01/06/2011

Leitora discorda, blog explica

Acerca de meu post O Papa podia, pela graça de Deus, ter ficado calado. Agora é tarde!, uma leitora me envia um comentário que me parece merecer outro post. Ela me escreve dizendo, entre outras coisas (o comentário dela está publicado na íntegra no referido post): Seu post me pareceu mto presunçoso

A presunção, suspeito, deve se referir a um pobre católico ousar discordar do Papa. Bem, nisso eu estou bem acompanhado, pois foram muitos os católicos (muito mais importantes que eu) que discordaram do Sumo Pontífice. Aliás, não há proibição alguma em se fazer isso, quando um Papa emite uma opinião puramente pessoal; e neste caso, cara leitora, uma opinião que fere, muito lamentavelmente, a Doutrina de Sempre da Igreja. 

A leitora ainda diz: O papa não fez mais do que externar o que qualquer católico de bom senso é capaz de concluir analisando a lei de Deus. Sinto muitíssimo em discordar. Pois a lei de Deus diz justo o contrário. 

O Papa diz: “Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo POR UM PROSTITUTO, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer”. 

O que faz meu amigo Sidney Silveira concluir, num excelente post A camisinha do ‘prostituto’ e o Papa, o que TODO CATÓLICO DE BOM SENSO há de concluir: Ninguém dá o primeiro passo para moralizar-se pecando, mas sim arrependendo-se do pecado. Isso deveria ser o feijão-com-arroz do mais fundamental catolicismo, e mesmo do mais fundamental bom senso. 

A leitora faz ainda uma defesa do “mal menor”; o Papa estaria defendendo um mal menor. Ora, só pensa isso quem se esquece ou não conhece os NOVÍSSIMOS, quem pensa que esse papo de INFERNO é baboseira dos medievais. Para quem está rumando para o abismo, tanto faz correr (sem camisinha), como andar (com camisinha). O abismo chegará e a alma se perderá. 

A leitora aduz: Comentários como o desse post, no limite da argumentação, levam a conclusões absurdas... Como "seria melhor, então que a prostituta transmitisse hiv". Não, cara leitora, seria melhor que a (o) prostituta (o) não o fosse. Não, cara leitora, seria melhor que o Papa tivesse dito que prostituição é pecado mortal que levará quem a pratica, com ou sem camisinha, para o INFERNO. E perante a consideração acerca do INFERNO qualquer discussão sobre o uso da camisinha é, permita-me dizer, lamentável. 

A leitora termina com a lembrança do infinito: Prostitutas aidéticas existirão por mto tempo e tantas outras situações em que usar camisinha será infinitamente melhor do que não usar. Com ou sem manifestações do papa. Infinitamente melhor para quem, cara pálida? O INFERNO existe e se alguém morrer em pecado mortal é para lá que vai, com AIDS ou sem AIDS. Como escolher um mal menor numa situação como esta

Por isso eu desejei que o Papa não tivesse dito nada.

3 comentários:

Ana Souza disse...

É, esses católicos sem o mínimo de catecismo é dose!

Leandro Vieira disse...

Esse povo dá trabalho!

Gustavo disse...

Prezado Prof.Angueth,
Salve Maria!!!

Isto talvez seja o "residuo" do agiornamento doutrinal que desembocou no moral. Onde tudo é permitido, mesmo que "dosado", só o bem é proibido.
Rezemos pelo Santo Padre, pois o trabalho dele parece maior do que os doze de Hércules na mitologia.

In Corde Iesu et mariae semper.
Gustavo.