Graças à Sra.
Chesterton, tivemos acesso a algumas observações do gênio inglês sobre o Natal,
escritas aqui e ali e coletadas por sua secretária, Dorothy Collins. O Sr.
Chesterton está muito ocupado para dar qualquer declaração no momento. A Sra.
Chesterton nos enviou os pequenos textos, quatro no total, a tempo de os
publicarmos durante o Advento de 2012. Agradecemos a gentileza e a confiança. Um dos textos já foi publicado (veja abaixo). Até o Natal, publicaremos os outros dois textos.
Toda cerimônia depende de um símbolo; e todos os símbolos
têm sido vulgarizados e apodrecidos pelas condições comerciais de nosso tempo.
Isso é especialmente verdade desde que sentimos a infecção comercial americana,
e o progresso tornou Londres uma cidade não superior a si mesma, mas inferior a
Nova York. De todos os símbolos falsificados e esmaecidos, o mais melancólico
exemplo é o antigo símbolo da chama. Em todas as épocas e países civilizados,
foi sempre natural falar de um grande festival em que “a cidade era iluminada.”
Não há sentido atualmente em se falar que a cidade foi iluminada. Não há
propósito em iluminá-la por qualquer entusiasmo normal ou nobre, tal como o
sair-se vencedor numa batalha. Toda a cidade está já iluminada, mas não por
coisas nobres. Está iluminada somente com o propósito de se insistir na imensa
importância de coisas triviais e materiais, adornadas por motivos inteiramente
mercenários. O significado de tais cores e tais luzes foi, portanto,
inteiramente aniquilado. Não adianta lançar um foguete dourado ou púrpuro para
a glória do Rei ou do País, ou acender uma imensa fogueira vermelha no dia de
São George, quando todos estão acostumados a ver o mesmo alfabeto ardente
proclamando uma pasta de dentes ou uma goma de mascar. A nova iluminação não
fez a pasta de dentes ou a goma de mascar tão importantes quanto São George ou
o Rei George; porque nada poderia. Mas ela fez as pessoas se cansarem do modo
de proclamar grandes coisas, por seu eterno uso para proclamar pequenas coisas.
A nova iluminação não destruiu a diferença entre a luz e a escuridão, mas
permitiu a luz menor ofuscar a maior.
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