30/05/2013

O Papa errou: tornando menos “incompreensível” a opinião do blog.

Recebo, por meio de leitores, a informação de que o prestigioso blog Deus lo vult! decidiu perder seu precioso tempo com um artigo deste modesto blog. O texto do blog objetiva responder a dois outros textos, um dos quais do Blog do Angueth. Responderei, por razões óbvias, só a esta parte do comentário. 
 
O blogueiro afirma, logo de início que: “uma coisa é a redenção objetiva e, outra, a redenção subjetiva”. Bem, esta escolha de palavras não me agrada por suas reverberações kantianas. Eu prefiro dizer, se for para dizer algo sobre este mistério insondável, que há uma redenção em potencial e outra em ato. Prefiro o estagirita ao filósofo de Königsberg. 
 
A redenção em potencial está esperando que a coloquemos em ato. Como nos ensina Aristóteles, tudo que existe em potencial só se transforma em ato por meio de alguma coisa em ato; precisamos que nossos atos coloquem, por assim dizer, a Redenção, que nos foi oferecida pela Paixão de Nosso Senhor, também em ato. Como fazer isso, Jesus nos ensinou de várias maneiras: por exemplo, no Evangelho da Festa do Corpo de Deus: “Minha Carne é verdadeiramente comida e meu Sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, permanece em mim e eu nele.” Ou seja, comer Sua Carne e beber Seu Sangue é a forma de colocar a Redenção em ato. Ou seja, só por meio de Sua Igreja e de Seus Sacramentos, tomamos posse da Redenção. 
 
Mas voltemos ao “pro multis” e ao “pro omnibus”. Jesus, realista como era, pois Criador de toda a realidade, disse “pro multis” pensando na Redenção em ato, e não na Redenção em potencial. Suas palavras foram muito bem escolhidas e não podem ser mudadas. Para se dizer “pro omnibus” no lugar de “pro multis” é preciso gastar muitas palavras, explicando muito minuciosamente o que se quer dizer, como aliás, fez, e muito bem, Jorge Ferraz: sobre o que não há o que discordar! Evangelizar é acreditar no “pro omnibus”, mas apenas no sentido de aumentar o número dos “pro multis”. Acreditar no “pro omnibus” em si, como um objetivo alcançável é um equívoco. E é aí que entra o realismo das palavras de Cristo. 
 
Por que então eu afirmo que o Papa errou e causou confusão? Porque ele simplesmente disse que o Sangue Preciosíssimo de Nosso Senhor foi derramado por todos, sem acrescentar nada sobre todas estas nuances que ocupam a mim e ao Jorge nesta pequena discussão; e fazer isso é um erro, e fazer isso causa confusão. Causa confusão principalmente a quem não tem sofisticação intelectual e erudição para distinguir termos equívocos e os elucidar. Causa confusão aos intelectualmente modestos, àqueles simples de coração tão caros a Nosso Senhor.
 
Eu disse anteriormente que o Papa causou confusão. Poderia ter dito, e talvez o devesse, que o Papa causou, na linguagem dos Evangelhos, um scandalum: uma pedra de tropeço, uma ocasião de queda. Causar escândalos, no sentido evangélico, não parece ser coisa rara para os papas conciliares: os encontros de Assis, organizados por João Paulo II e Bento XVI, a devolução do Estandarte de Lepanto aos Turcos e a deposição da Tiara por Paulo VI, etc., são apenas alguns exemplos. Um pastor de almas, como o Papa, o maior de todos na terra, não pode se permitir tais coisas. Como católico, não posso me permitir o silêncio diante disto. 
 
Espero ter esclarecido melhor minha “incompreensível” opinião.

FESTA DO SSMO. CORPO DE DEUS

Lauda, Sion, Salvatorem,
Lauda ducem et pastorem
In hymnis et canticis.

A festividade do Corpo de Deus é a solene comemoração da instituição do Santíssimo Sacramento do Altar. Agradecemos e louvamos neste dia o amor de Jesus pelo dom inefável da Eucaristia. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite expansões de alegria.
 
