Dando prosseguimento ao post anterior, conto abaixo uma
história que li no extraordinário livro do Pe. Francisco Xavier Schouppe, S.J.,
“Purgatório Explicado pela Vida e Revelações dos Santos”, publicado no século
XIX, com Imprimatur de 1893 (edição
em inglês da TAN Books, edição
resumida, e muito bem traduzida, em português, pela Editora Artpress). O
texto que se segue é o da tradução de Afonso de Souza, da edição da Artpress.
Copo de água oferecido ao Anjo da Guarda livra religiosa
do Purgatório
No convento dominicano de Vercelli, onde a Beata Emília
(festa a 17 de agosto) era Priora, era da Regra nunca beber entre as refeições,
salvo permissão expressa da Superiora. Essa permissão, a Bem-aventurada Priora
não costumava dar. Ela pedia às irmãs para fazer alegremente um pequeno
sacrifício em memória da ardente sede que Nosso Senhor tinha sofrido por nossa
salvação, na Cruz. Para encorajá-las a isso, sugeria-lhes que confiassem essas
poucas gotas de água aos seus Anjos da Guarda, para que as guardassem até a
outra vida, para temperar-lhes depois o calor do Purgatório. O seguinte
incidente mostrou quão agradável essa piedosa prática foi a Deus.
Uma irmã chamada Cecília Avogadra veio um dia pedir
permissão para refrescar-se com um pouco de água, porque estava abrasada de
sede. “Minha filha – disse-lhe a Priora – faça esse pequeno sacrifício por amor
de Deus, e na consideração do Purgatório”. Respondeu Cecília: “Madre, esse
sacrifício não é pequeno, porque estou morrendo de sede.” No entanto, apesar de
um pouco molestada, obedeceu o conselho da Superiora. Esse duplo ato de
obediência e mortificação foi precioso aos olhos de Deus, e a Irmã Cecília logo
recebeu sua recompensa.
Poucas semanas depois ela faleceu, e três dias depois
apareceu, resplandecente de glória, à Madre Emília: “Ó Madre! Quão grata vos
sou! Eu estava condenada a um longo Purgatório, por ter tido afeição muito
grande à minha família. E eis que, dois dias depois de lá estar, vi meu Anjo da
Guarda entrar em minha prisão com o copo de água que vós me pedistes para
oferecer como um sacrifício ao meu divino Esposo. Meu Anjo então derramou essa
água sobre as chamas que me devoravam, extinguido-as imediatamente, e assim
libertando-me. Eu voo agora para o Céu, onde minha gratidão nunca vos
esquecerá.”
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