O blog recebe um comentário ao post Como escolher a religião verdadeira?. O leitor, Paulo Luiz Mendonça, começa se admirando: “Por que religiões! Se Deus é um só.” Acho que a exclamação seria uma interrogação. Mesmo assim, a suposta pergunta tem tudo a ver com o comentário como um todo, pois o leitor acaba fundando mais uma religião ao final do texto, quando ele afirma: “Ser religioso não é só freqüentar templos e pagar dizimo, ser religioso e ser coerente consigo mesmo, ter amor ao próximo em toda sua plenitude, ser honesto, trabalhador e se esforçar para tirar da mente os defeitos incorrigíveis que há em todos nós seres humanos, defeitos estes que são individualismo, egoísmo, egocentrismo e muitos outros tipos de falhas que nos levam a uma serie de discórdia com nossos semelhantes.”
Entre o início e o final do comentário, o leitor nos fala da Bíblia, de como ela é aceita ou não pelos povos do mundo. Ele também inventa uma religião chamada cristianismo e diz que ela tem 2,1 bilhões de seguidores; e por aí vai. Diz que “os seguidores da Bíblia” não conhecem os números sobre a difusão de sua aceitação e a “seguem simplesmente por que foram orientados a seguir”. Bem, felizmente nós católicos não estamos incluídos neste comentário, pois não somos seguidores da Bíblia, mas da Igreja.
O leitor talvez seja um protestante. Fala em ser coerente consigo mesmo como a base da religião. O que quererá ele dizer com isso? Para mim é um mistério insondável.
Ele também acha que ser religioso é se esforçar por vencer nossos defeitos incorrigíveis; aqui há uma pequena contradição em termos, mas passemos adiante. Ele não acha que nossos defeitos nos privarão do céu, ou nos levarão para o inferno. Não, ele acha apenas que eles nos levam a uma “série de discórdia com nossos semelhantes.” Não é legal a religião do Paulo Luiz Mendonça?
Paulo, você começa perguntando: Por que religiões? Ora, é porque existem muitos Paulos por aí, de miolo mole, que acha que é capaz de, sozinho, fundar uma religião só sua, em torno de conceitos que mais parecem espirros mentais. Converta-te ao catolicismo, caro leitor! Lá tu encontrarás todos os conceitos que te faltam para tornar possível alguma coerência em teu discurso. Além disso, tu encontrarás também a explicação de porque devemos amar o próximo, ser honestos, lutar contra nossos pecados. Saberás também que nossos defeitos não estão apenas em nossa mente, mas na nossa carne, na nossa alma. Saberás por fim, que Deus não é um, mas Uno e Trino. Descobrirás que o catolicismo é a única religião que salva, porque é a única que te pode perdoar os pecados, que nunca deixarás de cometer.
5 comentários:
Angueth, este tipo de pessoa encontro "às pencas" por aí. O mais comum, é o "algumacoisista" ("somethingist", como denominou um estudioso): ele admite que "algo" criou o Universo, pois de fato tudo que existe não poderia surgir do nada. O "algumacoisista" confere às religiões um certo valor civilizacional, pois ajuda a estabelecer um certo "controle social" sobre os cidadãos. Um "algumacoisista' amigo meu disse que está tentando estabelecer uma conexão com este "Algo" através da Natureza...O que falta para que comecem a sacrificar animais (e até seres humanos, em segrêdo!) em honra à Naureza?
Me divirto com as pauladas que esse povo leva aqui kkk...
Nem eu, naquele tempo. HAHAHA!
CARÍSSIMO Prof. Anguet: São muito proveitosas suas colocações, até mesmo para quem não é "o católico que deveria ser" (meu caso, aliás, apesar dos esforços em sentido contrário...). Vale lembrar a conclusão de Olavo de Carvalho (O Futuro do Pensamento Brasileiro - tópico "8" - A Religião, p. 51/57), onde, após pertinente análise histórica (que o espaço não permite reproduzir), afirma, verbis: "... Por todos esses motivos, o legado espiritural que nosso catolicismo deixa ao mundo é, rigorosamente, nulo. Se olharem para o nosso século em busca de uma resposta a seus anseios espirituais, os brasileiros do futuro estarão batendo à porta de uma casa vazia". Pessoas como você, não dão "pauladas" por vaidade, mas, sim, mostram que se o religioso (qualquer que seja a religião) não estudar seus fundamentos e orar pela Graça, estará mesmo destinado fundar a "sua própria religião" (mais uma), ou a encontrar a "casa vazia", ou, por fim, seguir uma "religião tradicional", porém empacotada na versão pop, como encontramos disponíveis todos os dias, a todas as horas. É isso? Tem que ser assim? Buscaremos e não encontraremos? Fraternalmente, JBM
Caro JBM,
Quem poderá afirmar que "é católico como deveria ser"? Só um louco! A mensagem de todos os santos que o mundo já teve é esta: quanto mais se aproxima de Deus, mais se percebe a própria iniquidade, a própria maldade, os próprios pecados.
E como nos aproximamos de Deus? Ora, carregando nossa cruz com a mesma coragem, com a mesma caridade, com a mesma paciência, com a mesma "avidez" com que Jesus carregou a Sua. Não há forma de nos aproximarmos de Deus, se não nos aproximamos da cruz de Nosso Senhor. Nosso Deus é um Deus crucificado; só ao pé da cruz O encontraremos.
Obrigado pelo comentário e pela visita.
Em JMJ.
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