A santa Missa composta pelo insigne teólogo e poeta, Santo Tomás de Aquino, é uma explicação das palavras da Sequência — Panis vivus et vitalis — Pão vivo e que dá vida. Dela fazem parte os trechos mais importantes da Sagrada Escritura sobre a Eucaristia (Epístola e Evangelho). No Introito agradecemos pelo alimento do céu, a Eucaristia. Ela é para nós "flor de trigo" e "mel do rochedo", isto é, o Cristo, a lembrança de sua Paixão e de seu Amor (Oração). Celebrando a santa Missa anunciamos a morte do Cristo. E sob este aspecto, a Eucaristia é um verdadeiro Sacrifício (Epístola) e alimento sobrenatural (Gradual, Evangelho), símbolo da união e paz entre os fiéis (Secreta), e penhor da união com Deus (Communio). "Omnes in Christo unum", "Todos somos um só (Corpo místico) em Jesus Cristo".

29/05/2013

Papa Francisco erra ao confundir “pro multis” com “pro omnibus”!


O Papa Francisco afirmou recentemente que “o Senhor remiu a todos com o seu sangue”. Bem isto está simplesmente errado! Nosso Senhor diz na instituição da Eucaristia que:

HIC EST ENIM CALIX SANGUINIS MEI, NOVI ET ETERNI TESTAMENTI: MYSTERIUM FIDEI: QUI PRO VOBIS ET PRO MULTIS EFFUNDETUR IN REMISSIONEM PECCATORUM.
POIS ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, DO NOVO E ETERNO TESTAMENTO — MISTÉRIO DE FÉ — QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR MUITOS EM REMISSÃO DOS PECADOS.

Nosso Senhor não teria nenhuma dificuldade em trocar as palavra e dizer PRO OMNIBUS, se Ele assim o quisesse. Mas Ele disse PRO MULTIS e nenhum modernista, mesmo um Papa, pode querer mudar as palavras de Nosso Senhor. 

Desta forma, pelo amor de Deus, Papa Francisco, não confunda mais as coisas para nós católicos! O Papa Emérito já tinha mandado corrigir todas as traduções erradas da expressão latina, e agora isto! Não precisávamos disto tão perto da festa de Corpus Christi!

Ao interessados, há um texto muito bom do prof. Orlando Fedeli sobre o assunto. 

Santa Maria Madalena de Pazzi, rogai por nós e livrai-nos do modernismo!

28/05/2013

Dos efeitos da Redenção

Pergunta: O que é graça atual?
Resposta: Graça atual é um dom sobrenatural que ilumina a nossa inteligência, move e fortalece a nossa vontade, a fim de que pratiquemos o bem e evitemos o mal. 

Padres apóstatas convertidos: os caminhos insondáveis de Deus 

Todo padre está autorizado a dar absolvição quando o penitente está em perigo de morte. Na época da Revolução Francesa, quando muitos padres apostataram da Fé, o seguinte incidente teve lugar. Diversos pastores protestantes jantavam e se divertiam muito. Um mensageiro entra e a eles se dirige, dizendo que numa casa próxima um homem estava morrendo e suplica o atendimento de um padre. Um dos pastores se levantou e disse que iria atender ao moribundo, a quem ele encontrou perfeitamente consciente. 

O pastor começou repetindo passagens das Sagradas Escrituras, mas o doente o interrompeu: “Eu sou um padre católico, um daqueles que apostatou da Fé. Agora, desejo ardentemente ser recebido de volta na Igreja Católica, e ser absolvido de meus pecados pelo Sacramento da Penitência. Imploro-vos que o senhor tenha a bondade de me encontrar um padre católico e enviá-lo a mim.” Ao ouvir isto o protestante ficou muito tocado, e com lágrimas nos olhos respondeu: “Ó caro amigo, eu também fui um dia um padre católico e infelizmente abandonei minha Fé. Mas como o senhor sabe, eu ainda possuo o poder de absolver os pecados na hora da morte. Assim, posso, como antes, lhe dar a absolvição se o senhor confessar seus pecados.” Em seguida, o moribundo confessou seus pecados e recebeu a absolvição. Com seu último suspiro ele deu graças a Providência Divina, pois que lhe pareceu que o Altíssimo enviara um anjo do céu para resgatá-lo da perdição eterna. 

O protestante retornou aos seus animados companheiros, mas os prazeres da mesa tinham perdido seus encantos; ele era, pela graça de Deus, um homem mudado. Ele abandonou a associação como seus amigos hereges, foi reconciliado com a Igreja, e levou uma vida exemplar até o fim de seus dias.

