10/02/2014

Blog se solidariza com D. Walmor no caso de van Balen.

Caríssimo D. Walmor, 
 
Venho por meio deste modesto post me solidarizar com vossa omissão no caso do herege da Igreja de N. Sra. do Carmo, em Belo Horizonte. Seus críticos ainda não entenderam nada da situação. Ficam cobrando que o senhor afaste o indigitado padre por negar Dogmas da Santa Igreja, fazer afirmações heréticas, e coisas assim. É certo que van Balen não acredita na Presença Real e no Deus Uno e Trino. Mas, o senhor certamente sabe que também D. Mueller, prefeito do antigo Santo Ofício, nega, por escrito, importantes Dogmas da Igreja e nada com ele acontece. E alguns fiéis reclamam que o senhor nada faz. São uns tontos! 
 
Como punir van Balen, se o Cardeal Braz de Aviz, com alto cargo no Vaticano, afirma que entre o falso e verdadeiro, devemos ser flexíveis? E não é exatamente isso que o senhor está sendo, flexível! O que querem os que o criticam? 
 
Além do mais, seus críticos se esquecem do que está contido nos documentos do Concílio Vaticano II. Ouso dizer que o senhor deve ter se baseado na Dignitates Humanae em sua decisão de nada fazer: “Este Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Esta liberdade consiste no seguinte: todos os homens devem estar livres de coação, quer por parte dos indivíduos, quer dos grupos sociais ou qualquer autoridade humana; e de tal modo que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência, nem impedido de proceder segundo a mesma, em privado e em público, só ou associado com outros, dentro dos devidos limites. Declara, além disso, que o direito à liberdade religiosa se funda realmente na própria dignidade da pessoa humana, como a palavra revelada de Deus e a própria razão a dão a conhecer. Este direito da pessoa humana à liberdade religiosa na ordem jurídica da sociedade deve ser de tal modo reconhecido que se torne um direito civil.” 
 
Ora, D. Walmor, van Balen, portanto, merece todo o nosso respeito, por estar no pleno direito de praticar a religião que sua consciência aceita e não deve ser coagido, de modo algum. O pessoal ainda não entendeu o espírito do concílio! Ora todos que aceitam integral e completamente o CVII, um concílio que nada condenou, nem o comunismo, que à época, já tinha matado uns 100 milhões de indivíduos, cujos documentos afirmam a liberdade de consciência e outras coisas mais, não pode agora, de súbito, vir criticar o senhor, D. Walmor. O que o senhor está fazendo está não só plenamente em consonância com passagens dos textos conciliares, mas sobretudo é integralmente coerente com o espírito do concílio. 
 
Portanto, D. Walmor, receba minha total solidariedade e creia que o senhor está sendo completamente coerente com a Igreja do Concílio Vaticano II, mesmo que esta Igreja esteja cada vez mais longe da Igreja de Cristo, mas isso é um detalhe insignificante frente às pressões do mundo moderno. Afinal, Cristo viveu no longínquo Império Romano, e não na modernidade. Temos que atualizar a doutrina d’Ele, não é mesmo? E não dá para negar que van Balen faz exatamente isso.  
 
Portanto, parabéns por sua postura tão coerente e moderna! Criei até um lema para seu arcebispado: omissão é também ação. Como negá-lo?

3 comentários:

Anônimo disse...

Brilhante!
Peço licença, vou divulgá-lo em meu blog para que outros possam ler. Com os créditos e a referência, é claro!

http://regisaeculorumimmortali.wordpress.com/

Antônio Emílio Angueth de Araújo disse...

Pode publicar. Obrigado pela visita.

Ad Iesum per Mariam.

Anônimo disse...

Prezado professor Angueth,

Seu eu levar a sério o seu Blog, jamais poderia ser um católico. Ele "prova" o tempo todo que a Igreja Católico não tem liderança, e que as ovelhas que pastoreia, se quiserem salvar-se, precisa, cada uma delas, ser melhor do que o Papa em quase todos os aspectos, inclusive o intelectual.

Creio que o senhor peca por excesso de zelo.

PS.: É só uma opinião. Posso estar errado!