Outro dia, numa lista de discussão católica de que participo, encontro a seguinte frase surpreendente: "O Papa Paulo VI tinha verdadeiro amor à Igreja, e isso é inegável. Quando da reforma litúrgica, o Santo Padre, de veneranda memória, estava em depressão clínica, e a aprovou descuidadamente." Sei que a frase tem vários aspectos que irão chamar a atenção dos leitores. Vou me ater aqui à afirmação de que "Paulo VI tinha um verdadeiro amor à Igreja". E vou discuti-la por meio de um dos muitos atos públicos de de demolição da Igreja personificados por Paulo VI ; são muitos, são diversos, são escandalosos. Mas vou me referir a apenas um, em que parece que Paulo VI não estava nem um pouco deprimido.
Trata-se da "deposição da Tiara (Triregnum) Papal", símbolo dos três poderes do Papa: Ordem, Jurisdição e Magistério. Escreve Luigi Villa, em Paulo VI: o papa que mudou a Igreja: "Em 13 de Novembro de 1964, Paulo VI, na presença de 2.000 Bispos, depõe definitivamente a Tiara sobre o altar. Era este o grande objetivo da Revolução Francesa, praticado pelas mãos daquele que se sentava na Cátedra de Pedro; uma consequência mais importante do que a decapitação de Luís XVI e do que a “brecha da porta Pia”. Com este gesto, Paulo VI rejeitava os três poderes papais, simbolizados na tríplice coroa, quase a significar que não queria mais governar a Igreja. A que poderes se referia, durante o seu Pontificado, depois daquele gesto?"
Luigi Villa continua dizendo: "Recordemos as palavras do Pontífice da Maçonaria Universal, Albert Pike: 'Os inspiradores, os filósofos e os chefes históricos da Revolução Francesa tinham jurado lançar a Coroa e a Tiara sobre a tumba de Jacques de Molay… Quando Luis XVI foi justiçado, metade do trabalho estava feita; e desde então, o Exército do templo dirigiu todos os seus esforços contra o Papado'."
O mesmo autor lembra ainda uma instrução secreta da Alta Vendita, de 1820, que dizia: "Façam com que o clero caminhe sob a vossa bandeira, crendo caminhar sob a bandeira das Chaves Apostólicas! Estendei as vossas redes; estendei-as no fundo das sacristias, dos seminários e dos conventos (…) Pescareis amigos e os conduzireis aos pés da Cátedra Apostólica. Pescais assim uma revolução em tiara e capa, precedida da Cruz e do pendão; uma revolução que não terá necessidade senão de uma pequena ajuda para pegar fogo aos quatro cantos do mundo."
"Pegar fogo aos quatro cantos do mundo", que descrição mais precisa dos resultados do Concílio Vaticano II!
D. Hélder Câmara (ver Nelson Rodrigues entrevista D. Hélder Câmara, aqui e aqui), em suas Lettres Conciliaires (existe edição em português dessas cartas), descreve o evento assim: "Em emocionante silêncio, a Basílica viu Paulo VI avançar com a tiara nas mãos, pousá-la sobre o altar, e voltar para trás satisfeito! Foi um delírio!" (Concílio Vaticano II: um história nunca escrita, Roberto de Mattei, Caminhos Romanos, 2012.) Foi um delírio dos maçons! Foi um delírio de satanás! Pe. Congar outro representante do demônio no Concilio, consigna em seu diário: "O Papa tirou a tiara e ofereceu-a aos pobres. Se se trata de renunciar à tiara e se, depois daquela, não vai ter mais nenhuma, muito bem. De outro modo, será apenas um gesto espetacular sem futuro. Em suma, é necessário que ele tenha colocado sobre o altar, não uma tiara, mas A tiara." (Ibid.) Foi A tiara que ele depôs; não houve outra. O demônio e seus representantes estavam satisfeitos!