In Anecdotes and Examples Illustrating the Catechism, Rev. Francis Spirago, Roman Catholic Books, 1903.

26/05/2013

O TEMPO DEPOIS DE PENTECOSTES

A celebração do Mistério pascal termina com a oitava de Pentecostes. A Igreja é fundada e uma vida nova se comunica aos Cristãos. Cumpre que a semente germine, e que a vida se desenvolva e amadureça. Eis o objetivo dos domingos e festas depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. São 23 a 28 domingos, cuja primeira série, de l a 17, desenvolve o Mistério pascal. Cada domingo destes é uma pequena Páscoa. A segunda série, do 18 ao último visa o fim dos tempos, e prepara as nossas almas para a segunda vinda de Jesus Cristo. 
 
Nossas disposições durante este tempo sejam de jubilosa gratidão pela imerecida graça da Redenção. Jesus, o Médico divino, o Ressuscitador dos mortos, o nosso Salvador, continua na santa Missa o que fez no Mistério pascal. Seu exemplo, sua força na luta, nos comuniquem coragem na luta contra o mal. Vida de sacrifício e de renúncia é a vida do Cristão. Todavia, consola-nos e anima-nos aqui neste mundo, a esperança da consumação da Redenção, e o desejo do céu, da visão de Deus. "Vinde, Senhor Jesus", é a aspiração da alma cristã. 
 
Este tempo se distingue pela celebração de muitas festas de Santos, que são frutos dos Mistérios até agora celebrados, exemplo para também nós conseguirmos a glória eterna.
 
Nas Missas dos domingos depois de Pentecostes, diz-se o Glória e o Credo. Repetindo-se, porém, a Missa do domingo durante a semana, quando não se celebra alguma festa de Santo ou dia que tenha Missa própria, não se diz o Glória nem o Credo. 
 
Domingo de Pentecostes
 
A festa de hoje é uma justa homenagem a SSma. Trindade, uma ação de graças ao Padre e à Sabedoria de Deus e ao Divino Amor, o qual durante o Ano eclesiástico se manifestou de um modo tão admirável na obra da Redenção. Por este motivo se celebra esta solenidade no final da primeira parte do Ano eclesiástico. Não somente neste dia como também em todas as Missas. Devemo-nos lembrar de render graças à SSma. Trindade. Sejam nossos cânticos de louvor o prelúdio do cântico perene: Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos, que os Eleitos em união com os Serafins cantam cheios de profunda reverência a Majestade de Deus. 
 
À glória da SSma. Trindade é oferecido o Santo Sacrifício. Unamo-nos à imolação da Vítima imaculada. Notemos na Santa Missa o Gloria Patri, o Gloria in excelsis Deo, o final das Orações, o Credo, o Suscipe, Sancta Trinitas, o Prefácio e o Placeat tibi, Sancta Trinitas.
 
In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

23/05/2013

Um pequeno e belo comentário à Salve Regina.

J.-K. Huysmans
A Caminho, primeiro romance
da trilogia autobiográfica do autor

Esta magnífica exortação parece decompor-se no seu conjunto, representar os três estados diferentes da alma, significar a tríplice fase da humanidade, durante a sua juventude, a sua maturidade e o seu declinar; ela é, em uma palavra, o essencial resumo da oração, em todas as idades.
É, a princípio, o cântico de exultação, a saudação jubilosa do ser ainda pequeno, balbuciando carícias respeitosas, acariciando com palavras de doçura, com meiguices de criança que procura amimar a sua mãe; é a Salve Regina, Mater misericordiae, vita, dulcedo et spes nostra, salve.
Depois esta alma, tão cândida, tão simplesmente feliz, cresce e, conhecendo as derrotas voluntárias do pensamento, as perdas repetidas das faltas, ela junta as mãos e pede, soluçando, uma ajuda. Ela já não adora sorrindo, mas chorando; é o Ad te clamamos exsules filii Hevae; ad te suspiramos gementes et flentes in hac lacrymarum vale.
Enfim chega a velhice; a alma jaz, atormentada pela saudade dos avisos desdenhados, pelo pesar das graças perdidas; e, tornando-se mais lamentosa, mais fraca, ela espanta-se diante da sua libertação, diante da destruição da sua prisão carnal que sente próxima; então pensa na eterna inanição daqueles a quem o Juiz condena, e implora de joelhos a Advogada da terra, a Protetora do céu; é o Eia ergo Advocata mostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte et Jesum benedictum fructum ventris tui nobis post hoc exsilium ostende.
E a esta quintessência de oração que Pedro de Compostela ou Hermann Contract compôs, São Bernardo, num acesso de hiperdulia, ajunta as três invocações do fim: O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria. Elas selam a inimitável prosa, como com um tríplice sinete, por estes três gritos de amor que reconduzem o hino à adoração acariciadora do seu começo.

