Caríssimo D. Walmor,
Venho por meio deste modesto post me solidarizar com vossa
omissão no caso do herege da Igreja de N. Sra. do Carmo, em Belo Horizonte.
Seus críticos ainda não entenderam nada da situação. Ficam cobrando que o
senhor afaste o indigitado padre por negar Dogmas da Santa Igreja, fazer
afirmações heréticas, e coisas assim. É certo que van Balen não acredita na
Presença Real e no Deus Uno e Trino. Mas, o senhor certamente sabe que também D.
Mueller, prefeito do antigo Santo Ofício, nega,
por escrito, importantes Dogmas da Igreja e nada com ele acontece. E alguns
fiéis reclamam que o senhor nada faz. São uns tontos!
Como punir van Balen,
se o Cardeal Braz de Aviz, com alto cargo no Vaticano, afirma
que entre o falso e verdadeiro, devemos ser flexíveis? E não é exatamente
isso que o senhor está sendo, flexível! O que querem os que o criticam?
Além do mais, seus críticos se esquecem do que está contido
nos documentos do Concílio Vaticano II. Ouso dizer que o senhor deve ter se
baseado na Dignitates Humanae em sua
decisão de nada fazer: “Este Concílio
Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Esta
liberdade consiste no seguinte: todos os
homens devem estar livres de coação, quer por parte dos indivíduos, quer dos grupos sociais ou qualquer
autoridade humana; e de tal modo que,
em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência,
nem impedido de proceder segundo a mesma, em privado e em público, só ou
associado com outros, dentro dos devidos limites. Declara, além disso, que o direito à liberdade religiosa se funda
realmente na própria dignidade da pessoa humana, como a palavra revelada de
Deus e a própria razão a dão a conhecer. Este direito da pessoa humana à
liberdade religiosa na ordem jurídica da sociedade deve ser de tal modo
reconhecido que se torne um direito civil.”
Ora, D. Walmor, van Balen, portanto, merece todo o nosso
respeito, por estar no pleno direito de praticar a religião que sua consciência
aceita e não deve ser coagido, de modo algum. O pessoal ainda não entendeu o
espírito do concílio! Ora todos que aceitam integral e completamente o CVII, um
concílio que nada condenou, nem o comunismo, que à época, já tinha matado uns
100 milhões de indivíduos, cujos documentos afirmam a liberdade de consciência e outras coisas mais,
não pode agora, de súbito, vir criticar o senhor, D. Walmor. O que o senhor
está fazendo está não só plenamente em consonância com passagens dos textos
conciliares, mas sobretudo é integralmente coerente com o espírito do concílio.
Portanto, D. Walmor, receba minha total solidariedade e
creia que o senhor está sendo completamente coerente com a Igreja do Concílio
Vaticano II, mesmo que esta Igreja esteja cada vez mais longe da Igreja de
Cristo, mas isso é um detalhe insignificante frente às pressões do mundo
moderno. Afinal, Cristo viveu no longínquo Império Romano, e não na
modernidade. Temos que atualizar a doutrina d’Ele, não é mesmo? E não dá para
negar que van Balen faz exatamente isso.
Portanto, parabéns por sua postura tão coerente e moderna! Criei até um lema para seu arcebispado: omissão é também ação. Como negá-lo?
3 comentários:
Brilhante!
Peço licença, vou divulgá-lo em meu blog para que outros possam ler. Com os créditos e a referência, é claro!
http://regisaeculorumimmortali.wordpress.com/
Pode publicar. Obrigado pela visita.
Ad Iesum per Mariam.
Prezado professor Angueth,
Seu eu levar a sério o seu Blog, jamais poderia ser um católico. Ele "prova" o tempo todo que a Igreja Católico não tem liderança, e que as ovelhas que pastoreia, se quiserem salvar-se, precisa, cada uma delas, ser melhor do que o Papa em quase todos os aspectos, inclusive o intelectual.
Creio que o senhor peca por excesso de zelo.
PS.: É só uma opinião. Posso estar errado!
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