Aproxima-se o chamado “Encontro de Assis”, no qual o Santo Padre Bento XVI se reunirá com vários líderes religiosos do mundo para juntos rezarem pela paz.
O primeiro encontro de Assis aconteceu em 27 de outubro de 1988, convocado pelo Papa João Paulo II. Lembro-me bem deste dia. Em minha diocese de origem, por determinação do bispo (mas acredito que a mesma coisa ocorreu em todo Brasil), todos os sinos, ao meio-dia, repicaram pelo entusiasmo e alegria desta iniciativa. Entusiasmo que foi-se diluindo ao se perceber, na verdade, o que acontecia em Assis: a consagração ecumênica e inter-religiosa elevada a um grau sem precedentes. Este novo encontro quer comemorar os 25 anos daquele I Encontro.
Se muitos aplaudiram o gesto de João Paulo II, vendo nisso um ato de “fraternidade” universal, muitos outros, inclusive cardeais, se opuseram desde o início ao evento. Sabe-se que o próprio cardeal Ratzinger, prefeito do Santo Ofício, foi um dos que desaprovou, mas que depois, teve a dura tarefa de “teologizar” o que parecia estranho e ao mesmo tempo inédito: um Papa está rezando junto com cristãos, não cristãos, esotéricos e bruxos..., acontecimento sem precedentes na história.
O Santo Padre Pio XI, em 1928, já percebia o perigo desse humanismo crescente, que de fato não era de todo desconhecido. O Papa Pio X já o observara e já o condenara dando-lhe nome: Modernismo. Coube então a Pio XI, seguindo seu predecessor, condenar esses erros e essas tentativas, mais tarde defendidos por um grupo cada vez mais crescente, e escreveu a famosa Carta Encíclica “Mortalium Animos”, que vai verter justamente sobre o desejo do homem moderno por uma paz, uma fraternidade e um diálogo universal, que desemboca em reuniões ecumênicas entre pagãos e crentes. Ouçamo-lo:
“Ânsia Universal de Paz e Fraternidade
Talvez jamais em uma outra época os espíritos dos mortais foram tomados por um tão grande desejo daquela fraterna amizade, pela qual em razão da unidade e identidade de natureza – somos estreitados e unidos entre nós, amizade esta que deve ser robustecida e orientada para o bem comum da sociedade humana, quanto vemos ter acontecido nestes nossos tempos. (...)
A Fraternidade na Religião. Congressos Ecumênicos
Entretanto, alguns lutam por realizar coisa não dessemelhante quanto à ordenação da Lei Nova trazida por Cristo, Nosso Senhor.
Pois, tendo como certo que rarissimamente se encontram homens privados de todo sentimento religioso, por isto, parece, passaram a ter a esperança de que, sem dificuldade, ocorrerá que os povos, embora cada um sustente sentença diferente sobre as coisas divinas, concordarão fraternalmente na profissão de algumas doutrinas como que em um fundamento comum da vida espiritual.
Por isto costumam realizar, por si mesmos, convenções, assembléias e pregações, com não medíocre frequência de ouvintes e para elas convocam, para debates, promiscuamente, a todos: pagãos de todas as espécies, fiéis de Cristo, os que infelizmente se afastaram de Cristo e os que obstinada e pertinazmente contradizem à sua natureza divina e à sua missão. (...).” E ainda, continua o papa:
“...Sem dúvida, estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.
Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na e gradualmente inclinam-se para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada.” (M. A. I, II e III)”
Uma das vozes que se levantou contra o Encontro de Assis, na época, foi a de Mons. Marcel Lefébvre: “a Igreja nunca antes tinha sido humilhado de tal forma no curso de sua história... O escândalo dado às almas dos católicos não pode ser medido. A Igreja está abalada até os alicerces”, disse o prelado.
A questão é que o Encontro de Assis pôs a Religião Verdadeira em pé de igualdade com as falsas religiões, o erro ao lado da Verdade; Pedro ao lado de Lutero; Deus ao lado do demônio. E isso, sem dúvida alguma, constituiu um “Escândalo sem precedência”.
