18/12/2012

Blog entrevista Chesterton: Natal com Chesterton – Parte III


Graças à Sra. Chesterton, tivemos acesso a algumas observações do gênio inglês sobre o Natal, escritas aqui e ali e coletadas por sua secretária, Dorothy Collins. O Sr. Chesterton está muito ocupado para dar qualquer declaração no momento. A Sra. Chesterton nos enviou os pequenos textos, quatro no total, a tempo de os publicarmos durante o Advento de 2012. Agradecemos a gentileza e a confiança. Dois dos textos já foram publicados (veja abaixo). Até o Natal, publicaremos o último deles.


A caridade do Natal pode, em certo sentido, cobrir todos os homens, mas não pode, de nenhum modo, cobrir todos os princípios, senão ela cobriria o princípio da falta de caridade. É autoevidente à primeira vista que o Natal é tanto conservador quanto liberal, desde que evitemos letras maiúsculas em ambas as palavras. O Natal não seria nada se não conservasse as tradições de nossos pais; não seria nada se não desse com liberalidade aos nossos irmãos. Conservar o Natal envolve a admissão de que o mundo já possui tradições valorosas e honoráveis de um tipo local e doméstico. Ajudar os pobres no Natal envolve em si mesmo a admissão de que o mundo não possui uma distribuição econômica satisfatória, que nem tudo no mundo está bem, ou próximo do bem. Em outras palavras, o Natal, sendo uma instituição cristã, já contem em si as duas ações alternativas em relação à sociedade: a preservação do que foi bom no passado e a remoção do que é ruim no presente. Em épocas mais simples, essas coisas poderiam ter tomado formas mais simples: a primeira na forma de brinde e a segunda na forma de generosidade. Mas em qualquer forma, ou em qualquer grau, elas envolvem logicamente duas verdades que se equilibram, verdades que se complementam, embora não raro pareçam contraditórias: que, em certo sentido, as coisas devem ser como são, enquanto que em outro sentido elas não são como deveriam ser.

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