20/05/2013

Papa Francisco e os pobres: Judas não era ideólogo.


Ficamos sabendo que o Papa Francisco “condena a pobreza como ideologia”, em homilia. A Rádio Vaticano noticiou e, no Brasil, FratresInUnum e Montfort deram a notícia, entre outros sítios.

A repercussão se explica por causa das primeiras impressões, exploradas pela mídia, de que o novo papa fazia da pobreza uma bandeira propagandística. É evidentemente positivo que o Papa faça uma crítica ao abuso político e religioso que se faz da pobreza.

A pobreza é um dos conselhos evangélicos, que todo católico nunca deve esquecer. Contudo, transformá-lo em moto ideológico é não só incorreto, como um pecado.

Lendo a pequena parte da homilia papal, depois de reconhecer o lado positivo das afirmações, não podemos deixar de notar a modéstia (para dizer o mínimo) da exegética do papa. Ele diz: “Foi o que aconteceu com Judas, que era um idolatra, afeiçoado ao dinheiro. E essa idolatria o levou a isolar-se da comunidade: este é o drama. Quando um cristão começa a isolar-se, também isola a sua consciência do sentido comunitário, do sentido da Igreja, daquele amor que Jesus nos dá.”

Toda vez que um modernista fala em comunidade, uma lâmpada vermelha se acende em minha mente. Veja como a interpretação do Papa coincide com a dos comentadores da terrível Edição Pastoral da Bíblia, da CNBB: “Judas desculpa sua própria avareza, disfarçando-a com uma preocupação paternalista pelos pobres. A comunidade que vive o espírito de Jesus será eminentemente uma comunidade de pobres e sempre aberta fraternalmente para os pobres.”

Pois bem, segundo o Papa, a avareza de Judas o fez isolar-se da comunidade. Ora, Judas cuidava das pobres finanças dos apóstolos, da bolsa de dinheiro (loculus, na Vulgata). São João, em seu Evangelho, o caracteriza com ladrão simplesmente. Diz o apóstolo: Judas “disse isso, não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, estando a seus cuidados a bolsa, tirava do que nela se lançava.” (Jo, 12, 6). O Papa diz que o drama é o isolamento da comunidade, o isolamento da consciência do sentido comunitário. Que volta hermenêutica mais estranha! Um ladrão infiltrado no meio dos apóstolos, um futuro traidor do Filho de Deus, tem sua falta caracterizada como um afastamento do sentido comunitário! A comunidade aqui toma a importância maior: é o pecado contra a comunidade! E essa comunidade, como nos afirma a Edição Pastoral, era a de pobres! Ou seja, Jesus veio ao mundo para atender a comunidade de pobres e um ladrão e traidor comete pecado contra essa comunidade!

Ora, Judas não tem uma visão ideológica da pobreza, ele é ladrão e faz tudo para roubar de quem quer que seja. Ladrão não é ideólogo. Aliás, ladrão inteligente deveria ter um ódio danado dos ideólogos, pois estes lhe fazem uma grande concorrência. Ideólogos são os teólogos da libertação, são os comunistas disfarçados de clérigos que andam por aí. Judas era muito mais autêntico que estes últimos e muito mais fácil de interpretar!

Uma leitura da Catena Aurea não faria mal ao Papa Francisco. Lá, Santo Agostinho diz: “na pessoa de Judas estão representados os males da Igreja, porque se és bom, terás a presença de Cristo pela Fé e pelo Sacramento, e terás sempre. Porque quando saíres deste mundo, irás Àquele que disse ao ladrão (Lc 23, 43): ‘Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso’. Mas, se ao contrário, vives mal, parecer-te-á ter presente Cristo, porque estás batizado com o batismo de Cristo; aproximas-te do altar de Cristo, mas vivendo mal, não O terás sempre.”