Na leitura da paixão, que acabamos de refletir quando dos exercícios quaresmais, sobretudo na semana santa, deparamo-nos com a pergunta de Pilatos a Jesus: “O que é a Verdade?” – Pergunta que ficou sem a resposta do Salvador. Nada lhe disse, pois sabia Ele que Pilatos não buscava sinceramente a Verdade e por isso não fazia parte de seu rebanho: “Todo aquele que é da Verdade, ouve a minha voz.” (Jo.18, 37)
Mas o que é a Verdade? Ele mesmo nos responde: “Eu SOU!”
Na Santa Missa, antes do Pater Noster, o sacerdote reza, traçando três cruzes com o Santíssimo Corpo sob o precioso Sangue o “Per Ipsum, Et Cum Ipso, Et in Ipso...”; é a doxologia perfeita: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”. De forma que, tudo deve levar à Verdade sem a qual ninguém poderá se salvar: a Verdade Católica!
E o Encontro de Assis o que trouxe de bom? Nada! Pelo contrário, consagrou a idéia difundida, até em meios eclesiásticos, de que toda religião é boa... Não importa o que se professa, desde que faça o homem mais justo, humano e fraterno. Ora, isso é o puro humanismo do qual falava Pio XI, acima.
Teilhard de Chardin, arauto de teorias humanísticas e de uma cosmovisão inaudita, em 1948, ao Pe. Assistente do Superior Geral dos Jesuítas, escreve:
“Necessidade urgente para a fé cristã naquEle que está Lá-em-Cima de incorporar a Neo-Fé humana em um Lá-Adiante nascido (já nasceu, e para sempre...) da aparição objetiva diante de nós de um Ultra-Humano (desencadeamento de um neo-Humanismo, que arrasta automaticamente um neo- Cristianismo).” (Claude Cuénot, op, cit. pp. 327-328).
Percebe-se aqui, já nos tempos de Pio XII, que a corrente do humanismo, em seu grande expoente, o Pe. Teilhard de Chardin, movimentava-se na urgência de incorporar a Fé Cristã ao neo-humanismo, para assim desembocar numa religião do amor e da fraternidade cósmica, na qual o homem não seria mais submetido ao rigor da fé ou de uma moral rígida, insustentável, e incompreensível aos tempos modernos.
E ainda em carta a Leontine Zante, em 1936, Chardin escreve:
“Aquilo que domina crescentemente o meu interesse é o esforço para estabelecer dentro de mim mesmo e para difundir em torno de mim uma nova religião (chamemo-la, se você quiser, uma cristandade desenvolvida) na qual o Deus pessoal não seria mais o neolítico grande proprietário de terras dos tempos ultrapassados, mas a alma do mundo.” (Apud Padre G.H. Duggan, S. M., The Collapse of the Church in the West - 1960-2000).
Em 19 de junho de 1960, o cardeal Montini, arcebispo de Milão, escrevendo sobre o Trabalho e o Cristianismo, falou sobre o advento de uma nova religião que em breve despontaria. A religião do amanhã seria, talvez, a Religião do Homem:
“O homem moderno não chegará, um dia, à medida que seus estudos científicos progredirem e descobrirem realidades escondidas atrás do rosto mudo da matéria, a prestar atenção à voz maravilhosa do Espírito que palpita nela? Não será a religião do amanhã? O próprio Einstein entreviu a espontaneidade de uma religião de hoje?...” (Discurso em 27 de Março 1960, apud Documentation Catholique, nº 133, 19 de junho de1960).