Este gesto de Paulo VI demonstra bem, como vocês veem, seu inegável e verdadeiro amor pela Igreja.
9 comentários:
Vá lá, vamos dizer que o Papa Paulo VI tinha boas intenções...mas o seu governo foi desastroso, nefasto e destruidor.
Ricardo2
tedprosePelo que sei a família de Paulo VI era de maçons. ele, inclusive, não fez o seminário. Foi ordenado diretamente.
Ao Pacheco
Neste site há um link sobre o que queria a Alta Vendita
http://spessantotomas.blogspot.com.br/)
Em suma, era uma maçonaria querendo se infiltrar para destruir a Igreja
Att, ALEX
Não sei quando fo iadotado a Tiara. Mas creio que os primeiros papas não a usaram. E que nem por isto foram menos papas. Concordo que esta deveria ter sido apenas uprimida sem a encenação como se o papa renunciasse aos seus pdoeres de Vigario de Cristo. Mas em nehum domcuneto da Igreja, mesdmo nos do concilio Vaticano II o papa renenciou aseu primado. A Acrddito que a taiara tem muito mais a ver com o poder temporal do papa sobre os Estados pontificios do que com a sua primazia e a jurdição sobre toda a Igreja. É um simbolo de poder temporal e que em nada diminui a autoridade do papa de pastor universal. Gsotaria de aber afinal de contas que importancia tem para oexerccicio do primado o uso de uma Tiara. Mudaria alguma cosia se votlassem a usa-lo e onctinuaasem favorecedo o ecumenismo e o moderinismo. Claro, poderá dizer que um papa modernsita jamasi a usaria. Concordo. Mas poderia ser anti-modernsita tambem sem usa-la. A Exemplo dos papas antigos, como são Gregorio o Grande (Crei oque ele nunca a usou, já que disse que era o servo dos servos de Deus) e nem por isso foi menos papa.
Caro Prof. Francisco,
Salve Maria!
A Tiara é usada desde o século VIII. Ela é chamada também de Triregnum e representa os três poderes do Papa: Ordem, Jurisdição e Magistério; não é um símbolo do poder temporal apenas, embora o poder temporal seja um dos importantes poderes do Papa. A deposição pública da Tiara tem um simbolismo muito forte para ser menosprezada. Aliás, não é a toa que a maçonaria via na deposição da Tiara, muito antes de Paulo VI, como um objetivo no caminho da destruição da Igreja.
O senhor pergunta: “Mudaria alguma cosia se voltassem a usa-la e continuassem favorecendo o ecumenismo e o modernismo?” O Papa que voltar a usá-la em bases permanentes estará enviando uma mensagem para toda a Igreja: estará reassumindo os três poderes; ele estará se afastando do modernismo. Nenhum Papa não-modernista deixará de usar a Tiara como símbolo supremo de seu poder, que vem da Cabeça do Corpo Místico. Estará dizendo que a Igreja é um Corpo Místico cuja Cabeça é Nosso Senhor e não o “Povo de Deus” do Vaticano II.
São Gregório Magno, um glorioso filho de São Bernardo e seu biógrafo, foi Papa antes da Tiara. Ser servo dos servos de Deus não significa abdicar do Poder Papal, muito longe disso. Servir à humanidade como Papa é exatamente usar dos plenos poderes papais, dados por Nosso Senhor, para guiar os fiéis para uma vida que os levará ao Céu. Ser servo dos servos de Deus não é rebaixar a autoridade papal e sim elevá-la.
Ad Iesum per Mariam.
Primeiramente muito grato por seu bom esclarecimento. Houve um engano em relação a São Gregório ser filho de São Bernardo. Ele é filho espiritual de São Bento de quem escreveu a vida em seu Livro Diálogos.
Caro Prof. Francisco,
Claro, São Gregório é filho espiritual e biógrafo de São Bento, tal como São Bernardo. Obrigado pela correção.
Ad Iesum per Mariam.
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