O problema de Judas não é ter sido ladrão, não é ter traído a “comunidade”, não é nem sequer ter traído Cristo; seu problema é não ter se arrependido, ter se desesperado. Pedro negou Cristo três vezes, mas se arrependeu. O bom ladrão foi absolvido por Cristo na cruz, porque arrependeu-se. Judas traiu Cristo e não teve a humildade de se jogar a Seus pés e pedir perdão, pela traição e pelos roubos; e se perdeu. Seu problema é de Fé e de Esperança e não de ideologia.

16/05/2013

Mês de maio, mês de Nossa Senhora.

Não há devoção mais recomendada pela Igreja que a devoção à Nossa Senhora. Esta não é uma devoção qualquer; não é equivalente à devoção aos santos. O culto aos mártires, anjos e santos é chamado culto de dulia. O culto a Nossa Senhora, que por sua posição absolutamente superemi-nente entre todos os santos e anjos, é chamado de hiperdulia. A devoção à Nossa Senhora não é opcional, como a devoção aos santos. 

Talvez não haja forma mais completa, e mais agradável à Nossa Mãe, para exercemos essa devoção quanto à recitação do Rosário, que é composto três terços devotados aos três conjuntos de cinco mistérios: gozosos, dolorosos e gloriosos. Essa devoção é antiquíssima e não passou ilesa pelo Concílio Vaticano II, que quis alterar o Rosário, na pessoa do Papa João Paulo II, que adicionou mais um conjunto de cinco mistérios aos já existentes. O melhor texto sobre a razão pela qual não devemos rezar estes mistérios conciliares é do Guilherme Chenta: Por que "não" aos "Mistérios Luminosos"? 

Não são poucas as dificuldades que esperam aqueles que rezam o Rosário. Não falo das dificuldades práticas para incluirmos o Rosário dentro de nossos afazeres diários; estas não são pequenas. Falo da dificuldade da meditação de cada mistério; não só das muitas distrações que nos assaltam, mas da meditação em si. Pois bem, para enfrentar tais empecilhos, não conheço melhor método que o Rosário meditado de São Luís Maria Grignion de Montfort. Talvez tenha sido exatamente por isso que a recém-criada Editora São Francisco Xavier resolveu publicar a meditação de São Luís em formato Kindle, como seu primeiro lançamento. Este pequeno livro é um verdadeiro tratado sobre o Rosário; um guia completo de como reza-lo. Cada conta de cada mistério possui sua própria meditação e o devoto vai sendo conduzido por São Luís, de conta em conta, da Encarnação do Verbo, à Coroação de Nossa Senhora no Céu. 

Este livro é uma ótima aquisição para este mês de maio e, para quem já o tem, um ótimo presente para amigos e parentes. 

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!

13/05/2013

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

Sugiro a todos a leitura do documento Uma Visão do Mundo Baseada em Fátima, que se encontra no sítio homônimo. É um antídoto ao mundo moderno com suas falsidades e tentações. Sugiro ainda, para quem ainda não fez, a devoção dos cinco primeiros sábados, cuja explicação se encontra no documento acima.
 
Não devemos perder tempo, pois não sabemos quando será a Segunda Vinda de Nosso Senhor, como Ele mesmo nos adverte na Lectio da Missa de ontem (da Ascenção): Non est vestrum nosse tempora vel momenta, quae Pater posuit in sua potestate.

12/05/2013

FESTA DA ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Qui crediderit et baptizatus fuerit, salvus erit:
qui vero non crediderit, condemnabitur.

 A festa da Ascensão, diz S. Bernardo, "é a consumação, a coroa das outras solenidades e o termo glorioso da jornada terrestre do Filho de Deus".
 
Durante quarenta dias, permanecera Jesus no mundo, para fortalecer os seus discípulos na fé e os preparar para a vinda do Espírito Santo. Mas soou enfim a hora de se despedir daqueles que tanto amava. Ainda que de despedida, essa hora era contudo de grande alegria para o Mestre e os seus discípulos, assim como para a humanidade inteira. Alegria porque Jesus triunfou. Terminaram as humilhações, os sofrimentos. A coroa de espinhos e opróbrios se converte em coroa de honra, a Cruz ignominiosa, em trono de glória. Alegremo-nos porque o Salvador subiu ao céu para ali preparar-nos um lugar. Porque junto do trono de seu Pai, Jesus continua a interceder por nós e a cumprir a sua missão de Mediador entre Deus e os homens. Alegremo-nos ainda, porque a sua subida é o penhor da descida do Espírito Santo. "Se eu não for, o Espírito Santo não virá a vós".
 
