Um dos post que me deu
mais trabalho em responder os comentários foi Ufa!
“Frei” Beto, finalmente, confessa não ser católico. Já deixei no blog minha
discussão com Pe. Gelson, a partir do referido post. Abaixo transcrevo meu
diálogo com três comentaristas do mesmo post (eles em vermelho e eu em azul).
Meus Caros, tenho
navegado um pouco em blogs e sites católicos e percebi uma semelhança, a
agressividade. Eu penso, que nós católicos devemos ser livres porque a
liberdade era um dos ensinamentos de Jesus, no entanto podemos discordar, mas
gente agressão não. Eu não lí a matéria em questão, já me disseram que o Frei
Beto é abortista, favorável a união gay, e outras coisas absurdas, mas será que
não estamos entendendo errado? Será que as autoridades eclesiásticas não
tomariam as devidas providências? Portanto, sejamos católicos e criticamos sim
mas sem agressões. Mas o blog é muito bom e espero que continuem, sem
agressões. Obrigado.
Candido Rios
Caro sr. Candido,
Se eu entendi bem, o sr. propõe que caso alguém se diga católico, use
inclusive o título de frei, e proponha uma série enorme de heresias e
blasfêmias (a última foi propor a cópula entre Chê Guevara e Santa Teresa, Deus
me perdoe até de mencionar isso!) nós católicos o ouçamos e façamos de conta
que estamos conversando com um anjo. Que sejamos educados e ternos com o herege
e blasfemo. É isso que entendi?
Vou citar aqui o apóstolo bem-amado: "Se alguém vem a vós e não
traz esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis, porque quem o
saúda, participa das suas obras más" (2 Jo 10-11).
Veja que este conselho evangélico não se encaixa na educação e ternura
que o sr. parece desejar que tenhamos com todos. A doutrina católica não é
essa. Devemos amar o bem e odiar o mal; ODIAR o mal. Católico ama e odeia; é
terno e violento, é educado e sem educação, dependendo sempre das
circunstâncias.
Para terminar, se há uma coisa que Jesus não ensinou foi essa
liberdade que o sr. menciona. Se o sr. quiser saber qual é a definição católica
de liberdade, leia a encíclica "Libertas" do Para Leão XIII.
Obrigado pelas palavras elogiosas a respeito do blog. Espero que volte
sempre aqui. Que Deus lhe ilumine na verdadeira doutrina católica.
Não meu caro,
você entendeu tudo errado e colocou palavras na minha boca, e também está
errado, porque Jesus não foi um tirano e sim o maior pacificador da história, eu
disse que devemos criticar sim e não agredir, palavras agressivas demonstram em
situações normais o jeito da pessoa e tem mais, isso não é ser católico, não
digo que tem que ser marionete mas agredir pelo simples fato de não concordar
não. E para terminar é você que precisa estudar um pouco mais das encíclicas
porque para mim elas não tem o menor significado, o que eu procuro saber e
aprender cada vez mais se bem que não consigo, são os ensinamentos de Jesus.
Candido Rios
Sr. Candido,
Seu último comentário mostra que o sr. é protestante, mesmo que não
nominalmente, mesmo que o sr. se ache católico. O sr. nos informa que não dá a
mínima para as encíclicas e acha que conseguirá entender os ensinamentos de
Jesus. Isso é o livre exame das Escrituras.
Não admira que o sr. seja pacifista e se horrorize com discussões mais
fortes. Esse coração terno para com o mal é uma coisa terrível que nenhum
católico verdadeiro pode ter.
Não coaduno com
a divisão da sociedade em torcidas religiosas, orientadas pela paixão, que cega
e obscurece o raciocino, igualando-nos aos mais primitivos seres vivos. A
história nos mostra com exemplos e provas concretas que tal comportamento causa
os embates sangrentos e as maldades religiosas, impetradas contra as minorias
oprimidas, unicamente pela a razão de manifestação do seu livre pensamento,
isso é retrógrado incompatível com o estagio do conhecimento científico que a
humanidade já alcançou. Continuem a exercer essa liberdade de pensar e crer,
sem limitar, criticar, ofender e/ou perseguir que não possui uma região de
intersecção com a sua crença.
