Estamos a cerca de quarenta dias do Sínodo da Amazônia. Cardeal Burke e Mons. Schneider já se posicionaram publicamente; muitos outros clérigos já escolheram o lado nessa disputa; não podem se posicionar publicamente, temendo represálias de seus bispos. Todos sabemos que a grande maioria dos bispos, no mundo inteiro, escolheu a religião do Papa Francisco.
Os leigos estamos abrindo os olhos. A estratégia do modernismo moderado parece ter chegado a uma exaustão. Esse modernismo, que se apoia teologicamente na hermenêutica da continuidade do Papa Bento XVI, foi estraçalhado pelo Papa Francisco. Aquilo que era uma fortaleza para os modernistas mais sofisticados, para os ditos intelectuais do meio católico, foi bombardeada pelo realismo pagão e globalista do atual pontífice. Francisco tem pressa e essa pressa tem uma causa.
Como tal hermenêutica era apenas uma estratégia para nos fazer engolir os erros do Vaticano II, como se fossem deslizes semânticos que pudessem ser re-significados num malabarismo verbal, ela não conseguiu dar cabo aos grupos tradicionais que preservaram, não só a Missa Antiga, mas também toda a tradição da Igreja. Não adiantaram excomunhões, não adiantou a criação dos Institutos Ecclesiae Dei (que aliás são, no geral, muito bons!) para sangrarem a FSSPX, não adiantou a perseguição de padres diocesanos que se voltaram para a Missa Tridentina e para a Tradição. Na minha diocese, bastou que um bom padre flertasse com a Tradição, bastou que ele mostrasse um pouco mais de amor pelo verdadeiro Depósito da Fé, mesmo que não celebrasse regularmente o Rito Tridentino, para que ele perdesse o Uso de Ordens. A hermenêutica da continuidade fracassou em seu objetivo maior e agora a Igreja do Concílio Vaticano II tem pressa. A situação está insustentável.
Como a pressa é inimiga da perfeição, o Papa e seus seguidores não contaram com a reação de bispos e cardeais, e mesmo leigos, ou contaram e a desprezaram. Acordaram um cisma, que fingia dormir, mas que agora já é visível. Na minha modesta opinião, este Sínodo é o evento mais significativo de toda a história da Igreja. Rezemos.
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