O Cardeal Kurt Koch, Presidente do Conselho Pontifício para
a Promoção da Unidade dos Cristãos, numa palestra em um congresso sobre o Summorum
Pontificum ocorrido em 15 de maio de 2011, admitiu que “a reforma litúrgica
pós-conciliar é considerada, em largos círculos da Igreja Católica, como uma
ruptura com a tradição e como uma nova criação” e que, no Novus Ordo Missae, “aquela sacralidade que atrai tanta gente ao
antigo uso deve se manifestar mais vigorosamente.” (Zenit, 17 de março de
2011.)
Esta declaração é muito modesta, mas pelo menos é um reconhecimento
de que, na mente dos fiéis, há um problema real com o Novus Ordo. Isso é o que temos dito desde sempre! O problema da
nova liturgia é uma ruptura doutrinal.
O Cardeal Koch explicou que é o desejo do Papa (então Bento
XVI) de que a Missa tradicional seja uma “ponte ecumênica”, pois, por meio
dela, o Papa
deseja contribuir para a solução dessa
disputa e para a reconciliação dentro da Igreja: o Motu Proprio promove, por assim dizer, um ecumenismo
intra-católico... se o ecumenismo intra-católico falha, a controvérsia católica
acerca da liturgia se estenderá ao ecumenismo, e a antiga liturgia não será
capaz de cumprir sua função ecumênica de ponte. (op. cit.)
O propósito da instrução sobre o Summorum Pontificum seria consequentemente forçar todos os
católicos a aceitarem a liturgia um do outro, de modo a acabar com todas as
disputas. Por mais surpreendente que isto seja, este é o mesmo espírito
ecumênico que emana do Vaticano II, que produziu a reforma da liturgia e que
pretende conceder o uso de um rito que nunca foi ab-rogado.
O Cardeal Koch foi ainda mais explícito em sua análise do
objetivo último dessa iniciativa, ou seja, que as Missas tradicional e nova
desenvolver-se-iam finalmente num rito comum, isto é, que ambas desapareceriam:
Bento XVI sabe muito bem que a longo
prazo não podemos permanecer com a coexistência das formas ordinárias e
extraordinárias no Rito Romano, mas que a Igreja precisará novamente de um rito
comum no futuro... Contudo, dado que uma nova forma litúrgica não pode ser
decidida num gabinete, pois ela requer um processo de crescimento e
purificação, por enquanto o Papa enfatiza que, acima de tudo, as duas formas do
uso do Rito Romano podem e devem enriquecer-se mutuamente. (Ibid.)
Segundo o Cardeal Koch, a permissão de Roma para a Missa que
não precisa de permissão seria para que ela finalmente desaparecesse!
Nem a diplomacia nem o ecumenismo pode resolver o problema
doutrinal. Afirmar que há continuidade doutrinal entre a Missa Tridentina e o Novus Ordo Missae não tornará essa continuidade
uma realidade. O estudo de ambos os ritos, assim como dos frutos que eles têm
produzido, prova que eles têm princípios e efeitos contraditórios. A
reconciliação precisa ser fundamentada em discussões doutrinais para o triunfo
da verdade. Não se trata tanto de uma reconciliação entre católicos que está
hoje em discussão, mas uma reconciliação entre pastores com suas respectivas
missões de defender e ensinar a Fé. Trata-se na verdade de reconciliar os
católicos com a Fé católica. De fato, a divergência não é tanto entre a FSSPX e
a Santa Sé, mas entre a Missa Tradicional e o Novus Ordo Missae; entre o espírito conciliar e a Fé de todos os
tempos.
Fonte: Distrito
dos EUA da FSSPX
Um comentário:
Com o Summorum Pontificum, a Santa Sé pode voltar a fazer alterações no Missal Tridentino de 1962. Antes do Moto Proprio, seria incoerente atualizar um Missal que não deveria mais ser utilizado.
Já vieram rumores de mudanças no Missal de 1962. Valha-nos, Nossa Senhora!
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