Já como Papa Paulo VI, o ex-cardeal Montini, pronuncia este discurso famoso, no encerramento do Concílio Vaticano II:
“... A Igreja do Concílio [Vaticano II] se ocupou bastante do homem, do homem tal qual ele se apresenta em nossa época, o homem vivo, o homem todo ocupado consigo mesmo, o homem que se faz centro de tudo aquilo que o interessa, mas que ousa ser o princípio e a razão última de toda a realidade... O humanismo laico e profano, enfim, apareceu na sua terrível estatura, e, em certo sentido, desafiou o Concílio. A religião de Deus que se fez homem encontrou-se com a religião do homem que se fez Deus. Que aconteceu? Um choque, uma luta, um anátema? Isso poderia ter acontecido, mas isso não aconteceu. A antiga história do samaritano foi o modelo da espiritualidade do Concílio. Uma imensa simpatia o [o Concílio] investiu inteiramente. A descoberta das necessidades humanas absorveu a atenção deste Concílio. Reconhecei-lhe ao menos este mérito, ó vós humanistas modernos, que haveis renunciado à transcendência das coisas supremas, que saibais reconhecer o nosso novo humanismo: também nós, Nós, mais que qualquer outro, nós temos o culto do homem.” (Paulo VI, Discurso de Encerramento do Vaticano II, 7 de Dezembro de 1965).
E ainda:
“Que o mundo saiba que a Igreja o olha com uma profunda compreensão, com uma admiração verdadeira, sinceramente disposta, não a subjugá-lo, mas a servi-lo.” (29 Set 1963, após a 2ª sessão do Concílio).
“A Igreja aceita, reconhece, e serve ao mundo tal como ele se apresenta a ela atualmente.”
“Certamente, ouvimos falar da severidade dos Santos quanto aos males do mundo. Muitos ainda estão familiarizados com os livros de ascese, que contêm um julgamento globalmente negativo sobre a corrupção terrestre. Mas, também é certo que vivemos num clima espiritual diferente, e estamos sendo convidados, especialmente pelo presente Concílio, a lançar um olhar otimista sobre o mundo moderno, seus valores, conquistas... A célebre Constituição Gaudium Et Spes é, toda ela, encorajamento a essa nova atitude espiritual” (Doc.Cath. 21 Jul 1974, n.° 1658, pp. 60 e 61).[1]
A partir de então, o clima era de fraternidade. Não mais anátema, não mais condenações, mas uma certa “simpatia” pelo homem que com sua religião própria se faz Deus.
Este é o verdadeiro espírito de Assis. A Igreja não é mais vista como a que detêm a Verdade plena, mas apenas e no mínimo uma entre tantas outras. De “Mãe e Mestra da Verdade”, de “Corpo Místico de Cristo”, passa a ser “servidora do homem”.
Em Assis o Papa ficará ao meio, visto que é o dono da casa, mas nada impede que, pelo espírito de comunhão universal, algum outro “guia” espiritual o convide para encontro semelhante. Lá ele não ficará no centro, não presidirá, será apenas um entre outros...
“Pedro, tu me amas?”
Esta pergunta de Nosso Senhor a Pedro feita por três vezes quer ressaltar a grandiosa importância do Vigário de Cristo na terra. Do amor, que não é mero sentimento, mas querer. Pedro deve passar ao exercício de sua missão que é a confirmação na Fé de seus irmãos.
No original grego, esse texto nos apresenta algo muito particular e interessante. Dois verbos se contrapõem: o falado por Nosso Senhor em sua pergunta a Pedro e o usado por Pedro em sua resposta a Nosso Senhor.
“Pedro, tu me amas?” – Jesus usa o verbo αγάπη, ágape, que significa um amor maior, um amor sacrifical, um amor que dá a vida.
“... Tu sabes que eu te amo” – Na resposta de Pedro não se percebe o mesmo verbo de Jesus, mas um verbo inferior, correspondente a um simples “gostar”: γεύση.
Mesmo vacilante, é Simão o escolhido: “Apascenta as minhas ovelhas!”. Sabemos o significado da imposição do nome para um judeu. Nosso Senhor chama de Rocha, aquele que de nome e de fato era apenas um “caniço”: Tu és Pedro! – Eis o mistério que envolve a pedra sobre a qual a Igreja é edificada.
