Já está nas bancas do Brasil o segundo número do Guia Prático de Teologia. Nesta edição, Chesterton aparece com um texto extraordinário: Introdução ao livro de Jó. Se os tempos fossem outros, se os cursos de Teologia fossem outros, se a Igreja não tivesse sido atingida pelo tsunami do Concílio Vaticano II, este texto seria estudado, seria tema de dissertações de mestrado, quiçá de teses de doutorado. Mas pela graça de Deus, temos ainda, milagre dos milagres, quem se interesse em publicá-lo para o deleite e edificação dos católicos que sobraram por aí. Os protestantes têm uma oportunidade única de acompanhar como um católico interpreta a Bíblia. Este mesmo católico que fala o seguinte, em outro de seus escritos.
(...) Afinal,
quando chego a pensar nisso, todas as outras revoltas contra a Igreja, antes da
Revolução e especialmente desde a Reforma, contaram a mesma estranha história.
Todo grande herege sempre exibiu a combinação de três extraordinárias
características. A primeira é que ele escolhia alguma ideia mística do conjunto
harmonioso das ideias místicas da Igreja. A segunda característica é que ele
usava aquela única ideia mística contra todas as ideias místicas. A terceira (e
a mais singular) é que ele parecia não ter tido nenhuma noção de que sua
própria ideia mística favorita era uma ideia mística, pelo menos no sentido de
uma ideia misteriosa, dúbia ou dogmática. Com uma estranha e incomum inocência,
ele aparentemente sempre considerava esta ideia uma coisa natural. Ele a
pressupunha inatacável, mesmo quando a estava usando para atacar ideias
similares. O exemplo mais popular e óbvio é a Bíblia. A um pagão imparcial ou a
um observador cético, esta deve ter sempre parecido a mais estranha história do
mundo; que homens invadindo um templo para destruí-lo, destruindo o altar e
expulsando o padre, encontraram lá certos volumes sagrados intitulados “Salmos”
ou “Evangelhos”; e (ao invés de jogá-los ao fogo com o resto) começaram a
usá-los como oráculos infalíveis para invalidar todos os outros sistemas. Se o
altar sagrado e principal está errado, por que os documentos sagrados e
secundários estariam certos? Se
o padre profanava os Sacramentos, por que não poderia ter profanado as
Escrituras? Mesmo assim, demorou muito para que ocorresse àqueles que brandiam esta
peça do mobiliário da Igreja para quebrar todo o mobiliário da Igreja, quão
profano seria examinar este fragmento do mobiliário. As pessoas se
surpreenderam muito, e em algumas partes do mundo ainda estão surpresas, que
alguém tenha tido a audácia de fazê-lo.
Vocês veem ao lado a página inicial da bela edição que o texto ganhou no segundo número do Guia Prático de Teologia. O ensaio toma oito páginas da mais criativa exegese bíblica.
É bom ver Chesterton sendo disponibilizado em bancas de jornal. Ele, que sempre se considerou apenas um jornalista, se alegraria com isso!
7 comentários:
Caro Angueth,
Salve Maria!
Obrigado por seu trabalho de tradução do Chesterton, e porque agora ele está disponível para mais leitores! Que Deus continue abençoando o seu labor!
Eu não conhecia essa revista. Quem são os editores responsáveis? São católicos da Tradição?
Um abraço,
Luiz Fernando de Andrada Pacheco
Professor, aqui no Rio de janeiro eu não encontrei o primeiro numero! E olha que procurei! Se não der mais sorte desta vez, posso comprar ambos pela internet? Eu já li o texto que o senhor alude mas aguardo ansioso por sua tradução e, serei bem honesto, para poder comprar alguns exemplares para presente aos amigos do curso de Lectio Divina e quem mais não possa ler o original.
Mais uma vez grato pela oportunidade de divulgar Chesterton.
Caro Nik,
Salve Maria!
O primeiro número você pode comprar aqui ---> http://www.edminuano.com.br/catalogo/default.asp?acao=detalhe_produto&cod_produto=5092&categ0=2&categ1=&categ2=
Ad Iesum per Mariam.
Muito agradecido. Vou assinar se possível e farei bom uso. Quero ainda hoje ter o artigo do GKC em português.
Caríssimo Angueth, gostaria de humildemente divulgar o pensamento de Chesterton em meu blog e peço que encarecidamente analise o texto abaixo e me diga se posso publicá-lo.
email: flaviomcc@gmail.com
Título: "As profecias de Chesterton"
G. K. Chesterton dispensa apresentações, mas, para quem quer conhecer melhor suas ideias, é só clicar no link do blog do Anguet ao lado da nossa página. Foi, através do blog do Angueth que despertei o interesse para este grandioso pensador católico que de forma apaixonante discorre sobre o cristianismo como quem desce uma corredeira. Decidi assim divulgar um pouco dos seus pensamentos, por agora, apenas pequenas frases, mais a frente, em texto maiores, mas recomendo mesmo é a leitura do próprio em livros e no Blog do Angueth. Abaixo uma frase que diz exatamente o que se passa em nosso país e em algumas partes do mundo no momento atual:
" Não temos de modo algum de nos rebelar contra a antiguidade; temos de nos rebelar contra a novidade...O chefe escolhido para ser o amigo do povo torna-se o inimigo do povo...(do Livro "Ortodoxia" edição comemorativa do Centenário 1908-2008)
Caro Zé,
Pode divulgar, sim, os textos de Chesterton! E que as ideias do grande gênio inglês ilumine a todos.
Um abraço.
A primeira publicação católica que comprei! E depois disso, minha conversão foi uma questão de tempo!
Postar um comentário