Ver Introdução ao LIVRO DE JÓ - Parte I
G.K. Chesterton
A importância atual do livro de Jó não pode ser expressa adequadamente mesmo se se disser que ele é o mais interessante dentre os livros antigos. Podemos quase dizer que ele é o mais importante dos livros modernos. Na verdade, nenhuma das duas frases cobre a matéria, pois a religião humana fundamental e a irreligião humana fundamental são ambas, ao mesmo tempo, antigas e modernas; a filosofia ou é eterna ou não é filosofia. O hábito moderno de dizer “Isso é minha opinião, mas posso estar enganado” é inteiramente irracional. Se digo que posso estar enganado, digo que isso não é minha opinião. O hábito moderno de dizer “Todo homem tem uma filosofia diferente; esta é minha filosofia e estou satisfeito com ela” – o hábito de dizer isso é meramente uma fraqueza mental. Uma filosofia cósmica não é construída para satisfazer um homem; uma filosofia cósmica é construída para satisfazer o cosmos. Um homem pode tanto possuir uma religião privada quanto pode possuir um sol ou uma lua privados.
Este ensaio de Chesterton será publicado proximamente pela revista Guia Prático de Teologia. Futuramente, ele será republicado no blog, corrigido e acrescentado das partes faltantes na primeira publicação. Aguardem. (Nota acrescentada em 30 de julho de 2012.)
11 comentários:
Querido mestre:
O livro de jó mudou profundamente minha visão de mundo quando o narrador diz: "acabaram-se as palavras de Jó". Significou para mim "não mais eu, mas Cristo que vive em mim" Paulo de Tarso.
Somos apenas efêmeros e por isso temos que ser seguidores do Eterno.
Brilhante, brilhante. Tentarei reler agora o Livro de Jó com os óculos - ou melhor, com o monóculo - de Chesterton.
Oi! Pessoal, o novo Testamento foi escrito na Era de Peixes,o velho na Era de Airies,e algumas pesquisas contam que os relatos do livro de Jò vem da Era de Leao, vçs tem conhecimento sobre isto,
Prof . Anguet na parte dois do livro de jó está sendo usado o nome jeová que é usado pela seita do testemunhas de jeová... os católicos não chamam Deus de jeová mas sim Javé ou Yawh ou Yavé .. mas nunca jeová .
Caro Cristiano,
Muito obrigado pela observação. Mas a história desta palavra e de sua tradução para as línguas ocidentais é mais complicada do que isto. Veja por exemplo a Enciclopédia Católica.
Em JMJ.
Parabéns Prof. Anguet seu trabalho é maravilhoso e to lendo tudo e aprendendo muito com Chesterton e tambem com as lições da missa nova .
Parabéns mesmo !!
Deus lhe pague Cristiano. Reze por mim.
Em JMJ.
Prezado Angueth:
No post anterior ventilando o mesmo tema - comentários de Chesterton sobre o Livro de Jó - vc respondia a um leitor que não conhecia o autor inglês, que fora ele, Chesterton, quem quem lhe ensinara a ser verdadeiramente católico.
Pois como são as coisas que nos possibilitam medir quem fala e quem lê: de minha parte comecei a entender bem melhor o catolicismo e me tornei muito, mas muito mais católico, com o falecido Orlando Fedeli.
Daí a grande diferença, de ser vc um intelectual refinado, o que se entremostra facilmente por suas letras bem cuidadas, seu profundo conhecimento de história e de fundamentos da religião, enquanto eu sou um pobre tosco, que entretanto me enterneci e engrandeci com as letras às vezes ácidas, do saudoso ortodoxo.
Mas, e isso quero crer mais importante, por um caminho ou outro, por uma estrada mais plana ou mais esburacada, ambos estamos, queira-o Deus, no caminho certo em busca Dele.
Abraços
João
Prezados:
1. Como pode um homem bom como Jó ser tão cruamente atormentado? Retirando o "Epílogo", provavelmente fruto de glosas posteriores - como o próprio Chesterton lembra na primeira parte - tudo de ruim se abateu sobre ele.
2. Não obstante, manteve uma fé inabalável, um otimismo sem medida. Jó era bom, e no entanto sofreu, e sofreu muito. Portanto, inconcebível a teoria da retribuição, e como corolário, impossível, à luz desse soberbo Livro, explicarem-se as "Bolas de Neve Church", as "Renascer",as IURD, como de resto todas as demais seitas enganosas, esdrúxulas e escandalosamente pecuniárias que abundam por aí.
3. Certo que à época da composição desse livro poético, a ressurreição da carne ainda não houvera atingido a plenitude, mas o capítulo 29, 25-30, dá a ideia, informa o sentido da vida, e o que realmente se deve buscar: "E eu sei que o meu Redentor vive: e que, último, Ele se levantará sobre o pó; e atrás de minha pele eu estarei de pé, e, de minha carne, eu verei Eloá".
4.Como não poderia deixar de ser, não discrepa, séculos depois, da resposta de Jesus a Pilatos: "Meu reino não é deste Mundo (Jo, 19, 36).
5. Amontoam-se cotidianamente a injustiça, a maldade, a calúnia, a hipocrisia, a imoralidade e a devassidão de forma tão crescente e tão impunes, que muitas vezes nos levam a questionar os valores e perigar na fé.
6. Portanto, em que pesem as cruzes que hoje suportamos, um livro com tal magnitude nos dá a certeza de que Deus nos descortinará uma eternidade plena de vida.
Caro João,
Deus lhe pague por suas palavras, mas não me tenha em tão alta conta não, por favor. Meus conhecimentos são parcos, e conseguidos a duras penas e se digo algo que valha a pena é tão somente pela graça de Deus e da Virgem Santíssima. Nada de intelectual refinado, nada de letras impecáveis. Isto são para os outros. Sou, nesta seara, um trabalhador braçal e muito conformado com o que Deus me deu.
Prof. Orlando foi meu professor e uma das três ou quatro pessoas que me converteram. Leia, por exemplo, o post Orlando Fedeli e eu.
Na vida espiritual, o avanço tem pouco a ver com a inteligência ou a cultura. Não nos esqueçamos dos exemplos de São João Maria Vianney e de Santa Bernadete.
Agradeço seus comentários no blog e espero que o material dele lhe tenha agradado.
Ad Iesum per Mariam.
O seu blog é excelente, digo com franqueza. A título de sugestão, se isso for possível, penso que os comentários deveriam ser postados dos mais antigos aos mais recentes, e não o inverso, como se vê.
Bom ver que o Prof. Orlando também foi seu guia. E foi guia de muitos outros também, pelo que levou a missão evangelizadora certamente com muito mais proveito e frutos do que muitos padres que hão por aí.
Pode ser modesto, e a modéstia é sempre boa conselheira. Mas, mesmo não sendo o que diz ser, o que se registra por amor ao argumento, é uma das poucas e boas ilhas que ainda encontramos neste marzão revolto, cheio de de erros e enganos, tanto dentro quanto fora da Igreja.
Abraço,
João
Postar um comentário