11/06/2013

Editoras católicas são raras, mas existem.

Falo de uma nova editora, a Castela Editorial, de Gabriel Galeffi Barreiro, que além de editor é um excelente tradutor. A editora lançou três livros muito bons. Na ordem de lançamento temos: Sete mentiras sobre a Igreja Católica (já na 2a. edição), Dez datas que todo católico deveria conhecer e A Confissão.  
 
Os três livros são traduzidos, e muito bem, por Gabriel Galeffi. Os dois primeiros são de Diane Moczar, professora de História da Northern Virginia Community College, nos EUA. Sim pessoal, existem professores de História católicos; o espécime é raro, mas com paciência conseguimos achar alguns.  
 
Quais são as sete mentiras? Os títulos dos capítulos já dizem o essencial: Idade Média, “idade das trevas”; Igreja Católica, inimiga do progresso; Uma cruzada contra a verdade; A sinistra Inquisição; A ciência no tribunal, a Igreja Católica versus Galileu; Uma Igreja corrompida até o topo; e A oportuna Lenda Negra. Há muito mais mentiras que estas, mas a escolha de Moczar é muito boa. Seu texto é simples, direto e muito claro. A historiadora é porém muito compreensiva com nossos inimigos; senti falta de um espírito mais belloquiano, por assim dizer. Senti falta de um ataque mais direto na jugular de nossos inimigos. Contudo, é um livro para se ler com prazer e proveito. 
 
As dez datas foram, do mesmo modo, muito bem escolhidas: 313 d.C., O Edito de Milão; 452 d.C., São Leão Magno impede a invasão dos hunos; 496 d.C., O batismo de Clóvis e o nascimento da França católica; 800 d.C., A coroação de Carlos Magno, pai da cristandade; 910 d.C., A fundação da Abadia de Cluny e o renascimento da vida religiosa; 1000 d.C., Início da era mais gloriosa da Igreja; 1517 d.C., A catástrofe protestante; 1571 d.C., A Batalha de Lepanto, a vitória naval de Nossa Senhora; 1789 d.C., A era da Revolução; 1917 d.C., Fátima e o século XX. Peço a atenção dos leitores para três capítulos em especial: sobre o protestantismo, sobre a Revolução Francesa e sobre Fátima; eles são muito bons. Todo católico tem obrigação de conhecer estas datas escolhidas por Moczar. 
 
O terceiro livro da Editorial Castela é um clássico da literatura católica: A Confissão, de Mons. de Ségur. O livrinho desse grande apologista do século XIX é tão essencial quanto o que ele escreveu sobre o Inferno, também lançado recentemente no Brasil, pela Editora Ecclesiae. Quem tem alguma dúvida sobre o Sacramento da Penitência ou deseja algumas ideias de como abordar o assunto de modo apologético, não pode deixar de ler esta pérola. Chamo a atenção dos leitores para duas coisas no livro. Primeiramente, destaco o prefácio da edição do livro; é um prefácio muito esclarecedor, assinado por um “sacerdote católico”. Esse padre, que não quis se identificar, comenta a calamidade em que se transformou a Confissão hoje no Brasil, com os padres transformando este Sacramento em verdadeiras “salas de terapia”. Há exceções, é claro, e o padre ensina como identifica-las, como encontrar os padres piedosos que nos possam confessar. Em segundo lugar, destaco a deliciosa história ouvida por Mons. de Ségur, narrada diretamente por ninguém menos que São João Maria Vianney, sobre um importante cavalheiro que foi procurá-lo para “uma conversa” em sua paróquia. O cavalheiro não queria se confessar, só conversar. O que Santo Cura d’Ars faz com esse homem é espetacular e eu não vou atrapalhar a surpresa do final do livro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Obrigado pela dica, professor. Acabei de encomendar o livro sobre Confissões (e aprovetei e comprei o livro sobre o Inferno do mesmo Mon. Ségur). Espero que seja os primeiros de muitos livros realmente católicos vindos da editora, pois depender de Paulus, Vozes e Edições Loyola é dose!

Junior Ribeiro

Anônimo disse...

Obrigado pela dica está tão difícil conseguir livros da tradição católica, mas agora já podemos achar aqui na internet, estou começando a caminhar há um ano quando comecei a assistir a Missa tridentina aqui no ES. Obrigado pela dica.

Leandro Luiz disse...

Esses livros são excelentes! Mons. de Ségur escreveu de maneira que a leitura é fácil e o entendimento preciso. Todos os livros do autor são muito bons. Destaco também os livros de sua parente Condessa de Ségur. São livros infantis e católicos, uma raridade nos dias de hoje.