Alegremo-nos, finalmente, porque este mesmo Jesus que hoje se esconde aos nossos olhares, descerá um dia, em toda a sua Majestade e todo o seu poder, para julgar os vivos e os mortos, e então os nossos olhos contemplarão extasiados a sua santa Humanidade, sem o receio, para sempre afastado, de uma nova separação.

07/05/2013

Sentenças de São Bernardo - VIII

1. Todos os justos são como árvores plantadas no tempo certo no meio da Igreja. Devem dar frutos permanentes de vida. Deve-se encontrar um lugar apropriado, com água que o fecunde e dê a seu tempo[Sl 1, 3] o fruto da vida. Há três correntes de água:[Sl. 1, 3] os incentivos das Escrituras, que com ameaças e promessas suscitam uma vontade digna no homem. Os carismas proporcionam a fecundidade de obras ao homem espiritual, superando sua animalidade, dotando-o de boas disposições, ensinando-o toda a verdade, [Jo 16, 13] proporcionando-lhe toda a fecundidade das obras. Por último, o orvalho das lágrimas, que brindam profusamente a perseverança, infiltrando-se com sua umidade nas artérias da intenção e dos propósitos, pra que não pereça a árvore da fidelidade. O que está plantado junto a essas correntes de água dará seu fruto todos os meses, e suas folhas curarão as gentes.[Apc 22, 2] 

2. Nem todos os ébrios se embriagam do mesmo modo. Há um vinho da maldade produzido pela uva da amargura.[Deut 32, 32] Sua origem remonta ao diabo, que deu de beber ao gênero humano a amargura do pecado e da morte. Com este vinho se embriagam os perversos, que se tornaram semelhante àquele. Há outro vinho da contrariedade, feito das videiras silvestres da condição humana, e se ofereceu a Nosso Senhor como vinagre[Jo 19, 29] da iniquidade, em lugar do vinho. Todo aquele que se embriaga com ele, não injustamente, mas por razão de seu pecado, comprovará que Deus padeceu por isto. Há um vinho da graça, que brota do ramo de mirra,[Cant 1, 13] isto é, da liberalidade do Criador. Este é o mosto que adormece os filhos do esposo e que se guarda em odres novos.[Mt 9,17]
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04/05/2013

São Francisco de Assis: o maior pecador do mundo!

Frei Rufino, um dos primeiros companheiros de São Francisco de Assis, teve uma visão da glória do santo no Céu, por sua humildade, que muito lhe impressionava. Ele fez então a seguinte pergunta ao santo: "Meu caro pai, eu vos suplico dizer-me na verdade que opinião tendes de vós mesmo". E o santo lhe disse: "Na verdade eu me considero o maior pecador do mundo e aquele que menos serve a Nosso Senhor." "Mas," replico Rufino, "como podeis dizer isso de verdade e em consciência, uma vez que muitos outros, como se pode ver claramente, cometem muitos pecados graves, dos quais, graças a Deus, estais isento?"

Ao que São Francisco respondeu: "Se Deus tivesse favorecido esses outros, dos quais fala, com tanta misericórdia como me favoreceu, estou certo de que, por maus que sejam agora, eles teriam sido muito mais reconhecidos pelos dons de Deus do que eu, e o serviriam muito melhor do que eu. E se meu Deus me abandonasse, eu cometeria mais maldades do que nenhum outro..."

02/05/2013

Opinião do blog sobre Pe. Beto gera comentário de leitor: blog responde.

Um leitor, Wal Barbosa, escreve um comentário ao post Reação à excomunhão do tal Pe. Beto revela essência do catolicismo pós-conciliar. Ele diz: 

Espero que o seu Blog não seja tão inquisidor como foi a diocese de Bauru. Concordo com algumas partes do pensamento do Padre Beto e discordo com outras.. Agora realmente a igreja precisa então excomungar todos os padres pedófilos, padres que tem amantes, mulheres que fizeram laquiaduras, homens que fizeram vasectomia e que são ministros extraordinários da Eucaristia. Ou a verdade é para todos ou existe dois pesos e duas medidas. 

