicos a aceitarem a liturgia um do outro, de modo a acabar com todas as disputas. Por mais surpreendente que isto seja, este é o mesmo espírito ecumênico que emana do Vaticano II, que produziu a reforma da liturgia e que pretende conceder o uso de um rito que nunca foi ab-rogado. 
 
O Cardeal Koch foi ainda mais explícito em sua análise do objetivo último dessa iniciativa, ou seja, que as Missas tradicional e nova desenvolver-se-iam finalmente num rito comum, isto é, que ambas desapareceriam:
 
Bento XVI sabe muito bem que a longo prazo não podemos permanecer com a coexistência das formas ordinárias e extraordinárias no Rito Romano, mas que a Igreja precisará novamente de um rito comum no futuro... Contudo, dado que uma nova forma litúrgica não pode ser decidida num gabinete, pois ela requer um processo de crescimento e purificação, por enquanto o Papa enfatiza que, acima de tudo, as duas formas do uso do Rito Romano podem e devem enriquecer-se mutuamente. (Ibid.)
 
Segundo o Cardeal Koch, a permissão de Roma para a Missa que não precisa de permissão seria para que ela finalmente desaparecesse!  
 
Nem a diplomacia nem o ecumenismo pode resolver o problema doutrinal. Afirmar que há continuidade doutrinal entre a Missa Tridentina e o Novus Ordo Missae não tornará essa continuidade uma realidade. O estudo de ambos os ritos, assim como dos frutos que eles têm produzido, prova que eles têm princípios e efeitos contraditórios. A reconciliação precisa ser fundamentada em discussões doutrinais para o triunfo da verdade. Não se trata tanto de uma reconciliação entre católicos que está hoje em discussão, mas uma reconciliação entre pastores com suas respectivas missões de defender e ensinar a Fé. Trata-se na verdade de reconciliar os católicos com a Fé católica. De fato, a divergência não é tanto entre a FSSPX e a Santa Sé, mas entre a Missa Tradicional e o Novus Ordo Missae; entre o espírito conciliar e a Fé de todos os tempos. 
 
 

Um comentário:

Israel TL disse...

Com o Summorum Pontificum, a Santa Sé pode voltar a fazer alterações no Missal Tridentino de 1962. Antes do Moto Proprio, seria incoerente atualizar um Missal que não deveria mais ser utilizado.

Já vieram rumores de mudanças no Missal de 1962. Valha-nos, Nossa Senhora!