Anônimo
Ai, meu Jesus Cristinho! Então o Sr. anônimo vem pregar a
“manifestação do livre pensamento”! Não posso deixar de lembrar-me de um artigo
de Chesterton, que recentemente traduzi neste blog, que começa assim:
“Livre-pensadores pensam ocasionalmente, mas nunca são livres.” Nada mais
certo; a prova disso é a mensagem de que agora me ocupo. O indivíduo acha que
está pensando quando enche o seu texto de lugares-comuns de que ele não tem a
mínima idéia.
Vejamos alguns.
“A história nos mostra com exemplos e provas concretas que tal
comportamento causa os embates sangrentos e as maldades religiosas”. O sr. anônimo
está falando de quê? Será que da Santa Inquisição e das coisas que dela
aprendeu no coleguinho em que ele estudou?
“Isso é retrógrado incompatível com o estágio do conhecimento
científico que a humanidade já alcançou.” Pergunta: o que tem a ver o conhecimento
científico com o debate de idéias? Chegamos a um estágio que o debate é
desnecessário porque a ciência já resolveu tudo? Será que este ignorante
anônimo acha que a ciência resolverá todos os problemas humanos, sequer os mais
importantes?
“Continuem a exercer essa liberdade de pensar e crer, sem limitar,
criticar, ofender e/ou perseguir que não possui uma região de intersecção com a
sua crença.” Ora, eu que estou sendo perseguido por analfabetos que se acham
muito sábios para dar conselhos a alguém cujos argumentos não souberam
responder. Os católicos não perseguimos ninguém que se diz não-católico. Só
caçamos os que se dizem católicos sem o serem, que se dizem católicos e só
denigrem a imagem do catolicismo. Aos outros, procuramos converter; esta é uma
de nossas muitas obrigações.
O defensor anônimo do livre-pensamento pensa muito pouco e jamais é
livre dos jargões que os mais vagabundos “intelectuais” incutiram em sua
cabeça. Isso que dá defender a liberdade acima de qualquer coisa.
Respeito sua
opinião, mas sinceramente penso que se não for a ciência, nada mais poderá
ajudar a resolver ou atenuar os principais problemas humanos. Todas as
filosofias e religiões já criadas pelo homem provaram ser ineficazes para
promover uma evolução na qualidade global de vida do homem.
Não sinto
também necessidade de citar pensamentos ou artigos prontos de autoria de
terceiros para justificar ou criar meus argumentos, mesmo porque terceiros são
homens e portanto sempre são sujeitos a falhas. Deixo aqui registrado que a
liberdade não pode subjugar todas as coisas, acho sim que ela deve acima de
tudo respeitar-se. ALGUEM ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA, ACIMA DE QUALQUER LIDER
RELIGIOSO, disse e viveu "amai-vos uns aos outros como eu vos amei"
Jorge Silva
Caro Sr. Jorge,
O sr. elogia a ciência e diz "Todas as filosofias e religiões já
criadas pelo homem provaram ser ineficazes para promover uma evolução na
qualidade global de vida do homem." Ora, esta é uma posição de uma pessoa
que desconhece (sem nenhuma ofensa) completamente o que é ciência. Basta dizer,
muito resumidamente, que se não fossem os filósofos Sócrates, Platão e
Aristóteles
e uma religião, a Católica, não haveria ciência no mundo. Bem, a prova
maior disso é que a ciência não surgiu, na formatação atual, em nenhum país ou
região fora da influência destes filósofos e desta religião.
Por outro lado, a ciência depois da Renascença e sobretudo depois do
Iluminismo, foi a criação de homens cada vez mais ocultistas, que acreditavam
nas mais desvairadas crenças mágicas orientais. Para se convencer disto, basta
o sr. ler dois livros, ambos de Francis Yates: GIORDANO BRUNO E A TRADIÇÃO
HERMÉTICA (este sobre a renascença) e THE OCCULT PHILOSOPHY OF THE ELEZABETHAN
AGE. Outro livro que o sr. pode e deve consultar é o de Richard Weaver, IDEAS
HAVE CONSEQUENCES. A introdução deste último livro está traduzida neste blog.
Sobre a frase de Jesus que o sr. citou, tenho a lhe dizer que ele
também disse: "E eu digo-te que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei
a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." E é
esta Igreja, sr. Jorge, que criou a ciência ocidental, criou as universidades,
criou os hospitais, criou o único sistema em que o homem foi livre da
escravidão, que foi o sistema feudal. Portanto, sem esta religião cuja
mantenedora é a Igreja de Cristo, que hoje está sob Bento XVI, não haveria
nenhum destes bens maravilhosos sobre a face da Terra.
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