Caro Wal, você começa dizendo esperar que o blog não seja tão inquisidor quanto a diocese de Bauru e termina propondo a excomunhão de meio mundo! Que bela contradição!

O blog é muito simpático à Santa Inquisição, aquela da famigerada Idade Média. Naquela época, o católico não podia ficar escolhendo ideias e opiniões com as quais concordar ou discordar, como faz você hoje em relação ao pensamento do Pe. Beto. A Doutrina Católica não é opcional: ou você concorda com tudo ou não é católico. E é isso que excomunhões mais frequentes poderiam ensinar aos católicos.

A Igreja precisa excomungar muito mais padres: padres pedófilos, com amantes, etc., como você diz. Mas não só esses: deve excomungar também aqueles que não acreditam na Presença Real, na existência do Purgatório e/ou do Inferno, na Virgindade Perpétua de Maria, em sua Assunção aos Céus, etc. Aliás  quanto a isso, muitos bispos e até cardeais devem ser examinados. Mas o processo de excomunhão deve seguir seus trâmites normais, com as advertências e as possibilidades de defesa garantidas. Se depois de tudo isso a coisa não se resolver, aí o bispo usa de sua autoridade para defender a Igreja.

Mas a Igreja não deve excomungar mulheres que fizeram laqueadura ou homens que fizeram vasectomia. Tais pecados não são passíveis de excomunhão. A propósito, assassinato não é passível de excomunhão; o pecador tem possibilidade de perdão por meio do Sacramento da Confissão, mesmo tendo cometido os piores pecados. Os católicos hoje em dia estão tão distantes da verdadeira doutrina que pensam muitas coisas sobre a Igreja que são inverdades ou até ilogicidades. Já fiz palestras para católicos que se espantaram quando eu disse que a Igreja não condena a pena de morte; o Catecismo da Igreja inclusive a apoia. Este é o estado em que nos colocaram depois do Concílio Vaticano II.

Acho que você deve escrever para a diocese de Bauru e elencar para o Bispo os padres pedófilos e com amantes para que ele também inicie contra eles um processo de excomunhão. Aliás os católicos devem exigir isso!

Obrigado pelo seu comentário.

01/05/2013

Reação à excomunhão do tal Pe. Beto revela essência do catolicismo pós-conciliar.

 
A aposentada Maria Cristina Cervantes de Queiroz, 53, que afirma ter sido "resgatada" pelo ex-padre, agora diz que é uma ex-católica e que não irá mais às missas. "Não posso mais fazer parte. Não gosto de hipocrisia, mentira. O sentimento que sobrou foi de vergonha."
 
A pipoqueira Maria Inês Faneco, 52, que é homossexual, diz que sempre se sentiu acolhida e "tratada com igualdade" pelo religioso. "Para mim Igreja Católica acabou. Eu só ia por causa dele. O padre Beto não fazia aquelas missas cansativas."
 
O que vemos acima é exatamente a importância da excomunhão do arruaceiro travestido de padre. É importante que pessoas que antes se achavam católicas se descubram simplesmente simpáticas ao arruaceiro. Pessoas que não veem na Igreja o Cristo crucificado, mas tão somente o revolucionário Pe. Beto. É muito bom que com ele saia da Igreja todos os que não sejam católicos, como ele.
 
Mas a mídia, claro só focaliza neste tipo de pessoa. Tenho a certeza de que muitos fiéis reformarão suas vidas; perceberão quem era o Pe. Beto; se certificarão que a Igreja não é e nunca foi de arruaceiros como ele, mas é de Cristo, Nosso Senhor. Estas pessoas a mídia não entrevista, porque seria muito contraproducente encontrar alguém que diria: "Sempre fui simpático a Pe. Beto, mas agora que veio a excomunhão, vejo que estava errado, vejo que a Igreja é muito maior que qualquer padre, vejo que devo obediência a Algo muito maior. Rezo para que o padre reflita sobre suas ações e volte para a Igreja no futuro."
 

Rezemos pelo Bispo que nos lembrou que a sucessão apostólica ainda funciona, ainda está em plena atividade, ainda defende a Igreja de Cristo.
 
São Felipe e São Tiago, rogai por nós!

Primeiro de Maio: dia de São Filipe e São Tiago

Se você acha que hoje é dia de São José Operário, ou pior, dia do trabalhador, leia isto.