Mesmo vacilante, Pedro é a Pedra. Sabemos que todos os atos, gestos, colocações de um Papa não estão revestidos do caráter da Infalibilidade. Tornar infalível tudo o que ele faz e diz é não compreender a doutrina católica proferida solenemente no Concílio Vaticano I, quando da proclamação do dogma da infalibilidade papal. Deve-se entender bem quando o Vigário de Cristo, pelo uso de seu Múnus pleno, supremo e universal, define de forma infalível uma doutrina. Na história da Igreja temos muitos exemplos disso. O papa Libério não se fez “rocha”, mas “caniço”, quando favoreceu à heresia Ariana. O grande Pio IX, no início de seu reinado favoreceu aos liberais, chegando a nomear um primeiro ministro para a Itália nada católico, sendo aplaudido pela maçonaria em todo mundo, entretanto proclamou ele o Dogma da Imaculada Conceição o da Infalibilidade papal, além de escrever o Syllabus. S. Pio X, por sua vez, deixou-se enganar pelo movimento de Sillon, de Marc Sangnier; recomendou que os bispos da França abrissem-lhes as portas, mas depois, percebendo os erros, o condenou severamente (Carta Apostólica Notre Charge Apostolique, Pio X).
Mas tudo isso não tira do papa o que ele é: A rocha.
No mundo inteiro, católicos têm suplicado ao Santo Padre que não vá a Assis. Com filial devoção, esperam que Bento XVI tome um caminho diferente. Que nos confirme na fé. Um filho pode colocar-se diante do pai até para discordar de suas atitudes. São Bento ensina na Sta. Regra que o Abade deve está atento aos mais novos, porque às vezes Deus serve-se deles para exortar. Santa Catarina de Sena, humildemente, suplica ao papa que retorne a Roma, onde é o seu lugar.
Desprovido da santidade de Catarina de Sena e de sua grandíssima humildade, uno-me a todos os fiéis e sacerdotes que, compreendendo, o perigo do Encontro de Assis, roga ao Papa: “Santo Padre, não vá a Assis, confirma-nos na Fé!”
E que Fé é esta? A mesma que nos foi dada por Nosso Senhor e transmitida até nós pelos apóstolos. A Fé pela qual os mártires derramaram seu sangue, os doutores ensinaram, os missionários anunciaram... A Fé de sempre que brilha na Igreja de todos os tempos como luz que não conhece ocaso. A Fé como ensina o Credo dos Apóstolos; a Fé como proclamada por Santo Atanásio no Quocunque:
“Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade...”
Não se pode julgar as intenções de João Paulo II, como não nos atrevemos a julgar as intenções de Bento XVI com esse novo encontro de Assis. O fato é que o Encontro de Assis criou problemas graves à unidade da Fé, bem como à unidade litúrgica e disciplina eclesiástica, todavia, mais grave são os maus frutos que vão do escândalo à blasfêmia, como ocorreu e foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação. Chegou-se ao cúmulo de se colocar uma imagem de Buda em cima do altar onde repousam as relíquias de S. Vitorino, morto 400 anos depois de Cristo por testemunhar a Fé, para ser reverenciada pelos budistas ali presentes... Soube ainda, e de fontes seguras, que, após o encontro, conscientes da profanação que ali acontecera, devido ao uso dos altares por cada seita, a basílica teria sido, às portas fechadas, re-consagrada durante a noite.
O que se busca nesse encontro? A Paz. No primeiro encontro de Assis, realizado na frente da porciúncula, via-se a palavra paz em todas as línguas. Todos se reuniram para pedir aos seus “deuses” a Paz. Digo “a seus deuses”, porque o conceito, a idéia de Deus é bem diferente nas religiões e seitas existentes. O que seria, então, Deus para os hinduístas, brahmistas, hare krishna e todos os outros nomes estranhos e difíceis de se pronunciar? Certamente não é o mesmo Deus Uno e Trino, do cristianismo católico.
Na Dominus Iesus, da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, escrita pelo próprio cardeal Ratzinger, acolhida com entusiasmo por uns e desprezo por outros, lemos coisas “bem católicas”, e que por muito tempo já não se dizia nem se defendia mais. Não que se negasse, de frente, o dogma “Fora da Igreja não há Salvação”, mas ou se esquecia de ensinar, em nome de uma fraternidade sem fronteiras, ou se dava uma nova interpretação mais moderna e menos católica.
