1. Os cristãos tomaram o nome de Cristo, e isto é laborioso,
pois os agraciados com esse nome devem ser imitadores da santidade. Há três
coisas que se nos manifestam em Cristo e que devemos praticar como todo o
empenho: condenar vigorosamente a vaidade do mundo, pois também Jesus fugiu
para que a multidão não Lhe proclamasse rei; [Jo 6, 15] exercitar-se virilmente
na paciência, pois Jesus morreu como um cordeiro; [Is 53, 7] e cultivar
verdadeiramente a dupla caridade, porque Jesus rezava por seus inimigos. [Lc
23, 34]
2. A humildade tem sete graus descendentes: a renúncia aos
bens, a exemplo dos apóstolos; [Mt 10, 9-10; Mc 6, 8-9; Lc 9,3; 10,4] a rudeza
ao vestir, como Elias [2 Reis 13] e João; [Mc 14, 52] o exercício corporal,
como Paulo; [2 Cor 11] a indiferença na prosperidade, como David pobre e rei; a
paciência na adversidade, como Jó e Tobias; a aversão à própria opinião e aos
frutos da vontade própria.
3. Estas são as armas da virtude para combater contra o mal: o
conhecimento total do pecado que expele as obscuridades do prazer; a aflição
penitencial com que se enfrenta os encantos da carne; a confissão humilde e
sincera, antídoto da iniquidade; a correção suficiente e digna pela mutação da
vontade anterior; e o pleno êxito da perseverança, consumado pela vigilância
perfeita da santidade.
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