Encontro tal resumo num sumário da obra do Pe. Emmanuel Barbier, HISTOIRE DU CATHOLICISME LIBÉRAL ET DU CATHOLICISME SOCIAL EN FRANCE, uma obra em cinco volumes. Pe. Barbier tem uma vasta obra na vertente do antiliberalismo. Um resumo de sua biografia e da lista de suas obras, vocês podem consultar aqui. (Em francês.)
Não li a obra em tela ainda, mas seu sumário é interessante o suficiente. Ei-lo.
Ao nosso caríssimo filho, Emmanuel Barbier, padre, felicitando-o de todo o coração por ter tão
bem defendido a causa católica, e rogando a Deus de lhe conceder em recompensa toda a prosperidade e
todos os favores. Nós concedemos, muito afetuosamente, em testemunho de Nossa
benevolência, a benção apostólica. Pius PP. X. 3/05/1912
Uma tal recomendação do autor da presente obra deveria
contentar ao leitor católico.
O catolicismo liberal fez três tentativas durante um século
para conquistar a Igreja de França e o papado: a primeira foi contida pela
encíclica Mirari Vos, de Gregório
XVI, a segunda pelo Syllabus de Pio
IX e o Concílio do Vaticano (I), a terceira, que é o objeto do presente
trabalho, pelos atos de Pio X. Encontrar-se-á aqui um resumo das duas
primeiras.
Cada uma dessas três campanhas tem seu caráter particular. A
primeira foi propriamente uma obra de um homem. Lamennais, que em vez de
invocar os direitos da Igreja, segundo a tradição desta, invocou os direitos de
todos e considerou que bastava colocar a liberdade católica sob a proteção da
liberdade comum.
A segunda campanha uniu de início todos os católicos
liberais. A maioria apenas sonhava em obter a liberdade de ensino para a
Igreja, mas seus chefes, os verdadeiros discípulos de Lamennais, pediam-na para
todos e persuadiram bispos a reclamar o
direito a todos.
A terceira aparição do liberalismo católico se produziu
durante o pontificado de Leão XIII. Esse papa ilustre manteve com firmeza a
doutrina do Syllabus em suas
encíclicas. Todavia, sob o pretexto de se conformar ao evidente espírito de conciliação
– no qual se inspirou em seus relacionamentos com o Governo francês – todos aqueles
que desejavam aliar o catolicismo à República existente, com as reformas
sociais exigidas pela democracia, se encorajaram com suas ideias; e uma
tolerância de fato deixa o campo mais ou menos livre para os liberais até o fim
de seu pontificado. Pio X retirou tal liberdade e retomou a tradição de
Gregório XVI e de Pio IX. Depois da morte de São Pio X, o movimento retoma seu
curso ainda mais fortemente, para triunfar com o Vaticano II.
Veem-se aparecer nessas três fazes sucessivas os três
caracteres do catolicismo liberal: simpatia pela liberdade política, simpatia
pela democracia social e simpatia pela livre busca intelectual.
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