Pude escutar muitos “famosos” teólogos doutores, aqui no Brasil, desdenhando a Dominus Iesus. Estive presente num encontro para padres e seminaristas onde o teólogo-doutor, além de menosprezar o documento, orientava que se jogasse na gaveta.
“... Assim, e em relação com a unicidade e universalidade da mediação salvífica de Jesus Cristo, deve crer-se firmemente como verdade de fé católica a unicidade da Igreja por Ele fundada. Como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa: uma só Igreja católica e apostólica.” (Declaração Dominus Iesus).
Percebe-se, claramente, uma dissonância entre o que se ler aqui e a prática do encontro de Assis que iguala todas as religiões e, se as religiões são igualadas, deve-se crer, a partir daí, que já não há uma objetividade na Verdade, mas um relativismo que deve permear o crer (a Fé), o celebrar (o culto), o agir (a Moralidade dos atos).
Em 25 de janeiro de 2002, entusiasmado com o sucesso do II encontro de Assis, Pe. Vicenzo Coli, superior do convento de S. Francisco, fez a seguinte proposta: “que Assis possa promover um encontro anual para celebrar o sagrado ser humano” (Folha de S. Paulo, Cad.A, pg A-11, de 25/01/02).
Claro, a expressão usada pelo Pe. Coli é o resumo de tudo para onde caminha Assis: ao pantheon, onde o culto do homem possui também o seu altar.
Pergunta-se: por que um papa como Bento XVI, que sabe-se não ter desejado o I encontro de Assis, e de ter feito o que pôde para que o II encontro, realizado em 24 de janeiro de 2002, não parecesse tão escandaloso como o primeiro, resolveu convocar o III Encontro de Assis? Possuidor de uma invejável inteligência, reconhecida até por seus inimigos, como cardeal constatou tudo o que aconteceu nos arredores de Assis e na Igreja inteira, depois disso.
O professor Dr. Peter Beverhaus, emérito em missiologia e teologia ecumênica na Faculdade de Tubinger, na Alemanha, a mesma onde o Card. Ratzinger ensinava, recebeu uma mensagem pessoal do Santo Padre, na qual o Pontífice tratava de Assis. Nela há uma insinuação de que ele, Bento XVI, não foi o promotor deste III evento. Vejamos:
“Pode-se deduzir da carta que a iniciativa deste evento de aniversário, que, de fato, ele considerou necessário, aparentemente não partiu dele. Ele, no entanto, comparecerá e, como escreve literalmente, ‘tentará determinar a direção como um todo e fazer tudo [que estiver a seu alcance] para impossibilitar uma explicação sincretista ou relativista do acontecimento’. Ele explicitamente me autorizou a tornar pública esta sua opinião, mas pediu para deixar claro que eu confio que o Papa permanece firme naquilo que ele é chamado por conta de sua função — isto é, fortalecer seus irmãos na fé em Jesus Cristo como único Filho de Deus e Redentor e confessá-Lo inequivocamente” (Em Kirchliche Umschau, abril 2011, fonte: Rorate Caeli).
Rezemos pelo Santo Padre mais ainda, para que cumprindo sua missão possa, sem hesitar, golpear o liberalismo em seu âmago e assim responder – até com o martírio, se for preciso – intrepidamente, sem vacilar, mas com heróica firmeza:
“Senhor, tu sabes tudo de mim. Tu sabes que eu te amo!”
[1] Esta afirmação de Paulo VI é, desculpem-me os mais sensíveis, demoníaca. Ela desconhece a Queda, ou talvez a interprete como uma metáfora; desconhece vários Livros Sagrados, dentre eles o Eclesiastes, o de Jó, e o famoso tema da Campanha da Fraternidade de 2010, Rm. 8, 22. Desconhece ainda o valor da Redenção, desconhecendo assim todos os Evangelhos. Se uma única afirmação tivesse de ser escolhida para representação a situação atual da Igreja, eu escolheria exatamente esta. Ah! Sim. Ela desconhece também todo a Teologia Ascética e Mística. (Nota do blog)
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